Depois de muito tentar convencer a Alexya, ela acaba assentindo. Todo mundo está tentando levar uma vida normal, mas era difícil, mas precisamos, Se não todo mundo iria acabar doido.
Eduardo olhava televisão enquanto eu mechia em algumas contas de laranja no notebook, fazia contas e mais contas, o faturamento do Morro tinha dobrado em relação aos últimos anos e isso me deixava com bastante orgulho.
- H - Chamo no rádio
- Fala aí gaorot - Ele responde
- Sabe a reforma da quadra? - Eu pergunto - E da escola?
- Sei sim - Ele fala
- Manda fazer - Eu respondo - do hospital também,A verba tá liberada.
- Fechou - Ele fala
Meu pai sempre cuidou desse morro como se todas as pessoas também fosse da sua família e eu iria fazer o mesmo que ele. Prometi cuidar da nossa família e do morro dele e eu ia cumprir o meu papel. Olho para Eduardo brincando e já vejo o futuro dono disso tudo. Mas também não iria obrigar ele a a assumir o meu comando, mas se ele quisesse eu iria fazer de tudo para ele ser o melhor.
- Papai do com fome - Eduardo fala
- Espera aí - Eu falo para ele que assente
Vou até a cozinha e preparo o Sucrilhos dele com leite em uma tigela do homem aranha e levo para ele comer, ele se aconchega no sofá e começa a comer.
Eu queria ser para ele a mesma coisa que meu pai foi para mim.
O meu telefone toca e era um áudio do JN.
- Segue a lista de todos os policiais que estava na invasão - JN fala e chega um arquivo - E de alguns homens do tal Mabrox que foram mortos lá.
- Valeu , qualquer nova te aviso - Respondo de volta no áudio.
Começo abrir a lista e olhar nome por nome, alguns deles deve ter sumido com o corpo do meu pai, isso se ele tiver morrido. Como ele saiu da aquele caminhão eu não sei, mas tenho esperança que de algum jeito ele saiu.
naLu narrando
4 anos depois
- Mãe abre a porta - Eu falo batendo na porta e olho para o Leonardo que estava no colo de Marília.
- Vou levar ele lá para casa -Marilia fala
- Vai ser melhor - Eu respondo
Era mais uma crise que a minha mãe tinha, fazia dois anos desde a última, mas hoje era aniversário do nosso pai, é tanto a data como da morte dele e como a data de aniversário dele e de casamento fazia ela sofrer muito e muito. Eu não a culpava por se sentir assim, por estar assim, porque ela dava o máximo dela para ficar sempre bem por causa de nós e na maioria das vezes esquecia dela mesmo.
- Mãe abre a porta por favor - Eu falo
Quando olho para o lado Bernardo estava chegando e guardando o celular no.bolso.
- Liguei para o Gabriel - Ele fala - Ele vai vir para o Brasil.
- Nós quatro em casa vai fazer ela se sentir melhor - Eu falo
- Mãe - Bernardo chama ela - Abre a porta para mim e para a Ana, por favor, deixa agente entrar e ficar com você.
Com muita dificuldade ela abriu a porta para nós, assim que entramos, nos abraçamos ela forte.
- Eu estou bem - Ela fala - Eu sou uma mãe desnaturada, deixei o Leo sozinho.
- Você deixou comigo mãe - Eu falo para ela - Ele tá na tia Marília.
- Você e a melhor mãe do mundo - Bernardo fala para ela - Todos nós temos os nossos pontos francos, só que estamos aqui sempre para te levantar toda vez que você cair.
- Eu amo vocês - Ela fala chorando e muito nervosa.
Olho para Bernardo segurando o choro, ele apenas me abraça também. Bernardo virou o nosso pai aqui dentro de casa e do morro, o jeito que ele amadureceu foi de mais.
Depois da mãe se acalmar, ela foi até a tia Marília e pegou Leo, fazia alguns a njos que eu estava aqui com ela, eu, Mike e Micael.
- Sua mãe tá melhor? - Mike diz me dando um beijo
- Sim - Eu falo
A nossa mudança para cá tinha sido bastante importante até porque não queria deixar ela sozinha aqui e muito menos ela ia conseguir ficar nessa casa enorme sozinha,cada canto dessa casa tinha algo que lembrava ele. E isso algumas horas era ruim, mas outras eram maravilhosas.
- Micael trouxe o boletim dele - Eu falo - Tudo nota máxima.
- Ele me mostrou quando eu cheguei - Mike fala me abraçando por trás e jogando os meus cabelos para o lado e beijando a minha nuca - Eu te amo morena - Ele sussurra em meu ouvido.
Carolina narrando
Olho pela janela vendo o mar, Eu amava a Bahia, e meu coração cortava só em pensar depois de quatro anos voltar para o rio de janeiro de novo.
- Carol - Gustavo me chama
- Oi - Eu falo olhando para ele
- Você ainda tá braba porque vamos ter que voltar para o rio? - Ele pergunta
- Você sabe oque aquela cidade me traz - Eu falo - São lembranças que eu saí de lá querendo esquecer.
- Estamos juntos - Ele fala - Nos temos um filho lindo, o rio de janeiro só irá nos trazer felicidade.
Ele beija a minha testa e eu sorrio assentindo.
Eu vim para a Bahia sozinha, descobri que estava grávida, reencontrei Gustavo, ele assumiu a criança e nos casamos. Estava tudo lindo e perfeito, eramos uma família. Só que agora não tinha mais lugar para mim na delegacia aqui, E Gustvao tinha retornado aos eu cargo no rio, oque fez eu retornar o meu também.
- Mãe - Enzo fala
- Oi meu amor - Eu falo pegando ele no colo - Você dormiu bem?
- Sim - Ele fala
- Bom dia dona Carolina - Beatriz a babá do Enzo fala.
- Bom dia dona Bia - Falo brincando com ela até porque sempre disse que não queria ser chamada de dona.
Enzo ia completar quatro anos, e ele era a cara do pai dele,quer dizer do Pedro. Eu admirava de mais Gustavo ele cuidou e criou do menino como se fosse filho dele.
- As malas já estão prontas? - Gustavo pergunta para Beatriz
- Sim - Ela fala - Eu mesmo conferi.
- Ok - Ele fala rígido - Vamos viajar hoje a noite.
- Vamos de avião? - Enzo pergunta
- De carro - Ele responde
- Porque de carro? - Eu pergunto - Vamos demorar horas para chegar lá oque levaríamos meia hora.
- O jatinho está com problema - Ele responde - Para a nossa segurança.
Encaro ele e ele continua tomando o seu café em silêncio. As vezes ele era bastante misterioso. Mas ele me tratava bem e tratava nosso filho bem também, ele era louco por Enzo.
Meu telefone toca e quando olho o número desligo na mesma hora.
- Quem era mamãe? - Enzo pergunta
- Serviço meu amor - Eu respondo - Já falei para não ligarem quando eu estiver fora da delegacia.
- As responsabilidade só aumenta meu amor - Ele fala - Agora você assumindo seu cargo novamente no rio, as ligações serão sempre.
- Vou desligar - Falo brincando
Gustavo me olha por cima da xícara e sorri e eu sorrio de novo para ele.