Três Marcas de Sangue
img img Três Marcas de Sangue img Capítulo 2 O Confronto no Escuro
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Capítulo 6 O Preço do Sangue Frio img
Capítulo 7 O Luto e o Remorso img
Capítulo 8 O Confronto com Silas img
Capítulo 9 O Chamado da Matilha img
Capítulo 10 A Luta Mista img
Capítulo 11 O Santuário Esquecido img
Capítulo 12 O Ensinamento da Obsidiana img
Capítulo 13 O encontro Triplo img
Capítulo 14 O Dilema na Porta img
Capítulo 15 O Sangue do Princípe img
Capítulo 16 O Poder do Tribrido img
Capítulo 17 O Mapa de Havenwood img
Capítulo 18 A Fuga Pela Névoa img
Capítulo 19 O Combate na Estrada img
Capítulo 20 O Preço da Traição img
Capítulo 21 O Cobrador de Dívidas img
Capítulo 22 A Dívida de Sangue img
Capítulo 23 O Vínculo de Sangue img
Capítulo 24 A Ponte Queimada img
Capítulo 25 Rumo ao Norte img
Capítulo 26 O Ritual de Cura na Água img
Capítulo 27 O Legado de Alana img
Capítulo 28 O Risco do Caminho da Tempestade img
Capítulo 29 A Sentinela do Caminho img
Capítulo 30 O Juramento da Obsidiana img
Capítulo 31 A Verdade do Gelo e do Fogo img
Capítulo 32 Presença nas Profundezas img
Capítulo 33 O Conselho do Lobo Ferido img
Capítulo 34 A Cidade da Cinza img
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Capítulo 2 O Confronto no Escuro

​Na escuridão repentina e cortada apenas pelo brilho rachado da Prata, Lyra ouviu o som claro e assustador: a claraboia quebrando. Cacos de vidro caíram no tapete da sala de estar.

​A figura que desceu era rápida e silenciosa, um borrão em um terno escuro. Seus passos não faziam barulho no piso de madeira, um sinal de sua leveza sobrenatural. O ar frio da noite o seguia. Ele era alto, de ombros largos, e a penumbra apenas acentuava a geometria angular de seu rosto.

​- Lyra da Matilha Mista. Uma tragédia, de fato - A voz dele era um sussurro grave, com a frieza de quem recita um epitáfio. - Seu aroma é... inconfundível, mesmo através daquela joia barata.

​Lyra não respondeu. Ela recuou, sua mão agarrada ao cabo da faca de aço negro. O medo que sentia era agora convertido em uma raiva fria, a parte Lobisomem gritando por ataque, a parte Bruxa calculando.

​- Você não me interessa, híbrida. Só o que você carrega. O Tribrido. Entregue-o agora e eu farei a sua morte rápida e sem dor.

​Lyra usou a escuridão. Ela sabia que os vampiros viam no escuro, mas a rajada de vento que havia derrubado as lâmpadas também levantara a poeira e cortinas, criando uma distração visual mínima. Ela atirou a faca de aço negro em direção ao lugar de onde vinha a voz.

​A faca não acertou. Houve apenas um clang surdo, rápido demais. O vampiro a segurou no ar.

​- O aço é inútil. E por que está tremendo? A Bruxa em você está fraca. O Lobo está sedado pela prata. Você é a mais patética das caçadas.

​Ele jogou a faca de volta, não em Lyra, mas mirando o Pingente da Máscara de Prata.

​Lyra cambaleou para trás, evitando o impacto, mas a faca rasgou o ar perto o suficiente para que ela sentisse o frio da lâmina. A ameaça era clara: o caçador sabia o ponto fraco dela.

​Ele deu um passo à frente, e o cheiro de Canela e Mofo inundou o pequeno apartamento. Lyra estava encurralada contra a parede e o seu corpo, pesado pela gestação, recusava-se a obedecer à velocidade de que precisava.

​- Você me deve o favor de não prolongar esta noite, criança.

​Quando o vampiro estendeu a mão para o pescoço dela, Lyra fez a única coisa que lhe restava. Ela fechou os olhos e puxou o Pingente da Máscara de Prata.

            
            

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