estou abraçada nele, sua mão está na minha bunda e a outra segurava o
celular. A pouca claridade que os outros prédios colocavam na sala,
evidenciava sua mão branca na minha bunda, coberta com o vestido preto.
- Eu vou postar. - Abriu um sorriso sacana.
Não dava para ver meu rosto, então, não me importei. Ele mostrava ser
do tipo possessivo, já me chamando de sua sem nem parecer que estava
percebendo suas atitudes. Não sinalizei, porque não estava me incomodando.
Prontos para uma noite divertida, saímos de mãos dadas e eu estava bem
ansiosa para ver o que ele havia reservado para nós dois.
Capítulo 7 | Arthur
Sarah dançava em pé na minha frente, sua bunda tinha um gingado
maravilhoso e ela estava mergulhada na música, mas sem sair de perto de
mim. O garçom me entregou a bebida colorida que ela escolheu, um drinque
muito doce e logo entreguei a ela, sem condições de beber aquilo. Como não
estava dirigindo, pedi um uísque sem enrolações.
A música mudou, ela virou e jogou os braços no meu pescoço,
dançando em mim e ri da sua alegria. Descansada, a mulher estava com
energia explodindo pelos ouvidos e com isso, não parava no lugar. Fomos
jantar em um pomposo restaurante que servia frutos do mar, que ela me disse
que adorava. Não foi a minha primeira vez no local, escolhemos o menu do
chef e comemos muito, sem espaço para sobremesa.
Estava feliz que ela veio me ver e não era mentira. Não falei para ser
um conquistador, embora soubesse que ela adorou ouvir. Era uma
honestidade crua. Sarah estava dominando meus pensamentos, meu tempo e
minhas vontades. Quando recebi a confirmação que embarcou, eu fiquei
aliviado e ansioso para que chegasse logo. Duas horas nunca levaram tanto
tempo para passar.
- Está pronta para a última etapa da noite?
- Prontíssima. O que tem para mim? - Sorriu torto.
- Uma surpresa que espero que goste. - Dei-lhe um beijo e sinalizei,
pedindo a conta.
O local onde estávamos era um pub badalado, não chegava a ser uma
boate, mas também não era um barzinho qualquer. Tivemos um pouco de
dificuldade de sair e ela tremeu de frio até entrarmos no carro. Meu
motorista nos levou tranquilamente pela cidade. Era a primeira mulher que
ele via comigo trabalhando para mim há anos. Até para os meus funcionários
eu era extremamente discreto com meus casos.
No entanto, se tudo desse certo, Sarah seria uma presença recorrente.
Esperava que ela viesse sempre, e eu já estava com planos de organizar
minha agenda para ir até Atlanta. O quanto me quisesse, estaria lá. Eu podia
estar sendo o homem mais insano do mundo e não me importava, porque
mesmo as mulheres que pensei ter amado, não me faziam sentir tantas
emoções avassaladoras como ela fazia.
Chegamos ao prédio residencial e como não morava ali, não podíamos
entrar na garagem. Com vinho dentro do meu casaco e alguns copos de
plástico, segurei a porta para ela, que corria da chuva fria com a embalagem
da nossa sobremesa. Digitei o código para a portaria e entramos, bati as
gotas do meu cabelo e a sequei com meu casaco.
Chamei o elevador e peguei a senha da cobertura. Era um prédio de
apartamentos pequenos, lofts, um amigo se mudou e iria reformar o local
para vender. Sarah iria enlouquecer. Em seu perfil profissional de fotografia,
ela tinha muitas imagens da cidade, sempre do alto. Abri a porta e acendi as
luzes que ainda funcionavam, não eram muitas, até porque, a claridade tiraria
o foco das paredes de vidro.
- Puta que pariu! - Ela soltou em português com um ofego - falei
uma palavra feia, continue achando que sou uma dama delicada. - Me deu
um sorriso, soltou a embalagem na mesa e correu para o vidro. Liguei o
aquecedor e ri de sua testa colada no vidro, olhando para baixo. Deixei o
vinho e os copos na mesa. - É muito alto, mas é lindo. Incrível.
- Imaginei que fosse gostar. Quando as nuvens estão baixas, aqui
parece o céu. - Parei atrás dela.
- É seu?
- Não. Um amigo está vendendo. - Tirei seu cabelo e fui abrindo
seu casaco.
- Se eu fosse um pouco mais inconsequente, pediria para meu pai
comprar. - Riu. Menininha do papai. No seu perfil havia pouquíssimas
fotos e não tive saco para olhar tudo, só as últimas. Não desconfiei que era
brasileira e por alguns segundos, senti desconforto, mas eu era solteiro e ela
também. Não havia impedimentos entre nós. - Lugar lindo, eu adorei. Você
é muito observador.
- Quando se trata de você, acho que sim. - Me afastei e abri o
vinho, servindo nos copos. Não carregaria taças de vidro no bolso, era
estupidez. Entreguei a ela. - Um brinde.
- A nós dois... que tenhamos mais noites assim.
- É a primeira de muitas. - Batemos nossos copos e demos um gole.
- Muitas? Isso significa que você pensa em coisas a longo prazo? -
Arqueou a sobrancelha. - Você me quer, Arthur?
- Ainda tem dúvida? - Passei meu braço por sua cintura e a puxei
de encontro a mim.
- Me quer aqui? - Levou a mão para trás e foi descendo o zíper do
vestido. - Já imaginou algo bem quente, alucinante e memorável contra
aquela parede de vidro ali? - Apontou e mexeu os ombros, deixando cair o
tecido aos nossos pés. Porra. Como não pensar que era a mulher perfeita?
Soltei meu copo e ataquei sua boca. Fui empurrando-a para a parede,
ela soltou um ofego ao sentir o vidro gelado em suas costas, mas não parou
de me beijar. Ergui sua perna, pressionando minha coxa entre elas, chupando
seu pescoço enquanto ela agarrava meu cabelo, forte. Com um sorriso
safado, foi escorregando para o chão, caindo de joelhos e ficando bem em
frente à minha cintura.
- Será que ele sentiu falta da minha boca? - Abriu meu cinto e foi
descendo o zíper com uma lentidão que estava me matando.
- Desesperadamente. - Suspirei ao vê-la tirando meu pau da cueca.
Ela começou a tocar uma punheta gostosa, olhando nos meus olhos. Juntei
seu cabelo e segurei. - Chupa, baby.
Joguei minha cabeça para trás, tomado de prazer e apoiei minha mão
livre no vidro, fodendo sua boca. Sarah era mestre no boquete, caralho.
Quase perdi minha mente com a chupada nas bolas que me deu.
- Levanta, baby. Vire-se. - Ela ficou de pé e apoiou as mãos no
vidro, empinando a bunda. Dei um tapa firme, chegando sua calcinha para o
lado, esfregando suas dobras e foi minha vez de cair de joelhos atrás dela.
Afastei suas nádegas, chupando sua buceta gostosa, deliciado com seus
gemidos. Peguei a camisinha do bolso, colocando rapidamente e me inclinei
em seu ouvido. - Se segura que vou te foder muito forte. Quero te ouvir
gritar, baby.
Sarah nunca me decepcionava. Ela se entregava de corpo e alma. De
frente para as luzes da cidade, com toda visão esplêndida e panorâmica, fiz a
mulher que preenchia meus pensamentos gozar intensamente, gemendo alto e
arrastando as mãos pelo vidro, buscando apoio. Me liberei tão forte que
fiquei tonto. Segurando-a com cuidado, levei para o pequeno sofá,
colocando-a em meu colo.
Seu rosto estava suado, o cabelo todo bagunçado e o olhar de quem
estava delirando de prazer. Tirei a camisinha e joguei de lado, para recolher
depois.
- Certamente... inesquecível. - Me beijou com tanta paixão que meu
coração acolheu todo o sentimento, parecendo expandir no meu peito e mais
um pouco, iria explodir por ela. - Indescritível.
Abri um sorriso e ela se aconchegou em mim. Puxei meu casaco, nos
cobrindo e me acomodei o melhor que pude, com todo meu tamanho, no sofá
pequeno, sem tirá-la de cima. Ficamos bebendo até esvaziar a garrafa,
conversando, admirando a visão e no meio da madrugada, levei-a de volta
para minha casa.
- Eu vou tomar um banho quentinho para dormir... - avisou e
assenti, sinalizando para ficar à vontade.
Era a primeira vez que uma mulher estava naquele apartamento. Desde
que voltei para Nova Iorque, não estive em um relacionamento. Já fazia
cinco anos que eu não estava em algo sério. Todos os meus casos foram
casuais ou encontros que não chegaram a ser um relacionamento. Sarah me
invadiu tão rápido que eu nunca me preocupei sobre ela estar no meu espaço
pessoal, andando sem roupa pelo meu banheiro e me hipnotizando.
Tirei minha roupa devagar, sem desviar os olhos dela, que prendia o
cabelo na frente do espelho e começava um processo engraçado de tirar toda
maquiagem. Admirei o quanto seu rosto limpo era infinitamente mais bonito.
Era sexy de batom vermelho, mas sem nada, era melhor. Era linda.
Parei atrás dela, olhando nossa nudez. Seu corpo era perfeito.
Baixinha, a cabeça batia no meu queixo. Os cabelos eram muito escuros,
lisos, porém grossos. Os seios redondos, médios, com bicos que eu adorava
provocar na cama e abocanhar. Ela tinha uma entrada de cintura fina,
delicada e um quadril perfeito para agarrar. Seu corpo era torneado de quem
praticava alguns exercícios físicos, mas não com intensidade.
- Somos bonitos juntos - ponderou.
- Deveríamos fazer aqueles ensaios sensuais nus e deixar espalhado
pela casa inteira. - Belisquei seus mamilos. - Emoldurar ou deixar
aparecer na Times Square.
- Exibido e muito convencido.
Sarah me arrastou para o chuveiro e fomos dormir. Não lembrava a
última vez que acordei tarde em um domingo. Nós ficamos na cama de
preguiça, vendo filme, comendo o que tinha na geladeira e à noite, pedimos
pizza. Como disse, roupas foram totalmente dispensáveis. Eu ignorei o
mundo externo, concentrado apenas nela. Não peguei meu telefone, assim
como ela também não pegou o dela, só em um momento, para avisar a amiga
que estava bem. Dormimos agarradinhos, debaixo do edredom já que
começou a ficar muito frio e ao amanhecer, acordei-a aos beijos.
- Você tem que ir?
- Sabe que sim... - choramingou e apertei o botão das persianas. -
Ah! Caramba! Não dá para ver nada!
Era uma tempestade de neve.
- Quanto tempo dormimos? Meu telefone não apitou com alerta do
tempo. - Peguei meu celular. Havia milhares de mensagens. Meu irmão
puto que esqueceu o carro fora da garagem e não conseguiria sair, minha
assistente mostrando a frente do seu prédio tomado de neve e um informativo
do diretor operacional ordenando home office porque a cidade estava
parada. - Acho que seu voo será cancelado.
Ainda sonolenta, pegou o telefone e entrou no aplicativo da companhia
aérea. Ela só virou a tela, mostrando que havia sido cancelado pelo mau
tempo e sem previsão de retorno. Sem sairmos da cama, trabalhamos
separadamente. Ela, cancelando seus compromissos, falando com seu
assistente e com Érica. Eu, fiz o que podia fazer em casa, deixando meus
funcionários seguros.
- Você quer um café da manhã? - Sarah me abraçou. - Acho que
vai ter que me abrigar por mais um tempo.
- Isso vai ser um sacrifício terrível. - Beijei seu pescoço de um
jeito barulhento. Ela riu, tentando escapar de mim, das minhas cosquinhas,
gritando e se debatendo. - Espero que neve a semana toda!
- Não! Deixa de ser cara de pau! - Ela riu, conseguindo fugir. -
Isso é um péssimo jeito de começar o dia. Olha como me deixou? -
Apontou para o cabelo, o pijama todo torto e o rosto vermelho.
- Está linda.
- Tenho que entregar umas fotos para um cliente hoje a noite. Vou
finalizar o trabalho daqui, ainda bem que trouxe meu computador. E você?
- Vou trabalhar de casa. É impossível sair e não é recomendado. -
Olhei novamente para minha parede de vidro.
- Sua geladeira tem água e uma mistura para panquecas que não
parece dar para mais de uma. O que come? - Colocou as mãos na cintura.
- Como na rua, no escritório e peço comida quando chego em casa
porque é um saco cozinhar para um só.
- Vou dar um pulo na mercearia que tem aqui na esquina, sinto muito
para você, mas eu sou a garota que precisa ter as refeições ou fica
extremamente mal humorada. - Se inclinou e me deu um beijo.
Entramos em uma inútil discussão sobre ela ficar e eu ir. Ela era
irredutível sobre poder fazer as coisas sozinha. Eu sabia que ela não era uma
criança e podia ir na esquina fazer compras rápidas, mesmo que fosse em
uma mercearia de luxo extremamente superfaturada no coração do Upper
East Side.
- Você vai congelar com essa roupinha. - Entreguei um casaco
grande e impermeável. - Deve ter umas botas de neve no armário da área.
As minhas vão ficar enormes em você, mas vai proteger esses lindos pés.
Ainda emburrada comigo, desceu na minha frente e pegou as botas. Ela
parecia uma pequena bola, toda empacotada, com dificuldade de andar, mas
se queria sair, seria nos meus termos. Nenhum de nós precisava pegar um
resfriado.
- Estou parecendo uma estúpida - resmungou no elevador. Ergui
meu telefone e tirei uma foto. Seu rosto fechado estava fofo. - Apaga isso!
- Ordenou e sorri.
- Não. - Postei no meu stories do Instagram.
- Bobo.
A rua estava tomada de neve. Alguns montes se acumularam nos
cantos, fazendo com que fosse impossível passar. Uma delas era do tamanho
da cintura dela, o que foi muito engraçado vê-la tentar dar a volta. Irritada
com a minha risada, fez uma bola e jogou bem no meu peito, dando uma
corridinha muito desengonçada, enrolada em um monte de casaco e
tropeçando nos próprios pés.
Muitas lojas estavam fechadas, mas o dono da mercearia era antigo no
bairro e vivia em um enorme apartamento na parte de cima. O velho era
conhecido no local, o tipo que vendia sorvete naquele tempo ruim. Sarah foi
pegando coisas básicas e eu, as não básicas. Se eu ia ficar em casa e minha
garota precisava de comida, iria alimentá-la.
No caixa, ela tirou seu cartão do bolso.
- Nem tente. - Passei na sua frente.
- No meu país, uma conta dessa seria chamada de criminosa. - Ela
olhou o monitor.
- Nova Iorque, baby.
Com quatro bolsas de papel lotadas até a boca, retornamos para o
apartamento.
- Ei, me ajuda aqui! - Ela deu pulos para sair da bota e a minha
calça impermeável caiu aos seus pés. - Não ria! Você me colocou em uma
roupa bizarra e está gelada agora.
- Quando conseguir parar de rir, eu vou te ajudar.
- Você quer transar hoje? - Arqueou a sobrancelha.
Ainda rindo, tirei sua roupa. Ela correu para o quarto, só de calcinha,
gritando "frio, frio, frio" para se vestir. Recolhi as roupas molhadas e
pendurei na lavanderia. Meu telefone tocou e daquela vez, não podia ignorar
mais a insistência da minha mãe.
- Olá, querido. Você está seguro?
- Estou em casa. Acordei um pouco mais tarde. E você?
- O quintal está tomado por neve e Zara já fez todo tipo de boneco.
Seu irmão está aqui, não sei se sabe. Ele esqueceu o carro fora da
garagem e os funcionários também não colocaram para dentro... -
Tagarelou e olhei para o relógio. Quase dois minutos de conversa inútil, era
inédito para Morgan Baxter-Fitzgerald.
- O que você quer, mãe? Eu ainda não tomei café, não comecei a
trabalhar e acabei de sair de um final de semana de folga. Poupa minha
energia essa hora...
- Quem é ela? - Foi direto ao ponto. - Estou na sua rede social.
Vi naquela coisinha que some em vinte e quatro horas sua mão na bunda
de uma mulher. Isso é coisa adequada para um homem da sua idade e na
posição que ocupa?
- Essa é uma coisa que mesmo sendo minha mãe, não vou me dignar a
responder.
- Eu vou conhecê-la? Preciso ter certeza de que não é uma
caçadora de fortuna...
Na dica, Sarah desceu usando uma calça minha, o cabelo todo
embolado no topo da cabeça, o telefone no ouvido, abraçada no computador,
ainda emburrada e dizendo que estava morrendo de fome. Uma caçadora
linda.
- Tchau, Morgan. - Encerrei a chamada. Sarah colocou suas coisas
na mesa da sala de jantar. - O que quer comer? Acho que meus ovos
mexidos com queijo e presunto são bem apresentáveis.
- Deixa que eu preparo. Já conquistei uma parte da sua anatomia,
agora eu vou conquistar o seu estômago. - Abriu um sorriso e deu um tapa
na minha bunda. - Observe, Sr. Baxter. Eu sou uma cozinheira e tanto.
Puxei um banquinho, observando-a se virar na minha cozinha. Meu
telefone parecia estar em convulsão de tanto que vibrava, mas eu não podia
me culpar por não conseguir sair dali para começar a trabalhar. Eu era
viciado em trabalho, mas parecia ter me tornado muito mais viciado nela.