Recado ao CEO
img img Recado ao CEO img Capítulo 5 Sua mãe era mulher do meu pai
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Capítulo 6 Fui a amante img
Capítulo 7 Eu a magoei img
Capítulo 8 Deixá-lo maluco img
Capítulo 9 Brigas img
Capítulo 10 Nosso bebê img
Capítulo 11 Quer jogar este jogo img
Capítulo 12 Vazou a informação img
Capítulo 13 O pai do meu bebê img
Capítulo 14 Leu o meu recado img
Capítulo 15 Responsabilidades... img
Capítulo 16 Sedentos por vingança img
Capítulo 17 Jogou minha calcinha longe img
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Capítulo 5 Sua mãe era mulher do meu pai

Esfreguei meus olhos. Estava cansada de conferir todas as fotos e

enviar para aprovação do cliente, ainda tendo que ouvir suas reclamações.

Quase o xinguei quando pediu para remover alguns pelos na área da virilha.

Me odiei por ter aceitado o trabalho, estava preocupada em não fechar o

faturamento necessário do mês e acabei pegando, o que foi uma merda. O

cliente era muito chato.

- Você faz ensaios de homens nus? - Arthur falou atrás de mim e

pulei na cadeira. - Sério?

Seu tom era meio ciumento. Tive vontade de rir. E ele não parou por

aí:

- Como faço para contratar esse lado de forma exclusiva, assim você

não precisa ver o pau de mais ninguém além do meu? - Se inclinou atrás de

mim e beijou meu pescoço.

- O único pau que eu vejo com interesse é o seu. Esse aí é

profissional.

- Profissional minha...

- Arthur! - Cortei e ele só estalou a língua. - Esse homem é um

narcisista, acabou de me fazer retirar os pelos dele por photoshop e me tirou

do sério. Ele tem zero atrativo. - Beijei seu queixo enquanto ele abaixava a

tampa do meu notebook. - Já encerrou seu expediente?

- Finalizei as partes mais chatas, agora só preciso monitorar uma

questão até às dez da noite. E você? Tenho tempo o suficiente para fazer uma

massagem!

- Sem ciúme do pau alheio? - provoquei e ele bufou.

- Com muito ciúme do pau alheio. - Sorriu torto. - Vem, vamos

tirar um tempo antes do próximo round de trabalho.

Não esperava ter que ficar. Foi uma surpresa a tempestade de neve.

Não que tivesse olhado a previsão do tempo para os dias seguintes, no fogo

e empolgação de vê-lo, ignorei todos os contras de viver em um país que

nevava no fim do ano. Meu voo foi cancelado e sem previsão de

remarcação.

O tempo estava feio, não dava para ver nada do lado de fora e a

televisão mostrava o caos que a neve causou na cidade inteira e onde mais

estava naquele nível. Aquele friozinho dava uma preguiça tão grande que eu

não quis levantar mais depois que fomos para a cama, mas o acompanhei no

preparo do jantar. Arthur fez espaguete com o pacote de almôndegas

congeladas que compramos. Assou com molho e queijo, serviu um vinho

delicioso e comemos no chão da sala, assistindo filme.

- Eu amo massas e isso aqui está delicioso. - Soltei um gemido com

o queijo gostoso que ralou e colocou por cima. - Muito bom.

- Não se compara ao café que preparou. Amanhã eu quero de novo.

- Finalizou seu prato e pegou a taça de vinho, esticando as pernas na frente.

- Acho que você deve ficar aqui até o final da semana.

- Acho que está sendo presunçoso. - Mordi um pedaço da minha

carne.

- Acho que se o seu voo não for remarcado até quarta-feira, deveria

estender sua viagem até domingo. Não vai custar muito. - Terminei de

comer, deixando meu prato em cima da mesinha e ele me abraçou por trás.

- Fica comigo...

Soltei uma risada.

- Você é um manhoso quando quer algo. - Ergui meu rosto e lhe dei

um beijo.

- Sou manhoso, insistente e não vou parar até... conseguir. Fica

comigo.

Virei meu rosto um pouco e sorri.

- Eu vou ficar com você. - Garanti e ganhei um lindo sorriso de

volta.

Arthur não fazia ideia do quanto eu realmente queria ficar com ele.

Estava sendo uma menina sonhadora, que imaginava algo a longo prazo e,

para acalmar as batidas do meu coração e principalmente as borboletas

apaixonadas, decidi viver um momento de cada vez. Ele fechou os braços ao

meu redor, criando um casulo quentinho e eu não podia imaginar uma

maneira mais gostosa de começar a semana.

O tempo melhorou apenas dois dias depois e Arthur me fez ficar até o

domingo, disponibilizando seu jatinho para me levar de volta para Atlanta.

Ele tinha um jatinho. Mais CEO que isso só mesmo Christian Grey!

Inclusive, vimos o filme juntos e ele riu do começo ao fim. O senso de

humor dele me deixava maluca.

Nos despedimos aos beijos, com a promessa de que ele chegaria

sábado à noite, porque precisaria trabalhar cedo e ficaria até a segunda de

manhã. Seria apenas um dia, mas era muito melhor do que só vê-lo na outra

semana.

Voltei para casa e para minha rotina feliz. Até meu pai percebeu que eu

estava alegre, apaixonada, ele até me chamou de fofa. Arthur e eu nos

falávamos todos os dias. Não sabia se um dia chegaríamos ao nível de

compartilhar o nosso relacionamento com amigos e familiares, por enquanto,

estávamos em uma bolha e não queríamos sair dela. Antes de dormir,

ficávamos por chamada de vídeo até pegar no sono.

Eu também estava muito feliz porque tive trabalhos todos os dias da

semana, incluindo o nascimento de um bebê que me deixou muito

emocionada em fazer parte de um momento tão mágico. Tive um prazer

sobrenatural em editar as fotos, até comprei um mimo para os pais, que me

escolheram perante muitas empresas que eram melhores equipadas para

acompanhar um parto.

Se continuasse naquele ritmo, poderia abrir um escritório fora do meu

apartamento. Era arriscado no meu faturamento assumir um segundo aluguel,

mas queria tanto, que pensei em pedir para meu pai comprar o local que eu

vivia, porém, declinei logo que clareei meus pensamentos. Podia conseguir

sem a ajuda de ninguém.

Aproveitei que tinha dinheiro o suficiente para trocar meu telefone, fui

à loja e saí de lá com o novo aparelho, feliz como uma criança. Memória não

era o suficiente para mim, mas quinhentos gigabytes de espaço era um sonho

realizado. Voltei para casa bem tarde, depois de andar no shopping para

fazer umas compras necessárias, meus braços estavam lotados.

- Srta. Avelar? Chegou uma encomenda para você e eu recebi porque

o entregador insistiu muito. - Meu vizinho abriu a porta. Ele era bonito e

nunca o tinha visto antes.

- Você é novo aqui?

- Me mudei há duas semanas. - Abriu um sorriso.

- Seja bem-vindo e muito obrigada. - Apontei para a caixa e ele me

entregou.

Entrei em casa e do meu celular antigo, mandei mensagem para Érica.

Antes, ela faria uma festa sobre um vizinho gato, percebi que nem eu estava

alardeando muito. Só precisava comentar. Fechei a porta com um chute e

esperei o sinal de que ela havia trancado digitalmente, colocando a caixa na

mesa. Rasguei o papel em cima e precisei de estilete para rasgar o último

embrulho.

Minha irmã me mandou roupas íntimas e camisolas.

"Desfile com minha nova coleção na frente do seu boy gringo. Com

amor, sua irmãzinha favorita".

- Vaquinha. Ela sabe que é a favorita porque só tem ela... -

murmurei olhando as coisas e eram lindas. - Quando ela cresceu e passou a

criar tantas coisas? A garota não para. - Continuei falando sozinha.

Lavei algumas peças que gostaria de usar quando Arthur chegasse. Nos

dias que passei em sua casa, fiquei toda zoneada. Arrumada e bonitinha só

nos primeiros dias, com a intimidade da convivência forçada, meus cabelos

ficaram embolados no alto e usei as camisas dele porque não havia levado

roupa o suficiente.

Elaborei um cardápio por alto, para fazer compras e dei uma olhada

nos meus e-mails enquanto beliscava uns biscoitos. Eu cresci entre biscoito

e bolacha, meu irmão mais velho morria comigo, era uma guerra na mesa, na

ida para escola e cookies eram... cookies. Simples e sem problemas. Ele

podia ser de mil maneiras e receitas que seriam apenas cookies.

- O que está fazendo? - Érica me ligou.

- Respondendo e-mails. E você?

- Assistindo ao canal de fofoca.

- Eu dispenso, obrigada - resmunguei. Levou muito tempo, mas eu

não olhava nenhum canal de mídia. Nada. Não pegava revistas que falavam

dos famosos, inclusive rasgava a parte do jornal que era sobre esse tema.

Fui muito agredida pela imprensa, com coisas que saíam da minha mãe, mas,

houve um tempo que as fofocas do meu pai eram em maior quantidade.

Quando ele se envolveu com política, foi investigado por corrupção e

lavagem de dinheiro junto com meu tio. Foi um pesadelo. Sempre saía notas

me relacionando como a filha fora do casamento. Era horrível. No final,

papai provou sua quase inocência, não foi preso, meu tio sim e foi um

escândalo na família. Desde então, ler sobre minha família nos machucava

muito. A internet podia ser muito cruel também.

- Sei que você não gosta, por isso não te chamei para assistir.

Carick está em uma reunião por vídeo com seu homem e só queria te dizer

que a voz dele dá tesão.

- Você pode quase cutucar as estrelas, mas eu vou te quebrar ao meio

se ficar falando do meu... - parei de falar, limpei a garganta. - Do Arthur

assim.

Ele não era meu namorado. Nós deixamos claro um para o outro que

queríamos ficar juntos a longo prazo e que estávamos naquilo de cabeça, só

não demos rótulos e não falamos mais sobre nossa família. Eu passaria as

festas de fim de ano no Brasil, emendaria no aniversário do meu pai e depois

voltaria. Ele ia ficar com a mãe, irmão e sobrinha. Era muito cedo para

qualquer envolvimento familiar.

Érica me conhecia o suficiente para não insistir sobre rótulos, até

porque, ela e Carick foram morar juntos sem sequer ter uma definição. O

importante era o dia a dia, a companhia, conversa e mesmo nas noites que eu

estava exausta, Arthur foi doce, carinhoso e até bem safado, me fazendo rir

com suas pérolas e sentir saudade do seu corpo me aquecendo.

Como eu podia estar tão apaixonada assim?

No sábado, acordei cedo e arrumei o apartamento. Era a primeira vez

dele na minha casa e ao contrário da dele, não era grande e extremamente

luxuosa. Era agradável e bem confortável. Decorei cada cantinho no prazer

de deixar minha casa do meu jeito.

Deixei as luzes principais apagadas, acendi velas aromáticas, com as

luzes amarelas da cozinha acesas. Preparei salmão com acompanhamentos.

Infelizmente, ele não poderia provar o quão incrível era minha moqueca.

Fiz meu cabelo, usei um conjunto de lingerie vermelho e um roupão de

cetim azul escuro com renda. Quando me mandou mensagem informando que

o avião havia pousado e chegaria logo, disparei pela casa ajeitando o que

faltava. Mandei o código para liberar sua entrada e assim, subisse direto.

A batida na porta soou alguns minutos depois. O safado estava mais

adiantado do que previ. Abri a porta e parei sensualmente.

- Sr. Gostoso?

Ele soltou sua bagagem e me agarrou.

- Olá, minha Srta. Mais Bonita. - Me deu um beijo. Ah, como

estava com saudades!

Fechamos a porta e o puxei para o sofá.

- Você tem três opções, o que vai querer primeiro? Tour, jantar ou

eu?

Arthur sorriu bem maldoso, me puxando pelo laço do roupão.

- Sempre você em primeiro lugar.

Com mais um beijo, começamos a nossa noite maravilhosa. Acordei

assustada com um barulho no apartamento de cima e ergui meu rosto. Arthur

ainda dormia pesado, nu da cintura para cima, o braço no rosto e o outro, me

segurando. Meu estômago roncou de fome, porque comi pouco no jantar,

bebi mais vinho que meu peso suportava e ao dizer "vamos transar a noite

toda" para Arthur, ele levou no sentido real da palavra.

Olhei a hora e percebi que não tínhamos dormido muito. Devo ter

apagado antes de tomar banho, estava nojenta. Saí da cama de fininho, entrei

no chuveiro e reconheci o que não deveria reconhecer nas minhas partes

íntimas. Tentei me lembrar se tínhamos usado camisinhas, mas como estava

alterada pelo álcool, não lembrava direito.

- Merda.

Terminei meu banho com meu telefone vibrando, corri para o quarto,

desliguei a chamada e me vesti, saindo com cuidado para não acordá-lo.

Érica esqueceu que Arthur estava comigo e queria companhia para aula extra

de pilates. Tirei as coisas de café da manhã, pensando que ovos e torrada era

tudo que meu estômago podia suportar depois de tanto vinho. Sentia falta de

pão na chapa com café da padaria, mas isso era algo que não encontrava em

Atlanta, mesmo com tantos brasileiros.

Arthur saiu do quarto quando o cheiro da comida ficou forte no

apartamento. Ele estava de cueca e nada mais, não disfarcei meu olhar por

seu corpo. Alto e gostoso, eu não me importava em escalar e montar.

- Bom dia, baby. - Parou atrás de mim e beijou o topo da minha

cabeça. - Acordou muito cedo considerando a hora que fomos dormir.

- Estava bêbada e agora, com fome.

- Faz tempo que não bebo como bebi ontem. - Bocejou e pegou a

espátula, assumindo os bacons na minha chapa. - No entanto... acho que não

usamos camisinha.

- Eu também acho. - Não tive coragem de virar.

- Sinto muito. - Me abraçou apertado.

- Não tenho nada, não sou como essas mocinhas dos livros que anda

com um exame no bolso e imagino que você também não. - Olhei em seus

olhos e ele parecia bem, sem surtar.

- Sempre me previno, foi um descuido e peço desculpas. Eu sei que

não tenho nada porque a minha empresa pede esse tipo de exame e como não

faz muito tempo...

- Tudo bem. Eu acredito em você. - Dei-lhe um beijo.

- Você toma anticoncepcional?

- Sim... religiosamente. Sinto muita cólica menstrual, não tenho

nenhum problema, só meu fluxo que é longo e intenso, então, optei por

hormônios por mais que muita gente seja contra.

- Entendi. Estamos bem?

- Estamos ótimos. - Sorri.

Nosso café foi uma delícia e depois, ficamos no sofá. Ele me mostrou

uma foto da sua sobrinha brincando no quintal da casa de sua mãe, curiosa,

perguntei se tinha mais fotos da família. Ele mostrou a mãe, era uma senhora

muito bonita, conservada, bem mais velha que a minha mãe e madrasta.

- Esse é meu pai, madrasta e minha irmã. Quase não tenho fotos do

meu irmão porque ele foge delas como o diabo foge da cruz. - Entreguei a

ele um porta-retrato que ficava atrás do sofá.

- Você parece com seu pai, mesmo ele sendo alto e loiro. Ele é

brasileiro?

- De origem alemã. Martins Avelar é um sobrenome recente, o nome

da minha bisavó é complicado demais de pronunciar.

Arthur sorriu, me entregando a foto.

- Tem mais fotos da sua família?

Por alto, mostrei alguns primos pelo instagram, nos álbuns de família

do meu primo e ele achou a minha avó materna uma senhora linda e

conservada.

- Não tem muitas fotos com sua mãe?

- Na verdade, eu quase não a vejo e quando estamos juntas,

raramente tiramos fotos. Ela é muito ocupada. - Abri a gaveta do móvel

aparador próximo ao sofá e peguei uma foto que ficava ali. Guardei depois

que passei a me sentir desconfortável com ela pendurada na parede. - Essa

é minha mãe, fantasiada de madrinha de bateria, no último ano que desfilou.

Ela ainda é destaque na sua escola de samba. Ao lado dela, o marido. Ele

faleceu há dois anos.

Arthur pegou a foto e sua expressão mudou. Ele tirou minha perna de

seu colo e ficou em pé como um raio.

- Tudo bem?

- Você disse que esse homem é seu padrasto?

- Sim. Ele faleceu de infarto. Foi bem delicado porque o mundo

estava no auge do desespero da pandemia. Ele era fumante e diabético, não

resistiu - comentei e ele estava tremendo. - Arthur... o que houve?

Ele me olhou com raiva.

- Você não me falou que sua mãe era mulher do meu pai!

Me afastei um pouco.

                         

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