Capítulo 6 A contratada.

Pedro.

Alguns dias depois...

Nem acredito que já tenha se passado uma semana e eu estou me acostumando com Clara que descobriu o pior jeito de me fazer obedecê-la.

Mas eu não tinha opção, ou eu acompanhava ela nas refeições ou ela daria um jeito de invadir meu quarto.

E pensando na primeira e última vez que ela fez isso,na qual fiquei muito constrangido por até então nenhuma outra mulher além da minha mãe ter me visto quase nu após o acidente,a melhor coisa a se fazer era não deixar que isso acontecesse novamente.

O que tinha dito a Clara era verdade,graças a Deus meu "companheiro das partes baixas" funcionava,mas não tinha tido nenhuma experiência ainda para saber se seria normalmente como confirmei a ela naquele dia.

Mas o que isso importa?Afinal quem vai querer um cara que não pode proporcionar a ela por enquanto o mínimo de uma sensação prazerosa e para ser sincero comigo mesmo,acho que nem eu estou preparado para algo assim ainda.

É sexta feira a noite e para minha surpresa ao chegar para jantar à mesa,não encontro Clara,estranho e Martinha percebendo minha curiosidade responde.

-Hoje é a folga da senhorita Clara.Ela pediu para que o senhor jantasse bem.

-Como se precisasse dela me mandar fazer isso!-Digo baixo em meio a um suspiro.

Martinha me serve e antes que ela voltasse para a cozinha pergunto.

-Só por curiosidade,ela disse onde iria?

-Não senhor,apenas disse que chegaria tarde.

-Sei...e por acaso sabe se ela tem namorado?-Tento parecer o menos curioso possível,mas acho que isso não adianta pois Martinha dá um meio sorriso e diz.

-Não senhor,mas não sei até quando, afinal Clara é linda,lá fora deve estar cheio de pretendentes.

-Com essa personalidade dela,acho meio impossível.-Debocho.

-Bem o senhor vai esperar para descobrir?

-O que?Acha que estou interessada nela?Até parece que não me conhece?!

-Exatamente por te conhecer que sei que está!

-Só se eu estiver fora de mim.

-Desculpe senhor,preciso me retirar!

Vejo que Martinha sorri discretamente enquanto volta para a cozinha e eu apesar de irritado por ela ter insinuado isso de mim,sinto uma sensação diferente no peito,como se o fato de eu possivelmente estar me apaixonando de novo fosse a coisa mais maravilhosa do mundo o que na verdade me assusta.

Para muitos poderia ser,mas para mim,amor não passava de palavras nas quais poderiam ser jogadas fora a qualquer momento.

E esse tipo de dor,eu não quero sentir novamente.

Na manhã seguinte...

-Bom dia!Dormiu bem?-Ela me pergunta ao sentar à mesa ao meu lado como sempre tem feito.

-Preciso responder?

-Sim,quero saber se está bem disposto!

-E porque precisaria estar?

-Criei uma rotina pra gente,e ela começa a partir de agora!

-Você já parou para pensar que o dono dessa casa sou eu,e além de ser mais velho que você seis anos,não preciso te obedecer.

-Claro que sei,mas não fará isso,já que se não abaixar essa guarda,vou virar a tão temida pervertida que não quer conhecer.

-Meus pais devem estar te pagando alguns milhões para fazer isso,é a única razão para continuar aqui agora aguentando um mau humorado,como sempre se refere a mim.

-Exatamente,vou ficar milionária depois desses dois meses,e sendo sincera a primeira coisa que farei,vai ser uma viagem para a praia com as pessoas que mais amo,e isso é um bom motivo para te aguentar,não acha?

-Acho que você é uma garota insistente, irritante,e instável.

-Nossa você sabe elogiar!

-Ainda dá tempo de aceitar a minha proposta!

-E perder a melhor parte do trabalho.Não obrigada.

-Não vou seguir sua rotina?Que fique bem claro!

-Tá bom,só não diga que eu não te avisei.