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A Cruel Enganação do Meu Terapeuta Famoso
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Capítulo 4

O saguão da minha empresa fervilhava com o caos matinal de sempre - executivos em ternos impecáveis, designers com lenços coloridos, o zumbido baixo da produtividade. Eu caminhava por ele, minha mente focada na próxima reunião do conselho, nos planos para expandir nosso império de tecnologia. Então, um borrão de movimento. Uma figura se destacou da multidão perto da recepção, caindo de joelhos com um baque dramático. Carla Rocha.

Seu cabelo estava desgrenhado, seus olhos arregalados e lacrimejantes, uma imagem perfeita de inocência perturbada. "Alícia! Por favor! Você tem que me ajudar!" ela gritou, sua voz ecoando pelo chão de mármore polido.

As cabeças se viraram. Celulares foram sacados. Uma energia nervosa se espalhou pela multidão. Senti uma onda de náusea. Era ela. Esta era sua nova performance.

"O que você quer, Carla?" perguntei, minha voz plana, desprovida da irritação que sentia borbulhando sob a superfície. Eu detestava suas exibições teatrais.

Ela fungou, lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eles... eles me demitiram! Do novo emprego que o Caio conseguiu para mim! Alguém enviou e-mails anônimos, ameaçando me expor, me chamando de destruidora de lares! Ninguém vai me contratar agora!" Ela olhou para mim, os olhos suplicantes. "Foi você, não foi? Você contou a eles!"

Uma onda de murmúrios se espalhou pela multidão. Alguns rostos pareciam simpáticos a Carla, outros lançavam olhares acusadores para mim. "Que nojo", alguém sussurrou. "Atacando uma vítima de abuso."

"Carla, eu não me envolvo em fofocas mesquinhas", afirmei, minha voz firme, meu olhar inabalável. "Se eu tenho algo a dizer, digo na sua cara."

Nesse momento, as portas de vidro do saguão se abriram e Caio entrou, o rosto uma máscara de fúria controlada. Seus olhos pousaram em Carla, depois em mim. Ele correu para Carla, ajudando-a a se levantar, o braço protetoramente ao redor dela.

"Alícia!" ele rosnou, a voz afiada, "Qual é o significado disso? Por que você está assediando a Carla?"

Meu coração se apertou, um aperto frio e doloroso. Ele nem perguntou. Ele simplesmente presumiu. "Assediando ela? Caio, ela veio aqui, fazendo uma cena, me acusando."

"Ela está desesperada, Alícia! Alguém está ativamente tentando arruinar a vida dela, espalhando rumores maliciosos." Ele olhou para mim, os olhos cheios de uma acusação arrepiante. "E eu sei quem."

"Você acha que eu me rebaixaria a tais táticas?" perguntei, uma risada amarga escapando dos meus lábios. "Eu prefiro lutar minhas batalhas de frente, Caio. Ao contrário de algumas pessoas." Lancei um olhar pontudo para Carla, que rapidamente desviou o olhar.

"Você está com ciúmes, Alícia!" Caio retrucou, a voz baixa e perigosa. "Com ciúmes de que a Carla finalmente está encontrando um pouco de paz, alguma recuperação. Com ciúmes de que outra pessoa precisa de mim."

Minha respiração ficou presa na garganta. Ciúmes. Esse era o rótulo conveniente dele para toda a minha dor, minha raiva justificada. Ele se virou, puxando Carla para mais perto, e eles se afastaram, me deixando parada no centro da multidão boquiaberta. Ele nem olhou para trás. Ele nunca olhava.

Minha visão turvou. As cores vibrantes do saguão se borraram. Uma dor lancinante atravessou meu crânio, seguida por uma onda de tontura tão intensa que cambaleei, agarrando minha cabeça. Minhas pernas cederam. Eu desabei no chão polido.

"Alguém chame uma ambulância!" uma voz gritou. "Ela está grávida!"

A próxima coisa que soube foi que estava deitada em uma cama de hospital, o cheiro estéril queimando minhas narinas. O mesmo médico de antes estava sobre mim, o rosto sombrio. "Alícia, você precisa controlar seu estresse. O tumor... e a gravidez... ambos são extremamente vulneráveis ao estresse emocional. Este bebê, Alícia, já é uma gravidez de alto risco. Se você não se acalmar, podemos perdê-lo." Ele fez uma pausa e acrescentou gentilmente: "Talvez, seja hora de considerar uma decisão sobre a gravidez. Para sua própria saúde."

Meu coração ficou dormente. Perder o bebê. Meu bebê milagre. A única coisa que me restava. Eu apenas olhei para o teto, meus olhos secos. "Faça o que tiver que fazer", sussurrei, minha voz oca. Eu não conseguia mais lutar. Estava cansada demais.

Alguns dias depois, juntei minhas forças e fui à clínica de Caio. Eu precisava falar com ele. Eu precisava acabar com isso. Ao me aproximar de seu escritório, vi Carla, o braço em uma tipoia, conversando animadamente com sua assistente. Ela parecia perfeitamente bem, seu "sofrimento" uma memória distante.

Ela me viu, e seu sorriso vacilou, substituído por um olhar praticado de medo. "Oh, Alícia. Eu... eu não deveria estar aqui. Me desculpe."

"Não se desculpe", eu disse, minha voz fria. "Você parece bem em casa."

Caio saiu de seu escritório, os olhos estreitados quando viu a tipoia de Carla. "O que aconteceu?" ele perguntou, correndo para o lado dela.

"Alícia..." Carla começou, a voz trêmula.

"Ela caiu", interrompi, meu olhar fixo em Caio. "De novo. Ela é desajeitada. Sempre foi."

Ele me fuzilou, depois voltou para Carla. "A Carla agora está trabalhando para mim, Alícia. Como minha assistente pessoal. Posso ficar de olho nela aqui." Seu anúncio foi um soco no meu estômago. Ele estava realmente me substituindo por ela, até mesmo em sua vida profissional.

"Tudo bem", eu disse, minha voz assustadoramente calma. "Então acho que é hora de falarmos sobre um divórcio. Eu já assinei os papéis." Tirei um documento cuidadosamente dobrado da minha bolsa e o coloquei em sua mesa.

Ele olhou para os papéis, o rosto empalidecendo. "Alícia, não seja ridícula. Isso é apenas um mal-entendido. Um contratempo temporário. Podemos resolver isso."

"Mal-entendido?" Eu ri, um som áspero e quebradiço. "Você chama dormir com nossa empregada, mentir para mim e me abandonar por ela de mal-entendido? O que você me diz, Caio? A Carla tem alguma DST com a qual eu deveria me preocupar por causa de suas sessões de 'terapia' experimental?"

O rosto de Caio se contorceu de raiva. "Alícia! Como ousa! Peça desculpas à Carla, agora!" ele sibilou, a voz mal um sussurro, mas cheia de veneno.

Carla, vendo sua deixa, caiu de joelhos, agarrando o braço enfaixado. "Oh, me desculpe, Alícia! Me desculpe! É tudo culpa minha!" Ela começou a se bater, tapas suaves e teatrais em suas próprias bochechas. "Me castigue! Eu mereço!"

Meu estômago revirou. Sua performance grotesca era demais. Virei-me para sair, mas Carla se lançou, agarrando meu braço. "Não! Não vá!" ela gritou, e então, com um baque praticado, ela se torceu, caindo para trás. Seu aperto em meu braço se intensificou, e eu fui arrastada com ela, caindo pelo pequeno lance de escadas que levava ao nível inferior da clínica.

Aterramos em um monte. Carla jazia no fundo, parecendo pálida e frágil, os olhos arregalados de pavor fingido. Caio desceu correndo, o rosto uma máscara de horror. Ele pegou Carla nos braços. "Carla! Você está bem? O que aconteceu?"

"Ela... ela me empurrou, Caio", Carla gemeu, a voz fraca. "Ela estava com raiva..."

"Não! Eu não empurrei!" gritei, tentando me sentar, minha cabeça latejando. "Ela me agarrou! Verifique as câmeras de segurança!"

Caio me fuzilou, os olhos em chamas. "As câmeras não estão funcionando há dias, Alícia! E eu vi você! Você a empurrou!"

"Não, eu nunca fiz isso!" protestei, uma onda de náusea me invadindo.

Carla, ainda nos braços de Caio, balançou a cabeça fracamente. "Não, Caio, não a culpe. Foi um acidente. Eu... eu apenas tropecei." Mas seus olhos, apenas por uma fração de segundo, encontraram os meus. E neles, eu vi. Um brilho de triunfo. Um lampejo malicioso de maldade pura e absoluta.

Então, um suspiro de Carla. Uma mancha escura se espalhou em seu vestido, logo abaixo da cintura. "Oh, não! Meu bebê!" ela gritou, agarrando o abdômen. "Meu bebê! Ele se foi!"

O rosto de Caio ficou branco. Ele olhou para a mancha se espalhando, depois para mim, os olhos cheios de uma raiva assassina. "Sua vadia! Você matou meu filho!" Ele pegou Carla e correu em direção à saída de emergência.

"Caio! Não!" gritei, uma dor lancinante explodindo em meu próprio abdômen inferior. "Eu estou grávida! Meu bebê! Meu bebê!"

Ele parou, um lampejo de incerteza em seus olhos. Eu vi. Uma breve hesitação. Mas então Carla agarrou seu braço, gemendo. "Meu bebê, Caio! Nosso bebê!"

Seu olhar endureceu. Ele olhou para mim, deitada no chão, agarrando meu estômago, e então zombou. "Para de show, Alícia. Você só está tentando chamar a atenção." Ele abriu a porta de emergência e desapareceu com Carla.

A dor se intensificou. Uma sensação quente e jorrando entre minhas pernas. Minhas mãos, quando olhei, estavam cobertas de sangue. Meu bebê. Meu bebê milagre. Ele se foi. Meu mundo, já em pedaços, se estilhaçou em um milhão de peças irreparáveis. Meu coração afundou, pesado e frio como uma pedra.

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