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Ele Salvou Sua Amante, Não Sua Esposa
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Capítulo 7

O diagnóstico foi compressão do nervo ulnar com possível rompimento.

Sério, mas consertável - se você tivesse o cirurgião certo.

Eu estava no corredor estéril do lado de fora do quarto de Dante.

Matteo, o Consigliere, bloqueou meu caminho.

Ele parecia um agente funerário, mas possuía a alma de um contador.

"Temos um problema, Elena", Matteo afirmou secamente.

"Sofia precisa de cirurgia", respondi, cruzando os braços para esconder um tremor. "Eu vi o prontuário."

"Ela precisa do Dr. Rossi", Matteo corrigiu. "Ele é o único que pode restaurar a mobilidade total. Ela é pianista. Ela escreve. Suas mãos são sua vida."

"O Dr. Rossi está com a agenda lotada pelos próximos seis meses", argumentei. "Ele está na Suíça."

"Eu sei", disse Matteo suavemente. "Mas há uma vaga aberta na próxima semana. Um cancelamento."

Meu sangue virou gelo.

Eu conhecia aquela vaga.

Era a *minha* vaga.

Eu tenho uma condição renal genética - doença renal policística. Era uma assassina lenta, mas estava destruindo ativamente meu rim direito. O Dr. Rossi estava agendado para realizar uma nefrectomia parcial para salvar o órgão.

Eu esperei cinco anos por esta consulta.

"Essa é a minha vaga, Matteo", eu disse, minha voz tensa.

"Eu sei", ele respondeu, sua expressão inalterada. "Precisamos que você a dê para Sofia."

Eu o encarei, incrédula.

"Meu rim", engasguei. "Contra o dedo mindinho dela?"

"É a mão dela, Elena. E é uma questão de imagem", insistiu Matteo. "Sofia é uma figura pública. Se ela ficar aleijada em uma missão dos Carvalho, a imprensa nos destruirá. Precisamos dela feliz. Precisamos dela inteira."

"E eu?", perguntei, uma risada amarga escapando dos meus lábios. "Vocês precisam de mim inteira?"

"Você pode esperar", disse Matteo com desdém. "Sua condição é... controlável. A diálise é uma opção."

Diálise.

Ele estava sugerindo que eu me amarrasse a uma máquina pelo resto da minha vida para que Sofia pudesse tocar piano.

"Não", afirmei com firmeza.

Matteo suspirou.

Ele abriu o arquivo que estava segurando, antecipando a resistência.

Ele tirou uma fotografia.

Era uma foto de um cemitério - um pequeno terreno coberto de mato na periferia da cidade.

O túmulo de Luca.

"A prefeitura está rezoneando esta área", Matteo explicou calmamente. "Eles querem construir um viaduto. Temos segurado as licenças com propinas."

Ele encontrou meu olhar.

"Se a Família parar de pagar as propinas... as escavadeiras chegam na próxima semana. Eles vão desenterrá-lo. Vão pavimentar por cima dele."

Senti o sangue sumir do meu rosto.

"Você não faria isso."

"Dante concorda que é uma alavancagem necessária", disse Matteo.

A porta do quarto do hospital se abriu.

Dante apareceu em uma cadeira de rodas, empurrado por uma enfermeira.

Ele parecia pálido, mas seus olhos eram duros como pederneira.

"Faça isso, Elena", ele ordenou.

Ele tinha ouvido.

Ele sabia que estavam ameaçando passar com uma escavadeira por cima do túmulo do meu irmão.

"Você está me chantageando", sussurrei, o horror cobrindo minha língua. "Com meu irmão morto."

"É para o bem maior", disse Dante, sua voz desprovida de emoção. "Sofia foi ferida sob minha proteção. Eu devo isso a ela."

"Você me deve um marido!", gritei.

A enfermeira se encolheu.

Dante nem piscou.

"Faça a ligação, Elena", disse ele suavemente. "Transfira a consulta. Ou o Luca será pavimentado."

Eu olhei para ele.

Olhei para o homem com quem eu havia dividido uma cama.

Ele não era mais um homem. Era um monstro em um terno de três peças.

"Tudo bem", sussurrei, derrotada.

Peguei meu celular.

Disquei para o consultório do Dr. Rossi.

Minha mão tremia tanto que quase deixei o aparelho cair.

"Cancele minha cirurgia", disse à recepcionista, minha voz oca. "Dê a vaga para Sofia Rizzo."

Desliguei.

Dante soltou um longo suspiro.

"Obrigado", disse ele. "Você está fazendo a coisa certa."

Olhei para ele, o ódio queimando em meu peito.

"Espero que ela toque um réquiem para você", eu disse.

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