Gênero Ranking
Baixar App HOT
A Sombra do Amor, As Lágrimas de um Bilionário
img img A Sombra do Amor, As Lágrimas de um Bilionário img Capítulo 6
6 Capítulo
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
img
  /  1
img

Capítulo 6

Elisa POV:

No meu último dia em São Paulo, voltei à faculdade para pegar meus registros finais. Era uma formalidade, uma ponta solta que eu precisava amarrar antes de desaparecer.

O campus estava silencioso, suspenso na calmaria entre os semestres.

Eu o vi perto do antigo arco de pedra - aquele onde uma vez nos escondemos durante uma chuva repentina anos atrás, sua jaqueta em volta dos meus ombros.

Ele estava tirando fotos de Catarina.

Ela posava e se exibia enquanto ele a dirigia, sua voz paciente, um leve sorriso brincando em seus lábios.

Ele sempre odiou tirar fotos, afastando meu celular sempre que eu tentava capturar um momento. Agora, ele era um fotógrafo dedicado para ela.

Lembrei-me de estar naquele exato local com ele há quatro anos, nossos futuros se estendendo diante de nós como uma estrada ensolarada e sem fim. Um futuro que agora pertencia a ela.

Virei-me, meus passos não fazendo som na grama, e caminhei em direção à beira do campus, onde o território Gallo se misturava com a terra dos Medeiros.

O velho ipê estava lá, seus galhos pesados com o peso de décadas.

Encontrei nossa inscrição. Um coração torto com 'J.P.M. + E.G.' esculpido dentro.

Uma promessa feita por duas crianças que pensavam saber o que significava para sempre.

Tirei a chave do meu antigo armário do bolso. O metal parecia frio contra minha palma. Pressionei a borda afiada na casca, bem sobre minha inicial.

Raspei e arranhei a madeira, cavando até que minha própria inicial não fosse nada além de uma cicatriz irregular e feia. O pacto foi anulado. A promessa, invalidada.

"O que você está fazendo aqui?"

A voz dele. Eu não me virei. Ouvi seus passos se aproximando, o estalar de folhas secas sob seus pés.

A voz de Catarina era enjoativamente doce. "João, olha. Deveríamos gravar nossas iniciais."

Ouvi o deslizar sussurrante de uma faca sendo retirada de sua bainha. Então, o som rítmico do metal cortando a madeira. Ele estava reescrevendo nossa história, gravando o nome dela sobre o espaço onde o meu costumava estar.

Deixei minha chave cair. Ela aterrissou na terra com um baque suave.

"Parece que você perdeu alguma coisa", Catarina gritou, sua voz tingida de triunfo. Ela se abaixou e pegou a chave, balançando-a na ponta dos dedos. "Você perdeu tudo."

Algo dentro de mim estalou. Uma raiva primal e incandescente que eu não sabia que ainda era capaz de sentir.

Eu me lancei para frente e a empurrei. Com força.

Ela tropeçou para trás, seus braços se agitando. Sua mão disparou e agarrou meu pulso, suas unhas cravando em minha pele. Seu impulso me puxou com ela.

Caímos juntas na superfície do lago.

A água gelada foi um choque, um tapa brutal que tirou o ar dos meus pulmões. Minhas roupas se tornaram um peso de chumbo, me arrastando para a escuridão turva. Eu chutei, lutando para voltar à superfície, ofegando por ar.

Meus olhos encontraram João Pedro na margem. Ele já estava se movendo.

Ele mergulhou na água, suas braçadas poderosas cortando a superfície. Ele estava nadando direto para mim.

Por um único e estúpido segundo, uma centelha de esperança se acendeu em meu peito.

Então ele passou por mim.

Ele passou direto pelo meu corpo ofegante e em dificuldades para alcançar Catarina, que estava encenando uma performance teatral de afogamento a poucos metros de distância.

Ele a puxou para seus braços, segurando sua cabeça acima da água.

Um de seus homens na margem começou a avançar, seus olhos em mim.

A voz de João Pedro cortou o ar frio. Não foi dirigida a mim. Foi uma ordem.

"A vida dela não é mais problema meu."

Anterior
                         
Baixar livro

COPYRIGHT(©) 2022