Mafioso indomável
img img Mafioso indomável img Capítulo 2 Antes que eu exploda
2
Capítulo 6 Candy img
Capítulo 7 Hora do show img
Capítulo 8 Doce menina... img
Capítulo 9 Vou pegar você img
Capítulo 10 Que boca.... img
Capítulo 11 De frente a câmera img
Capítulo 12 Enlouquecidamente img
Capítulo 13 Esse é o seu namorado img
Capítulo 14 Verdadeiro chefe img
Capítulo 15 Melhor cliente img
img
  /  1
img

Capítulo 2 Antes que eu exploda

- Porra! Quantas vezes eu tenho que pedir para que me entregue essa

droga de contrato?

Bato minhas mãos contra a mesa de mogno do meu escritório e me

arrependo assim que sinto a dor se alastrar dos dedos até o braço. Minha

paciência já se esgotou, essa assistente nova é lerda demais, já é a terceira vez

que peço pela mesma coisa e nada! Preciso ler o maldito contrato antes que a

reunião comece, e agora tenho menos de uma hora para me preparar.

- De-Desculpa senhor Knight! A impressora estava sem tinta e tive

que trocar o cartucho...

- Achei que tivesse dito que era proativa na entrevista! Como deixou

que algo assim acontecesse, hein?

- Me...me perdoa! Já venho trazer os papéis...

A assistente, da qual não lembro o nome, se desculpa profusamente

antes de sair em busca do bendito contrato. Percebo uma lágrima escorrer

pelo seu rosto no instante em que se vira e, vendo aquela cena, sinto que

minha cabeça vai explodir.

Merda!

Massageio minha têmpora e inspiro fundo algumas vezes para

controlar o estresse.

- Cara, o que foi que você fez dessa vez?

Aperto os olhos com força e passo as mãos pelos meus cabelos antes

de olhar o meu irmão mais novo que acabara de entrar sem permissão, como

de costume, na minha sala.

- Eu não fiz nada, Gabe! Aquela assistente é que não sabe fazer o

trabalho dela.

- James, não precisava fazer a pobre coitada chorar...

- Se não aguenta a pressão, então devo demiti-la! Eu avisei a maneira

como as coisas são aqui na empresa logo na entrevista e ela aceitou.

Gabe me encara por um longo momento sem falar nada e então

balança a cabeça.

- Cara, eu e Pete concordamos que precisamos conversar.

Já sei sobre que os meus irmãos querem conversar, mas finjo

ignorância a respeito.

- Então conversem os dois, ué! Agora me dê licença, preciso

organizar a papelada antes que os nossos clientes cheguem.

- Não se faça de desentendido, James. Precisamos conversar, nós

três.

A porta se abre novamente e eu me levanto, achando que é a tal

assistente me trazendo o contrato. Fecho a cara quando vejo que é o meu

outro irmão.

Cacete!

Cadê. A. Porra. Da. Minha. Assistente. Imprestável?

- O que você quer, Pete? - esbravejo.

Meu irmão do meio levanta as mãos para o alto e me olha espantado.

- Opa! Calma brother, só vim avisar que os slides e tudo o mais estão

prontos na sala de reunião.

Meus irmãos gêmeos me olham preocupados, o que só piora o meu

humor. Odeio que me olhem dessa maneira. Não suporto que sintam pena de

mim. Eu deveria ser o mais forte - sendo o irmão mais velho, ainda que por

alguns minutos - sou eu quem devia me preocupar com o bem estar deles.

- Obrigado por avisar, Pete. E você, Gabe? - Amanso o meu tom de

voz o máximo que consigo.

- Como já disse antes, eu consegui baixar os números, o projeto está

bem mais viável sem perder a qualidade.

- Ótimo! Os contratos estão prontos, mas preciso deles impressos!

Mal termino de falar e a porta se abre novamente, minha ampla sala

parece menor com tanta gente aqui dentro.

- Aqui está senhor, desculpe a demora. - Ela me entrega os

documentos com as mãos trêmulas e seu olhar fixo ao chão.

- Evite que isso aconteça novamente, ou então será demitida.

A mulher assente e vai embora.

- James! Você não pode tratar uma funcionária dessa maneira, cara!

- Gabe me admoesta e vejo que Pete concorda.

- Brother, você precisa de umas férias, se divertir um pouco. Está

ficando cada vez mais ranziza, pô!

- Não preciso de nada disso! Amo o meu trabalho, por mais que seja

estressante ás vezes... - Afrouxo a gravata, sentindo-me sufocado.

Meus irmãos trocam olhares.

- James... você só vive aqui no escritório. Não têm saído com a

gente, nem com seus amigos.

- É, brother. Nós não dissemos nada antes por respeito... mas não

acha que já passou da hora?

Merda! Não acredito que esses filhos da mãe estão me dizendo isso!

Sinto o meu coração bater contra o tórax tão forte que fico com falta

de ar. As lembranças tentam se apoderar de mim, me sufocando, mas eu luto

contra elas e as bloqueio.

- Vocês não sabem do que estão falando, porra!

- Cara, nós sabemos que você odeia que toquem no assunto, mas já

faz quase dois anos desde que ela se foi. - Gabe encolhe os ombros e sua

expressão fica mais séria, algo incomum de se ver.

A pressão no tórax aumenta a cada palavra que sai da boca de Gabe,

minha visão fica turva e luto para não transparecer minha dor. Porra, eu não

quero sentir isso!

- Eu sei que você a amava e respeitamos o seu luto, mas já está na

hora meu brother... - Fecho os olhos com força ao ouvir Pete, e quando os

abro vejo tudo vermelho - Stacy não gostaria de te ver desse modo. Se

afastando cada vez mais das pessoas e se tornando esse ser que parece prestes

a explodir a qualquer segundo!

Vôo pra cima dele com a mão fechada em punho, mas Gabe me segura

antes que eu acerte o rosto do meu outro irmão. Me solto bruscamente dos

braços de Gabe e me afasto dos dois, antes que desfigure os seus rostos.

Chego a parar para pensar como seria mais fácil de nos discernir se eu fizesse

isso, mas inspiro fundo e acalmo meus nervos.

- Não abram mais a boca para falar sobre isso! - Afasto-me até

minha mesa com o peito arfante - Eu estou bem da maneira como estou

lidando com minha vida. O trabalho é a única coisa que me preenche o vazio

que Stacy deixou.

- Desculpa, James. - Eles dizem em uníssono.

Quando enfim acho que o assunto está por encerrado, ouço o Gabe

falar:

- Mas você tem que admitir que está fora de controle. Tive que pagar

uma nota na indenização de Suzanna.

Olho para ele incrédulo.

- Suzanna? Quem é essa?

- Sua última assistente, aquela que se demitiu por justa causa!

Esfrego as mãos no meu rosto quando enfim lembro-me de quem ele

está falando. Suzanna se demitiu quando gritei com ela, e com razão, por ela

não ter me passado a ligação do meu cliente mais importante. Tudo bem que

pedi para avisar que estava fora enquanto eu redigia a porra do contrato desse

mesmo cliente, mas fui claro ao dizer que se fosse relacionado a ele, era para

me passar as malditas ligações.

- Nós somos seus irmãos e te amamos, mas nem a gente está

aguentando, bro.

Encaro os dois sem palavras, tenho estado com a cabeça quente

ultimamente, admito. Mas não imaginava ser tão grave assim.

- O que vocês dois me sugerem então? Que eu tire as benditas férias?

E então o que será das reuniões agendas nesses meses todos, hein? - Cruzo

os braços à espera da brilhante resposta.

Pete coça a cabeça e olha para o Gabe. Os dois se comunicam em

silêncio, coisas de gêmeos, por isso também compreendo o significado

daqueles olhares.

- Nem fodendo! Literalmente! - Nego veemente com a cabeça,

tremendo de raiva.

- Mas você está precisando, cara! Vamos sair essa noite e arrumar

uma gata para você.

Posso sentir a pressão do sangue subindo até a minha cabeça. Só de me

imaginar com outra mulher sinto como se estivesse traindo a Stacy. Confesso

que sai com algumas mulheres, mas todas as vezes que terminava a foda eu

me sentia péssimo. A culpa era tanta que sequer sentia prazer no ato do sexo,

tinha que fechar os olhos e imaginar minha esposa para poder gozar.

Lembrava-me do seu perfume de rosas misturado com seu suor, seus cabelos

pretos revoltos contra o travesseiro e os sons que ela emitia a cada estocada

minha. Desisti de buscar prazer em outras mulheres e desde então alivio a

tensão com as mãos mesmo, buscando em minha memória a sua perfeição.

- Não adianta, porra! Vocês não acham que já tentei? Depois desses

vinte meses, acham mesmo que não transei com outras?

Os olhares de alívio deles só aumentam minha raiva. Parece que a

única coisa que os preocupavam era se eu havia transado. Caralho, do que

adianta transar e não sentir a porra do desejo?

- Não deve ter tentado direito então, brother. - Pete balança a

cabeça sorrindo, me dá vontade de quebrar seus dentes.

- Não se feche pro mundo, James. Há tanta mulher legal por ai... não

tô dizendo que é para você se apaixonar de novo, mas se divertir e relaxar.

- Não estou a fim de conhecer ninguém. - resmungo.

- Mas é o que tô tentando dizer, cara! Não precisa conhecer! Não

precisa sequer saber seu nome...

- Não sou como você, Gabe. - Passo os dedos por meus cabelos

curtos e os levo até a nuca.

- Brother, faça o que quiser. Só por favor... Alivie essa tensão. Se

não quiser sair por ai atrás de sexo gostoso o problema é seu! Mas não venha

nos encher o saco, não aguentamos mais essa merda!

Alguém bate na porta me impedindo de dar uma boa resposta ao Pete.

- Entre!

- Com licença. O senhor Mitchell e sua equipe chegaram. - Minha

assistente comunica num sussurro irritante.

Puta que me pariu! Os filhos da mãe ficaram me perturbando tanto que

nem tive tempo de reler os papéis! Agora já era, a reunião deve começar.

Minha pressão aumenta fazendo a dor de cabeça voltar com força total.

Gabe e Pete me fitam preocupados quando me flagram massageando

novamente a têmpora, um gesto comum ultimamente.

Talvez eles tenham alguma de razão. Não concordo em tudo, mas

realmente eu preciso relaxar um pouco e me aliviar dessa tensão.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022