A Vingança do Cientista: Nova Vida
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Capítulo 5

Ponto de Vista de Ayla Tavares:

Mãos rudes me agarraram, puxando-me para trás, meus braços torcidos atrás de mim. O mundo ficou embaçado enquanto eu era arrastada pelo laboratório, passando pelos rostos horrorizados da minha equipe. Eles desviaram o olhar, impotentes, derrotados.

Fui jogada em uma sala austera e sem janelas no porão do centro de pesquisa. O ar era frio, úmido, cheirando a concreto e decadência. Antes que eu pudesse processar o ambiente, Caio invadiu, seu rosto uma nuvem de fúria.

"Você gosta de joguinhos, Ayla?" ele rosnou, seus olhos brilhando com uma luz perigosa. Ele segurava um pedaço de corda grossa. "Vamos ver o quanto você se diverte quando é o alvo."

Ele amarrou meus pulsos com força, depois meus tornozelos, prendendo-me a um cano de metal pesado que corria ao longo da parede. A corda áspera roçou minha pele, um lembrete cruel da minha impotência.

"Isso é pela Amanda," ele disse, sua voz fria e dura. "Você foi longe demais desta vez. Você a humilhou. Você destruiu as coisas dela. Esta é a sua punição. Para que você aprenda o seu lugar."

Ele deu um passo para trás, examinando seu trabalho. "E pelo amor de Deus, Ayla, pare de ser tão dramática. É só um joguinho. Você vai ficar bem."

Ele ergueu uma pistola de brinquedo colorida. Uma pistola d'água. Meu coração afundou. Essa era a ideia dele de um jogo. Uma exibição doentia e distorcida de poder.

Amanda, parecendo perfeitamente recuperada, entrou saltitando na sala atrás dele, um sorriso largo e malévolo no rosto. Ela segurava uma pistola d'água idêntica.

"Olha, Caiozinho," ela arrulhou, sua voz enjoativamente doce. "Ela parece um porco preso."

Caio riu, um som arrepiante. "Parece mesmo, não é, querida? Agora, você quer mostrar a ela como se joga?" Ele entregou a pistola d'água a ela.

Amanda a pegou, fingindo inocência. "Ah, eu não sei usar isso, Caiozinho. E se eu me machucar?"

"Não se preocupe, meu bem," Caio murmurou, ficando atrás dela. Ele envolveu seus braços em volta da cintura dela, suas mãos cobrindo as dela na arma de brinquedo. Ele pressionou seu corpo contra o dela, seus lábios roçando sua orelha. "Eu te ensino."

Ele guiou a mira dela. O cano frio da arma de brinquedo apontava diretamente para o meu peito.

Uma explosão súbita e aguda. Um jato frio de água atingiu meu esterno. O impacto não foi forte, mas meu peito, ainda sensível do aborto, recuou. Uma dor surda se espalhou por mim.

Amanda riu, um som agudo e infantil. "Eu acertei ela, Caiozinho! Eu acertei!"

Caio a apertou. "Boa menina, Amanda. Você é tão natural." Seus olhos, por cima do ombro de Amanda, encontraram os meus. Eles não continham remorso, apenas uma satisfação fria.

Eles continuaram seu jogo. Tiro após tiro. Meus ombros, meu rosto, meu estômago. Cada jato frio parecia uma nova ferida. A dor no meu abdômen pulsava, uma batida constante.

Então, um jato particularmente forte me atingiu na parte inferior, diretamente no meu útero ainda em cicatrização. Uma dor lancinante e branca me rasgou. Eu ofeguei, um grito estrangulado escapando dos meus lábios. Minha visão nadou.

Senti um fluxo quente e pegajoso entre minhas pernas. Sangue. Meu corpo estava me traindo novamente.

Tentei gritar, dizer a eles, implorar para que parassem. Mas minha boca estava selada com fita adesiva. Apenas sons abafados e desesperados escaparam.

Caio e Amanda não perceberam. Estavam muito absortos em seu jogo cruel, rindo, comemorando cada acerto. Caio pressionou um beijo final e demorado no cabelo de Amanda. "Chega por hoje, meu amor. Ela aprendeu a lição."

Minha cabeça girou. A sala inclinou. A escuridão se insinuou nas bordas da minha visão. Senti-me escorregando, desaparecendo.

Pouco antes de perder a consciência, uma figura invadiu a sala. Era Caio, mas ele parecia diferente. Seu rosto estava contorcido de pânico. Ele corria em minha direção, seus olhos arregalados de horror ao ver o sangue.

Então, nada.

Acordei, novamente, em uma cama de hospital. Desta vez, o quarto estava mal iluminado, silencioso. Caio estava sentado em uma cadeira ao meu lado, a cabeça entre as mãos. Ele parecia completamente exausto, seu rosto magro, seus ombros caídos.

Ele se mexeu, sentindo meu despertar. Sua cabeça se ergueu. Seus olhos, avermelhados e injetados de sangue, encontraram os meus. "Ayla," ele coaxou, sua voz embargada de emoção.

Ele se lançou da cadeira, caindo de joelhos ao lado da cama. Ele agarrou minha mão, pressionando-a contra os lábios, seu corpo tremendo. "Ayla, meu amor, sinto muito. Muito, muito mesmo. Eu não sabia... não percebi... nunca quis que isso acontecesse."

Suas palavras estavam sufocadas pelo que parecia ser remorso genuíno. "Nosso bebê... não posso acreditar... eu matei nosso bebê, Ayla. Eu matei. É tudo culpa minha." Lágrimas escorriam por seu rosto, encharcando minha mão.

Puxei minha mão, meu coração um nó duro e frio no peito. "Você matou," sussurrei, minha voz rouca. "Você matou nosso bebê, Caio. Com suas próprias mãos. Para protegê-la."

Ele se encolheu como se tivesse sido atingido. "Não! Ayla, foi um acidente! Eu juro! Eu não sabia que você ainda estava... vulnerável. Foi só um jogo! Amanda nunca... ela não é assim! Foi apenas um acidente horrível, horrível."

"Um acidente?" Minha risada foi fraca, mas cheia de veneno. "Você acha que perder nosso filho porque você me empurrou, porque você deixou aquela psicopata atirar água no meu útero sangrando, é um 'acidente'?"

"Podemos ter outro, Ayla!" ele implorou, sua voz desesperada. "Eu prometo! Quantos você quiser! Apenas me perdoe, por favor!"

Eu apenas o encarei, um silêncio frio e duro se estendendo entre nós. Não havia mais nada a dizer. Não havia mais lágrimas para chorar. Ele estava falando com um fantasma. A mulher que o amava estava morta.

Ele continuou a implorar, a dar desculpas para Amanda, a prometer um futuro que não existia mais. Eu simplesmente virei a cabeça, olhando pela janela para o céu cinzento.

Dias se transformaram em uma semana. Ele vinha todos os dias, trazendo flores, trazendo comida que eu me recusava a comer, sussurrando desculpas que eu não ouvia mais. Ele tentava agir como o marido amoroso que um dia foi.

Uma manhã, ele entrou radiante, segurando uma pequena caixa. "Ayla, meu amor! Estive pensando. Precisamos comemorar sua recuperação! Preparei uma surpresa especial para sua alta hoje! Um jantar romântico, só nós dois. E para te mostrar o quanto eu realmente te amo, providenciei para que os dados do seu laboratório fossem completamente restaurados! Contratei os melhores especialistas em recuperação do mundo!"

Ele se ajoelhou ao lado da minha cama, seus olhos brilhando com o que parecia ser adoração genuína. "Ayla, eu sei que errei. Sei que te machuquei. Mas prometo, vou compensar tudo. Serei melhor. Prestarei mais atenção. Nunca deixarei nada ficar entre nós novamente. Você é minha Ayla brilhante, minha esposa, meu tudo. Eu te amo."

Ele abriu a pequena caixa. Dentro, aninhado em veludo, não estava o anel de diamante que ele geralmente me dava, mas um anel de plástico barato e vistoso, do tipo encontrado em um baú de brinquedos de criança.

Meus olhos se estreitaram. Uma risada fria e dura escapou dos meus lábios. "A pequena mensagem da Amanda, presumo?"

Seu rosto ficou pálido. "O quê? Não! Ayla, do que você está falando?" Ele encarou o anel, depois de volta para mim, seus olhos arregalados de confusão.

"Ela trocou, não foi?" afirmei, minha voz plana. "É a maneira dela de me dizer que venceu. E ela simplesmente não conseguiu resistir. Assim como não conseguiu resistir a destruir meu laboratório, ou a roubar a pesquisa da minha irmã."

"Não! É um erro! Ayla, eu juro, é apenas uma confusão!" Ele se atrapalhou com a caixa, seu rosto uma máscara de pânico.

"Caio," eu disse, minha voz cortando suas negações frenéticas. "Se você quer que eu acredite em você, se quer que eu sequer considere te perdoar, então você vai iniciar uma investigação completa e independente sobre a Amanda. Sobre o plágio dela. Sobre o cyberbullying dela contra a Júlia. E você vai fazê-la pagar pelo que fez. Faça-a ser responsabilizada, Caio. Só então eu sequer considerarei falar com você novamente."

Seu rosto, que estava suplicante, esperançoso, agora endureceu. Sua mandíbula se contraiu. Ele se levantou lentamente, a caixa ainda na mão. Seu olhar se desviou de mim, fixo em algum ponto invisível à distância. Ele não disse nada.

Nesse momento, Amanda Rangel invadiu o quarto, desgrenhada e frenética. Seus olhos estavam arregalados de terror. "Caio! Caio, me ajude! Acho que alguém drogou meu café! Sinto-me tonta e enjoada! Me ajude!"

Ela tropeçou em direção a ele, caindo em seus braços. Ele imediatamente a envolveu, seu pânico anterior por mim completamente esquecido. "Amanda! Meu Deus, o que aconteceu?"

"Eu não sei!" ela choramingou, agarrando-se a ele. "Apenas me tire daqui! Leve-me... leve-me ao meu professor! Ele saberá o que fazer!"

O rosto de Caio ficou cinzento. Ele se afastou um pouco dela, seus olhos brilhando com uma raiva crua e possessiva. "Seu professor? Do que você está falando, Amanda? Estou te levando ao meu médico. Ao meu hospital." Sua voz era baixa, perigosa. "Nunca mais sugira ir a mais ninguém."

            
            

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