Recado ao CEO
img img Recado ao CEO img Capítulo 2 Vou dar o meu melhor
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Capítulo 6 Fui a amante img
Capítulo 7 Eu a magoei img
Capítulo 8 Deixá-lo maluco img
Capítulo 9 Brigas img
Capítulo 10 Nosso bebê img
Capítulo 11 Quer jogar este jogo img
Capítulo 12 Vazou a informação img
Capítulo 13 O pai do meu bebê img
Capítulo 14 Leu o meu recado img
Capítulo 15 Responsabilidades... img
Capítulo 16 Sedentos por vingança img
Capítulo 17 Jogou minha calcinha longe img
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Capítulo 2 Vou dar o meu melhor

Érica era uma mulher de vida sexualmente ativa mesmo solteira, e eu

era aquela que fazia sexo namorando. Tive alguns encontros casuais e não

era exatamente uma prática que dominava. Depois que ela foi embora, fiquei

pensando no quanto precisava me soltar mais e me abraçar sexualmente. Às

vezes, sentia falta do sexo, porém, o que me dava saudade mesmo era sentir

uma conexão.

Parei na frente do espelho e me encarei. Eu era a mistura perfeita.

Minha mãe era negra, alta, de corpo chamativo, um quadril largo, pernas

longas e grossas. Não puxei a altura, mas puxei as curvas de um jeito mais

comedido. No entanto, minha pele era morena clara, por ter um pai branco e

loiro. Meu cabelo era longo, liso e muito preto. Meu nariz não era tão

arrebitado, mas também não era pontudo como o do meu pai.

Me achava uma mulher bonita, porém, eu era péssima na arte de

flertar e ficava toda tímida. Quando os homens chegavam em mim,

costumava escorregar até que eles desistissem. Se começasse a me encher,

acabava ficando irritada e dando um fora. Poucas vezes aconteceu de um

homem me tirar o fôlego e nessas, tive meu coração partido.

Minha irmã dizia que eu tinha o dedo pobre e depois da última

decepção, tive que concordar com ela. Marcus me traiu com minha melhor

amiga. Foi um golpe duplo que estava doendo ainda e não tinha certeza se

estava pronta para um novo relacionamento. Dei um tempo necessário para

mim mesma.

Dormi um pouco durante o dia e antes de sair, finalizei a edição de

um ensaio. Lavei e escovei meu cabelo, empolgada em me arrumar. Escolhi

uma bota que ia até o meio das coxas com o curto e muito justo vestido

preto. Separei meu sobretudo de couro, fazendo uma maquiagem arrasadora

com um batom vermelho matte que demorava uma eternidade para sair.

Poderia beber a noite toda sem me preocupar em retocar.

Tirei uma foto na frente do espelho, mandei para minha irmã e avisei

a Érica que estava pronta, chamando o táxi. Meu prédio não tinha porteiro,

era tudo monitorado por câmeras e para entrar, só com um morador

liberando. Meu pai detestava, achava que era uma falha de segurança. Por

ele, eu moraria em uma cobertura de algum prédio muito luxuoso, mas eu

odiava a sensação de ser a filhinha do papai, embora eu fosse uma.

Meu irmão mais velho comandava a empresa da família e minha irmã

caçula ainda estudava, com vinte anos, ela estava no começo da faculdade.

Eu já tinha idade o suficiente para tomar conta da minha vida. Era difícil não

me sentir errada gastando dinheiro do meu pai sendo maior de idade. Tanto

ele, quanto minha madrasta e até minha mãe, odiavam meu jeito independente

porque raramente pedia ajuda e eles se sentiam de fora.

Sempre gostei de tomar conta de mim.

- Por que está com essa expressão de quem está pensando na vida e

não está gostando? - Érica me encarou assim que a encontrei na calçada.

- Nada. Vamos beber. - Abri um sorriso.

Não precisamos enfrentar a fila. Érica era cliente regular do local,

que já estava meio cheio. Ela me avisou que ia falar com Carick, então parei

no bar, conversando com uma modelo que fiz algumas fotos e trabalhava

como garçonete.

- Quero fazer um ensaio nu, topa? Estou querendo ousar no meu

portfólio. - Ela me serviu com um drinque.

- Claro que topo! Estou querendo fazer umas fotos sensuais bem

conceituais. Vamos marcar na próxima semana...

Érica sinalizou que ia para a pista de dança, meu telefone vibrou com

uma mensagem da minha irmã e fui andando com meu copo de bebida na

mão. Dei um pequeno aceno para Carick, sem querer parar porque ele estava

acompanhado e desci os três degraus, já me balançando no ritmo da música.

Eu amava dançar. Fiz ballet, jazz e outros ritmos por toda minha

vida. Sambava muito. Adorava. O DJ começou a tocar Hawái do Maluma

remixada, fui rebolando sensualmente, me entregando sem pensar em nada ao

redor. Fechei meus olhos, erguendo os braços e percebi que alguns homens

estavam se aproximando. Desviei, ainda dançando, ficando com Érica.

De repente, senti uma fisgada no coração. Girei na pista, procurando

o que me fazia sentir ser observada. Bati de frente com uma espécie de

homem tão lindo que dei um passo para trás. Na escuridão, não podia ver

todos os detalhes. Seus cabelos eram loiros, a luz forte mostrou que seus

olhos eram claros e possuíam uma intensidade que cutucou meu âmago. Sua

boca desenhada era tentadora.

Uau. Ele estava me comendo com os olhos, me senti lisonjeada, era

um desejo cru que impactava. A maioria dos homens me olhavam com

cobiça, mas aquilo era diferente de um jeito que não sabia explicar.

Sem graça por ser pega olhando-o como uma idiota, disfarcei com

um sorrisinho e virei de costas, voltando a dançar com Érica. Ele deu a volta

e me parou.

- Posso dançar com você? - Esticou a mão e reparei que era

grande. Ele era tão alto que precisei olhar para cima. Nervosa, ri. - Só

dizer sim ou não.

- Ela quer sim. - Érica me empurrou para frente.

- Preciso que diga. - Ele olhou em meus olhos.

- Sim... eu quero dançar com você - gaguejei. Eu não podia ser

mais atrapalhada. - Meu nome é Sarah.

- Arthur. - Segurou minha cintura e me puxou para si.

O homem sabia dançar. Mesmo com a diferença de altura, meu corpo

encaixou perfeitamente no dele. Suas mãos desceram para meu quadril,

acompanhando os movimentos e me aquecendo por dentro como há muito

tempo um homem não conseguia fazer.

Joguei minha cabeça para o lado, com meu cabelo caindo e ele me

abraçou, arrastando os lábios pelos meus ombros, subindo e parando no meu

ouvido, sussurrando que eu era linda e que estava louco por mim.

Se ele continuasse dizendo as palavras certas, iria conseguir muito

mais que uma simples dança no meio da pista.

Capítulo 3 | Sarah

As batidas da música não eram nada comparadas às do meu coração,

que de um jeito tão frenético, quase explodiu com a aproximação dele. Seus

lábios roçaram na minha bochecha, as mãos firmes no meu quadril, ergui

meu rosto e fechei os olhos, reunindo coragem ao tomar a iniciativa de beijá-

lo. Arthur ficou surpreso por uns segundos, logo reagindo e puta merda, que

beijo!

A sensação da sua boca na minha era visceral. Me rendi e me perdi

totalmente. Entregue. Virei uma massinha de modelar com sua mão grande

enfiada no meu cabelo, uma pegada nunca experimentada antes. Não ouvi

mais nada. Música, pessoas, pista de dança, minha amiga... nada. Era só eu e

ele. Arthur não parou mais de me beijar, me levando para um canto mais

reservado, agarrando minha bunda e me erguendo para equiparar nossas

alturas.

Apoiei meus pés em uma mesa, mergulhando na pegação desenfreada e

não me reconhecendo. Era impossível parar. Tomada pelo desejo, só

correspondia seus beijos, tateando seu corpo, sentindo músculos muito bem

trabalhados dos braços, abdômen e ele tinha força o suficiente para me

manter ali. Claro que minha mente escorregou para a sarjeta.

- Tão gostosa... - Ele gemeu contra minha boca. - Que beijo

maravilhoso...

Arranhei sua nuca, voltando a beijá-lo, dando uma suave rebolada ao

sentir sua ereção marcando bem a calça jeans escura que usava. Não tinha

certeza se tudo que estava sentindo era seu pênis, se fosse, minha nossa

senhora da bicicletinha.

Não sei quanto tempo ficamos nos pegando no canto, mas eu estava

quase implorando para que me comesse ali mesmo. Ele me colocou no chão

quando o local em que estávamos começou a ficar cheio e um homem nos

encarava descaradamente.

Caminhei até o bar, ciente que estava sendo observada. Pelo reflexo

do espelho atrás das garrafas de bebida, vi que meu acompanhante não

conseguia desviar o olhar do meu rebolar. Virei e mesmo de saltos, precisei

me impulsionar para subir no banquinho. Ele sorriu, passou o braço na minha

cintura e me ergueu sem nenhuma dificuldade.

Parado entre minhas pernas, sinalizou para o barman e voltou a me

olhar com a intensidade que estava me deixando maluca.

- O que quer beber? - Inclinou um pouco o rosto, por ser bem mais

alto do que eu.

Não tinha certeza se deveria continuar bebendo qualquer coisa com

álcool porque eu já tinha a tendência de tomar decisões estúpidas sóbria,

imagine bêbada. No entanto, pensei que qualquer decisão com ele não me

causaria arrependimentos. Um homem daqueles caído na minha rede era uma

pesca que não havia prestado atenção.

- Água. - Me abanei um pouco, com calor pela dança e por ele estar

aquecendo minha corrente sanguínea.

- Uma água para a dama e o mesmo de antes - falou com o barman

que nos observava com interesse. Arthur voltou a me encarar e, sem pensar,

acariciei seu rosto, percebendo que havia uma barba por fazer, uma covinha

atraente e um furinho no queixo que era beijável. Com um pouco mais de luz,

ele me tirava ainda mais o fôlego. Seus olhos eram muito claros,

combinavam bem com o cabelo loiro, já meio bagunçado pelas minhas mãos.

- Está gostando do que vê?

- Do que vejo e do que beijei. - Sorri, mordi meu lábio e procurei

por Érica rapidamente. Ela estava dançando agarradinha com Carick. - O

que faz aqui?

- Eu estava em uma reunião de trabalho meio informal quando você

me tirou completamente do foco. - Segurou meu queixo. - Te vi passar e

esqueci meu nome.

- Não exagera...

- Não sou um homem de mentir ou exagerar, acredite em mim.

- Se queria uns beijos, conseguiu.

- E se eu quiser mais? - Olhou em meus olhos. Caramba, direto ao

ponto!

Coloquei meu cabelo atrás da orelha, pensando. Eu não me sentia

confortável saindo com ele dali, por mais que estivesse com vontade, não

era algo que costumava fazer. Mesmo querendo. Bebi um pouco da minha

água e decidi ser sincera. Se ele topasse, tudo bem. Se não, nós não

passaríamos de uns beijos.

- Não hoje. Talvez outro dia, se me levar para jantar.

Arthur me deu um olhar avaliativo, se inclinou e cochichou no meu

ouvido seu hotel e o horário que estaria me esperando para jantar no dia

seguinte. Ainda acrescentou que estava muito ansioso e era melhor não o

deixar esperando. Sorri, meio aliviada e já um tanto nervosa sobre o dia

seguinte, mesmo quando mal havia terminado aquela noite, que rendeu ainda

mais beijos, mãos bobas e dancinhas safadas.

Quando cheguei em casa, estava com um sorriso enorme no rosto.

Tomei banho e me joguei na cama, querendo pular como uma boba. Érica me

mandou uma mensagem, falando que Carick garantiu que Arthur era solteiro,

que teve algumas namoradas quando estudaram juntos, mas não sabia muito

mais. Não queria detalhes, porque quebraria o clima de conhecê-lo, além do

mais, era um encontro e não um pedido de namoro.

Dormi e sonhei com ele. Nunca fiquei tão ligada em um ficante assim.

Talvez fosse porque ainda iríamos nos encontrar ou porque fazia tanto tempo

que não tinha um amasso bom que estava marcado na minha mente. Eu nem

sabia se ele era um homem bom de conversa, tudo que fizemos foi puramente

físico.

Lembrar das danças quentes me deu um pouco de vergonha. Causei um

showzinho.

Levantei no dia seguinte mais tarde, fiz um dia de beleza – que era

comum no meu domingo –, mas acrescentei depilação nas pernas e nas partes

íntimas, que estavam do jeito que eu gostava. Minha primeira opção de

roupa era muito comportada, em chamada de vídeo com minha irmã, ela

gritou.

- Sarah... cadê a vadia que existe em você? - Rafaella resmungou.

Papai teve uma crise de tosse ao fundo, ouvindo nossa conversa e ela fechou

a porta do seu quarto com um chute.

- Não tem nenhuma vadia aqui, sua idiota.

- Deveria ter. É por isso que está há tanto tempo sem transar. -

Abriu um sorriso.

- Sexo não é tudo. O importante é ter uma conexão e com esse cara,

aconteceu. Eu só não quero parecer que estou desesperada, o que não é o

caso.

- Vai de vermelho. É uma cor que combina muito com você e usa

aquele batom de ontem. Saltos altos, cabelos meio presos e uma

maquiagem simples. Nada apelativo e ao mesmo tempo, linda de morrer -

opinou. Peguei o vestido no closet e ela ergueu os polegares.

Minha irmã era muito engraçada. Apesar de mais nova, tinha uma

mente bem à frente da minha. Nenhum osso tímido no corpo, me deixava no

chinelo, porque eu era mais retraída. Enquanto Pedro Rafael era quase um

bicho do mato que nasceu na cidade, Rafaella era um terremoto. Minha

madrasta costumava brincar que depois de duas crianças tranquilas, a sorte

dela não podia durar muito tempo.

Esse contraste era bom, porque ela sempre me tirava da concha.

Seguindo seu conselho, usei o vestido vermelho que comprei e nunca usei.

Ele delineava meu corpo e ficava mais chamativo que o da noite anterior,

evidenciando a bunda que tinha de sobra e os seios, que sem poder usar um

sutiã, eram sustentados pelo decote suave.

Por baixo, usava uma calcinha preta pequena, que era só um triângulo

atraente atrás e rendada na frente.

Fiz alguns cachos no cabelo depois da maquiagem e perto do horário

combinado, vesti minhas sandálias pretas. Chamei um táxi por aplicativo,

mandando o trajeto para Érica e ao chegar no hotel, meu estômago estava em

nós. Nós não trocamos número de telefone, só combinamos o local e horário,

me bateu insegurança conforme passava pelo saguão do hotel.

Estava quase voltando porque não sabia para onde ir quando ele surgiu

no meu campo de visão. Usava preto e puta que pariu, só um belo de um

palavrão para exemplificar o quanto aquele homem estava lindo e chamando

a atenção de todos. Ele caminhou decidido na minha direção. Sem delongas,

simplesmente me beijou, agarrando minha cintura e me puxando contra ele.

- Você está tão linda. - Suspirou com a testa encostada na minha.

- Obrigada. Você está um gato também. - Toquei sua gola.

- Reservei uma mesa. Me disseram que o restaurante aqui é um dos

melhores, mas, se tiver uma sugestão, podemos sair. - Entrelaçou nossos

dedos.

- Aqui é um dos melhores, sim.

Era um hotel cinco estrelas no qual a diária custava mais do que eu

cobrava em um ensaio fotográfico. Ele era um homem rico, pelo menos

aparentava com seu jeito refinado, roupas caras, o relógio que pagaria a

dívida externa do meu país e sapatos italianos exclusivos. Era uma garota de

joias delicadas e devido a situação financeira abastada do meu pai, minhas

coisas eram reais.

A recepcionista nos deu um sorriso profissional e nos levou para a

mesa sem delongas. Entregou os cardápios e disse que um garçom viria nos

atender em breve. Nossa mesa era bem reservada, no segundo andar, com

uma visão linda para o jardim do hotel e para parte de dentro, o piano, que

estava sendo tocado por um rapaz jovem com muito talento.

Cruzei minhas pernas, girando meu corpo na cadeira para encará-lo.

De um jeito engraçado, rolou um silêncio constrangedor até que começamos

a falar ao mesmo tempo. Desde então, não calamos mais a boca.

Não falamos das nossas vidas pessoais. Ficamos no âmbito simples,

lugar que morávamos, profissão, nada de família ou detalhes realmente

íntimos. Durante o jantar, focamos no que tínhamos em comum e a tensão

sexual só foi aumentando.

Nossos gostos musicais batiam, não mencionei que era brasileira,

talvez fosse errado da minha parte, porém, optei por não causar nenhum

desconforto por ser imigrante. Não estava ali em situação ilegal, só não

queria quebrar a magia entre nós. Até porque, ele não compartilhou as

informações de onde era e apesar de ter a pele bronzeada, não aparentava

ser americano.

Arthur era naturalmente sedutor, um pouco agressivo ao ser direto ao

ponto, não tinha rodeios em nada. De todos os encontros que tive na vida,

aquele foi o primeiro que me senti extremamente confortável comigo mesma

e com o meu parceiro de mesa.

Quando as sobremesas ainda estavam a caminho, ele segurou minha

mão e beijou. Por dentro, estava como uma gelatina. Queria me jogar nele ali

mesmo, beijá-lo e atacá-lo como uma mulher faminta.

- Passei a noite pensando nessa sua boca maravilhosa - falou baixo,

olhando em meus olhos. - No movimento gostoso desse seu quadril. -

Beijou meu pescoço e discretamente, foi puxando minha cadeira. - Você

pensou em mim?

- Sonhei a noite inteira. - Rocei meus lábios nos dele. - Em tudo

que poderíamos fazer... com privacidade.

- Basta dizer a palavra que vamos subir.

Eu queria aquilo. Queria fazer uma loucura. Era só uma noite sem

arrependimentos. Eu e ele éramos uma combinação perfeita. Me inclinei

para frente e beijei seus lábios, cochichando que deveríamos subir. Arthur

não perdeu tempo, sinalizou para colocar a conta no registro do seu quarto,

ficou de pé e ofereceu sua mão, que aceitei e tentei não olhar para quem nos

assistia. Meu rebolar chamava atenção e ele era um homem bonito.

- Sinto pena de todos os idiotas que estão babando por você agora -

falou atrás de mim no elevador. - Eu sou o sortudo.

- É mesmo... um homem muito sortudo. - Virei um pouco meu rosto.

- Não fique nervosa. - Beijou meu ombro.

- Não estou tão nervosa, só um pouco... ansiosa - confessei,

sentindo que minhas bochechas estavam vermelhas.

Estava tão envolvida que não cheguei a considerar desistir, como fiz

muitas vezes. Eu era uma mulher determinada para muitas coisas na minha

vida, em um relacionamento, encarava o sexo com maturidade, aceitava o

tesão, provocava e corria atrás, mas casualmente era um momento

nebuloso...

Ele riu e abaixou o rosto.

- Estou louco para tirar esse vestido e descobrir o que tem por baixo.

- Seu indicador passeou pela tira fina da minha alça.

- Não tem muito. - Dei de ombros, brincando com ele. Arthur riu e

rodeou a ponta do dedo no meu mamilo. O elevador parou antes do seu andar

e ele cruzou os braços nos meus seios arrepiados, impedindo que os dois

homens que entraram me vissem tão exposta.

Não sei que olhar ele deu, mas os homens não tiraram os olhos dos

sapatos. Um disfarçou e olhou o relógio e então, pelo reflexo das portas, vi

que Arthur estava bem sério e me protegendo com seu corpo, além de deixar

muito claro que estávamos juntos. Achei uma atitude engraçada e ao mesmo

tempo fofa, porque normalmente, em um encontro, nenhum cara se

preocuparia em preservar sua parceira daquela forma.

Quando os homens saíram no andar de uma das piscinas, Arthur

apertou o botão para que o elevador fosse direto para seu andar. O último. A

suíte presidencial. O corredor estava vazio, uma passada rápida do cartão

chave, estávamos dentro e eu mal olhei ao redor antes de ser atacada. Rindo

entre beijos, caímos no sofá. Ergui meu vestido sob seu olhar atento.

Suas mãos acariciaram minhas coxas com adoração, subindo para

minha bunda e me puxando. Nossas bocas se encontraram novamente, o beijo

bom, gostoso, parecia que não queríamos ficar longe um do outro. Com

cuidado para não me machucar, me tombou no sofá e abaixou o decote do

meu vestido, expondo meus seios e dando um beliscão em meu mamilo.

Soltei um gemido, sentindo um raio de excitação tão forte que me esfreguei

nele.

- Porra... que perfeitos - choramingou antes de chupar meu peito,

dando igual atenção ao outro. Em ritmo lento, deslizou o zíper lateral do meu

vestido, sentei um pouco e terminei de tirá-lo, jogando no chão. - Você é

como uma sereia. Cada curva é hipnotizadora como um canto. - Beijou

entre meus seios e colocou minha perna em seu ombro.

A antecipação do que ele estava prestes a fazer me causou um

friozinho na barriga. Observei seu rosto, o tesão refletido ali me enchia o

ego. Beijando acima da renda da calcinha, fiquei arrepiada quando ele não

tirou, só afastou para o lado.

- Como você quer? - Olhou em meus olhos.

- Só quero você, Arthur.

Ele abriu um sorriso lindo e começou a me chupar. Agarrei o couro do

sofá, sentindo um prazer imenso e segurei seu cabelo, perdida na dança

erótica que sua língua provocava em meu clitóris.

Capítulo 4 | Arthur

O relógio ao lado da cama indicava ser três da manhã. Despertei de

um cochilo ao sentir um pé macio contra minha perna. Não acostumado a

dormir acompanhado, logo me assustei, mas lembrei bem da companhia

deliciosa que estava ao meu lado. Virei e Sarah estava descoberta, deitada

de bruços, com a bunda dos meus sonhos para o alto e o rosto adormecido

virado na minha direção.

Mulher linda. Gostosa. Inteligente. Engraçada. Ela era a combinação

que não existia. Sarah deveria ter defeitos horríveis para ainda estar solteira.

Não é possível que algum otário deixou escapar, porque na conversa, ela se

garantia. Falava de tudo, entendia bem, o que não sabia, ouvia atentamente.

Pensei que a coisa toda ia se resumir a beijos e sexo. Nós conversamos

muito e o assunto nunca parecia ter fim.

O sexo foi épico. Minhas relações sexuais eram agradáveis,

prazerosas, mas com Sarah havia uma intensidade, uma conexão quase

cósmica. Nós fodemos de todo jeito, com muito tesão, caímos na cama

falando e rindo, até que pegamos no sono. Normalmente, eu era aquele a ir

embora ou sugerir que a mulher deveria ir, com ela, ainda não era o

suficiente e eu duvidava que em algum momento seria.

Sarah abriu os olhos e sorriu.

- Por que está me olhando, stalker? - Ergueu o rosto e deitou no

meu peito, bocejando delicadamente.

- Acabei de acordar.

- Acho que desmaiamos no meio da promessa de uma próxima

rodada. - Brincou com a unha no meu mamilo e fiquei arrepiado. - Opa...

- Não me culpe por ser sensível aí. - Apertei sua bunda bem firme e

dei um tapa. Ela se transformou em uma selvagem de quatro na minha frente.

Me perdi totalmente com sua bunda redonda e meu pau sumindo entre suas

nádegas. Putaria era comigo mesmo, encontrar alguém que não se acanhava

era melhor ainda.

- Onde mais você é sensível? - Jogou a massa de cabelo para o

lado, colocando a perna pela minha cintura e ficando por cima.

- Vai descobrindo... sou todo seu. - Coloquei minhas mãos atrás da

cabeça. Sarah estava com o cabelo bagunçado, os lábios inchados, os

mamilos com as marcas da minha boca, um chupão abaixo de um seio e o

meu novo lugar favorito... bem em cima do meu pau.

Se inclinou para frente e o movimento fez com que sua buceta

esfregasse no meu pau. Soltei um gemido, mordendo o lábio e ela beijou meu

pescoço, me atiçando e foi descendo. Dei um breve pulo com a mordida na

minha barriga e antes de lamber onde eu queria, me deu um sorriso sacana.

- Eu vou começar a implorar. - Suspirei só com sua respiração

próxima à cabeça do meu pau. - Sarah... eu não te torturei assim.

- Foi quase uma tortura não parar.

Dei um sorriso torto.

- Vira. Traga essa bunda gostosa pra cá e senta no meu rosto... -

Lambi meu lábio, já louco para chupá-la todinha novamente.

Sarah ficou vermelha e se movimentou com cuidado. Aquela posição

foi maravilhosa, mas tê-la por cima, cavalgando, com os peitos balançando

bem na frente do meu rosto e minhas mãos bem firmes em sua bunda foi

incrível. Nós gozamos e caímos abraçados, ofegantes e ficamos aos beijos,

com as pernas emboladas. Joguei a camisinha fora, peguei água para ela e

me vi fazendo algo que nunca fiz.

- Existe algum lugar legal para um café da manhã tardio aqui?

Sarah prendeu o cabelo no alto e me encarou com um sorriso.

- Tem um restaurante com esse serviço, por quê?

- Porque não vou te deixar sair daqui cedo e depois, nós vamos

comer. - Me inclinei e lhe dei um beijo.

- Em algum momento você vai trabalhar? - Soltou uma risada, me

abraçando enquanto eu me acomodava. Nós rolamos aos beijos, tateei a

gaveta, encontrando apenas duas camisinhas. Nossa brincadeira precisaria

de reforços em breve. - Isso é um não?

- Vou trabalhar bem depois do nosso café. - Coloquei a camisinha.

- Agora tenho coisas mais importantes para fazer.

Sarah capotou depois do banho. Estava exausto também e

estranhamente sem vontade de dormir. Peguei meu telefone e mudei o horário

da reunião no sistema da empresa, colocando para mais tarde e enviei uma

mensagem para Carick, afinal, não havíamos terminado a nossa conversa.

O dia amanheceu e seu telefone tocou. Ela resmungou antes de pegar e

atender. Sua expressão emburrada mostrou que não era a melhor pessoa

matinal, assim que encerrou a chamada, fechou os olhos por uns segundos e

lhe dei um beijo. Ficamos confortáveis na cama, quase pedi um café da

manhã no local, mas havia detestado a comida do serviço de quarto.

- Já me basta sair do hotel com a roupa que eu entrei, não vou fazer a

caminhada da vergonha em um dos lugares mais badalados da cidade. Se

quiser minha companhia, nos encontramos lá. - Ela me deu um beijo e

fechou seu casaco. - Até daqui a pouco!

Era melhor que ela estivesse lá. Sarah me dava a sensação que podia

escorregar entre meus dedos. Uma mulher que não fazia o esforço de me dar

o seu número de telefone estava tudo bem para mim, mas ela, depois da noite

que tivemos, sequer mencionar o seu sobrenome estava começando a me

deixar maluco.

Me arrumei para encontrá-la, com meu telefone vibrando sem parar e

durante o trajeto, respondi e-mails, falei com minha assistente e ainda discuti

com meu irmão por mensagens. Às vezes, Nathan me irritava. Eu o chamava

de Príncipe Charmoso, porque ele parecia com o personagem do filme do

Shrek, coisa que só descobri porque minha sobrinha me obrigou a maratonar

em um final de semana de natal.

Escolhi uma mesa próxima a parede de vidro que dava uma bela visão

para a cidade. A recepcionista ficou me olhando, abriu um sorriso charmoso,

perguntando se eu teria companhia e parou de falar ao perceber Sarah

andando na minha direção. Ela usava uma calça preta bem justa, botas até os

joelhos e de saltos, com uma camisa de gola alta. Mesmo toda coberta, ainda

era de tirar minha concentração, principalmente porque eu sabia muito bem o

quão gostosa ela era ao gozar.

- Demorei?

- Muito. Estou te esperando há horas. - Brinquei, colocando meu

telefone na mesa. Ela riu e puxou a cadeira para sentar, mas eu quis que

ficasse ao meu lado. - Está linda e cheirosa.

- E dolorida.

- Imaginei. Dolorida com arrependimentos ou sem arrependimentos?

- Sem nenhum arrependimento - garantiu e sorri contra seus lábios.

- Estou faminta porque um certo alguém quis sugar todas as minhas

energias.

Pegamos o menu e fizemos um pedido variado, enchendo a mesa de

comida. Ela queria que eu experimentasse uns bolinhos de quatro queijos

que era especialidade da casa. As panquecas eram infinitamente melhores

que as do hotel e sim, eu era muito chato para comer. Não tinha prato

preferido ou coisa do tipo, só precisava ser gostoso.

- Devo ficar na cidade até amanhã à noite. - Comecei a falar.

- Eu trabalho amanhã. - Ela sorriu, colocando o cabelo atrás da

orelha. - Tenho um evento bem cedo e não posso faltar. O que você quer?

- Eu quero te ver antes de ir embora.

- Tudo bem. - Simples assim. Uma mulher sem enrolações.

- Quero seu número de telefone.

- Não ofereci antes porque pensei que era uma coisa... sem detalhes

íntimos.

- Quero poder falar com você...

Sarah pegou meu aparelho, colocou diante do meu rosto, desbloqueou

e digitou seu número, salvando com nome e sobrenome. Sarah Avelar.

- Sobrenome estrangeiro.

- É de origem judaica. Meu pai é judeu... - explicou e devolveu meu

aparelho.

- E você é? - Interessante. Tive amigos judeus na faculdade, mas

não era um círculo que eu frequentava.

- Não. Embora seja um motivo de muita discórdia na minha casa,

minha madrasta, meus irmãos e eu somos católicos. Não sou praticante, não

desde que me tornei adulta, mas é o que sou. E você?

- Não fui criado com nenhuma religião. Minha avó frequentava a

igreja batista aos domingos, fazia parte do coral e eu a levava depois que

ganhei meu primeiro carro. - Peguei meu suco e dei um gole. - Passei a

frequentar quando me apaixonei pela filha do pastor. Eu tinha que convencer

o homem que era um bom partido para sua menina.

- E conseguiu? - Sarah me olhou com interesse.

- Claro que não. - Soltei uma risada.

- Aprendeu alguma coisa na igreja? - Ela cruzou as pernas e o cano

de sua bota ficou na minha panturrilha.

- Algumas coisas, não muitas, eu era desatento e agitado. Era difícil

ficar parado no mesmo lugar.

- E o que mudou?

- Faculdade me exigiu concentração e agora, o trabalho, a vida

adulta. Jogava xadrez quando era novo, também me deu muito foco a longo

prazo.

Sarah era fotógrafa e apesar de ser uma profissão que eu não me

interessava nem um pouco, ouvir sobre, me deu a impressão que era muito

mais trabalhoso e necessitava de mais organização do que previ. Ela tinha

muitos equipamentos, um site de trabalho e tive que elogiar, sinceramente.

Era talentosa. De brincadeira, tirou uma foto minha que ficou muito bonita.

Na minha galeria, não tinha fotografia nenhuma, depois do nosso café,

havia milhares de fotos nossas e principalmente, dela. Seu sorriso, suas

mãos delicadas, as unhas pintadas de bege claro com anéis bonitos. Eu a

deixei em seu apartamento um pouco mais tarde, com o sentimento de estar

nas nuvens e nem o idiota do diretor operacional me tirou do sério na

apresentação de merda que me fez perder um tempo precioso.

- Não está bom. Os números não batem, o que significa que precisa

ser refeito antes que eu implante uma auditoria e mude tudo isso aqui de

lugar. - Bati com a minha caneta na mesa. - Reunião encerrada.

Esperei que todos saíssem para atender minha mãe, que mesmo

acamada, não conseguia abrir mão de controlar tudo. Ela precisava entender

que estava fora. Eu não voltei para os negócios para voltar e ficar sob seu

domínio.

- Se você está ligando para falar sobre o trabalho, eu vou desligar -

avisei de imediato. Ela riu do outro lado da linha. - Se for sobre seu

aniversário, estarei aí no sábado a noite.

- Obrigada por confirmar sua presença, meu querido. E sim, estou

ligando para saber sobre Atlanta...

- Mãe... - Apertei a ponta do meu nariz. - Ou você volta ou me

deixa assumir.

- Não consigo me desligar totalmente. - Soltou uma risada. -

Apenas uma breve informação sobre a empresa.

- Está tudo sob controle - garanti e girei a cadeira para observar a

cidade. - O diretor operacional que escolheu é um merda e como sou

bonzinho, darei a ele só mais uma chance antes de assinar sua carta de

demissão.

Minha mãe tomou fôlego para dar sua opinião, cortei dizendo que a

amava e encerrei a chamada. Vivian, minha secretária, entrou na sala com

milhares de pastas e um olhar exasperado. Ela tinha quase cinquenta anos e

estava no cargo há uns vinte. Trabalhou com meu pai, depois com minha mãe

e nos últimos tempos havia se tornado meu braço direito e esquerdo.

A mulher sabia absolutamente tudo sobre a empresa e toda vez que a

irritava, ela dizia que iria se aposentar.

- Está chateada com alguma coisa? - Olhei para o seu rosto.

- Esse lugar me irrita. Me deixe aqui um mês e colocarei tudo no

lugar.

- E como vou sobreviver sem você em Nova Iorque?

- Se vira. - Revirou os olhos e saiu da sala, pegando algo na sua

mesa provisória e voltando. - A propósito, como, em vinte e quatro horas,

você conseguiu aparecer no jornal de Nova Iorque? - Me entregou uma

folha impressa.

Porra. Eles nunca se interessaram em mim até Meghan sinalizar que eu

podia ser um pote de ouro.

Herdeiro da BAXTER-FITZGERALD em jantar romântico com

morena ainda não identificada em Atlanta.

Nossas fontes afirmam que Arthur Baxter está na cidade a trabalho e

pelo visto, muito bem acompanhado. A mulher não foi identificada e os

dois estavam em um intenso clima de romance.

Joguei a folha na minha mesa e minha secretária estava esperando que

dissesse algo. Apenas sorri. Quem podia me culpar por cair de quatro por

Sarah? Vivian me deixou depois de resmungar que eu só dava trabalho.

Pensando que poderíamos ter mais uma noite juntos, mesmo que

tivéssemos compromisso logo cedo pela manhã seguinte, encontrei um

restaurante na busca que poderia atender ao meu pedido. Enviei o menu com

uma foto do meu quarto do hotel, que eu tirei sem querer e acabou ficando

salvo.

"Isso é um convite para comida japonesa na sua companhia e no seu

quarto?" Enviou uma carinha pensativa. "Preciso vestir algo especial?"

Acrescentou um diabinho.

Abri um sorriso. Ela era espirituosa.

"Não. Roupas são dispensáveis".

Sarah levou uns minutos para responder. Enviou uma foto de um

conjunto de lingerie arrumado em cima da cama. Me inclinei para trás, sem

esconder a porra do sorriso, muito ansioso para mais uma noite ao seu lado.

Capítulo 5 | Sarah

Tony me deu um olhar esquisito ao me ver sorrindo feito uma idiota

para meu telefone. Arthur estava me enviando mensagens safadas desde que

deixei sua cama no meio da madrugada, para voltar para minha casa.

Precisava dormir um pouco sem uma tentação grande e loira ao meu lado e

me arrumar para o evento que não era exatamente de trabalho. Na verdade,

um casal de clientes estava completando cinquenta anos de casados e me

convidaram para o brunch de comemoração.

Atlanta tinha muitos hotéis, mas pelo visto, o evento tinha que

acontecer no lugar que o homem que virou minhas noites do avesso estava

hospedado. Eu não sabia se estava em seu quarto ou no trabalho, parecia

desocupado ou era um megalomaníaco que fazia muitas coisas ao mesmo

tempo.

Guardei o telefone no bolso e peguei a taça, participando do brinde. O

bolo foi cortado, servido e Tony se despediu, precisando ir embora. Ainda

fiquei mais um pouco, conversando com uns amigos em comum e ao achar

prudente, me despedi dos anfitriões. Caminhei sem pressa para a saída

porque estava com um par de sapatos altos que se virasse o pé, seria um

desastre. Usava uma calça rosa clara justa, com uma blusa mais larga branca

e me enrolei para colocar o casaco.

- Posso te ajudar, minha dama? - Arthur se aproximou. - Sabe a

minha felicidade ao vir buscar uns documentos e encontrar uma linda mulher

no saguão?

- Você é muito galante. - Virei de frente para ele.

- Leve isso e entregue a Vivian. - Entregou a pasta ao homem que o

aguardava. - Você vem comigo.

- Oi? Simples assim?

Arthur sorriu bem sacana.

- Você quer vir comigo porque sabe que vamos fazer algo muito bom

juntos. - Piscou me fazendo rir. Segurei sua mão, caminhando ao seu lado

até o elevador. - Seu evento era a festa de casamento no salão? Eu vi um

casal entrando quando estava saindo para o trabalho.

- Sim. Eles são meus clientes e fiz as fotografias informais, outro

profissional assumiu as fotos de hoje porque eu não trabalho em festas. É

muito cansativo - expliquei e ele me puxou para seus braços. - Você vai

embora que horas?

- Meu voo está programado para dezenove horas, o que significa que

eu tenho um tempo antes de partir e te esperar em Nova Iorque no final de

semana.

Fiquei tão surpresa que dei um passo para trás, tropeçando com meus

saltos. Arthur riu da minha careta, me abraçou e me beijou. Era uma ótima

maneira de me calar, porque ia soltar alguma besteira. Quando pensava que

ele ia agir de uma maneira, o homem fazia algo totalmente diferente.

- Só vou parar de te beijar se disser "sim, eu vou te encontrar em

Nova Iorque" - falou contra meus lábios. - Não diga "vou trabalhar".

- Fotógrafos trabalham muito mais nos finais de semana do que

durante, sabia disso? - Como não era a resposta que ele queria, voltou a me

beijar, me fazendo rir. - Mas... eu posso ir sábado à noite, passar o

domingo e voltar segunda.

- É perfeito. - Desceu as mãos para minha bunda. - Vou te mostrar

um pouquinho do meu mundo lá.

- Então, você vai ter que voltar para que eu possa mostrar o meu

mundo de verdade. - Segurei as golas de sua camisa. Arthur sorriu contra

meus lábios, me fazendo derreter no lugar, com o coração todo bobo por

ele.

- Combinado.

Entramos em seu quarto aos beijos e passamos a tarde na cama, não só

fazendo sexo alucinadamente gostoso, mas conversando. Ele era tão

engraçado sendo tão... ele. Era difícil explicar. Arthur tinha uma essência

única. Era intenso, te levava a loucura e ao mesmo tempo, te fazia sentir uma

leveza sobrenatural. Estar com ele nua, falando sem parar, beijando-o como

se fizesse aquilo por dez anos e não dois dias, era natural como a luz do sol,

que mesmo no auge do inverno, iluminava a cama.

Me arrumei para voltar para casa enquanto ele se vestia para ir

embora. Sua mala estava pronta e o motorista aguardando. Saímos juntos e

ele me deixou na frente do meu prédio. Nos despedimos com um beijo, com

a promessa de nos vermos logo e com isso, ele me enviou uma mensagem

assim que entrei no elevador. Era sua mão grande no meu bumbum, foto que

eu tirei, rindo, porque ele acariciava como se fosse uma bola de cristal.

Mal entrei em casa e ele mandou uma foto com a cabeça deitada na

minha barriga. Editei todas em preto e branco, com bastante ruído, não só

para dar um efeito, mas para disfarçar um pouco seu rosto e os demais

detalhes.

Enviei de volta uma foto em que eu estava rindo, com a cabeça deitada

em suas coxas. Sorte que ele estava com o lençol cobrindo as partes que

importavam ou seria o primeiro plano antes do meu rosto. Encostei na porta,

com o telefone contra o peito e um sorriso enorme no rosto.

- Vadia. - Érica me deu um susto. - Toda apaixonada. No meu

país, chamamos isso de amor bandido.

- No meu, chamam de um termo muito vulgar: amor de pica.

A expressão confusa dela me fez rir ainda mais. Levei dez minutos

explicando o sentido até que ela caiu na gargalhada comigo.

- Eu vim aqui te ver porque você sumiu depois do encontro com o

homem. - Ela se debruçou no balcão. - Sua pele brilha.

- Estava ocupada fazendo o que eu não fazia há muito tempo.

- Foi bom? - Seus olhos brilhavam de alegria por mim. Ela sabia o

quanto eu havia sofrido no término com Marcus, a dor de romper minha

amizade com Stacey e até elas, que precisaram se afastar para ficar ao meu

lado. Foi um período horrível, que me trouxe muitas inseguranças e pioraram

todas as paranoias que já tinha.

- Foi épico. Ele quer que eu vá para Nova Iorque no final de

semana.

- Mentira? Sério? Puta merda! - ela gritou comigo. - Isso é

demais! Eu pensei que você estaria chateada consigo mesma porque ele está

indo embora e na verdade o homem te quer lá. Como vai ser?

- Ainda não sei, mas já combinamos que eu vou e depois, ele volta.

- Será que vão ficar nessa?

- Não sei. Não vou colocar nenhuma expectativa ou pressão em nós,

apenas viver o que tiver, aproveitar cada momento e me permitir sentir essas

emoções tão gostosas. Esqueci que é muito bom ter esse friozinho na barriga.

- Abracei minha garrafa de água, suspirando. - E o sexo? Caramba! Eu

não imaginava que podia ser tão bom! Claro que já tive noites memoráveis,

experiências bem agradáveis, até mesmo com Marcus, mas tudo que senti

com Arthur foi único. Aquele prazer, a intensidade entre nós, a vontade de

estar junto...

Érica estava sorrindo, com o queixo apoiado nas mãos, me olhando

com interesse e diversão.

- Agora você entende porque Carick e eu não nos soltamos mais.

Estou feliz por você, mas... - Deu a volta e segurou meus ombros. - Se

der errado, não quero que afunde novamente. Lide com o coração partido e

erga a cabeça, siga em frente, sendo a grande gostosa que é.

- Vou dar o meu melhor.

            
            

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