Meu CEO é um mafioso
img img Meu CEO é um mafioso img Capítulo 5 ETTORE
5
Capítulo 6 Violleta img
Capítulo 7 ETTORE img
Capítulo 8 Violleta img
Capítulo 9 Violleta img
Capítulo 10 ETTORE img
Capítulo 11 Violleta img
Capítulo 12 ETTORE FERRARI img
Capítulo 13 Stefano img
Capítulo 14 Violleta img
Capítulo 15 Violleta img
Capítulo 16 Violleta img
Capítulo 17 Violleta img
Capítulo 18 ETTORE FERRARI img
Capítulo 19 ETTORE img
Capítulo 20 Violleta img
Capítulo 21 ETTORE img
Capítulo 22 Violleta img
Capítulo 23 ETTORE img
Capítulo 24 ETTORE img
Capítulo 25 Violleta img
Capítulo 26 ETTORE img
Capítulo 27 EPÍLOGO img
img
  /  1
img

Capítulo 5 ETTORE

CAPÍTULO 5

ETTORE FERRARI

Quando pude contemplá-la descendo as escadas, eu percebi que realmente havia feito uma excelente escolha. Violleta seria totalmente minha, sem restrições, viveria nesse mundo obscuro que a máfia carrega, e principalmente na escuridão que habita em mim e logo me daria um herdeiro forte com olhos tão ferozes quanto os dela.

Mas, claro que não deixaria de falar alguma gracinha e não menti quando disse que antes de qualquer coisa, não pensaria duas vezes em vê-la diluída em um barril de ácido. Todavia percebi essa noite que jamais permitiria que Violleta saísse do meu poder. Ela pensava que eu já havia sido casado, criou uma história obscura na própria mente em que sou um assassino de esposas, pensei que era um bom jeito de começar a assustá-la e a própria já me dava boas ideias de como fazer isso. Eu quis rir quando ela disse aquilo. Nenhuma mulher estava à altura de ser minha esposa, muito mais ter o sepultamento digno de um barril de ácido. Era menos pior que o que fazíamos com nossos adversários.

Depois do jantar saí para resolver alguns assuntos da organização, alguns irlandeses vêm há algum tempo, querendo recuperar suas terras perdidas, todos sabem que não costumo devolver nada que esteja em minhas mãos, os que tentam saem sempre com as mãos abanando ou em sacos plásticos dependendo do meu humor.

Resolvidas as pendências com muita rapidez, vou para o clube. Não há "clientes" por lá esta noite, portanto tenho alguma privacidade com Rebecca numa das camas, e ela me diz, ronronando:

- Por que você preferiu outra, ao invés de mim? - Rebecca pergunta manhosa.

- Por que você, querida Rebecca, só me serve quando está com meu cacete inteiro atolado na sua boceta, não para ter um herdeiro.

- Por que? Porque sou uma mera puta do seu clube? - Levanto e pego minha blusa novamente, que há poucos minutos tinha tirado. - Onde você pensar que vai, Ettore?

- Não estou com paciência para suas frescuras, apenas não corto sua língua e jogo para os cachorros, pois ela me serve bem.

- Não vá, me desculpe, prometo me calar!

Rebecca segura meu braço, me impedindo de sair. Rapidamente se abaixa abrindo meu zíper, meu pau pula para fora já duro, sem demora Rebecca põe tudo na boca, mas não vou deixar barato essa sua afronta, seria melhor ela ter me deixado ir embora. Seguro firme em seus cabelos colocando mais pressão nos meus movimentos de vai e vem, até sentir meu pau indo fundo na sua garganta. Sua saliva escorre pelos cantos de sua boca descendo molhando seus seios fartos. Rebecca sabe que fora das portas do clube ela não é ninguém.

Continuo com os meus movimentos, socando com força, fodendo com sua boca. Suas bochechas estão vermelhas, e com certeza, doloridas. Paro os movimentos deixando meu cacete atolado no fundo de sua garganta, deixando-a sem fôlego, ela tentar tirar, mas eu seguro com mais força impedindo-a de se mexer, faço novamente os movimentos de vai e vem até sentir meu pau latejar, estoco mais fundo e rápido, jorrando minha porra na sua garganta, quando saí a última gota eu fecho meu zíper.

- Espero que tenha gostado.

Antes de sair do clube, passo em minha sala. Não acendo as luzes, pois não pretendo demorar. Ligo as câmeras de segurança procurando por Violleta, mas não vejo sinal dela, olho as imagens dos outros compartimentos, também sem sucesso, só me resta olhar nos fundos da casa, e bingo! Lá está Violleta, em uma tentativa tola de pular o muro, meu soldado agarra seu braço, impedindo-a, ele tira seu celular do bolso enquanto Violleta esperneia. A cena toda me diverte, e me vejo externando um riso por trás da garganta. Tinha certeza de que ela tentaria alguma coisa, mas não que fosse tão burra a ponto de tentar pular um muro com dezenas de soldati patrulhando-o.

Desço de volta para o carro vestindo o paletó e digo ao motorista:

- Vamos mudar a rota. Vamos para a sede da máfia!

Faço uma breve ligação para o chefe de segurança da casa e o instruo a levar Violleta para lá também. Está na hora de mostrar a ela como as coisas funcionam. Porra de mulher. Ao menos eu teria um bom motivo para assustá-la mais um pouquinho.

***

Assim que chego na sede, Pietro já está com sua típica cara de bunda.

- Você não pensou mesmo que ela não fosse tentar fugir, pensou? Dê uma chance para a menina!

- Você sabe que não tem essa de "chance", não se preocupe, não vou matá-la, pelo menos ainda não! Ainda tenho que socar um filho nela antes que não tenha utilidade.

- Per Dio, Ettore, a garota não fez nada além do esperado! - justificou meu irmão.

- Não seja mulherzinha, porra! Comporte-se como homem, Pietro! Quando tiver uma mulher vai deixar ela pisar nas suas bolas assim, caralho?

Entro na sala de "cirurgia", de cara já vejo Violleta em pânico quando me vê passando pela a porta. Ela está sentada em uma cadeira com suas mãos e pés amarrados, seus olhos azuis, agora escurecidos pelo medo, estão grudados em mim. Confesso que o medo que evapora de seus poros me dá tesão e adrenalina para o que vem acontecer logo em seguida.

Pego uma cadeira e me sento em sua frente.

- Você acabou com minha diversão, sabia? É sério que você estava tentando fugir? - Dou uma gargalhada, lembrando da cena patética que vi. Paro de rir agarrando seu cabelo. - O que foi que eu disse? - Não obtenho resposta então puxo com mais força. - Fala, porra!

- Para não tentar fazer nada...

- E você fez totalmente o contrário. Agora estou aqui para ensinar você o que acontece quando me desobedecem!

- Por favor. Eu prometo não fazer mais, não me machuque! - Ela implora pedindo clemência, mas isso não funciona comigo.

- Eu acho que não, ragazza... você tem que aprender a ter bons modos, e só assim você aprenderá!

Saio de perto para ir até minha mesa onde se encontra as ferramentas de tortura, logo vejo o que procuro, nada menos que um alicate. Vou até meu soldado, e falo, baixo:

- Quero que você saia, e avise a Pietro que me espere na sala de reuniões, também não quero que ninguém me interrompa!

- Claro, chefe!

Dobro as mangas da minha blusa caminhando em direção a Violleta com o alicate em mãos. Por que ela fez isso? Eu não queria machucá-la, não da forma que estou prestes a fazer. Ela está com uma camiseta branca, eu chego mais perto e a rasgo bem no meio. Ela fica apenas com seu sutiã de renda da mesma cor. Ela não está usando nenhuma das roupas que comprei. Garota orgulhosa...

- Não! Por favor, não!

Sem respondê-la, rasgo também seu sutiã, ela dá um pulo de susto, e eu contemplo seus seios pulando devido ao seu susto. Encaro-os por mais alguns segundos, eles são tão durinhos e pequenos que chego a salivar para prová-los. Seus mamilos rosados estão rígidos por conta do frio. Rebecca era gostosa, mas não chegava nem perto do que Violleta vinha causando em mim, mas eu não queria trepar com ela até colocar uma aliança em seu dedo. Não queria engravidá-la e depois mudar de ideia, pois nunca mataria um filho meu, sangue do meu sangue independente de que boceta veio.

- Ettore, não faça...

Não deixo que termine, aperto o bico do seu seio com o alicate, e logo suas lágrimas descem com força enquanto ela se contorce de dor. Logo em seguido faço a mesma coisa, com o outro seio.

- Seu desgraçado! - Ela grita, chorando e, devo confessar, aquilo me causa um certo prazer, e eu falo ironicamente:

- Olha os modos! - Aperto com mais força, e vejo o sangue escorrer do mamilo, saio de perto para devolver o alicate para seu lugar de antes. - Você escolheu do jeito mais difícil, ragazza, hoje você vai sair daqui marcada, sabendo exatamente a quem pertence! Sabendo que não escapará nunca do seu futuro marido.

Pego o marcador de ferro, com as iniciais "EF", que mandei fazer há algum tempo para marcar "mensageiros", vou até a lareira e coloco o ferro sobre o fogo, deixando esquentar o bastante para fazer o que tenho em mente.

- Por que você está fazendo isso comigo? Eu nunca lhe fiz nada!

- A partir do momento que você me desobedeceu, já estava fazendo algo, então, ao invés de estar fazendo outras coisas, estou aqui disciplinando você!

- Dio mio, perché? Por que? - balbuciava ela baixinho. Seu belo rosto estava arruinado pelas lágrimas.

- Ouça, querida, vou lhe contar um segredo: Ninguém sai da 'Ndrangheta vivo para contar histórias, e você certamente não será a primeira a conseguir.

Afasto-me indo pegar minhas luvas, depois vou até a lareira e pego o ferro quente. Viro na direção de Violleta e ela me olha com espanto, implorando:

- Per Dio, e tudo que é mais sagrado, não faça isso comigo, eu não sou um animal! - As lágrimas molham mais seu rosto pálido.

- Acho que depois de hoje, você vai entender como as coisas funcionam por aqui.

Vou para trás de sua cadeira e agarro novamente seus cabelos, forçando sua cabeça contra a mesa e expondo sua nuca. Mirando o ferro quente na pele de aspecto macio, Violleta solta um grito estridente quando o calor a marca, não demora muito para que eu sinta o cheiro de carne queimada no ar. Tiro o ferro vendo meu selo em carne viva, percebo seu corpo amolecendo sobre a mesa, provavelmente desmaiando.

Desamarro as cordas, vestindo-a com minha camisa social, pego-a nos braços e a levo para o carro que estava estacionado, já à espera, e logo Pietro aparece à minha frente.

- O que você fez?

- O que sei fazer melhor. Para casa, agora.

Entro no carro com Violleta nos braços, Pietro vai na frente com o motorista, olho para ela que ainda se mantém inconsciente, sua testa brilha com o seu suor, minha blusa está banhada com o sangue que sai de seus ferimentos. Não queria que fosse assim, mas ela pediu por isso. E se ela não aceitasse seu destino de uma vez como uma Ferrari, eu poderia sempre fazer pior.

***

Chego em casa passando direto para o quarto, com mi madre atrás me acompanhando. Assim que entro, coloco Violleta em cima da cama.

- Quando ela acordar, dê os cuidados necessários!

- Você não acha que pegou pesado com a pobre moça, querido? - Mammà diz aflita.

- Não, poderia ter feito muito pior. Agora me dê licença, preciso falar com Pietro no escritório, como disse antes, fique aqui para que quando Violleta acordar, você possa cuidar de seus ferimentos.

Desço as escadas indo para o escritório, quando entro Pietro está segurando um copo com whisky, vou para trás de minha mesa e pego um pouco da bebida para mim também, e um charuto para acompanhar. Preciso relaxar. Todo o serviço de Rebecca se foi com aquela encheção de saco.

- Quero que fique na cola de Violleta, não quero que ela fique me dando trabalho!

- Não quero ser babá de ninguém, Ettore. Por que você não contrata alguém para isso? Você tem tantos soldados! - Ele retruca irritado.

- Não seja imbecil, Pietro, você só vai ficar de olho até que eu encontre alguém para se encarregar desse serviço, o casamento vai ser na próxima semana e tenho muitas coisas para resolver, não posso ficar vigiando uma noiva fujona - digo enquanto trago meu charuto.

Pietro apenas solta o ar aborrecido. Sei que ele tem mais o que fazer, mas não posso confiar em outra pessoa para cuidar dela. Coisas dessa importância só podem ficar a cargo da família.

- Vou interrogar o soldado russo mais uma vez amanhã, tenho certeza que quando me ver, vai falar sem parar. Violleta me deixou inspirado hoje.

***

VIOLLETA.

Abro meus olhos lentamente, me levanto e fico sentada na cama, minha cabeça lateja com o movimento precipitado, sinto uma forte ardência na minha nuca. Meus seios doem e quando abro a blusa vejo que estão enfaixados. As lágrimas descem com as lembranças que vêm de uma vez só do que tinha acontecido horas atrás, aquele monstro me marcou como um animal, sem se importar com minha dor ou mesmo minha fragilidade.

Na minha cabeça tudo iria sair na mais perfeita condição, todos estavam em seus devidos quartos, só precisava conseguir pular aquele muro, mas sou baixa demais. Não sei onde estava com a cabeça, nunca conseguiria fazer aquilo, aquele muro é para manter quem está fora longe, e quem está dentro seguro, mas eu precisava tentar alguma coisa para sair desse pesadelo. Errei drasticamente e agora sentia as consequências disso. Daria tudo para não ter saído daquele orfanato, tudo!

Esqueço minhas lamentações quando vejo Sandra sair do banheiro.

- Eu sinto muito, querida. - Ela se adianta em dizer.

- Isso aconteceu com você também? - pergunto com amargura.

- Aconteceram mais coisas do que você pode imaginar - responde com o olhar baixo.

- Eu preciso sair daqui, não posso viver essa vida. Não vou suportar - exponho meus pensamentos tentando não chorar.

A mulher vem ao meu encontro e senta-se ao meu lado, com cuidado ela me envolve em seus braços, e encosta minha cabeça em seu peito, não falamos nenhuma palavra apenas choramos juntas, e depois de algum tempo ela me olha e diz, triste:

- Por favor, tente aceitar os fatos. Ettore nunca permitirá que você saia desta casa, não faça mais esse tipo de coisa, ele não vai lhe poupar de qualquer tortura, e quando se cansar, te matará antes que possa perceber! - Estremeço com seu alerta.

- Talvez, com sua ajuda, eu consiga sair desse inferno, por favor me ajude, eu não quero passar mais por isso, eu não amo seu filho e nunca vou amá-lo, muito menos quero ter um filho dele! - Digo entre lágrimas e soluços.

- Não posso, figlia. Demorei décadas para assegurar que Domenico confiasse em mim, não posso colocar isso em dúvida - explica. - Embora eu seja uma matriarca, tenha filhos com ele, a máfia não perdoa. Ainda posso ser executava no momento em que acharem adequado.

Céus ele teria coragem de fazer isso com sua própria mãe? Meu Deus, estou perdida mesmo, será possível que terei que viver essa vida de merda até o fim dos meus dias?

- Você não entendeu ainda? Violleta, querida, você jamais conseguirá sair viva por esses portões, não tente mais uma burrice dessa, pelo seu próprio bem!

- O que será de mim agora?

- Você vai ver com o tempo, que tudo isso vai se atenuar - disse com voz calma. - Em algum tempo entenderá como tudo isso funciona e vai inventar uma história para si mesma que a ajude a viver aqui. Foi o que eu fiz.

- Você já tentou? - pergunto. Eu não poderia acreditar que ela havia passado tanto tempo ali sem tentar escapar ao menos uma vez. Sandra assentiu com a cabeça. - E o que fizeram com a senhora?

Ela se levanta e ergue as saias até o alto da coxa, na parte interna bem próxima à sua intimidade havia marcado, não a fogo, mas à faca, as iniciais "D.F." Lembrando-me da conduta calma e silenciosa de Domenico, eu mal podia sequer pensar que ele tivesse sido capaz de fazer algo assim. As aparências me enganaram.

- Nós, mulheres Ferrari, precisamos nos ajudar e nos defender. Por isso eu lhe peço, criança, não repita isso. - Sua expressão está preocupada. - Agora venha, eu lhe preparei um banho para quando acordasse.

Sandra me ajuda se levantar, me leva até o banheiro para tomar o banho, e enquanto me banhava ela foi pegar alguns medicamentos para a cicatrização do ferimento. Quando a água bate em cima da ferida sinto uma dor excruciante e não consigo prender o choro. Então é isso, meu destino está selado e marcado a ferro na minha pele. Não há como escapar, não há futuro além de ser a escrava de um mafioso insano...

Quando termino, recebo a ajuda de Sandra, pelo menos existem pessoas boas nesse inferno.

- Ai! Meu Deus, isso dói muito! - digo quando sinto algo líquido escorrer pelo meu pescoço.

- Perdono, mas preciso lavar o ferimento antes de pôr a pomada e a gaze!

- Está muito dolorido!

- Eu sei, querida. Em alguns dias será como se nunca tivesse acontecido, agora você precisa dormir e descansar! - fala, terminado de fechar o curativo, para logo depois guardar as coisas na gaveta de uma cômoda que tem no quarto.

- Tente descansar um pouco, ragazza. amanhã vamos conversar um pouco mais, buona notte!

- Obrigada...

Assim que Sandra sai, as lágrimas mais uma vez caem, molhando meu rosto e deixando um rastro de desespero no caminho. Não admito passar por esse sofrimento, mas também não posso fazer mais nada, e sem ajuda não vou conseguir me livrar de Ettore.

Depois de horas rolando de um lado para outro na cama, finalmente consigo dormir. Ao menos aquele monstro não está dormindo comigo, pois não sei se um dia poderei ter um sono tranquilo com ele ao meu lado.

***

Acordo com batidas na porta, fico esperando, mas não ouço mais nada então acho que a pessoa pode ter ido embora. Devagar, estico minhas pernas, e meus braços para me espreguiçar e me levanto indo para o banheiro, tomo meu banho com cuidado, para não molhar minha nuca. Quando saio levo um susto ao ver Sandra sentada na cama.

- Mi scusi se a assustei, eu vim refazer o curativo!

- Eu que estava distraída.

Depois que Sandra refaz meu curativo descemos juntas para tomar o café da manhã, quando chego na cozinha todos estão sentados nos seus devidos lugares, assim que me sento Ettore se levanta.

- Quando terminar vá ao meu escritório! - Diz, me olhando, depois se vira para o irmão e diz: - Mostre a ela onde fica, Pietro!

Ele apenas assente, não parece nada feliz e não é o único.

Fico apreensiva, porém, tentando não demonstrar isso, continuo a tomar meu café em silêncio, sem me importar com os olhares que o pai de Ettore me lança. Ele até agora não me dirigiu uma única palavra, talvez o velho não goste de mim, e não faço questão que goste depois do que Sandra me mostrou. É tão demoníaco quanto o resto deles.

Assim que termino a refeição, sigo Pietro pelos corredores largos e suntuosos. O homem ao meu lado parece uma versão "suavizada" de Ettore, preservando os traços, porém com uma atmosfera muito mais aprazível e com potencial para ser agradável e simpática. Pergunto-me se todos eles são assim, dissimulados.

- Violleta, seja o que for que Ettore queira falar com você não o responda, nem o contrarie, ainda que seja algo que você não concorde, entendido? - São as primeiras palavras que Pietro me diz, e é exatamente pedindo para não contrariar seu irmão todo poderoso.

- Entendi, ainda quero manter a refeição dentro do meu corpo - comento. Ao menos Pietro não poderia tocar em mim ou me machucar.

Ele abre a porta do escritório para que eu possa entrar e volta dali, fechando a porta atrás de mim. Ettore está sentado em sua cadeira com seu ar autoritário, olho para seu terno que está quase estourando de tão apertado agarrado aos seus músculos. Ele poderia me quebrar ao meio se quisesse e isso me assusta muito.

- Sente-se, e não precisa ficar babando assim ragazza, logo meu corpo será todo seu. Prometo fazer o meu papel na cama como homem. Fora dela, sou um livre para comer a boceta que desejar.

Sinto nojo de suas palavras, e quero dizer-lhe que nunca tocará em meus corpo, não dá forma que pensa, mas faço como Pietro disse, fico calada sem dizer nada, vou até a cadeira que tem em frente à sua mesa, e me sento.

- Não quero que aconteça novamente o que aconteceu ontem. Você não terá outra chance, Violleta, não vou ter compaixão de você. Para mim, homem e mulher têm o mesmo valor, mesmo sendo de minha própria família, então é melhor andar nos eixos, você é muito bella para ser descartada assim! - Continuo muda, apenas deixando as lágrimas caírem sem conseguir segurar. - Hoje você vai, juntamente com mammà e Bianca, resolver alguns assuntos do casamento, essas coisas que vocês mulheres gostam de fazer.

Até gostaria, se fosse em outras circunstâncias, mas fazer isso vai ser como organizar meu próprio funeral.

- Pietro vai estar na sua cola, até que eu possa arrumar alguém de confiança para ser seu segurança particular.

Ele faz a volta na mesa ficando na minha frente, põe uma mão de cada lado da cadeira ficando bem próximo do meu rosto.

- Qual é o seu problema, o gato comeu sua língua? Onde está aquela Violleta boca dura, hum? Não pense que estou achando ruim, pois não estou. Você tem que entender que tudo funciona como eu quero, pense bem no que eu disse hoje, você não quer estar morta antes que possa se casar não é mesmo? Responde, porra!

Assusto-me com seu grito repentino, e deixo escapar os soluços enquanto no seu rosto, vejo transparecer todo seu divertimento.

- Não! - Respondo, sentindo o nó em minha garganta.

- Ótimo, melhor assim. Já terminei, agora saía!

Sem que ele tenha que repetir, eu me levanto e saio às pressas, não quero ter de ficar nem mais um segundo perto desse louco. Sandra me encontra no meio do caminho para o meu quarto e me leva até um jardim onde tem inúmeras roseiras nas quais apenas ela põe a mão.

- Conte-me mais sobre o que fizeram com você - peço. Se eu ao menos entender como a cabeça de Ettore funciona, posso antecipar seus movimentos. Quem sabe formar um plano que seja bom para mim...

- Ah, filha, eu já passei por tantas coisas, lutei tanto para que isso não tivesse que acontecer, para que Ettore não se tornasse pior que o próprio pai, mas as mulheres na máfia, não têm voz. Nem todos nascem monstros, para que tenham seu lugar na máfia há uma preparação, e é aí que tudo muda! - Prefiro ficar calada apenas ouvindo o que ela diz, e ela continua: - Domenico nunca foi um homem amoroso, ou algo do tipo, pois nesse mundo não existe esse tipo de coisa. Foram inúmeras agressões, inclusive uma no dia do nosso casamento. Também me recusei a me casar e então ele veio até meu quarto para "conversarmos". Quando ele terminou nossa conversa, foi necessário refazer toda a minha maquiagem, mas, acredite hoje em dia vivo no paraíso, pois finalmente consegui conquistar meu marido, e o principal, consegui superar tudo que já passei, Violleta, por isso digo que você vai conseguir!

Aquilo era completamente absurdo! Amar um homem que fez algo tão horrível quanto estuprá-la? Não eu não conseguirei, não vou suportar essa vida. Ettore acabará comigo, seja com torturas ou matando minha alma aos poucos.

***

Passei o restante do dia cuidando dos preparativos do casamento, apenas olhando e concordando com Sandra e Bianca, que estavam eufóricas com os detalhes. Eu, sinceramente não conseguia pensar em nada a não ser no arrependimento que sinto quando me lembro que assinei sem ler aqueles documentos. Agora não adianta mais tentar ir contra Ettore Ferrari, pois ele tem o poder, e a força que eu não tenho. Não sou capaz de declarar guerra a ele, pois sairia destruída, machucada, senão morta, e se pretendo sair dessa prisão com vida tenho que ser cautelosa com Ettore e ganhar sua confiança, e quando ele estiver nas minhas mãos, vou acabar com sua vida, assim como ele fez com a minha.

                         

COPYRIGHT(©) 2022