Meus pensamentos vão até a minha mãe que já deveria estar desesperada, ela deve ter achado que eu fiz algo contra a minha própria vida.
Hoje eu vejo que eu me afundei em uma tristeza depois da morte de Hugo, sendo que ele estava sendo feliz com outras por aí.
Eu juro que se eu soubesse sobre essa senha eu falaria, eu não sei até quando eles vão me manter viva, mas enquanto eu estiver viva eles vão me manter sofrendo, isso era certo.
Eu estava sem comer e beber água o dia todo, estava morrendo de sede.
- Se vai descer em silêncio qualquer graça eu te mato - Ele fala encostando a sua arma na minha cintura - Entendeu?
- Sim - Eu falo em um tom baixo com ele.
Entramos em silêncio pelo pequeno hotel e fomos até o quarto.
- Senta na cama - Ele fala e pega uma algema e vem em minha direção
- Eu posso ir no banheiro antes? - Eu pergunto para ele já que eu estava bastante apertada.
- Rápido - Ele fala e eu vou até o banheiro, Fasso as minhas necessidades e passo uma água no meu rosto.
Isso tudo cai passar Alice.
Saio do banheiro e ele estava ali me esperando, Eu sento na cama e ele prende uma das minhas mãos na cabeceira da cama, ele vai até uma mesa que tinha e abre o seu notebook e simplesmente ignora a minha presença ali. Pega os papéis que pegou no cofre e fica olhando.
Eu acabo adormecendo sentada na cama, acordo quando ele derruba algo no Chao, ele levanta o seu olhar para o meu.
- Eu vou te pedir só mais uma vez - Ele fala - Me fala a senha da porcaria do cofre e eu te deixo ir embora.
- Eu já falei que eu não sei - Eu falo para ele
- Minha paciência está esgotando menina - Ele fala - Qual é a porcaria da senha - ele fala segurando meu pulso.
- Eu não sei - Eu respondo - Eu nunca me envolvi nesses assuntos dele e eu só descobri dois meses antes dele morrer.
- Você quer que eu acredite nesse papo furado? - Ele pergunta - 3 anos com um bandido e só descobriu dois meses antes dele morrer? - Ele começa a rir
- Eu estou falando sério - Ele me encara e me olha - Eu não sei de nada, de nada mesmo - Ele solta o meu pulso.
- O problema Alice e que não é só eu que estou atrás dessa senha - Ele fala - Existe muita gente atrás de você para fazer isso,pode ser que um dia eu te solte , mas outra pessoa vai te achar e não vai ter tanta pena de você não.
Eu me assusto com oque ele diz, ser a que isso era verdade?
- Oque tem nesse cofre? - Eu pergunto
- Vamos dizer que oque tem ali dentro acaba comigo se outra pessoa achar- Ele fala - Mas se eu achar me dar o poder de tudo.
- E todo mundo acha que eu tenho essa senha? - Ele assente com a cabeça - Eu não tenho, eu juro, Eu não aguento mais. Você pegou a pessoa errada.
- Infelizmente para todo mundo principalmente para mim ele disse que é você que tem essa senha - Ele fala - Então eu sinto muito por tudo que vai acontecer daqui para frente.
Eu começo a chorar e ele me encara com um olhar frio.
- Me mata de uma vez - Eu falo para ele - Eu não aguento mais.
- Se acalma - Ele fala - Eu só vou te matar depois que eu tiver a certeza que você não sabe mesmo.
Ele se levanta e vai para o banheiro.
Era o meu fim.
Alice narrando
Chegamos de volta na casa mas pelo ao contrário do que eu pensei, ele não me levou para cela , me jogou em um quarto simples.
Pelo menos tinha banheiro e toalhas limpas, suspiro sentando na cama.
Olho para a minha mão vendo a nossa aliança, quando eu tiro ela, olho para dentro dela a onde estava escrito " Hugo e Alice " , vou até o ralo do banheiro e jogo ela dentro.
Para quantas ele tinha dado uma aliança igual? Para quantas ele jurou amor eterno? com quantas ele me traiu durante essses três anos?
Lavo o rosto tentando tirar a cara de choro, eu me entreguei para Hugo e olha a onde eu estou. Todo mundo dizia que ele não prestava, para mim ele era o melhor, o melhor homem do mundo.
Agora eu percebo oque ele fez, ele me afastou de todo mundo, dos meus amigos, da minha família, depois dos meus estudos, do meu serviço e por fim Eu vicia apenas para ele , talvez como Adriana falou eu era a submissa dele, ele me tinha o tempo todo do seu lado, a hora que ele quisesse. Eu era o seu fantoche, o seu brinquedo favorito.
Agora estou aqui pagando pelos atos dele, pagando por um erro dele.
Algumas semanas se passaram, e eu fui mantida presa nesse quarto, quase não tinha contato com ninguém deles. E também já não tinha mais noção de quanto tempo eu estava aqui.
A porta se abre e era Lorenzo, ele entra com a sua arma na mão, e eu fico branca.
- Eu vou deixar você ir - Ele fala me olhando
- Você vai oque? - Eu falo para ele
- É isso mesmo que você houviu - Ele diz - Eu vou deixar você ir, voce vai poder ir embora.
Lorenzo narrando
Algumas semanas se passaram e então resolvi soltar Alice. Tuca e Márcio acharam que não era o certo a fazer, mas não iria manter ela presa aqui. O cofre estava comigo e já estava pagando pessoas para abrir ele para mim e em alguns dias isso iria acontecer.
Não queria carregar a morte de Alice nas costas então deixaria para outras pessoas isso. Hugo tinha muitos inimigos e estava todo mundo atrás desse cofre e quando soubesse que Alice estava fora das minhas mãos eles iriam caçar ela e iriam matar na primeira oportunidade. Na primeira vez que ela dizesse que não sabia da chave e nem da senha.
- Tuca vai te levar até uma estrada e você vai ficar lá - Eu falo para ela - Se você resolver abrir a boca da onde você estava, você morre e a sua mãe também.
- Eu não vou falar nada - Ela diz e eu assinto
- Daqui a pouco ele vem te buscar - Eu falo para ela e saio do quarto.
Vou em direção ao escritório e encontro Maraú, Márcio e Tuca lá.
- Maraú quero alguém de olho nela em cada passo dela - Eu falo para ele
- É sério isso? - Tuca me pergunta
- Quero saber quando ela for morta - Eu respondo
Depois de algum tempo Tuca sai com alguns dos meus homens para deixar ela na estrada principal, lá ela iria achar alguém que ajudaria ou que a matasse, algo assim. Não me importava com isso não mesmo, até porque só não estou matando ela por pena.
Quando ela falou do cofre ela meio que nos ajudou já que lá tinha alguns papéis confidenciais que nas minhas mãos iriam render muitas coisas e na mão de outras pessoas poderia me prejudicar, não eram coisas tão importantes mas poderia me render algumas dores de cabeça.
- Eu ainda acho que deveríamos matar ela - Márcio fala
- Eu sei oque eu estou fazendo - Eu falo para ele que assente apenas com a cabeça.
Alice narrando
Vejo o carro se afastar, olho para um lado e para o outro eu estava em uma estrada, escura e fria. E isso estava me dando medo. Oque eu faria agora? Estava aqui sozinha , sem dinheiro ou alguma forma de pedir ajuda, de me comunicar.
Eu não conseguia acreditar que tudo isso estava acontecendo comigo e o pior que era tudo culpa do Hugo.
Uma luz vem se aproximando e vejo que era um carro, o carro para logo mais à frente e eu dou uns passos para trás. Dois caras descem armados, e meus olhos se arregala.
- Não precisa fugir - Um grito - Ninguém vai te fazer mal aqui..
Logo escuto um tiro para cima oque me faz paralisar ali, os caras andam em minha direção, Eu conhecia eles. Eram Filipe e Gago os amigos de Hugo.
- Calma Alice - Filipe - Ninguém vai te fazer mal.
- Nos viemos atrás de você quando ficamos sabendo que ele ia te deixar aqui - Gago fala
- Oque vocês querem comigo? - Eu pergunto para eles
- Só queremos te levar em segurança para casa - Filipe fala - Você era mulher do Hugo nosso amigo devemos isso para ele.
- Seu amigo me traia eu descobri tudo - Eu falo para eles
- Mas não vamos deixar de te ajudar - Gago fala - Vem você precisa descansar.
Entro desconfiada no carro, mas entro, era melhor do que ficar na estrada deserta sozinha. Eles eram amigo de Hugo e iam direto lá em casa, mas agora isso não dava o direito deles serem cem por cento confiáveis.
Logo chegamos até a casa de Filipe que eu já tinha ido algumas vezes com Hugo.
- Espero não está incomodando - Eu falo para eles
- Está não - Gago fala
Assim que entro na casa eles entram atrás de mim e trancam a porta, foi aí que eu vi que era tudo armação.
- Cadê a porcaria da chave? - Gago pergunta me olhando
- De novo não - Eu falo - Eu não sei da chave.
- Hugo falou que estaria com você - Filipe fala sentando no sofá, ele parecia calmo ao contrário de Gago que estava irritado andando de um lado para o outro - Senta Alice , não precisa ficar nervosa.
- Nervoso vou ficar eu se você continuar mentindo - Gago fala - Você levou eles até o apartamento de vocês e deu a senha do cofre que tinha lá. Porque você fez isso?
- Eles iam me matar - Eu falo e ele aponta a arma na minha direção
- Oque conversamos Gago não vamos matar ela - Filipe fala
Eu acabo me sentindo mal e vou correndo para o banheiro e acabo vomitando, passo a mão pela minha barriga, eu estava sentindo uma leve dor na ponta da barriga.
- Você precisa descansar - Filipe fala - Você vai ficar trancada até você resolver nos contar, mas ninguém vai encostar a mão em você - Ele diz e me leva até o quarto e me joga lá dentro e tranca a porta.
Eu saí de um cativeiro para ir para outro, eu não estava acreditando nisso, não mesmo.