O noivo da mãe
img img O noivo da mãe img Capítulo 2 Depois daquela noite
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Capítulo 6 Perdendo o controle img
Capítulo 7 Uma amizade suspeita img
Capítulo 8 Um plano perfeito img
Capítulo 9 Te odeio filha! img
Capítulo 10 Uma derrota img
Capítulo 11 Uma revelação traumática img
Capítulo 12 Enfim, a confissão img
Capítulo 13 Bolando um plano img
Capítulo 14 Salvando um amigo img
Capítulo 15 Mudança de plano img
Capítulo 16 Uma descoberta de Marlene img
Capítulo 17 Quem matou Marlene Costa img
Capítulo 18 Um amor platônico img
Capítulo 19 Quem matou Marlene Parte 2 img
Capítulo 20 Novas descobertas img
Capítulo 21 Uma noticia inesperada img
Capítulo 22 Eu não matei Marlene! img
Capítulo 23 Grandes revelações img
Capítulo 24 Uma pista img
Capítulo 25 Correndo contra o tempo img
Capítulo 26 Um confronto, uma nova descoberta img
Capítulo 27 Uma confissão img
Capítulo 28 Caso encerrado img
Capítulo 29 Culpada ou inocente img
Capítulo 30 Final: A vingança inesperada img
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Capítulo 2 Depois daquela noite

Oscar não podia acreditar!

Adorou ter aceitado ficar no lugar de seu amigo de faculdade. Eles haviam apostado que ele nunca suportaria uma noite trabalhando como motorista de aplicativo, afinal um cara que era um dos melhores advogado do país, filho de uma tradicional família de advogados, jamais aceitaria aquele trabalho.

Juan teria que passar a noite no hospital com sua esposa, que acabara de ganhar o quarto bebê do casal e eles haviam rido imaginando Oscar como motorista. O amigo havia falado que ele nunca aceitaria ou aguentaria a função. E ele acabou aceitando para ganhar a aposta e ajuda.

Ele sabia que suportaria. E talvez até fosse divertido. Tudo para não ir a uma determinada festa!

Ele olhou para fora da janela vendo o movimento. Pessoas de todo tipo indo e vindo. Ser motorista era até mais tranquilo que ser advogado. Então ele estava tirando de letra e podia dizer que estava até se divertindo.

Naquela noite conhecera bastantes pessoas bacanas e estava voltando quando recebeu uma mensagem de nova corrida.

Quando a viu parada na portaria de seu prédio, com aquele vestido provocante, ele soube que estava atraído por ela e que em outra ocasião a chamaria para sair.

Ele a achou atraente, certo, mas nunca poderia imaginar que faria amor ali com ela.

Ele sempre teve sorte com as mulheres, mas jamais quis que as coisas tivessem tomado aquele rumo.

Mentiroso! Gritou sua consciência.

É claro que queria. Ela era maravilhosa. Olhou discretamente para aquelas pernas, lembrando que estivera ali no meio alguns minutos atrás. Que provara seu sabor e que a virá gozar feita louca em seus braços. E ele havia adorado todos os instantes com ela.

Droga! Engoliu em seco sentindo aquele fogo subindo por sua pele.

Mas o pior: Ele reconhecera o endereço que ela havia dado.

Era o mesmo que de Marlene. Sua noiva!

Ele sentiu o corpo enrijecer e um temor tomou conta de si.

Poderia ser apenas uma coincidência? Ou ela estava indo para a mesma festa?

Queria perguntar, mas como? Ela não entenderia nada e ele teria que explicar demais. Coisas que ele não desejava.

Ele estava comprometido, pelo menos até que aquela farsa terminasse, ele não poderia se envolver com ninguém. Ele saia furtivamente com algumas garotas, mas sem nenhum envolvimento, mas aquela era inesquecível!

Ele olhou sorrateiramente para a mulher ao lado e concluiu que ela era muito parecida com Marlene.

Como ele não se atentou para aquilo?

Seria ela alguma parenta?

Ele encostou o carro.

Sua garganta estava seca.

Ele estava nervoso.

Viu que ela abria a bolsa para pagá-lo e ele odiou aquilo, sabia que ela sairia daquele carro e depois de sua vida. E que possivelmente eles nunca mais se veriam.

Ele queria levá-la para jantar em algum restaurante e depois terminar a noite com ela.

Mas ele não podia!

Lembrou de Marlene sua noiva, a mulher que praticamente o comprara e exigira que ele assinasse aquele contrato ridículo. Ele aceitou. Afinal a vida se sua família dependia dele. E ele não perderia os escritórios que sempre pertencera a sua família, por causa de uma irresponsabilidade de seu pai. Por causa de uma traição.

- Hei... Não quer o dinheiro? – Ela estendia o dinheiro para ele com um sorriso no rosto. Um sorriso tímido, mas cheio de insinuação. Ela ali, estendendo aquela grana, parecia uma garota de programa que havia lhe proporcionado uma noite de incrível prazer.

Aquilo estava ficando cada vez pior, concluiu ele pegando o dinheiro rapidamente, antes que fosse traído pela atração avassaladora e a agarrasse ali mesmo: No mesmo condomínio que a noiva morava. Seria ela alguma amiga ou parenta?

- Tudo bem – Disse ela colocando a mão em sua coxa. Ele não esperava por aquilo e seu corpo traiçoeiro o traiu. Ele sem jeito retirou sua mão, mas, era tarde demais, ela também havia percebido o quanto ele estava excitado.

Incrível! Com um simples toque.

Ele sempre mantinha as rédeas nos relacionamentos, nas transas, mas com ela estava perdido. Aquela mulher conseguia fazer seu corpo derreter com um simples toque.

Ela era... Procurava palavras para descrevê-la: Deslumbrante!

E Deus, como ele a queria!

Seus olhares se encontraram. Ela com certeza sentindo o mesmo que ele.

- Eu tenho seu cartão, posso chamá-lo se precisar de você?

- Bom, na verdade, esse carro é de meu amigo... Sim, ele poderá ajudá-la com certeza. Estou encerrando a noite aqui.

Ele esperava que ela entendesse o duplo sentido daquela frase.

Ela pareceu entender, pois fechou a cara e retirou o sinto de segurança. E ele sem saber se ficou triste ou aliviado.

Fabiane sentiu um ciúme da possível mulher que ele tinha. Só a existência de uma mulher faria com que um homem ficasse cheio de remoço.

Pois era isso que ele estava sentindo.

Ela sabia.

Mas o que havia acontecido entre eles fora algo muito forte.

Algo além do entendimento dela.

Eles não teriam conseguido fugir aquela atração que os pegou ferozmente. Ele também havia sentido!

Ela queria ser a mulher que o esperava em casa!

Tonta. Saiu do carro.

Sabia que não poderia mais vê-lo.

Sabia que o que havia acontecido fugiu do controle dos dois.

Eles eram adultos. E com certeza ele esqueceria aquela cena, afinal um homem lindo daquele poderia ter qualquer mulher que desejasse.

Ela se despediu rapidamente e estava se afastando quando teve uma ideia. Já que eles não se veriam mais, qual o problema em dar a ele um presente, queria que ele ficasse com algo dela.

Abriu a bolsa e voltou gritando:

- Hei espere!- Ele estava parado com o carro aguardando que ela entrasse e quando a viu voltando abaixou o vidro do carro surpreso.

O coração pulando no peito, a respiração suspensa.

Ele olhou o que ela havia jogado sobre seu colo e sentindo um calor percorrer todo seu corpo. Ela o olhava com aquele sorriso maroto e cheio de convite. Porem quando ele achou que fosse abrir a porta do carro e a jogar ali dentro e a possuí-la, ela virou e foi a caminho da entrada do condomínio.

Ele ficou ali, olhando aquele traseiro apetitoso e logo depois deu partida no carro, totalmente frustrado.

Oscar estacionou o táxi na garagem do amigo.

Estava suando e nervoso.

As últimas horas haviam sido bastante emocionantes e tensas. E ele não pôde dizer que estava arrependido!

Ele havia dado graças a Deus quando sua passageira misteriosa havia deixado o táxi e ido embora. Mas a bandida havia retornado ao táxi e jogado em seu colo uma calcinha.

A bendita calcinha agora estava no bolso de sua calca, fazendo-o lembrar da noite incrível que tivera com ela. Uma das melhores horas de sua vida.

Mas e se elas tivessem realmente algum parentesco com Marlene Costa?

Marlene nunca havia falado de filhas ou sobrinhas.

A vida daquela mulher era um mistério.

Ele poderia facilmente descobrir. Bastavam algumas perguntas aqui e ali.

Ponderou que ele jamais se interessou por sua vida, sua família, pouca coisa sabia dela. E aquilo não era bom. Seu avô sempre falara da necessidade de se conhecer o inimigo.

A única coisa que ele queria era pagar a dívida da família e depois sumir.

Ele nunca concordaria em casar com ela. Ia levar aquele noivado de mentira até que o último centavo fosse depositado em sua conta e as fotos dela com seu pai estivessem com ele.

Apenas aceitou aquele acordo idiota, pois se não fizesse isso ela mostraria as provas da traição para sua mãe. E sua mãe estava terrivelmente depressiva. Um escândalo daquele a mataria. E ele não queria correr esse risco, afinal nada era mais importante que sua adorada mãe.

Seu pai havia se apaixonado por aquela vigarista e com grandes dívidas também pegou uma quantia considerável com sua nova amante. E deu a ela as escrituras dos escritórios como garantia. Oscar não entendia como o velho Oscar havia caído nisso! Como pôde ter colocado as conquistas da família nas mãos daquela mulher?

Assim que a conhecera ele soube como ela era perigosa.

Uma mulher incrivelmente bela, mas ambiciosa e cruel. Que conseguia tudo que queria.

E ela tinha amigos influentes, que fariam tudo que ela pedisse em troca só Deus sabe de quê.

Assim que conheceu Oscar, havia dito que precisava de um noivo influente para acompanhá-la em eventos e não via ninguém melhor que Oscar Junior. Ela havia perdido o interesse pelo Oscar pai e queria o jovem filho. O promissor advogado. Mas ele não havia caído no jogo de sedução dela. Havia concordado em casar, mas a detestava e a desprezava.

Seu pai havia suplicado que aceitasse. Ele não queria que a esposa soubesse de sua traição, afinal um divórcio milionário estava fora da questão, fora que a fama de bom pai e marido, do respeitado advogado que havia herdado aquele legado de três gerações. Ele estava arruinado e a única chance em rever as escrituras do escritório estava nas mãos do filho. Agora Oscar teria que fazer aquele sacrifício! E odiava o pai por isso!

O idiota dizia que havia caído numa ilusão e que fora apenas uma diversão sem importância.

Pois o divertimento dele havia colocado todos em perigo e ele naquela missão desprezível. Caso eles não conseguissem pagar o valor na data de um ano, teria que casar com ela.

E ficar com Marlene era penoso. Ela era atraente, ele não podia negar, mas jamais conseguiria imaginar tendo com ela o que aconteceu com a estranha.

Em público deveria mostrar-se o noivo apaixonado. Mas sozinhos, ele se mantinha frio e distante.

Nunca tiveram nenhum envolvimento sexual.

Ela havia lhe dito que seria muito divertido e interessante levá-lo para cama. Ele não concordou e desde então apenas cumpre parte do acordo. Naquela noite, por exemplo, ela festejava o seu aniversário. Mas ele não estava com vontade de ficar desfilando com ela na frente de seus convidados, fingindo ser o homem mais feliz da face da terra.

Seu pai dizia que até seria divertido. Costumava falar dos dotes dela na cama. Mas um dia após uma discussão calorosa entre os dois, Oscar havia proibindo-o de falar de seus casos extras conjugais, e que respeitasse pelo menos sua mãe.

Que ele estava naquela situação ridícula graças à irresponsabilidade dele.

Oscar suspirou fundo e saiu do carro.

Deixou a chave no local combinado e foi para seu carro, que ficara estacionado na calçada.

Conhecia Juan dos tempos da faculdade. Ele era seu melhor amigo e além de ótimo advogado trabalhava durante a noite como motorista de aplicativo. Ele dizia que a família de quatro filhos não permitia que ele parasse. Além do que ele queria investir numa empresa de aplicativo de transporte particular. E fazia alguns testes durante a noite.

Oscar concordou. O amigo talvez tivesse razão e aquele negócio poderia ser algo rentável. Há algum tempo que Juan havia conversado com ele e comentado que iria desistir de ser advogado e começar algo totalmente fora da sua área. Convidou ele para uma sociedade, mas Oscar havia batalhado tantos anos para ter o respeito de várias pessoas, não por seu filho de quem ele era, mas por seus méritos. Mas iria pensar na possibilidade de ser sócio do amigo, por exemplo. Quem sabe?

Ele não queria nada além dos escritórios. Havia trabalhado tanto para conseguir ser reconhecido pelos amigos do pai e avô. E quando soube que eles poderiam perder tudo, pois o pai estava sendo chantageado por ela teve vontade de esmurrar até a morte o pai.

Oscar olhou no relógio.

Ele poderia ir à festa de aniversario de Marlene, mas não queria ver a cara dela. Ela havia pedido que ele comparecesse, mas havia dado uma desculpa de trabalho inadiável.

Se ele dissesse para a ambiciosa noiva que ele havia trabalhado horas dirigindo um carro e conversando com pessoas de vários níveis sociais ela ficaria horrorizada.

E se ela sonhasse que ele havia feito amor com uma desconhecida, ele poderia perder de vez a esperança de colocar as mãos nas escrituras.

A desconhecida. Ele só havia lembrado que não sabia seu nome quando ela já havia desaparecido de sua vista.

E se ele fosse à festa e a visse lá?

Seria possível que existisse um parentesco entre as duas?

Tentando não pensar nisso ele foi para seu apartamento.

            
            

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