A Contratada.
img img A Contratada. img Capítulo 4 A Contratada.
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Capítulo 4 A Contratada.

Clara.

Eu tinha chegado exatamente às 7:30hrs.

Meia hora antes por estar muito animada e empolgada.

Sou recebida pelos seguranças logo na entrada e assim que eu entro na mansão de apenas um andar mais linda e elegante,

Martinha me recebe e diz que na casa não havia nenhuma criança e sim um adulto na qual eu seria sua acompanhante nesse período.

No mesmo instante pensei em ir embora por estar me sentindo enganada,mas assim que encontrei com Pedro na sala e vi sua condição foi fácil saber o motivo de Renata não ter me contado os detalhes.

E só pela forma que ele tentou se livrar de mim,sem ao menos ter conversado comigo direito,percebi que provavelmente já tinha feito o mesmo com muitas outras,e por isso decidi ficar,pois sei que se ela me contratou omitindo esse detalhe tão importante é porque Renata sabia que Pedro precisava de alguém ao lado,agora eu só precisava saber o porquê dele querer totalmente o contrário.

***

Depois de vinte minutos conheci toda a casa com Martinha sempre muito gentil ao meu lado,me mostrando onde podia ou não entrar.

Nesse tempo ficou claro que Renata era mesmo a dona da casa e que Tony realmente era seu marido por ter visto várias fotos deles espalhadas pelos corredores em forma de pintura ou de porta retratos colocados em alguns cômodos na qual conheci,como na enorme biblioteca particular que tinham.

No final do tour,sou deixada por Martinha na porta do meu quarto e assim que entro é como imaginei!

Lindo!

Tem uma cama de casal enorme nele,com uma colcha florida que a deixava ainda mais encantadora,combinando com a decoração que é simplesmente um sonho,não sendo para menos,devido a elegância do restante da casa.

Me aproximo da cama ao ver uma caixa em cima dela envolvida num laço de presente dourado com uma carta ao lado destinada a mim.

Abro com cuidado e a leio cuidadosamente.

"Querida Clara,desculpe tê-la trazido dessa maneira a minha casa,mas vi em você a possibilidade de ajudar meu filho.Não preciso contar detalhes de como ele ficou assim,tudo que precisa saber é que ele fará de tudo para mandá-la embora,e peço encarecidamente que resista e mostre a ele como fez na loja,que você tem caráter e persistência, mesmo que digam a você o contrário.

Não se sinta obrigada a nada,só quero que nessa nossa viagem ele possa ter alguém para distraí-lo e conversa,sem que tenha a sensação de ter alguém ao lado apenas por pena,algo que tenho certeza de que não fará com ele,pois percebi que seu objetivo na vida é ajudar pessoas e não o contrário.

Por isso eu te confiei nessa missão,e espero que me entenda.

Martinha te ajudará com possíveis dúvidas,pode contar com ela e Maxwell o motorista pára tudo que precisar.Não se acanhe em pedir nada,todos eles estão cientes sobre você e a sua disposição.

Pedro é um ótimo homem,só está machucado interiormente por tudo que já passou,e ainda tem passado,por isso releve coisas que ele disser desnecessariamente,pois tenho certeza de que logo se darão bem.

E dentro da caixa está um presente,por favor aceite,assim como as coisas do guarda roupa como um agradecimento por sua simpatia e sua ajuda.

Obrigada por ter aceitado.Voltamos em breve!Boa sorte!

Renata."

Fecho a carta e abro a caixa me deparando com o lindo vestido que seria o "presente para a amiga especial"dela naquela tarde.

Como num pressentimento corro até o guarda roupa e me deparo com tudo e mais um pouco das peças de roupa que tinha experimentado com ela na outra loja

que fomos juntas,variando entre elas,diversos modelos para ocasiões diferentes.

E eu sabia o quanto todas aquelas peças lindas na minha frente tinham custado para Renata,me deixando ainda mais assustada com o gesto.

Me sento por um instante na cama macia e olho para a caixa ao meu lado pensando:Acho que Renata já tinha planejado tudo quando me conheceu.

Me fez ir com ela à loja,para que escolhesse tudo que serviria em mim,sabendo que de algum jeito eu aceitaria o trabalho,acho que por isso ficou com meu curriculum.

Já eu sem perceber,estava em uma entrevista de emprego com ela e por mais assustador que seja,eu tinha passado.

Agora só me resta achar uma resposta para a tão temida pergunta.

Será que eu vou conseguir cumprir o que ela pediu?

Difícil dizer.

Pensando bem,acho que nem todos os Pedros são fofos como eu imaginava!

***

Depois de organizar tudo que precisava, sigo para a cozinha e encontro Martinha já preparando o almoço.

-Com fome?-Ela pergunta ao me olhar.

-Só um pouquinho...

-Senta aí,já estou quase terminando.

-Posso te perguntar o que aconteceu com ele?

-Desculpa, Clara,mas o senhor Pedro não gosta que falemos sobre o acidente.

-Tudo bem sem problemas,eu entendo.

-Mas e você?Não terá problema em casa,quando seus pais descobrirem que ficará na casa ao lado de um homem desconhecido?

-Infelizmente não.Eles faleceram há pouco mais de dois anos atrás em um acidente de carro.Hoje moro com uma tia Susan,irmã da minha mãe,divorciada e sua filha,minha prima Nelise,dois anos mais nova que eu.

-Desculpe querida,eu sinto muito!

-Tudo bem,de verdade.Antes eu ficava triste quando tocava no assunto,mas hoje sei que eles estão bem e cuidando de mim de outra forma.

-Imagino que deve ter sido uma dor muito grande perdê-los.

-E foi,e é por isso que às vezes fico brava com pessoas como Pedro.Ele teve uma segunda oportunidade de viver apesar de tudo,e está rodeado pelas pessoas que o amam,mas insiste em ficar mau humorado achando que está vivendo na pior.Pior é perder de vez quem se ama e não poder dizer a eles um eu te amo todos os dias!

-Então acha que é assim que sou?Um revoltado e mau humorado?Como acha que devo ser então,um palhaço sorridente que finge estar bem,quando está passando anos da sua vida,preso numa cadeira de rodas?-Pedro aparece na cozinha nos surpreendendo.

-Não foi isso que quis dizer,mas sim que...

-Já que pensa dessa forma,vá em bora.Sua companhia não fará a mínima diferença pra mim.-Pedro virá a cadeira e volta no sentido da sala e eu desço da banqueta onde estava sentada e corro atrás dele para alcançá-lo.

-Ei não terminei de falar!

-Não quero escutar uma explicação!

-Viu,estou certa!Você é um ignorante mau humorado!

-Você tem noção do que está falando?

-Claro que sim.E você vai me escutar querendo ou não!

-Dá licença!-Ele pede sério em minha frente.

-E se eu não der,vai fazer o que?Vai levantar daí e me colocar pessoalmente para fora?!Há é mesmo,você não pode fazer isso!

-Você é uma sem educação!Não sei como minha mãe te colocou dentro da nossa casa!

-Vai ver, ela sabe que o filho precisa de alguém de fora para falar,que só ele sente pena de si mesmo!

-Sai da minha casa agora!-Pedro grita.

-Como disse,se quiser me coloque você mesmo.Eu não vou sair.Aceitar é a melhor solução.

Pedro me olha furioso,mas não me intimidou, ele então afasta a cadeira para trás e desvia passando por mim.

Eu apenas o vejo afastar,depois ele entra no seu quarto novamente.

Como as vezes eu sou uma idiota!

Penso me sentando na beirada do sofá,colocando as mãos na cabeça baixa.

Eu sei que tinha exagerado,e muito,mas na raiva não pensei nas minhas palavras e isso é imperdoável.

Mas querendo ou não, ele precisava lembrar que ainda tem uma vida e que valorizar os gestos mais simples de amor,é tudo.

Mesmo que não seja por ele,faça pelas pessoas que o querem ver sorrindo de novo e que não se importam com o quanto isso vai lhe custar,assim como seus pais mesmo estavam fazendo.

Como imaginei,ele não saiu do quarto para almoçar e nem o restante do dia.

Apenas a noite vi Maxwell indo até o quarto dele ajudá-lo com o banho segundo Martinha.

Que era a única coisa que ainda precisava do auxílio de alguém para colocá-lo na cadeira de banho especial.

Antes de dormir passo em frente a porta dele fechada e falo alto para que escute.

-Nós nos vemos amanhã no café.

Entro em meu quarto algumas portas a frente e deito na minha cama olhando para o teto pensando.

Eu não vou desistir,esse tinha sido apenas o primeiro dia,amanhã provavelmente vai ser melhor!

            
            

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