A Vingança do Cientista: Nova Vida
img img A Vingança do Cientista: Nova Vida img Capítulo 1
1
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
img
  /  1
img
img

A Vingança do Cientista: Nova Vida

Gavin
img img

Capítulo 1

Eu tirei uma estagiária da lista de indicados a um prêmio por roubar a pesquisa da minha falecida irmã. Meu marido, Caio, ficou furioso. Ele escolheu defendê-la, não a mim.

Sua raiva se tornou violenta. Ele destruiu o trabalho da minha vida - a cura para o Alzheimer - e depois me empurrou com tanta força que perdi nosso filho.

Ele me chamou de "exagerada" enquanto eu sangrava no chão.

Então ele me trancou em nossa casa, uma prisioneira, forçando-me a assinar a transferência das minhas patentes para a amante dele, a mulher que levou minha irmã ao suicídio. Ele achou que tinha me quebrado, que eu era dele para controlar.

Mas quando ele tentou me humilhar da forma mais depravada que se possa imaginar, eu vi minha chance. Eu me joguei da janela do segundo andar.

Enquanto eu jazia quebrada no chão, vendo-o correr para o lado da amante, fiz uma promessa. Minha vingança estava apenas começando.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Ayla Tavares:

Minha mão tremeu ao riscar o nome de Amanda Rangel da lista de indicados ao prêmio. Foi um ato simples, uma decisão enraizada na justiça, mas que estilhaçou meu mundo.

"Dra. Tavares, tem certeza?" Minha assistente, Mariana, perguntou. Sua voz era cautelosa, hesitante.

"Sim, Mariana. Absoluta." Minha própria voz era firme, embora um pavor gelado já estivesse se formando no meu estômago. A decisão estava tomada. Amanda Rangel não receberia o prestigioso prêmio 'Jovem Inovador em Neurociência'. Não enquanto eu estivesse aqui.

Amanda, uma jovem estagiária, tentou reivindicar uma pesquisa que não era dela. Uma pesquisa que pertencia à minha irmã. O trabalho de Júlia. Júlia, que se foi.

Os ecos de sua risada, de seu brilhantismo, assombravam meu laboratório. Este prêmio, este reconhecimento, não era apenas sobre ética profissional. Era sobre honrar os mortos. Era sobre Júlia.

Meu marido, Caio Mendes, soube da notícia. Ele invadiu meu escritório, seu rosto uma máscara de fúria cuidadosamente construída. "Ayla, que diabos você fez?" ele exigiu, sua voz um rosnado baixo que sempre prometia problemas.

Eu me mantive firme, meu jaleco parecendo um escudo. "Eu fiz o que era certo, Caio. Amanda roubou os dados da Júlia. Ela manipulou seu caminho até essa indicação."

Seus olhos, geralmente tão quentes e cheios de adoração, tornaram-se frios, afiados. "Certo? Certo para quem? Você acha que isso é certo, destruir a carreira de uma jovem?"

Ele se aproximou, invadindo meu espaço. Sua mão disparou, não para me bater, mas para agarrar meu braço. Seu aperto era como um torno, cravando-se na minha carne. A dor explodiu, uma linha aguda e branca subindo pelo meu braço.

"Me solta, Caio!" eu gritei, tentando me afastar. Ele segurou mais forte. A raiva em seus olhos era crua, aterrorizante.

"Você acha que pode simplesmente fazer o que quiser, Ayla?" ele sussurrou, seu rosto a centímetros do meu. Seu hálito era quente na minha bochecha. "Você se acha acima das consequências?"

Meu braço latejava. A intensidade de seu aperto era chocante. Meu marido, o homem que havia prometido me amar, estava me machucando. Fisicamente.

Então, tão rápido quanto começou, a pressão aliviou. Sua mão deslizou do meu braço para o meu ombro, uma aparência de ternura. Ele apertou suavemente, seu polegar acariciando minha pele. "Você está bem, querida? Você parece pálida."

Sua voz era suave, tingida de preocupação, um contraste gritante com a raiva que acabara de torcer suas feições. Era uma performance ensaiada, uma forma cruel de me fazer duvidar da minha sanidade.

Eu o encarei, meu coração batendo forte. "Você acabou de me machucar," consegui dizer, as palavras presas na garganta.

Ele franziu a testa, um retrato de confusão inocente. "Machucar você? Ayla, não seja exagerada. Eu estava simplesmente tentando te acalmar. Você estava ficando histérica."

Minha mente girou. Histérica? Eu estava apenas constatando um fato, protegendo o legado da minha irmã. Mas suas palavras plantaram uma pequena semente de dúvida. Eu estava exagerando?

"Você precisa consertar isso, Ayla," ele continuou, sua voz firme, mas aparentemente razoável. "Dê esse prêmio para a Amanda. Peça desculpas a ela. Ela já passou por muita coisa."

"Pedir desculpas?" Minha voz se elevou. "Caio, ela levou minha irmã ao suicídio! Ela usou sua campanha de cyberbullying para atormentar a Júlia, e depois roubou a pesquisa dela! Como você pode me pedir para recompensar isso?"

Seu rosto endureceu novamente. "Você não tem provas, Ayla. Apenas sua dor e suas acusações. Amanda é a vítima aqui. Uma jovem tentando vencer em um mundo difícil."

"Provas? Eu vi as mensagens! A Júlia me mostrou! Os boatos fabricados, o assédio constante online, as ameaças! E os dados... Caio, era o sequenciamento genético para o Alzheimer de início precoce. A Júlia estava tão perto de uma descoberta." Minha voz falhou ao dizer o nome dela.

Ele suspirou, um som longo e exasperado. "Júlia tinha problemas, Ayla. Você sabe disso. Ela era instável. Amanda foi apenas um bode expiatório conveniente."

"Instável? Ela era brilhante! E Amanda explorou suas vulnerabilidades, Caio! Você sabe o que a Amanda fez." Minha mente relembrou trechos de conversas, telefonemas abafados que Caio havia atendido, olhares estranhos que ele me lançou quando o nome de Júlia surgia. Uma onda fria me percorreu. Não. Não podia ser.

"O que você está insinuando?" A voz de Caio baixou, gelada. "Você está me acusando agora?"

Meu estômago se contraiu. "Ela roubou os dados da Júlia, Caio. Os dados que poderiam ajudar milhões. Os dados que poderiam ter ajudado sua própria mãe."

Uma nuvem escura pairou sobre seu rosto. Seus olhos se estreitaram em fendas. "Mencione minha mãe de novo, Ayla, e você vai se arrepender."

Ele deu um passo para trás, seu olhar varrendo meu laboratório. Demorou-se nas telas dos computadores exibindo meses, anos, da minha pesquisa meticulosa. A cura para o Alzheimer de início precoce, o trabalho da minha vida.

"Se você me pressionar nisso, Ayla," ele disse, sua voz perigosamente suave, "eu prometo que você vai perder tudo. Sua pesquisa. Seus dados. Tudo pelo que você trabalhou, vai desaparecer."

Meu sangue gelou. "Você não ousaria," sussurrei, minha voz quase inaudível.

Ele pegou o celular, seu polegar movendo-se rapidamente. Uma projeção apareceu imediatamente na grande tela do laboratório. Era uma transmissão ao vivo da minha sala de servidores, as luzes piscando dos meus dados de pesquisa. Uma barra de progresso vermelha, rotulada "Exclusão em Andamento", já estava se arrastando pela tela.

O pânico arranhou minha garganta. "Não! Caio, pare com isso! Por favor! São anos de trabalho! É a cura, Caio! É a única esperança para tantos!"

Ele ignorou meus apelos, seus olhos fixos na tela, um sorriso cruel brincando em seus lábios. "É isso que acontece, Ayla, quando você me desafia. Quando você escolhe as ilusões de uma garota morta em vez da minha família. Em vez da minha Amanda."

Minha respiração falhou. "Sua Amanda? O que você quer dizer com 'sua Amanda'?" As palavras tinham gosto de cinzas. Uma percepção doentia estava surgindo em mim.

"Ela é especial, Ayla," ele disse, seu olhar se desviando para os dados sendo apagados, depois de volta para mim, cheio de desprezo. "Ela entende de lealdade. Diferente de algumas pessoas."

"Lealdade? Eu te dei tudo, Caio! Minha juventude, meu amor, a devoção de toda a minha vida! Eu coloquei seu capital de risco neste laboratório, trabalhei incansavelmente por nós!" Minha voz rachou com a dor crua da traição.

Ele zombou. "Você acha que é a única que pode ser leal? Você acha que é insubstituível?" Seus olhos voltaram para a barra de progresso. "O tempo está correndo, Ayla. Paramos isso, ou você perde seu precioso trabalho?"

Minha mente corria, dividida. As imagens de Júlia, de sua própria mãe, passaram pela minha cabeça. A ideia daquela cura, perdida para sempre, foi um golpe físico. Eu não podia deixar acontecer. Não podia.

"Pare com isso," engasguei, as palavras com gosto de veneno. "Pare a exclusão."

Ele sorriu, um sorriso triunfante e arrepiante. Ele tocou no celular, e a barra vermelha desapareceu. A tela voltou a exibir um servidor normal. "Boa menina," ele ronronou, como se eu fosse um animal de estimação.

Senti uma onda súbita de tontura, meu estômago se revirando. Uma cãibra aguda atravessou meu baixo-ventre. Eu balancei, agarrando minha barriga. "Eu... não estou me sentindo bem."

Ele acenou com a mão, desdenhoso. "Nervos, Ayla. Você vai ficar bem. Agora, sobre aquele prêmio para a Amanda..."

Ele não esperou por minha resposta. Já estava saindo do laboratório, o celular pressionado contra a orelha, sem dúvida fazendo arranjos para o retorno triunfante de Amanda.

No dia seguinte, Amanda Rangel estava no palco, banhada pelo brilho dos holofotes, aceitando o prêmio 'Jovem Inovador'. Caio estava orgulhosamente ao seu lado, o braço em volta da cintura dela, sorrindo para as câmeras. Eu assistia do fundo do auditório, meu coração uma dor oca.

Ele então anunciou que Amanda se juntaria ao meu laboratório como pesquisadora principal, graças a um "novo e generoso investimento". Aplausos irromperam. A multidão não tinha a menor ideia do assassinato silencioso que havia ocorrido bem debaixo de seus narizes.

Mais tarde, na recepção comemorativa, Caio e Amanda eram inseparáveis. Ele sussurrava em seu ouvido, ria de suas piadas, suas mãos possessivamente em suas costas. Pareciam um casal. Uma percepção doentia e distorcida se instalou no meu estômago. Isso não era apenas sobre os dados de Júlia. Era sobre eles.

Amanda encontrou meu olhar do outro lado da sala. Ela segurava um canapé meio comido, prestes a dar outra mordida. Seu olhar continha um brilho triunfante e malicioso. Então, quase imperceptivelmente, ela "acidentalmente" deixou o canapé cair. Ele pousou precisamente em um drive de dados que eu havia deixado em uma mesa próxima, um que continha todas as minhas descobertas preliminares, uma espécie de backup - ou assim eu pensava.

Um pavor gelado me percorreu. Tentei abrir caminho pela multidão, mas era densa demais. Meu celular vibrou. Era Mariana. Sua voz estava frenética. "Dra. Tavares! O drive de backup... foi apagado! Completamente! Tudo se foi!"

A sala girou. Minha visão embaçou. Uma dor lancinante rasgou meu abdômen, muito pior do que qualquer coisa antes. Eu tropecei, agarrando-me a um garçom que passava.

"Amanda Rangel!" gritei, minha voz crua, quebrando. "Sua vadia manipuladora! Você destruiu tudo!"

Caio, ouvindo a comoção, correu, puxando Amanda protetoramente para seus braços. "O que é isso, Ayla? Qual é o seu problema agora?" Seus olhos ardiam de fúria, seu braço um escudo ao redor de Amanda.

"Ela destruiu minha pesquisa, Caio! Ela acabou de apagar o último dos meus dados!" Apontei um dedo trêmulo para Amanda.

Amanda, aninhada no abraço de Caio, olhou para ele, seus olhos arregalados e inocentes, lágrimas brotando. "Eu... eu não sei do que ela está falando, Caio. Eu só deixei cair um canapé. Ela sempre foi tão má comigo."

O olhar de Caio endureceu, voltando-se para mim. "Ayla, chega! Isso é ridículo. Você está fazendo uma cena." Ele se virou para um segurança. "Acompanhe minha esposa para fora, por favor. Ela claramente não está bem."

"Não estou bem?" Minha raiva aumentou, sobrepujando a dor. "Você quer ver o que é não estar bem, Caio? Quer ver o que acontece quando você protege uma assassina? Uma trapaceira?"

Eu avancei, movida por uma raiva primal, minha mão conectando-se com sua bochecha com um tapa retumbante. O som ecoou pelo silêncio atordoado da sala.

Sua cabeça virou para trás. Por um momento, ele simplesmente me encarou, seus olhos arregalados de choque. Então um sorriso lento e aterrorizante se espalhou por seu rosto.

"Então é assim," ele disse, sua voz baixa, ameaçadora. "Você quer jogar sujo, Ayla? Tudo bem. Mas você não vai gostar das consequências." Ele se virou para Amanda, cuja mão agora agarrava seu peito. "Amanda, você está bem, querida? Minha pobre menina, olhe o que ela fez com você."

Amanda gemeu, seu corpo tremendo dramaticamente. "Meu coração... está acelerado. Sinto que vou desmaiar."

Caio a pegou sem esforço, embalando-a em seus braços. Ele me fuzilou por cima do ombro dela. "Isso é culpa sua, Ayla. Tudo isso."

Ele a carregou para fora, deixando-me de pé sozinha, em meio à multidão murmurante. A dor no meu abdômen se intensificou, uma agonia implacável e roedora. Minha visão nadou.

"Caio!" chamei, minha voz fraca, desesperada. "Caio, estou realmente com dor! Por favor!"

Ele parou nas portas duplas, virando a cabeça ligeiramente. "Ah, pare com o drama, Ayla," ele disse, sua voz plana, desprovida de emoção. "Você não está enganando ninguém. Você simplesmente não suporta que outra pessoa esteja recebendo atenção."

Então ele se foi, as portas se fechando atrás dele.

Eu desabei em uma cadeira próxima, meu corpo atormentado pela dor, um fluxo quente se espalhando entre minhas pernas. O chão frio e duro da realidade me atingiu. Isso não era mais apenas sobre Júlia. Era sobre mim. Minha vida. Meu futuro. E eu sabia, com uma certeza arrepiante, que tinha que lutar.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022