O Alpha Quebrado e a Luna do Gelo
img img O Alpha Quebrado e a Luna do Gelo img Capítulo 3 📞 Capítulo 3: O Segredo da Origem
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Capítulo 6 🔥 Capítulo 6: A Besta, o Despertar e o Desejo Proibido img
Capítulo 7 ⛓️ Capítulo 7: A Convivência Proibida img
Capítulo 8 🤫 Capítulo 8: A Sombra da Luna Anterior e a Investigação img
Capítulo 9 💔 Capítulo 9: A Cicatriz e a Verdade img
Capítulo 10 🐾 Capítulo 10: Na Coleira do Alpha img
Capítulo 11 ❄️ Capítulo 11: O Fogo e o Gelo img
Capítulo 12 🐺 Capítulo 12: A Aliança Sombria e o Sangue da Profecia img
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Capítulo 3 📞 Capítulo 3: O Segredo da Origem

A Ligação de Emergência

O cheiro de Arion havia diminuído, mas a ameaça das Três Regras pairava na cabana. Elara passou as horas seguintes vasculhando a cozinha, apenas para confirmar o óbvio: a dispensa estava vazia. Arion a havia trancado ali sem mantimentos

Com o corpo vibrando de raiva pela manipulação do Alpha, ela pegou seu celular. Ela ligou para Ana.

"Elara! Finalmente! Por que você sumiu? Pelo seu rastreador, você está no meio do nada!" A voz de Ana era o caos familiar e reconfortante da cidade. "Você sabe que fugir para a cabana da Vovó Sofia não vai resolver sua dor."

"Não é por causa da dor, Ana," Elara respondeu, suspirando. "Eu... Eu encontrei uma pessoa aqui. Um homem. Ele disse que sou o Mate dele."

O silêncio do outro lado da linha foi seguido por uma explosão de risos. "Mate? Tipo, alma gêmea? Você andou vendo muitos filmes de fantasia, amiga! Aposto que ele é um lenhador barbudo e sexy. Pelo menos ele está te alimentando?"

"Não," Elara disse, e a realidade fria a atingiu. "Ele me trancou aqui e me proibiu de sair. E ele mencionou alguém... uma loba chamada Morgana. Ele a usou como ameaça."

O nome Morgana não significava nada para Ana, mas a situação bizarra sim. A voz da amiga mudou, ficando séria, a leveza da cidade sumindo de seu tom.

A Revelação da Origem

"Droga. Eu sabia que isso aconteceria assim que você pisasse no território Blackwood," Ana confessou. A simples admissão quebrou o disfarce.

"Elara, olha, eu sei que você sempre foi cética com as histórias da Sofia, mas sua avó era... diferente. E tem algo que eu devia ter te contado antes de você ir, mas ela me pediu segredo. É sobre seus pais."

Elara sentou-se, o coração acelerado. "O que tem meus pais? Eu sempre soube que eles sumiram quando eu era pequena."

Ana hesitou. "Seu pai era um humano, mas sua mãe... sua mãe era da linhagem de Bruxas da Lua. E não qualquer bruxa, mas uma ligada às lendas dos Shifters. Pessoas da Alcateia diziam que ela era uma Loba da Deusa da Lua - metade bruxa, metade loba, mas nunca completamente uma coisa só."

Elara lembrou-se do frio que havia sentido na noite anterior. Sua vida normal desmoronava. "O quê? Protetora? Minha mãe..."

"Sua mãe te amava, Elara. Ela me colocou na sua vida para garantir que você vivesse uma vida humana normal e protegida até que fosse tarde demais para o despertar. Eu sou uma protetora, Elara. Sua mãe temia que o destino dela se repetisse," Ana revelou, a voz quase um sussurro. "Seu pai era humano. Você é uma híbrida. É por isso que você tem o poder da Bruxa e o sangue do lobo. E é por isso que sua avó, Sofia, te mandou para a cabana: para forçar o seu despertar."

"Você já sentiu algo diferente, Elara? Algo como um frio intenso nas mãos em momentos de muita confusão ou pânico?" Ana perguntou, a voz tensa. "A linhagem da sua mãe tem o poder da Nevoa da Lua, que se manifesta como gelo e prata. Você precisa esconder isso pela sua segurança."

"Sobre a Morgana," Ana continuou. "Eu acredito que ela é a Beta mais forte da alcateia de Arion. Ela te odeia porque te acha humana e fraca, e ela quer ser a Luna. Ela é perigosa. Você precisa sair daí. Eu não posso te ajudar se você estiver sob o nariz dele. Arion te avisou. Morgana é a sua primeira caçadora."

"Ele me trancou e me deixou sem comida. Eu não sou um bebê que ele pode guardar em uma jaula," Elara rebateu, a voz cheia de uma nova determinação. "Obrigada, Ana. Mas a partir de agora, eu me protejo sozinha. E eu tenho que comer."

Elara desligou o telefone. A fome era real, mas a afronta era maior. Ela não era uma humana frágil. Ela era a Filha da Lua. Ela tinha o sangue do misticismo correndo em suas veias.

Ela pegou a chave de Sofia e saiu.

O Encontro no Armazém

Elara havia desobedecido a Regra Um e caminhava em direção ao pequeno Armazém Geral no coração da vila. A cidadezinha parecia congelada no tempo, e as poucas pessoas que a viram na rua a encararam com uma curiosidade fria. Elara sentiu que era uma mancha em um quadro que deveria permanecer intacto.

Ela encontrou o armazém e, ao entrar, o sino da porta tilintou. O calor aconchegante do lugar foi imediatamente interrompido por um cheiro forte, diferente do de Arion. Era âmbar e flores secas, um perfume arrogante e doce.

Do lado dos produtos de limpeza, surgiu uma mulher que era a personificação da beleza ameaçadora. Cabelos castanhos escuros, olhos verdes afiados e um corpo atlético. Ela estava vestida com roupas de couro que exalavam confiança.

Os olhos dela encontraram os de Elara, e o calor da loja pareceu cair para zero. A loba não precisou de Arion para reconhecer o cheiro da humana.

"Você é nova por aqui," Morgana afirmou, não como uma pergunta, mas como uma acusação. A voz era sedosa, mas carregada de desprezo.

"Acabei de me mudar," Elara respondeu, mantendo a voz o mais firme possível, apesar do medo.

Morgana estreitou os olhos, avaliando Elara de cima a baixo com um desdém que era palpável. "Eu sei quem você é. Eu conheço o seu cheiro," Morgana rosnou, dando ênfase à última palavra de um jeito que só as duas entenderam o significado. "Você é a aberração humana que o destino tentou empurrar para o meu Alpha."

"Eu não sei do que você está falando," Elara mentiu, tentando passar pela loba para alcançar o corredor dos enlatados.

Morgana se moveu com uma velocidade alarmante e bloqueou o caminho de Elara. Ela era visivelmente mais alta e mais musculosa.

"Você cheira a medo, a fraqueza. E o pior: cheira a ele," Morgana sibilou, inclinando-se para perto de Elara. "Deixe-me ser clara, híbrida. Arion não precisa de uma Mate. Ele precisa de uma Luna forte para a Alcateia, e essa sou eu."

Ela deu um passo para trás e olhou para Elara com um sorriso de escárnio triunfante.

"Você vai se afastar da cabana dele, da vida dele, e da minha Alcateia. Se você não fizer isso, eu mesma vou garantir que a sua curta e frágil vida humana termine mais rápido do que a sua mudança. Você não é a Mate dele. É o obstáculo dele."

Com isso, Morgana deu as costas a Elara, pagou suas compras no caixa e saiu, deixando o sino tilintar e o Armazém Geral em um silêncio tenso. Elara ficou paralisada no corredor, a ameaça de morte pairando no ar. Ela havia desobedecido Arion e acabado de declarar guerra à rival que a odiava. E Arion voltaria ao anoitecer.

            
            

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