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Enquanto as outras crianças já estavam fazendo sua tarefa de desenhar, Rick permaneceu imóvel apenas encarando sua professora que também parecia estar desenhando, "eu espero que você não esteja pensando em como vai me desenhar" zombou a professora sem levantar a cabeça para olha-lo, Rick que foi pego de surpresa se sentindo envergonha e revirou os olhos antes de se concentrar em fazer seu desenho, ele não conseguia entender como essa mulher conseguia prender sua atenção e sem falar que ela o estava provocando o tempo todo como se já o conhecesse.
O dia passou e já era hora das crianças saírem pra casa, vários pais já estavam no portão pegando seus filhos de volta mais nenhum deles era o pai ou mãe de Rick, depois de olhar e não ver nenhum carro da sua família o garoto logo entendeu e voltou para se sentar na pequena fonte de agua que havia no meio do jardim.
Olhando pra as costas solitárias do garoto sentado na fonte, o peito da professora se apertou em angustia, ela estava segurando na mão o desenho que Rick havia feito e ela podia entender suas emoções através da ilustração no desenho, na verdade ela tinha pedidos para as crianças desenharem algo que as havia marcado de modo a poder entende-las melhor.
Como uma nova professora ela precisava conhecer seus alunos pra poder comporde-los melhor e os desenhos poderia ajudar, a mulher se aproximou da fonte e se sentou ao lado do garoto que a encarou insatisfeito, "porque ainda esta aqui?" perguntou a mulher ignorando seu olhar, se sentindo impotente o garoto abaixou a cabeça em frustração "talvez hoje seja o dia da minha mãe vir me buscar" respondeu o garoto com uma pitada de tristeza em sua voz infantil o que deixou a professora ainda mais angustiada.
"o que isso quer dizer?" perguntou a mulher com os punhos cerados já imaginando o que as palavras queriam dizer, "ela deve ter se esquecido ou esta fazendo compras" respondeu o garoto dando de ombros, ele já estava acostumado com isso, essa não era a primeira vez que ele ficava sozinho na escola após todas as outras crianças irem embora, e sempre que isso acontecia era porque sua mãe e quem vinha busca-lo e ela tinha um monte de desculpas sem se importar com ele.
Vendo os punhos ceradas da professora o garoto ficou surpreso, ele achou que ela iria zombar dele por ser um garoto esquecido, mais não espera que ela ficasse chateada com isso, era difícil pra ele entender aquela mulher que o provocou antes, a mulher ficou em silencio por um tempo perdida em seus pensamentos, "você não vai se rir de mim?" perguntou o garoto trazendo a mulher de volta de seu transe.
"o que?" perguntou a mulher confusa com o comentário do garoto, "você ficou implicando comigo o dia todo" retrucou o menino num tom raivoso, sim ele estava chateado pois ninguém antes ousou incomoda-lo exceto essa professora, a mulher ergueu os lábios em um sorriso divertido, ela achou o garoto engraçado "você esta chateado?" perguntou ela com conhecimento de causa.
O garoto não sabia como lidar com essa professora, por mais que ela o provocasse repetidamente ele não conseguia ficar zangado com ela, ela o despertava sensações estranhas que não conseguia decifrar mais também não desgostava de sua presença o que já era muito estranho.
O garoto não respondeu a pergunta da professora, era obvio que ele estava chateado, mais temia que ela zombasse dele se admitisse isso, eles conversaram por mais um tempo quando Leila se levantou "vamos, eu vou leva-lo para casa já que sua mãe não vem" se ofereceu a mulher tentando suprimir o sentimento angustiante que se formava em seu peito.
Rick ficou atordoado por um tempo antes de recuperar os sentidos, "você pode fazer isso?" perguntou o garoto surpreso piscando seus olhos grandes, Leila deu um sorriso divertido com sua ação "claro, a não ser que você prefira ficar aqui sozinho" dito isso a mulher se virou com sua bolsa indo em direção ao portão de saída, vendo isso o garoto se levantou indo atrás dela, claro que ele não queria ficar ali sozinho, ele nunca gostou disso.
Depois de uns trinta minutos um BMW vermelho parou em frente de uma vila luxuosa, havia vários guardas aguardando a casa e o portão da vila indicando que não seria fácil para qualquer um entrar naquele lugar sem autorização, vendo aquele lugar não muito diferente do lugar em seu passado, Leila deu um sorriso de escarnio antes de encostar o carro a beira da estrada, ela sabia que não seria permitida sua entrada e nem queria entrar la, então a mulher encostou o carro antes de descer para ajudar o garoto no banco de trás.
"como você conhece onde eu moro?" perguntou o garoto surpreso com precisão da mulher, ela nem perguntou a ele onde morava durante o caminho apenas dirigiu em silencio ate chegarem em sua casa, "eu gosto de conhecer cada detalhe dos meus alunos" respondeu ela dando de ombros enquanto soltava o sinto do garoto, "eu posso fazer isso sozinho" retrucou o rapaz se sentindo estranho sendo tratado assim pela mulher, ele já estava habituado a fazer tudo sozinho quando estava com sua mãe ou os empregados de casa, ninguém o ajudava quando seu pai não estivesse por perto.
A mulher o ignorou e continuou o ajudando a descer do carro, os guardas que antes observavam o veiculo com desconfiança, relaxaram ao ver que era seu jovem mestre que estava sendo trazido de volta, mais também eles ficaram em alerta instantaneamente ao perceber que a pessoa que o trouxe era estranha eles nunca a tinham visto antes, dois dos guardas se aproximaram indo em direção ao garoto que se despedia da professora "tchau professora, e obrigada por me trazer de volta" disse o garoto dando um sorriso raro mostrando suas covinhas que deixou a mulher atordoada por alguns segundos.
Quando a mulher recuperou a consciência o garoto já havia entrado na vila com os guardas o escoltando, ele deu mais uma olhada na villa por alguns segundos antes de entrar em seu carro e ir em bora, enquanto ela acelerava no seu veiculo, um Maserati branco passou por ela indo em direção a vila, a mulher dentro do carro tinha um par de óculos escuros e emanava arrogância, o coração de Leila se encheu de ódio ao reconhecer a mulher, ela cerou os punhos e se forcou a continuar dirigindo sem dar tempo que a mulher do outro carro a reconhecesse.
Dentro da villa Gustavo estava descendo as escada para checar se seu filho já havia chegado, quando ele chegou em casa ele não o tinha visto sendo que era suposto ele já ter voltado da escola, mais sabendo que sua esposa foi busca-lo ele achou que eles pararam um sitio para se divertir, mais depois de muito tempo eles ainda não tinham chegado e o garoto precisava tomar medição, então o homem desceu para ver se eles já tinham voltado quando viu seu filho descer de um carro estranho, havia uma figura estranhamente familiar junto ao garoto que ele não conseguia ver bem, mais quando ele saiu querendo ir em direção a eles a figura já havia entrado no carro e ido embora.