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A Cruel Enganação do Meu Terapeuta Famoso
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Capítulo 6

O silêncio do quarto de hotel era ensurdecedor. Cada tique-taque do relógio, cada buzina de carro distante, amplificava a dor oca dentro de mim. Meu abdômen latejava, um lembrete físico constante da vida que eu havia perdido, do filho que eu nunca seguraria. Encolhi-me em uma bola na cama macia, meu corpo sacudido por soluços silenciosos. Ninguém estava aqui para me abraçar, para me dizer que tudo ficaria bem. Ninguém estava aqui para sequer reconhecer meu luto.

Caio. Lembrei-me de uma vez, anos atrás, quando torci o tornozelo. Ele me carregou, cuidou de mim, o rosto marcado pela preocupação. "Minha pobre Alícia", ele murmurara, alisando gentilmente meu cabelo. Onde estava aquele homem agora? Ele era um fantasma, uma ilusão na qual eu tolamente acreditei.

Meu celular vibrou. Uma mensagem do meu advogado, um amigo preocupado. "Alícia, o Caio acabou de contratar o melhor advogado de divórcio da cidade. E ele tem a 'história' da Carla toda preparada. Eles vão com tudo para cima de você."

Senti um pavor frio se instalar em meu estômago. Ela não pararia. Ela queria tudo.

Na manhã seguinte, ao sair do hotel para uma consulta médica, Carla estava esperando. Ela estava ao lado de uma palmeira em um vaso, parecendo casual, mas seus olhos brilhavam com malícia. "Então, a princesinha finalmente está deixando seu palácio?" ela zombou. "Não se preocupe, eu cuidarei bem do Caio. E da sua casa. Em breve será nossa, assim como nosso bebê teria sido." Ela deu um tapinha na barriga lisa, um sorriso triunfante no rosto. "Ele já está falando em se divorciar de você e se casar comigo. Você está acabada, Alícia."

"Você é patética, Carla", eu disse, minha voz plana. "E você perdeu seu tempo. Eu já assinei os papéis do divórcio. Pode ficar com ele. E com todo o resto. Não quero nada de nenhum de vocês."

Seu sorriso desapareceu, substituído por uma carranca venenosa. "Você acha que pode simplesmente ir embora? Você acha que pode me deixar sem nada?" ela sibilou, o rosto contorcido. "Eu vou fazer você pagar, Alícia. Vou fazer você se arrepender de ter cruzado meu caminho."

Um arrepio percorreu minha espinha. A ameaça dela, combinada com o aviso do meu advogado, enviou um calafrio de inquietação através de mim. Algo ruim estava por vir. Eu sabia disso.

Mais tarde naquela tarde, uma mensagem de um número desconhecido. Era Caio. "Alícia, precisamos conversar. Me encontre na cafeteria antiga, perto do parque. Por favor."

Uma armadilha. Eu sabia. Mas uma parte de mim, a parte tola e esperançosa, ainda ansiava por uma conversa genuína, um momento de clareza. Decidi ir. Não deixaria as ameaças dela me controlarem mais.

Enquanto eu caminhava pelo parque em direção à cafeteria, uma mão tapou minha boca, outra ao redor da minha cintura. O cheiro avassalador de clorofórmio. Escuridão.

Acordei com uma dor de cabeça latejante, o cheiro de concreto úmido e cigarros velhos enchendo meus pulmões. Eu estava no que parecia ser um armazém abandonado. Meus pulsos e tornozelos estavam amarrados com força. Uma luz fraca se filtrava por uma janela suja no alto. Do outro lado da sala, amarrada a um cano enferrujado, estava Carla. Seus olhos, arregalados e aterrorizados, encontraram os meus. Ela parecia genuinamente assustada.

Então, a pesada porta de metal rangeu ao se abrir. Três homens corpulentos, seus olhos predatórios, nos encararam. Uma câmera em um tripé estava apontada diretamente para Carla. Uma armação. Claro.

Mas antes que eles pudessem se mover, a porta do armazém se abriu com um estrondo. Caio estava lá, o rosto uma máscara de fúria. Carla soltou um grito desesperado. "Caio! Me ajude! Eles me sequestraram!"

Caio passou correndo por mim, me empurrando bruscamente para o lado. Minha cabeça bateu no chão de concreto. Seus olhos, quando encontraram os meus, estavam cheios de um ódio arrepiante. Ele nem sequer vacilou. Ele foi direto para Carla, desamarrando-a, puxando-a para seus braços, murmurando palavras de consolo.

"Alícia! O que você fez?!" ele rugiu, a voz carregada de veneno.

Carla enterrou o rosto em seu peito, gemendo. "Ela... ela me sequestrou, Caio! Ela tentou me machucar! Aqueles homens..." Ela apontou para os três bandidos, que agora pareciam surpreendentemente calmos, quase entediados.

"Não! Eu não sequestrei ninguém!" gritei, lutando contra minhas amarras. "Eu também fui sequestrada! Olhe! Estou amarrada!"

Caio me ignorou. Ele me deu um tapa no rosto, um golpe forte e ardente que fez meus ouvidos zumbirem. "Não minta, Alícia! Eu sei do que você é capaz agora!" Ele pegou o celular, o dedo pairando sobre um botão de play. "Eu tenho provas. Ouça isso."

Uma voz distorcida, assustadoramente semelhante à minha, encheu o armazém. "Sim, eu quero que ela seja punida. Eu quero que ela sofra. Amarrem-na, façam-na se arrepender de ter cruzado meu caminho..." As palavras estavam torcidas, mutiladas, mas a implicação era clara. Era uma farsa. Uma gravação adulterada.

"É falso, Caio! Não é a minha voz!" gritei, lágrimas ardendo em meus olhos. "Verifique as câmeras! Tem que haver câmeras em algum lugar!"

Ele zombou. "Não há câmeras aqui, Alícia. E mesmo que houvesse, elas mostrariam exatamente o que você merece." Ele olhou para os três homens. "O que ela disse a vocês? Ela os contratou?"

Um dos homens, uma figura imponente com um sorriso cruel, deu um passo à frente. "Ela nos pagou uma boa grana, chefe. Disse que queria que a gente desse uma lição nela. E na amiguinha dela também." Ele gesticulou para Carla.

Meu mundo girou. Era uma armação meticulosamente planejada. Carla. Ela havia orquestrado tudo isso. Meus olhos se voltaram para ela. Ela estava me observando, um brilho triunfante e malicioso em seus olhos, mal disfarçado por seu sofrimento fingido.

"Sua bruxa!" gritei, minha voz rouca de desespero. "Você armou tudo isso! Vou chamar a polícia!"

Carla se agarrou a Caio, a voz um apelo desesperado. "Não, Caio! Por favor! Não chame a polícia! Minha reputação! Sua reputação!"

Caio olhou para mim, depois para Carla, um olhar frio e calculista em seus olhos. Ele lentamente guardou o celular. "Ela está certa", disse ele, a voz um rosnado baixo. "Não podemos envolver a polícia. Não com essa bagunça." Ele se virou para os homens. "Cuidem dela. Ela precisa entender como é." Ele gesticulou para mim. "Certifiquem-se de que ela receba a mensagem. E certifiquem-se de que ela aprenda a lição."

Meu sangue gelou. Ele estava me deixando. Abandonando-me para esses homens. De novo.

Ele pegou Carla, um braço protetor ao redor dela, e caminhou em direção à porta. "Você acha que pode simplesmente manipular todo mundo, Alícia? Você acha que pode machucar pessoas boas e sair impune? Bem, não mais. Você merece isso. Cada pedaço disso."

Meu estômago revirou. O tumor latejou. Eu o vi ir, sua silhueta emoldurada na porta, Carla gemendo em seus braços. Ele não olhou para trás. Ele nunca olhava.

"Não!" gritei, minha voz quebrando, "Caio! Por favor! Não me deixe!"

Mas a porta bateu, mergulhando o armazém em uma escuridão aterrorizante.

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