Só com um beijo
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Capítulo 7 (-7-)

Eva era uma menina vivaz e inquieta, cheia de perguntas e com um sorriso enorme que terminava em duas covinhas nas bochechas. A cada dia se parecia mais com Elena: o cabelo preto e liso, os olhos grandes, o nariz pequeno e um minúsculo sinal acima da sobrancelha esquerda.

Às vezes, Owen via Elena refletida na filha. Porém, a pequena bagunceira lhe dava beijinhos na bochecha, o abraçava com força, o chamava de "papai", e aí terminavam as semelhanças com a mãe. A menina era tão carinhosa e doce, e ele era todo o seu mundo. Eram inseparáveis - exceto quando Owen tinha um compromisso às 9.

Quando isso acontecia, Eva dormia na casa dos avós, o que sempre era uma aventura para ela. Levava sua bolsa cheia de brinquedos e esperava os avós na porta da escola infantil.

Ele não tinha muitos amigos - na verdade, só Bob parecia tolerá-lo -, mas sempre tinha sua melhor amiga consigo. Tinha visto seus primeiros passos, ouvido suas primeiras palavras e criado sozinho aquela princesa de cinco anos que transbordava felicidade, que era inteligente e nunca hesitava em demonstrar seu carinho como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Foi um grande desafio para Owen enfrentar a vida apenas na companhia da filha. Mas, mais uma vez, ele não desistiu: Eva precisava dele. E Bob tinha razão - ele estava fazendo tudo muito bem.

Seus pais, seus tios e Lali sempre estiveram presentes, mais do que dispostos a ajudá-lo a criar a menina. Sua mãe a adorava loucamente, ela era a fraqueza do avô e a favorita dos tios e da prima.

Muita gente mal-intencionada questionou a paternidade de Owen quando a infidelidade veio à tona. Mas ele se recusou a fazer qualquer teste ou exame; aquela era sua filha. Soube disso no minuto em que a colocou nos braços, no dia em que nasceu - sua Eva. Talvez ele não quisesse saber; talvez não quisesse ficar completamente sozinho. Tudo o que sentia por aquela menina foi o que o sustentou nos anos que se seguiram. Ela era Eva Walker e ponto.

E havia crescido exatamente como Owen tinha sonhado: seus dois lacinhos, os vestidinhos em tons pastéis e o sorriso franco. Ela era tudo o que ele tinha; em sua pequena bolha, eram apenas os dois. Ele podia buscá-la na escola infantil e levá-la para tomar um sorvete, ou passar horas em uma loja de brinquedos enquanto ela escolhia uma boneca.

Chamavam atenção por onde passavam: um homem elegante e atraente, sorrindo para a filha enquanto caminhava de mãos dadas com ela. Principalmente o olhar das mulheres, que se surpreendiam e não conseguiam conter suspiros diante da imagem que eles formavam juntos: a menina no colo do pai, com sua mãozinha pendurada atrás das costas largas e bem vestidas de um cavalheiro com alguns fios prateados.

Meu Deus... se possível, seu jeito paternal o tornava ainda mais interessante. Ele era o único pai que comparecia à escola infantil; não perdia nenhuma reunião ou festival em que ela participasse. Fotografava tudo e filmava suas apresentações com orgulho. Não havia nada neste mundo - nem em qualquer outro - mais bonito do que sua menina.

E, claro, muitas mães o observavam com grande interesse - e algumas professoras também. Mas Owen havia fechado essa porta para sempre. Não tinha qualquer interesse em voltar a passar por mentira, traição ou desilusão; por isso fingia não notar aqueles olhares, não ouvir aqueles sussurros. Às vezes até deixava seu desinteresse bem claro quando alguém tentava se aproximar "para conversar". Ele as afastava.

O melhor para a menina eram os jantares fora. Em alguns dias, depois de uma jornada exaustiva no escritório, eles chegavam em casa e ele a observava por um instante antes de fazer a proposta.

Entre tantos pensamentos que rondavam sua mente, havia um que ele nunca conseguia entender: como era possível existir uma criatura tão mágica quanto ela? Como podia sorrir com tanta pureza, com aquele brilho nos olhos que o deixava cego? Um mistério. Um mistério que, entre tantos homens no mundo, tivesse recaído justamente sobre ele - ser o protetor e fiel servidor daquela deslumbrante bonequinha.

- Está um pouco tarde e não é a melhor comida do mundo, mas... que tal comermos um hambúrguer?

O rostinho de Eva se iluminava por completo.

- Sim! - respondia, feliz, jogando os bracinhos para cima e balançando o corpo como se dançasse.

Então ele a pegava nos braços e saíam novamente. Eva o abraçava pelo pescoço e lhe dava beijos estalados na bochecha. Demonstravam o amor que sentiam um pelo outro assim: com carícias, com sorrisos e gargalhadas, com os beijinhos doces da pequena e seu olhar radiante.

Ele a observava pelo retrovisor enquanto ela demonstrava sua empolgação por comer hambúrguer cantando uma música inventada, sem rima, com palavras soltas - e aquela carinha feliz ajeitava a alma dele, fazendo-o esquecer o cansaço e os problemas.

Mas o que mais a divertia, definitivamente, era passar o dia com toda a família na casa grande do tio de Owen. Lá ela tinha um quarto de brinquedos, um parque enorme onde podia correr sem parar, sua prima Lali para brincar com ela e sua tia, que preparava tortinhas doces decoradas com creme.

E era mais um desses dias quando todos, menos ele, descobriram que um fantasma do passado havia regressado.

O pai de Lali resmungou e fechou o jornal que estava lendo na mesa, visivelmente irritado. Todos olharam para ele.

- O que foi? - perguntou a esposa, que conhecia bem aquele som: era o da contrariedade, o da raiva.

- Nada... Vou pegar um pouco de sol lá fora.

Lali também o conhecia bem e, assim que ele saiu, correu até o jornal para ver o que tinha causado aquele cenho franzido. Folheou algumas páginas e lá estava: a ex-esposa de seu primo, viúva recentemente, estava de volta à cidade - na coluna social.

- Oh! - exclamou.

- O que foi? - perguntou Owen.

- Nada, não sei... algo sobre finanças... Não entendi - disse ela, escondendo o jornal discretamente atrás das costas. - Também vou, tenho coisas para fazer.

A bruxa tinha voltado. "Coitado do meu primo...", pensou. Aquela mulher havia partido o coração dele e abandonado a filha; ele costumava ser gentil e alegre, e ela o transformou em pedra. Melhor seria que nunca mais aparecesse.

A mãe de Owen também tinha visto a notícia naquela mesma manhã, mas decidiu guardar para si. Não fazia sentido trazer de volta toda aquela humilhação e dor ao filho. Ela havia sido uma das muitas vozes que tentaram convencê-lo de que aquele amor não era sincero, mas ele também não a ouviu.

Ela não entendia como era possível que uma mulher que carregou um filho no ventre por nove meses pudesse simplesmente agir como se aquele bebê não existisse. Chorou muitas vezes ao lado do berço da neta, mas ninguém naquela família permitiria que a menina e o pai enfrentassem a solidão.

            
            

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