Capítulo 5 04

Chego em casa com o humor pior do que estava, mas que merda Manuela tem na cabeça de querer se meter no meu relacionamento com o Sílvio? Mas é nisso que dar, confiar demais em uma pessoa a ponto de contar certas coisas para ela.

Droga.

A magoei, não que seja a primeira vez que explodo com ela, mas não queria ter feito isso justo no dia do aniversário de namoro deles, agora vai passar triste. Apesar de tudo que faço, Manuela ainda é uma das únicas pessoas que não gosto de magoar. Mas ela me conhece, deveria saber que eu iria explodir, eu avisei que não é um bom dia, porque tinha que se meter?

Mania das pessoas de não ouvir, de não parar quando a gente pede para parar. E Manuela tem dessas, se senti como se fosse minha própria mãe, que aliás, nem mesmo ela eu permito que e entre na minha vida assim. Comigo é assim, se não vai resolver, então não se mete, e o meu problema apenas eu sou capaz de resolver.

- Filha, você chegou? - fecho meus olhos e levo a mão ao meio da testa, tentando encontrar a calma que se perdeu a tantos anos atrás. O que mamãe está fazendo em casa uma hora dessas?

- A senhora não deveria estar costurando com a Marilene? - ela se surpreende com minha rispidez.

Hoje definitivamente não é a merda de um bom dia.

- Eu estava preocupada com você. - diz ofendida.

- Eu tenho vinte e dois anos, mamãe, já foi o tempo que a senhora precisava se preocupar comigo.

- Eu sempre vou me preocupar com você. Safira. - fala carinhosamente. - principalmente agora.

- Como assim, principalmente agora?

- Filha. - torce as mãos em um sinal de nervosismo.

- Que foi?

- Safira, você está diferente filha, mais nervosa, parece com medo, o que está acontecendo? - era só o que me faltava.

- As provas estão chegando mamãe, como a senhora queria que eu estivesse? Deixe de preocupação sem necessidade. - falo e vou para meu quarto, sem dar a oportunidade dela continuar com esse blá blá blá.

Ela tem razão, a dias estou achando o Sílvio estranho, e isso me deixa desconfortável. Odeio que as coisas saem do meu controle. Mamãe não sabe do Sílvio, não pode nem sonhar, ela acredita que eu ganhei a bolsa para faculdade, não faz ideia de como eu a pago. Não deixo ela saber a verdade, ela ficaria muito decepcionada, e mamãe é a única pessoa que eu não desejo decepcionar, muito pelo contrário, meu maior sonho sempre foi me tornar uma arquiteta incrível, e tirar ela desse lugarzinho chinfrim ao qual moramos.

Ela sempre me repreende quando falo isso, que eu tenho que me orgulhar das minhas raízes, minha caminhada, valorizar o que temos para valorizar mais ainda o que teremos, papo de pobre conformado, sem espírito de crescimento. Nunca que vou me acostumar com esse lugar, na verdade, tudo o que eu mais sonho é em esquecer, tanto o bairro, quanto os moradores dele.

- Safira. - ela bate na porta depois de um tempo. - estou indo para a Marilene. - suspiro em alívio, nada melhor do que ficar sozinha para esfriar a cabeça.

- Bom trabalho. - falo e a ouço fechar a porta.

Jogo-me sobre a cama e fico encarando o teto, pensando em como as coisas estão indo, Sílvio definitivamente está muito estranho, no início eu supus que fosse apenas coisa da minha cabeça, mas aquela situação de hoje não condiz com nossa relação.

- Que merda. - bato no colchão.

Fico mais alguns minutos pensando em como as coisas estão indo, e depois decido ir dormir, passei a noite toda acordada e minha energia se esvaiu com tudo.

Acordo com batidas incessantes na porta, olho no relógio e já são cinco e trinta da tarde, dormi demais. Minha barriga ronca, estou com fome.

- José Luiz. - falo ao deparar-me com o filho da Marilene na minha porta.

- Oi! Sa. - cumprimenta passando os olhos por meu corpo. Antes de dormir eu vesti uma camisola um pouco transparente, e acordei tão desnorteada que nem lembrei disso.

- O que você quer? - questiono, meu mau-humor já voltando.

- É assim que você atende as pessoas que batem na sua porta? - sinto o ciúme e fico ainda mais irritada, ele não tem que se meter na minha vida, ninguém tem. Será que é tão difícil de entender isso?

- Não é da sua conta, que eu saiba a gente não tem nada.

- Porque você prefere qualquer um que tenha mais dinheiro, do que eu.

- Ainda bem que você sabe disso. - ele me olha tristemente e meu coração se aperta um pouco, José Luiz é o único cara que eu já gostei de verdade, mas infelizmente é pobre, e de pobre na minha vida já basta eu e minha mãe. Até cogitei a ideia de firmar um compromisso com ele e o trair, mas apesar de tudo ele é a única pessoa além de minha mãe e Manuela que eu não quero magoar, não mais do que já magoei.

- Eu só vim te entregar isso. - joga uma caixa nos meus braços.

- Que diabos é isso?

- Os retalhos que sua mãe me pediu para comprar.

- Porque você não deixou na sua mãe.

- Porque dona Lia pediu para trazer para cá. - rolo os olhos e vou para a mesinha, coloco a caixa em cima. Mamãe sempre gosta de encher a sala com bagunça, por mais que eu brigue ela acaba trazendo esse monte de porcarias para cá, toda vez que questiono ela fala sobre ser o trabalho dela, de onde vem o sustento da casa e blá blá blá. Não vejo a hora de me formar e mudar isso.

Ouço a porta se fechando e lembro que José Luiz ainda está aqui.

- Pensei que já tivesse ido embora. - falo sem me virar.

- Mas eu acabei de chegar, bonequinha. - sorrio e me viro, para vê Ricardo vindo em minha direção.

- Já acabou o passeio com a tua namoradinha? - pergunto enlaçando meus braços em seu pescoço.

- Ela passou o dia tristonha, você vai me pagar por ter me feito passar pelo dia mais tedioso da minha vida. - esfrega seu membro duro no meu ventre.

- Eu pago com prazer, meu gostoso. - mordo o lóbulo de sua orelha.

- Hummm. - geme e desce a mão por minha camisola, aperta os meus seios e morde o meu pescoço. Solto um gemido rouco em seu ouvido e ele fica ainda mais animado, toma a minha boca em um beijo gostoso, o tesão nos tomando completamente. Ricardo pode sim ser um filho da puta, na verdade, nós dois somos, e é por isso que nos damos tão bem.

- Você está gostoso para caralho. - puxo sua gravata. - que look lindo para sair com uma sem graça feito a Manu. - ele ri contra os meus lábios.

- Esse look foi pensado especialmente em você, bonequinha. - afasta minha calcinha e introduz um dedo na minha boceta molhada. - você já está pronta. - sinto um segundo dedo me abrindo.

- Eu sempre estou pronta para você, gostoso. - sussurro em seu ouvido.

Levo minhas mãos em sua calça e abro o seu zíper, abaixo a cueca e seu pau salta na minha mão, duro como uma rocha. Ele não tem o pau maior que eu já vi, mas sabe usá-lo muito bem, e eu sou gamada em homens que sabem foder. Pena que Manuela só gosta de papai e mamãe, se ela soubesse como o macho dela é devasso em uma cama, ela seria outra mulher.

Masturbo ele com maestria, meus movimentos de vaivém são rápidos e precisos, nos beijamos e nos masturbamos feito loucos, logo sinto meu orgasmo vindo e pela reação dele, sei que também está perto. Mais alguns segundos e nós dois urramos juntos, em um orgasmo gostoso. Minhas pernas enfraquecem e ele me segura, alcança a minha boca e a toma para si, movimenta seus dedos em minha boceta e já sinto que estou pronta mais uma vez.

- Gostosa para caralho. - sorrio com o comentário.

- Me chupa gostoso, quero sentir sua boca me fodendo lá embaixo, daquele jeito que você sabe que eu gosto.

- Seu pedido é uma ordem, bonequinha. - lambe meu pescoço e vai descendo, suas mãos sobre a minha camisola me enlouquece ainda mais. Levanto uma perna e coloco no sofá, a outra fica firme no chão e Ricardo se ajoelha olhando minha boceta com cobiça.

- Me chupa logo, porra. - falo impaciente e ele abocanha minha boceta, me fazendo gemer alto, sua língua é frenética no meu ponto sensível, ele leva uma mão na minha bunda e aperta, da um tapa e massageia o lugar, gemo cada vez mais alto, não importando que vizinhos escute, que se fodam esse bando de idiotas. Ricardo mordisca meus lábios vaginais e me sinto pulsando, o orgasmo está próximo, levo minhas mãos no seu cabelo e choramingo sentindo meu orgasmo se aproximando.

- Isso, está muito gostoso. - falo e sinto mais um tapa na minha bunda.

- MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI. - Ricardo me larga, e diante o movimento e o susto, eu caio de bunda no chão.

                         

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