CEO enganador
img img CEO enganador img Capítulo 5 Falei baixo
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Capítulo 6 Bem bebada img
Capítulo 7 Irritada.... img
Capítulo 8 Não precisa fazer isso img
Capítulo 9 O que você mais deseja img
Capítulo 10 Bem que eu queria img
Capítulo 11 Elisabete img
Capítulo 12 Amizade boba img
Capítulo 13 Eu sou img
Capítulo 14 Vadia da amanda img
Capítulo 15 Demitiu img
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Capítulo 5 Falei baixo

Capítulo 11 - Elisabete

Desde que conheci Henrique, tentei imaginar o que poderia ter

acontecido para que um homem como ele, que tem tudo, poderia se

tornar alguém tão odiável e agora eu sabia.

Claro que ele não deveria deixar que uma mulher o mudasse

tanto, ao ponto de se tornar uma pessoa tão amarga e arrogante,

mas era compreensível quando se pensava que ele a amava e ela o

fez pensar que o seu modo de ser era horrível, o que não é verdade.

Acredito que ser tão distante das pessoas seja um modo de

defesa dele, para que ninguém possa o magoar de novo, então ele

decidiu que seria ele a magoar.

Minha irmã diria que eu estava fantasiando ao pensar que eu

poderia fazê-lo enxergar o contrário, mas pelo meu bem e o bem de

todos, eu teria que tentar.

Ouvi-lo falar sobre o seu relacionamento conturbado com

Amanda me fez sentir compreensão e fiquei ainda mais chateada

com a vadia. Por isso que quando a avistei sobre os ombros dele,

se aproximando de nós, tomei uma atitude impulsiva.

Mas acredito que tenha sido uma má ideia, já que assim que

meus lábios tocaram os deles, senti algo novo e muito forte que até

agora não conseguia explicar.

Uma grande parte de mim não queria que aquele momento

acabasse, porém, não estávamos em um lugar qualquer, e pior, ele

era meu chefe, apesar de toda essa mentira, ele ainda deveria ser

visto como tal.

Vi que meu trabalho valeu a pena quando a loira estava em

nossa frente com os olhos vermelhos de ódio, mas teve que

disfarçar para que o seu noivo não desconfiasse de nada.

Era óbvio que eu estava envergonhada pelo o que acabei de

fazer, no entanto, para todos nós éramos namorados e isso era

normal.

- Que bom que vieram ao nosso noivado. - Falou Rodolfo

muito simpático.

Eu tinha pena do homem por estar se iludindo com Amanda, já

que para mim, ela parecia estar com o coitado apenas pelo

interesse próprio.

- Não perderíamos a oportunidade de parabenizá-los pelo

noivado. - Disse meu chefe, muito empolgado.

Era interessante vê-lo assim, já que alguns minutos atrás, ele

estava tão desanimado.

- Quem sabe vocês não serão os próximos. - Ele disse e

quase me engasguei com a saliva.

Henrique sorriu enquanto me cutucava pelas costas. Eles

continuaram conversando enquanto Amanda nos encarava, se

mantendo calada.

Fiquei feliz quando outro casal os chamou, nos liberando da

tensão que a aproximação daquela ridícula causava.

- Quanto tempo mais temos que ficar aqui? - O perguntei

sussurrando.

- Não muito. - Falou sorridente.

- Não me olhe desse jeito, eu só fiz aquilo para o ajudar. -

Reclamei incomodada com o seu olhar engraçado.

- Sei. - Continuou com graça. - Então quer dizer que não

tirou uma casquinha enquanto me ajudava.

Fiz uma cara de ofendida, ao mesmo tempo envergonhada.

- Não sou desse tipo, senhor Vilella. - Falei virando o rosto. -

Talvez tenha sido você que tenha tirado proveito da minha boa ação.

Sua gargalhada chamou a minha atenção, e ao olha-lo tive a

sensação de que meu rosto estava em chamas.

- Não sabia que era tão engraçada. - Falou enquanto tentava

parar de rir. - Gosto de mulheres que me fazem rir. Não são

muitas.

- Está me chamando de palhaça? - O questionei.

- Estou dizendo que posso começar a gostar de você se

continuar fazendo boas ações como essa. - Disse olhando para as

pessoas.

Peguei uma taça de champanhe com um garçom que estava

passando para poder relaxar um pouco, mas não resolveu muito já

que o braço dele ainda estava em minhas costas e aquele contato

era perturbador para a minha cabeça.

- Não vai mais acontecer. - Falei após pensar bastante no que

senti quando o beijei.

Eu ainda estava abalada e desejando muito repetir a dose.

- O que não vai mais acontecer? - Me questionou curioso.

Os seus olhos verdes me estudavam com muita calma. Percebi

que ele estava deixando a barba crescer e o pior era que o homem

ficava ainda mais charmoso assim.

- Não vou mais beija-lo.

Um sorriso safado apareceu, me fazendo odiá-lo ainda mais.

- Então a próxima vez será a minha.

***

O caminho de volta para casa foi silencioso. Depois da nossa

conversa sobre o beijo, não falamos muito. Ele não falou mais nada

e agradeci mentalmente, mas seu último comentário mexeu com o

meu cérebro.

Não podíamos confundir as coisas, em dois meses isso acabaria

e eu não queria que ficássemos com um clima chato só porque

curtimos além da conta durante essa maluquice.

Quando ele estacionou em frente ao prédio, demorei um pouco

para sair. Assim que abri a porta, ouvi-o abri a sua também. Era

estranho, mas estava ansiosa. Talvez ele quisesse se despedir. Eu

nem sabia se ele seria tão gentil. Porém, sentia como se o meu

coração fosse sair pela boca.

Eu queria me bater por estar agindo como uma adolescente que

acabou de beijar pela primeira vez, no entanto, era algo que eu

nunca senti antes, nem mesmo com Miguel.

- Obrigado por essa noite, senhorita Medeiros. - Ele disse

beijando a minha mão.

Minha surpresa era nítida. Não sei o que estava acontecendo,

mas esse não parecia ser o chefe que quase me demitiu no primeiro

dia.

- Não precisa me agradecer. - Falei tímida.

Fiquei distraída com o seu olhar, porém, quando desviei dos

seus olhos, vi um rosto conhecido não muito longe. Era o Miguel.

Ele não parecia estar muito contente, e se aproximava de nós.

- O que aconteceu? - Questionou Henrique.

- Miguel, o meu ex. Ele está aqui. - Disse mais assustada do

que o normal.

Henrique virou-se justamente quando o idiota ficou a poucos

metros de nós. Involuntariamente, agarrei o braço do meu

acompanhante. Eu não tinha medo do Miguel, mas algo dentro de

mim fez com que isso viesse à tona.

Em algumas ocasiões quando ele bebia, o homem ficava

violento e algumas vezes tentou me machucar. Claro que nunca

baixei a cabeça, porém, esse medo irracional me atingiu no pior

momento.

- Então foi por isso que você me deixou? - Ele disse com a

voz estranha, claramente embriagado. - Você queria um ricaço.

- Merda, ele está bêbado. - Reclamei. - Miguel o que está

fazendo aqui?

O moreno se aproximou, me deixando ainda mais apreensiva.

- Eu vi sua foto na internet. - Disse, e pude ver seus olhos

vermelhos. – Pensei que era mentira, então tive que tirar a prova.

Mas o porteiro não queria me deixar subir.

- O que quer aqui? - Questionou Henrique. - Você deveria ir

embora antes que a coisa fique feia.

Sua reação me surpreendeu.

- Ele só está bêbado, não precisamos brigar aqui. - Falei

tentando amenizar o clima. - Já está tarde, Miguel, volte para casa

e me deixe em paz.

- Olha, você foi esperta. - Continuou. - Conseguiu alguém

melhor do que eu.

- Você tem que ir embora e nunca mais procura-la novamente.

- Disse Henrique, se aproximando ainda mais. - Ou não gostará

do que pode acontecer.

- Você está me ameaçando?

Meu coração já estava na boca com a troca de farpas que

acontecia na minha frente.

- Acho que tem que ir, Miguel. - Falei puxando meu chefe. -

Já está tarde e eu não quero briga aqui.

- Sabe, ela é uma vadia, espero que aproveite.

Fiquei horrorizada com as palavras dele, no entanto, ao ver

Henrique dando um soco no rosto do Miguel me fez sentir melhor.

Ele mereceu e torci para que o idiota nunca mais me procurasse.

O homem me arrastou para dentro do prédio, segurando a minha

mão. Entramos no elevador e eu ainda estava com a cena do meu

ex caindo no chão na cabeça. Eu não poderia imaginar que isso

aconteceria, e não estava me sentindo mal com a situação.

- Obrigado por me defender. - Falei assim que chegamos à

porta do apartamento.

- Só foi uma boa ação. - Disse com um sorriso no rosto.

- Vou começar a gostar mais de você se continuar fazendo

essas boas ações. - Ironizei lembrando de quando nos beijamos.

Capítulo 12 – Elisabete

Eu queria me bater por ter passado tempo demais pensando no

beijo que dei no meu chefe ontem à noite. Depois que botei a

cabeça no travesseiro, tudo passou novamente pela minha mente,

alguns suspiros e sorrisos bobos abandonaram a minha boca.

Nunca imaginei que o melhor beijo que já dei na vida seria com

alguém que me fazia tanta raiva, mas tenho que confessar que nos

últimos dias, Henrique estava sendo menos irritante.

A forma como ele me defendeu ontem foi surpreendente, e isso

lhe deu alguns pontos positivos. Não que eu apoie a violência,

porém, Miguel procurou sarna para se coçar quando praticamente

me chamou de vadia.

Eu não fazia ideia de como ele descobriu sobre mim e o delicia

do meu chefe, e hoje eu tentaria descobrir.

Assim que levantei, fiz um café bem forte e comi algumas

torradas. Mariana abriu um sorriso que ia de orelha a orelha quando

passou por mim na cozinha e sentou-se à mesa.

- Como foi sua noite? - Perguntou parecendo desconfiar de

algo. - Você chegou tarde.

- Dormi bem, obrigada. - Falei servindo o café.

- Não estou falando de quando chegou em casa, sua sem

noção, quero saber como foi com o chefe gostosão?

Olhei para minha irmã com olhos arregalados após ouvir as suas

palavras ousadas.

- Mais respeito, Mariana, sou uma mulher responsável, além

disso, você sabe que essa história é uma farsa.

Tentei ser convincente, mas só de lembrar do beijo minha mente

ficava atordoada com as sensações.

- Aquele beijo me pareceu bem real, irmãzinha. - Disse ela

tirando sarro da minha cara.

Fiquei pasma com a notícia que ela também sabia do beijo.

- Como você...

- Eu estava na internet pesquisando algumas coisas quando

uma amiga me mandou um link de um site de fofoca e quando

entrei, irmã, quase morri. - Falou ela pegando o pão. Eu só podia

ouvir e ficar ainda mais chocada. - Primeiro, vocês estavam lindos

juntos. Aquele homem, meu deus, que tudo. Depois apareceu outra

foto de vocês dois se pegando no meio do noivado. - Corri para

pegar o meu celular e verificar a veracidade dos fatos que ela

estava me contando. - Sério, penso que foi muito convincente.

- Deixa de ser doida, eu só fiz aquilo para ajudá-lo. - Disse

vasculhando todos os sites de fofoca da cidade. - Além do mais,

nem foi tão bom. Era para provocar a ex dele.

- É, eu vi, tinha uma foto onde ela estava com cara de bunda.

Quando enfim achei, amaldiçoei Henrique por ele ser tão

conhecido e por ter me colocado nessa situação. A matéria dizia

que eu era a nova namorada dele, e que roubei o coração de gelo

do mais gato empresário do momento.

- Que falta de sorte. - Reclamei derrotada.

- Mulher, você está reclamando de barriga cheia. - Disse

minha irmã batendo na minha cabeça. - O homem é lindo, gostoso

e rico, o que mais você quer?

- Tenho que lembra-la de que Henrique Vilella é meu chefe,

arrogante e idiota, e ainda por cima, tudo isso é uma mentira? –

Questionei levantando-me da cadeira, bem furiosa. - Isso pode me

arruinar.

- Olha, todos agora sabem que vocês estão juntos, se eu fosse

você aproveitava e se jogava nos braços musculosos e naquele

tanquinho delícia.

Olhei para a cara de Mariana que exibia um sorriso safado,

querendo estrangula-la. Como minha irmã pode sugerir uma coisa

dessas?

- Vou me arrumar para trabalhar, porque MEU CHEFE odeia

atrasos. - Falei saindo chateada.

Eu era aquele tipo de pessoa que pensava no problema até dar

dor de cabeça. Imaginei tudo. As pessoas no escritório, Henrique,

os conhecidos. Todos iriam falar e fofocar sobre isso.

Aposto que a essa hora o meu chefe estava bufando de raiva por

causa dessa mentira que ele mesmo inventou.

Saí de casa tentando respirar fundo para encarar a todos.

Quando passei pela portaria, eu ainda estava distraída, mas uma

buzina soou não muito longe mim.

Olhei para o carro conversível parado na rua e me assustei em

ver Henrique com seus óculos escuros, que o deixava irresistível, à

minha espera.

- Não temos o dia todo, senhorita Medeiros. - Ele disse, mas

não como de costume, ele soou gentil.

- Você veio aqui porque está chateado com o que fiz? -

Perguntei cautelosa.

- Por favor, entre, Elisabete. - Pediu novamente muito calmo.

Entrei no veículo ainda achando estranho a sua aparição tão

cedo e a sua educação a essa hora da manhã. Olhei para ele como

se o homem fosse um espécime muito raro e estranho.

- Pare de me olhar desse jeito. - Falou ele com um sorriso no

rosto.

- Você está estanho. - Falei assustada.

- Você é que está estranha. - Disse ainda mais sorridente.

- Ok, Henrique, diga-me, por que veio me buscar? Por que não

está furioso pelo que estão dizendo na internet? - Perguntei quase

alterada demais.

- Não posso ficar irritado com você, não se lembra do que

pediu, querida?

Querida!

Bati de leve no seu ombro e ele reclamou, me olhando estranho.

- Fale logo. - Exigi.

- Não estou chateado, sua louca, eu não tenho problemas com

os rumores que rolam na internet, se eles não me prejudicam. -

Falou de uma só vez.

- Ah é claro, porque foda-se se isso me afetar. - Falei irritada.

- Foi você que me beijou, esqueceu?

- Eu estava fazendo...

- Uma boa ação, é, eu ouvi da primeira vez. - Falou irritado.

Não sei o porquê, mas gosto quando estamos brigando. Era

como se as energias gastas me aliviasse.

- Desculpa, é que isso me pegou de surpresa, e sou bem

paranoica quanto ao que as outras pessoas vão falar. - Confessei,

me sentido derrotada.

- Você não tem que se preocupar com o que as pessoas irão

falar ou não. - Disse voltando a ficar calmo. - Sempre haverá

fofoca e boatos, a questão é como você lidará com isso.

- E como você faz, ignora?

- Não, às vezes uso ao meu favor. - Falou ao estacionar em

frente ao prédio alto e lindo.

Senti meu coração na garganta e comecei a suar frio.

- Penso que não tenho o mesmo sangue-frio. - Falei baixo.

- Não se preocupe, estarei ao seu lado. - Disse pegando na

minha mão e a beijando, como fez ontem.

                         

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