A Vingança do Cientista: Nova Vida
img img A Vingança do Cientista: Nova Vida img Capítulo 7
7
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
img
  /  1
img

Capítulo 7

Ponto de Vista de Ayla Tavares:

Um estrondo ensurdecedor ecoou pela noite. Caio e Amanda, abraçados, se assustaram. A cabeça de Caio se ergueu. Ele olhou em direção à janela quebrada, depois para o chão abaixo.

Seu rosto perdeu a cor. Ele me viu, caída no chão frio e duro, uma poça crescente de carmesim debaixo de mim.

"Ayla?" ele sussurrou, sua voz tingida com uma estranha mistura de choque e incredulidade. Ele correu para a janela, espiando para baixo. "O que... o que você fez?"

A dor, uma chama lancinante e avassaladora, me consumiu. Cada respiração era uma agonia. Meu corpo estava quebrado, estilhaçado. Tentei falar, mas apenas um suspiro engasgado escapou. Eu podia sentir a vida se esvaindo lentamente de mim.

Meus olhos, no entanto, ainda ardiam. Olhei para ele, deitada ali, quebrada, mas meu olhar estava cheio de um ódio inflexível. Ele viu. Ele recuou.

Então, o uivo das sirenes perfurou a noite, ficando mais alto, mais perto. Luzes vermelhas e azuis piscaram por entre as árvores, pintando a cena com um brilho sinistro e urgente.

Com um último e desesperado surto de força, encontrei minha voz, rouca e irregular. "Você... seu monstro," eu raspei, cada palavra um caco de vidro na minha garganta. "Você fez isso. Você... você matou nosso bebê. Você destruiu a Júlia. Você tentou me destruir. Você... vai pagar."

Então, a escuridão me reivindicou. De novo.

Quando acordei, estava em um quarto diferente. Não o quarto estéril do hospital, mas um familiar. Meu próprio quarto. Aquele que eu dividia com Caio. As janelas estavam seladas com grades de ferro forjado pesadas. A porta estava trancada por fora.

Caio sentou-se ao lado da cama, como antes. Mas desta vez, seus olhos não estavam avermelhados de remorso falso. Estavam frios, duros, cheios de acusação.

"Então, você chamou a polícia, Ayla?" ele disse, sua voz plana. "Você realmente tentou me arruinar, não foi? Depois de tudo? O que há de errado com você? Seu ciúme é patológico."

Eu o encarei, minha mente clara apesar da dor latejante por todo o meu corpo. "Eu não chamei ninguém, Caio."

Ele zombou. "Por favor. Não se faça de inocente. A polícia apareceu, fazendo perguntas. Felizmente, eu contornei a situação. Disse que você estava perturbada, alucinando após o aborto." Ele se inclinou para frente, seus olhos se estreitando. "Mas isso acaba agora. Você quer me pressionar? Tudo bem. Mas você só está se afastando. Cada vez mais."

Meu coração não sentiu nada. Nenhuma raiva, nenhuma dor. Apenas um espaço oco e vazio onde as emoções costumavam estar. O Caio que eu conhecia realmente se foi. Havia apenas este estranho, esta pessoa cruel e distorcida. E ele estava completamente iludido.

"Foi você quem me afastou, Caio," eu disse, minha voz calma, firme. "É você quem se tornou irreconhecível."

Ele riu, um som áspero e desdenhoso. "Eu? Irreconhecível? Ayla, é você quem enlouqueceu. Você retirou toda a minha equipe de pesquisa do 'Summit de Inovadores'! Amanda teve que se apresentar sob imensa pressão porque você a sabotou! Você deliberadamente tentou fazê-la parecer mal!"

"Eu não fiz tal coisa," contrapus, minha voz cansada. "Minha equipe se retirou porque se recusou a participar da sua farsa. Eles viram Amanda pelo que ela era: uma fraude. E viram você pelo que você se tornou: uma marionete."

Seu rosto corou de raiva. "Como ousa! Eles se retiraram porque você fez lavagem cerebral neles! Você mandou! Você é uma mulher vingativa e manipuladora, Ayla! E eu cansei disso." Ele se levantou, pairando sobre mim. "Você precisa refletir sobre suas ações. E vai fazer isso aqui mesmo. Até entender o que fez, você não vai sair deste quarto."

Meu sangue gelou. "Você... você está me aprisionando, Caio?"

"Aprisionando?" Ele zombou novamente. "Não seja tão dramática. Estou simplesmente te dando espaço para pensar. Para se recuperar. Para voltar a si." Ele pegou meu celular da mesa de cabeceira. "Você não vai precisar disso. Chega de ligações para a polícia. Chega de tentativas de arruinar minha vida."

Ele se virou e caminhou em direção à porta.

"Caio, não!" gritei, tentando sair da cama. Mas meu corpo, ainda fraco e dolorido da queda, se recusou a cooperar. Minhas pernas cederam, e eu caí no chão com um gemido patético.

Ele nem olhou para trás. A porta se fechou com um baque pesado, o som de uma chave girando na fechadura ecoando pelo quarto silencioso.

Bati na porta, gritando seu nome, mas não houve resposta. Apenas o silêncio arrepiante do meu confinamento solitário.

Tábuas de madeira pesadas foram pregadas do lado de fora da minha janela, bloqueando a luz, selando-me. Minha prisão estava completa.

Dias se transformaram em semanas. Uma empregada, uma mulher taciturna com olhos que evitavam os meus, trazia-me comida três vezes ao dia. Ela nunca falava, apenas colocava a bandeja em uma pequena mesa e saía, trancando a porta firmemente atrás de si. Caio nunca veio.

Mas eu os ouvia. A risada aguda de Amanda, sua voz doce e manipuladora. A risada profunda e ressonante de Caio. Sons de um lar feliz. Meu lar. Minha prisão.

Uma estranha paz se instalou sobre mim. A dor, a raiva, a esperança desesperada de reconciliação – tudo se desvaneceu, substituído por uma resolução fria e silenciosa. Eu não o amava mais. Eu nem o odiava. Ele era apenas... irrelevante. Uma barreira para o meu futuro.

Uma manhã, enquanto a empregada abria a porta com minha bandeja de café da manhã, eu me movi. Rápida como um raio, passei por ela, para o corredor.

Ouvi o som familiar de risadas vindo da sala de estar. Aproximei-me sorrateiramente, atraída por uma curiosidade mórbida.

Lá estavam eles. Caio e Amanda. Ela estava aninhada no sofá, a cabeça apoiada no ombro dele. Ele acariciava o cabelo dela, um retrato de felicidade doméstica.

Amanda olhou para cima, seus olhos se arregalando ao me ver. Um lampejo de triunfo, rapidamente mascarado por uma inocência fingida. "Ah! Dra. Tavares! Você saiu! Que maravilha! Eu estava justamente dizendo ao Caio o quanto senti sua falta." Sua voz pingava doçura sacarina.

Caio olhou para cima, seu rosto impassível. Ele não fez nenhum movimento para se levantar, nenhum movimento para me abraçar. Ele apenas observou.

Uma onda de náusea me invadiu. Não senti nada além de nojo. Virei-me para sair, para encontrar uma saída.

"Dra. Tavares, espere!" Amanda gritou, saindo do sofá. Ela correu em minha direção, sua mão estendida, tentando agarrar meu braço. "Precisamos conversar! Sobre todos os mal-entendidos!"

Eu recuei, minha pele se arrepiando com seu toque. "Não," eu disse, minha voz fria e plana. "Não me toque."

Ela me ignorou, seu aperto se intensificando. "Por favor, Ayla! Podemos consertar isso! Caio e eu ainda nos importamos com você!"

Uma névoa vermelha desceu. Toda a raiva suprimida, toda a humilhação, toda a traição, explodiu. Minha mão se moveu por conta própria.

TAPA!

O som ecoou pela mansão silenciosa. A cabeça de Amanda virou para trás, uma marca vermelha brilhante florescendo em sua bochecha.

TAPA!

Outro, ainda mais forte. Amanda cambaleou para trás, seus olhos arregalados de choque e terror.

"Pronto," eu disse, minha voz tremendo de fúria suprimida. "Agora eu realmente te bati. Chega de acusações. Chega de mentiras. Isso é real." Apontei um dedo trêmulo para ela. "E isso é só o começo. Você e o Caio. Acham que venceram? Acham que me destruíram? Vocês não têm ideia do que está por vir."

                         

COPYRIGHT(©) 2022