CEO enganador
img img CEO enganador img Capítulo 2 Sua grosseria
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Capítulo 6 Bem bebada img
Capítulo 7 Irritada.... img
Capítulo 8 Não precisa fazer isso img
Capítulo 9 O que você mais deseja img
Capítulo 10 Bem que eu queria img
Capítulo 11 Elisabete img
Capítulo 12 Amizade boba img
Capítulo 13 Eu sou img
Capítulo 14 Vadia da amanda img
Capítulo 15 Demitiu img
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Capítulo 2 Sua grosseria

Capítulo 4 - Henrique

Prezo por duas coisas quando estou trabalhando: concentração

e dedicação, porém, já faz dois dias que minha mente estava

distraída, e por quê? Pelo simples fato de ter esbarrado em uma

mulher de cabelos escuros e olhos castanhos que tinha uma boca

incrível e uma língua solta.

Não sei quem era ela ou o seu nome, no entanto, não consegui

parar de pensar naquela ocasionalidade. Resolvi que já era hora de

expulsar aquela estranha da minha cabeça e me concentrar no

trabalho. Finalmente achamos uma pessoa que possa trabalhar

comigo. Serena não disse muito sobre a mulher, só que ela era

perfeita para o cargo, pois sua personalidade batia com a minha

- Ela começa amanhã, mas Henrique, não faça com que a

mulher queira se demitir no mesmo dia, por favor. - Pediu com um

sorrisinho no rosto. - Ela é bonita e inteligente. Tem desejo de

crescer, e com certeza poderá resistir por um tempo ao seu lado.

Continuei desenhando o esboço do nosso último projeto

enquanto a ouvia. Serena, apesar de ser uma ótima profissional, era

muito tagarela. A conheci na faculdade e agora ela trabalhava para

mim.

- Que bom, só espero não a odiar também. - Falei dando de

ombros.

- Às vezes penso que você é um daqueles protótipos robóticos

que se parece com ser humano, mas que não tem sentimentos. -

Ela disse se levantando abruptamente, parecendo chateada.

- Se eu fosse, vocês estariam ferrados. - Brinquei e a ouvi rir.

- Olha, você tem senso de humor. - Ironizou antes de sair. -

Mas falo sério quando digo que você tem que pegar mais leve com

as pessoas.

Quando finalmente fiquei só, continuei o meu projeto, sempre

amei fazer isso. Minha família estava no ramo de arquitetura há

muito tempo, porém, isso nunca foi uma obrigação para mim, pois

sempre gostei de desenhar e projetar coisas.

Já ganhei diversos prêmios no ramo, e quando meu pai quase

arruinou a empresa, fui eu que assumi e fiz com que ela fosse

reconhecida no país.

Devido a diversos fatores, meu pai e eu não tínhamos uma boa

relação, mas sabia que ele estava satisfeito com o meu trabalho.

***

O dia não havia começado muito bem. Cheguei tarde, ontem.

Mal consegui dormir e hoje perdi a hora. Isso nunca tinha

acontecido.

Não tomei café antes de sair de casa. Sabia que encontraria um

trânsito caótico, pois dirigir de Recife para Olinda não era tarefa

fácil, já que as cidades não suportavam a quantidade de veículo nas

ruas.

Fiquei mais tranquilo quando cheguei ao escritório, depois de

passar quase uma eternidade no trânsito. Não queria falar com

ninguém tão cedo, mas sabia que assim que colocasse os pés na

empresa, os problemas apareceriam. Pedi um café forte a Judi que

me seguia, batendo seus saltos no piso.

Antes de entrar na minha sala, parei no corredor em frente a sala

da minha nova assistente. Sabia que ela começava hoje, e a

silhueta perfeita que estava vendo, era bastante curioso. Apesar de

estar em uma posição provocante, ela estava formal.

Algo naquela mulher de cabelos escuros me dava uma sensação

estranha e familiar. Ela vestia uma saia preta e blusa branca solta. O

movimento que fazia ao colocar os seus cabelos longos para trás,

me deixou encantado.

Quando ouvi a voz da minha secretária, tive que voltar ao mundo

real e caminhar para o meu escritório.

- É a sua nova assistente. O nome dela é Elisabete Medeiros,

achei ela uma ótima pessoa. - Falou a mulher baixinha de cabelos

cacheados.

Ainda pensava na silhueta sexy que havia visto, mas isso não

mudou o meu humor. Sabia que até o fim do dia ficaria com dor de

cabeça.

Depois que ela me serviu o café forte, pude enfim começar o

meu dia. Pedi que ela mandasse a nova assistente entrar para

começarmos a trabalhar. Sabia que eu não poderia assustar a bela

jovem com o meu mau humor assim de cara, então respirei fundo e

encostei-me na cadeira.

Recebi uma ligação e tive que atender. Enquanto falava ao

telefone, vi o rosto conhecido entrar no meu escritório e tive que me

concentrar para não surtar.

Dava para ver que ela também havia ficado surpresa. Continuei

a minha ligação observando cada movimento da mulher que se

sentou à minha frente, ainda tentando entender o que estava

acontecendo. Assim que desliguei o telefone, nos observamos por

um instante antes que eu começasse a falar.

- Claro, você seria a assistente perfeita para mim, não é? -

Perguntei ironicamente.

- Acho que cometi um pecado muito bárbaro nas minhas vidas

passadas. - Comentou a mulher.

Não sabia se era o destino ou só coincidência mesmo. Mas ter

esta mulher como minha assistente era a forma do universo me

punir por tudo que já fiz. Ela era linda e atraente, mas da última vez

que nos encontramos foi muito mal-educada me culpando por

esbarrar nela.

O pior era que a mulher não saiu da minha cabeça desde aquele

dia e agora ela estava aqui, parada em minha frente e iria trabalhar

comigo.

Capítulo 5 - Elisabete

Quando me ligaram para dar a notícia de que eu fui a escolhida,

quase surtei. No dia em que fui até a empresa vi tantas candidatas

que até pensei que eu não seria selecionada.

Graças a Deus obtive uma resposta positiva. Agora eu

trabalharia em uma grande empresa e numa função maravilhosa no

qual esperei tanto. A partir deste dia teria mais responsabilidade e

não deixaria nada e nem ninguém atrapalhar o meu objetivo.

Na verdade, uma das perguntas foi bem estranha, pois não sabia

se era habitual ou era um teste. A mulher me perguntou se eu tinha

capacidade de trabalhar sob pressão e constante estresse, e quase

nem soube responder, mas como já havia trabalhado com uma

chefe muito irritante, já estava preparada para tudo.

Assim que cheguei pela manhã, a mulher que me entrevistou,

Serena, mostrou-me a minha sala e o que eu teria que fazer. Ela

também disse que o meu novo chefe era um homem concentrado e

que odiava atrasos ou distrações, mas que não deixasse ele me

amedrontar ou qualquer coisa do tipo.

Judi era secretária de Henrique Vilella há um bom tempo, e ela

também me alertou sobre ele. Eu já estava ansiosa e todas essas

palavras me deixaram ainda mais pilhada. Não conhecia muito o

senhor Vilella, porém, sabia que ele era um dos melhores no ramo e

que já ganhou vários prêmios. Trabalhar ao seu lado me ajudaria

muito a evoluir.

Arrumei a minha nova sala e tentei me acalmar para a chegada

do novo chefe.

Eu já aguentei muito pepino da minha antiga chefe e odiaria

trabalhar com alguém igual ou pior que ela. Acreditei que a maré de

azar havia acabado, pois já tinha conquistado o meu objetivo,

porém, pelo que estava ouvindo, parecia que meu novo chefe não

seria fácil.

Liguei para minha irmã contando a novidade e tudo o que as

pessoas já haviam falado para mim. Ela me aconselhou a relaxar e

respirar fundo, mas se o homem for grosseiro ou me humilhasse,

que eu não baixasse a cabeça.

Não sei se eu teria coragem de enfrenta-lo, pois batalhei muito e

demorou mais ainda para que eu conseguisse finalmente um

trabalho na minha área e se o desrespeitar, logo no primeiro dia,

com certeza eu não teria oportunidade em lugar nenhum.

Quando a secretária me avisou que o senhor Vilella já havia

chegado e que estava à minha espera, senti meu estômago

embrulhar. Tive que respirar fundo várias vezes enquanto

caminhava até o seu escritório, pois eu pensava que a qualquer

momento poderia desmaiar.

Entretanto, eu não estava preparada para o que encontrei assim

que adentrei a sala. O homem arrogante de dias atrás que havia

esbarrado em mim e foi muito grosseiro, falava ao telefone. Ele

também ficou surpreso ao me ver e acabei acreditando que estava

ferrada.

As lembranças exatas daquele dia se voltaram a minha mente.

Geralmente não sou tão rude, mas aquele homem despertou uma

fúria dentro de mim que não consigo explicar.

Sentei na cadeira a sua frente bastante preocupada. Eu não

sabia se ele iria me dar a chance de provar o meu valor ou

simplesmente me mandaria para o RH.

Assim que ele terminou sua ligação, ficamos nos encarando por

alguns segundos. Era verdade que desde aquele dia eu não

consegui o tirar da cabeça. Henrique Vilella era o homem mais lindo

que já vira na vida, porém, sua personalidade era de um cavalo e

não iria suportar conviver com este homem.

Como antes, ele foi grosso e irônico, esse seu sorrisinho de

canto fez com que eu quase me derretesse em sua frente.

Questionei a mim mesma sobre o destino ou as forças do universo

que sempre me colocavam nessas situações estranhas.

- Serena podia muito bem ter escolhido alguém que não fosse

tão desatenta quanto você. - Falou arrogante, me deixando

levemente irritada. - Não dá para acreditar no que está

acontecendo.

- Sei que tivemos um início muito conturbado, mas acredito que

podemos melhorar e trabalhar juntos, senhor Vilella. - Falei

reprimindo a minha raiva e vontade de responde-lo a altura.

- Você acredita? - Me questionou com o cenho franzido. - Eu

aposto que não.

- Por que é tão grosso com as pessoas? - O questionei,

levantando-me, apoiando os meus braços sobre a sua mesa.

Eu realmente estava furiosa. Poderia até o matar agora, mas

decidi ser mais prudente e tentar me acalmar, mesmo que o homem

tente a todo custo me fazer perder a cabeça.

- Por que tem a língua tão solta? - Perguntou, também se

levantando e me encarando bem de perto.

Sua aproximação causou um efeito sobre mim muito estranho.

Olhar em seus olhos verdes, assim, tão de perto, me fez sentir

insegura.

- Desculpe-me, mas não ficarei calada se o senhor quiser me

tratar como uma qualquer. - Falei, sentando-me novamente. -

Não devo o responder dessa forma, pois é meu chefe. Porém, o

senhor também deve me respeitar.

Ele cerrou os olhos e também se sentou. O homem juntou as

mãos sobre a mesa e me avaliou por um instante. Eu quis

novamente questioná-lo, entretanto, para que nossa convivência

seja, pelo menos, suportável, tinha que renunciar algumas palavras.

- Creio que já foram passadas algumas informações para você.

Não quero atraso, não tolero condutas inapropriadas no local de

trabalho e por favor, senhorita Medeiros, trate-me como seu chefe e

não como um colega, muito menos, como um cara qualquer. -

Falou desviando o olhar de mim.

- Não se preocupe, sei de tudo isso. - Falei em um tom firme.

- Em que empresa você trabalhou anteriormente?

Sua pergunta fez o meu cérebro congelar. Se o homem já estava

irritado por eu ser a sua nova assistente, imagine como ficaria

quando descobrisse que não trabalhei na área de paisagismo nos

últimos três anos.

- Fui assistente de uma contadora. Sei que não é a área da

arquitetura, mas acredite, sou capaz de trabalhar com o senhor. -

Disse, tentando amenizar cada palavra que havia falado.

Não sabia o que era pior: ter o arrogante gritando comigo ou em

silêncio me observando como se me julgasse mentalmente.

- Você não tem experiência na área, senhorita? - Perguntou

com certa irritação.

Henrique tinha aquele típico olhar que fazia você querer um

buraco para se enfiar. Eu estava nervosa e sabia que ele iria discutir

por causa disso.

- Estagiei por 6 meses quando ainda estudava na faculdade, e

mesmo que eu tenha tentado diversas vezes encontrar algo em

minha área, não consegui nada e tive que optar por arranjar um

trabalho para pagar as contas. - Expliquei com o máximo de

paciência e calmaria.

Ele respirou fundo, fechando os olhos, analisando cada palavra

que saiu da minha boca. Mesmo que eu não tenha conseguido

emprego em arquitetura e ter trabalhado por três anos em outro

ramo, isso não me desqualificava para este trabalho. Sempre me

mantive antenada e nos meus momentos de folga adorava desenhar

e imaginar projetos. Claro que isso não era profissional, mas não

tive culpa se não consegui nada.

Alguém tinha que me dar uma oportunidade.

- Serena, você pode vir ao meu escritório? - Falou ao pegar o

telefone, parecendo bastante chateado.

Meu coração parecia que ia parar a qualquer momento. Minhas

emoções estavam a flor da pele e sentia um misto de ódio e tristeza.

- Senhor Vilella, por favor, não fique chateado, sei que isso

parece algo ruim, mas não tive culpa. Isso não me desqualifica para

trabalhar com o senhor. - Falei quase entrando em desespero. Eu

sabia que este homem frio e arrogante não iria ter pena de mim,

porém, eu não poderia desistir após ter conseguido chegar até aqui.

- Posso provar que sou capaz, só preciso de uma oportunidade e

vou me esforçar ao máximo.

- Não quero uma pessoa que não vai me acompanhar. Pensa

que brinco quando entro nesse escritório? - Questiona-me rude. -

Sinto muito por você não ter tido uma oportunidade antes, no

entanto, preciso de alguém capaz e com preparo para trabalhar ao

meu lado, senhorita Medeiros.

- Eu sou capaz, e o senhor está sendo o mesmo frio e

arrogante de sempre. - Levantei-me novamente, chateada. - Não

pode me demitir sem antes me deixar provar que sou capaz. O

senhor me trata mal desde o momento que botei os pés dentro

desta empresa, e não pode esperar por uma só oportunidade para

me julgar. Já trabalhei com uma pessoa que era o verdadeiro diabo

para mim, mas o senhor vai além. Eu nem tenho palavras para

descrevê-lo.

Eu sabia que não poderia surtar e gritar com meu chefe. Ele

estava a ponto de me demitir e eu estava dando o armamento para

que ele pudesse fazer isso.

Henrique se levantou e me encarou de perto, assim como antes.

Ele também estava irritado e com razão. Mas ele não me

respondeu.

- O que está acontecendo aqui? - Questionou Serena ao

entrar.

Capítulo 6 - Henrique

Eu não queria acreditar que Serena havia feito isso comigo. Ela

era uma mulher experiente e de minha confiança, eu só queria

saber por que ela contrataria uma mulher sem experiência para

trabalhar ao meu lado.

As palavras de Elisabete ainda estavam pairando sobre a minha

cabeça quando a minha amiga adentrou a sala me olhando com

espanto.

Eu não era conhecido por ser uma pessoa boa ou que tivesse

muita paciência, por isso a necessidade de alguém com experiência

e que pudesse suportar a minha oscilação de humor. Não posso

negar que Elisabete era uma mulher determinada e com

personalidade forte, que poderia até suportar um pouco a minha,

mas ela era petulante e me irritava constantemente, isso somado a

sua falta de experiência no ramo da arquitetura era inaceitável para

mim.

Entretanto, algo em seu olhar me fazia querer ficar com ela,

mesmo estando muito chateado pela situação. A mulher me

desafiava e já fazia muito tempo que eu não encontrava ninguém a

altura para fazer tal coisa. Não poderia negar que isso me excitava

um pouco. Sei o quanto isso era confuso, o que me deixava ainda

mais puto com a situação.

Elisabete saiu assim que Serena entrou. Era nítida a sua

preocupação quanto ao trabalhar comigo, e mesmo não querendo

de jeito algum ter alguém tão... Irritante ao meu lado, algo dentro de

mim desejava mantê-la no emprego.

Isso já está me irritando.

Serena sentou-se à minha frente e respirei fundo várias vezes

antes de começar os meus questionamentos. Sou conhecido por ser

muito exigente, no entanto, também muito arrogante, era verdade

que muitas vezes eu me arrependia das coisas que falava, mesmo

não demonstrando isso.

Aprendi a ser mais duro para obter resultados positivos. Ser

bonzinho não me trouxe resultados bons no passado e eu não

queria nada fora do lugar dentro do meu local de trabalho.

- Henrique, pedi para você não ser tão... Você. Sabe como foi

difícil achar alguém que pudesse trabalhar ao seu lado todos os dias

e não se demitir? - Falou ela com o cenho franzido.

- Então teve que contratar alguém inexperiente para isso? -

Perguntei bastante irritado.

A mulher à minha frente respirou fundo e se encostou na cadeira

como se o assunto abordado não fosse tão grave quanto era.

- Eu sabia que isso seria um problema para você. - Disse ao

cruzar as pernas. - Mas não faria isso se não soubesse que essa

mulher pode trabalhar ao seu lado e ser eficiente no trabalho.

Era verdade que Serena era uma mulher responsável e não

cometia erros. Porém, esta era minha empresa e odiava ter que

explicar ou responder perguntas a qualquer um.

- Pelo amor de Deus, Serena, será que não consegue ver um

problema aqui? - A questionei mais firmemente. - Sabe quantas

vezes ela me respondeu desde o momento que entrou por aquela

porta?

- E não teve medo disso? - Perguntou com um sorriso

orgulhoso.

- Acha isso engraçado? - Perguntei achando isso estranho.

- Desculpe, Henrique, mas você não é o homem mais correto e

bonzinho que conheço. Você enlouquece todos dessa empresa.

Pergunte a sua secretária! - Disse ainda parecendo se divertir com

a minha situação.

- Eu exijo 100% das pessoas que trabalham para mim. Isso me

faz ser um tirano? - Questionei ficando ainda mais furioso. -

Talvez eu devesse demitir mais pessoas.

- O que Elisabete fez de tão errado para que você queira

demiti-la no primeiro dia? - Perguntou, recostando e me

encarando. - Danificou algo, errou algum documento ou

simplesmente não foi com a cara dela?

- Se ela tivesse feito qualquer uma dessa coisas eu não

precisaria ter chamado você. Além do mais, não tenho que gostar

de alguém só porque irá trabalhar para mim, mas isso não vem ao

caso. Eu só não desejo quebrar a cabeça com uma menina sem

experiência.

Mesmo ouvindo coisas tão negativas, parecia que Serena estava

se divertindo com a situação. Isso também estava me chateando.

- Então seria só mais um que não deu a ela uma oportunidade

para que ela provasse seu valor. - Falou me provocando.

Era verdade que nós somos amigos há muito tempo. Eu

respeitava Serena como uma profissional e como pessoa, mas às

vezes ela passava dos limites.

- Interessante como todos hoje querem me provocar. - Falei a

reprovando.

- Desculpe, passei dos limites. - Disse arrependida. - Porém,

não pode demiti-la sem uma razão. A mulher não cometeu um erro

e você não tem um motivo.

Ela tinha razão, mas como ficaria com alguém que pode não

acompanhar o meu ritmo?

Eu estava sendo imparcial e minha consciência estava gritando

na minha cabeça. Minha amiga tinha razão em dizer que eu seria

como os outros que não deram uma oportunidade. O pior era que eu

odiava ser comparado a qualquer outro.

- Não preciso de desculpas para demitir alguém, essa é minha

empresa. – Falei encostando-me na cadeira. – Porém, não serei tão

duro e darei 3 meses. - Falei após pensar um pouco. - Se ela

estragar qualquer coisa será demitida na hora. Darei 3 meses como

experiência, se ela for boa, permanece.

- Ótimo. - Ela disse com um sorriso largo.

- Não fique felizinha, você sabe que não sou fácil, penso que

ela mesma vá se demitir.

- Só se você der motivos, querido amigo. - Falou irônica.

- Mande que a novata entre, já perdi muito tempo. Tenho uma

reunião em poucos minutos. - Falei arrumando os papéis em

minha frente.

Satisfeita, Serena levantou-se e saiu. Minha cabeça já ameaçava

doer antes mesmo de estarmos na metade do dia. A porta foi aberta

novamente, e um par de pernas bronzeadas entrou me

hipnotizando. Tinha que confessar que Elisabete Medeiros era linda.

Eu diria de tirar o fôlego. Sabia que isso também seria um problema.

- O que decidiu, irá me demitir? - Questiona-me ansiosa e

levemente irritada.

Esse era outro motivo para a minha preocupação. Ela era quente

e petulante, e no mesmo nível que me irritava, me atraía.

- Não serei tão malvado com você. - Falei com um sorriso no

rosto. Foi engraçado ver seu rosto surpreso. - Darei um período de

experiência de 3 meses, se você cometer um deslize sairá antes

desse prazo, se for boa ficará na posição. Porém, acredito que você

vai pedir para ir embora.

- Isso é um desafio, senhor Vilella? - Perguntou cerrando os

olhos. - Eu não gosto de ser desafiada.

Foi impossível não ficar animado com a situação. Não podia

negar que eu adorava desafios, e mesmo não querendo fazer disso

uma competição, meu instinto pedia para fazer.

- Trate isso do jeito que quiser. Mas sei que estou certo e que

você não vai durar muito tempo aqui. - Afirmei.

- Serei a assistente mais prestativa e eficiente que o senhor já

teve na vida, e no final irei mostrar que não se brinca com uma

Medeiros. - Provocou a morena de olhos castanhos. - Quando

isso acabar, será o senhor que me pedirá desculpas por toda essa

sua grosseria.

Isso era perigoso. Não sabia o porquê de estar tão excitado com

a conversa, mas Elisabete era diferente das demais mulheres. Ela

me desafiava e isso era novo.

            
            

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