Bela Flor - BDSM
img img Bela Flor - BDSM img Capítulo 4 Jantar de propostas
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Capítulo 6 Ligações img
Capítulo 7 Um fim img
Capítulo 8 Primeiro dia img
Capítulo 9 Momentos img
Capítulo 10 Um pouco de Park Hyun-Suk img
Capítulo 11 Scandal img
Capítulo 12 Fantasmas img
Capítulo 13 Mensagens img
Capítulo 14 Lutas, sorrisos e lágrimas img
Capítulo 15 Máscaras caindo img
Capítulo 16 Aconchego img
Capítulo 17 Sorrisos sinceros img
Capítulo 18 Amado chefe img
Capítulo 19 Tantos problemas... img
Capítulo 20 Três decisões, uma conclusão img
Capítulo 21 Nas suas mãos img
Capítulo 22 Lembranças img
Capítulo 23 Preparativos img
Capítulo 24 O primeiro amor img
Capítulo 25 Verdades e inverdades img
Capítulo 26 Um simples presente img
Capítulo 27 Na forma de três img
Capítulo 28 Para sempre img
Capítulo 29 Jantar desagradável img
Capítulo 30 De volta a um hospital img
Capítulo 31 Rosas-vermelhas img
Capítulo 32 Dálias para vovó - 1 2 img
Capítulo 33 Dálias para vovó - 2 2 img
Capítulo 34 Amigos 1 2 img
Capítulo 35 Amigos 2 2 img
Capítulo 36 Tentando voltar a realidade 1 3 img
Capítulo 37 Tentando voltar a realidade 2 3 img
Capítulo 38 Tentando voltar a realidade 3 3 img
Capítulo 39 Primeira sessão 1 2 img
Capítulo 40 Primeira sessão 2 2 img
Capítulo 41 A primeira neve 1 3 img
Capítulo 42 A primeira neve 2 3 img
Capítulo 43 A primeira neve 3 3 img
Capítulo 44 Cuidados 1 2 img
Capítulo 45 Cuidados 2 2 img
Capítulo 46 Amor de todas as minhas vidas 1 2 img
Capítulo 47 Amor de todas as minhas vidas 2 2 img
Capítulo 48 Retorno img
Capítulo 49 Um novo jeito de sentir prazer 1 3 img
Capítulo 50 Um novo jeito de sentir prazer 2 3 img
Capítulo 51 Um novo jeito de sentir prazer 3 3 img
Capítulo 52 Hangar img
Capítulo 53 Jeju 1 2 img
Capítulo 54 Jeju 2 2 img
Capítulo 55 Velas 1 2 img
Capítulo 56 Velas 2 2 img
Capítulo 57 Caos 1 2 img
Capítulo 58 Caos 2 2 img
Capítulo 59 Superficial 1 2 img
Capítulo 60 Superficial 2 2 img
Capítulo 61 Câmeras de segurança img
Capítulo 62 Vilões 1 2 img
Capítulo 63 Vilões 2 2 img
Capítulo 64 Milhões de dólares 1 5 img
Capítulo 65 Milhões de dólares 2 5 img
Capítulo 66 Milhões de dólares 3 5 img
Capítulo 67 Milhões de dólares 4 5 img
Capítulo 68 Milhões de dólares 5 5 img
Capítulo 69 Fim da linha 1 2 img
Capítulo 70 Fim da linha 2 2 img
Capítulo 71 Um novo recomeço 1 2 img
Capítulo 72 Um novo recomeço 2 2 img
Capítulo 73 Nosso lugar 1 3 img
Capítulo 74 Nosso lugar 2 3 img
Capítulo 75 Nosso lugar 3 3 img
Capítulo 76 O passado ainda dói 1 2 img
Capítulo 77 O passado ainda dói 2 2 img
Capítulo 78 Mamãe 1 3 img
Capítulo 79 Mamãe 2 3 img
Capítulo 80 Mamãe 3 3 img
Capítulo 81 Mémorias img
Capítulo 82 Pequena purpurina img
Capítulo 83 Um presente especial 1 2 img
Capítulo 84 Um presente especial 2 2 img
Capítulo 85 Bem-vinda ao novo lar img
Capítulo 86 O fim de um ciclo img
Capítulo 87 Casados 1 3 img
Capítulo 88 Casados 2 3 img
Capítulo 89 Casados 3 3 img
Capítulo 90 Lua de mel 1 2 img
Capítulo 91 Lua de mel 2 2 img
Capítulo 92 Uma decisão jurídica 1 2 img
Capítulo 93 Uma decisão jurídica 2 2 img
Capítulo 94 Nossa família completa img
Capítulo 95 Casa nova 1 2 img
Capítulo 96 Casa nova 2 2 img
Capítulo 97 Coração apertado img
Capítulo 98 O pedido de um pai 1 3 img
Capítulo 99 O pedido de um pai 2 3 img
Capítulo 100 O pedido de um pai 3 3 img
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Capítulo 4 Jantar de propostas

Estar nervoso talvez seja algo que já tenha se tornado rotina na minha vida e principalmente nas últimas semanas.

Agora, por exemplo, enquanto estou sentado sobre o banco de carona do carro de luxo do homem que vem me causando coisas, estou completamente nervoso.

E não porque a gente se beijou, porque ok, eu já quero beijá-lo mais. Mas sim pelo modo em como ele está, pelo modo em como ele parece ainda mais sexy do que quando eu estava vergonhosamente sentado sobre seu pau, sentindo que a qualquer momento as minhas pernas tremeria, ou pior, se abririam!

Ele tem apenas uma mão ocupada sobre o volante, e a livre, ele decidiu deixá-la sobre minha coxa, sempre deixando carinhos sutis como quem quisesse me lembrar que ele ainda me desejasse.

E eu não sou capaz de falar, reagir ou até mesmo retribuir. Apenas tento parecer o mais tranquilo possível, mesmo que por dentro eu queira gritar em puro nervosismo e coisas a mais.

ㅡ Você conhece o Kim's?

Ouço-o me perguntar, e devagar, viro-me para olhá-lo.

Ele não me olha de volta, ainda continua deixando toda a sua atenção ao trânsito, mas continua a me tocar. Assinto, me perguntando se existe apenas esse restaurante na cidade, já que é o mesmo que o Jack me levou para almoçar, mas não é como se eu pudesse reclamar.

Estou dentro do carro de um homem rico, então deve ser um lugar que pessoas com classe social como a dele devem gostar de ir. Além do mais, é um lugar onde ao menos eu já fui uma vez e não me parece tão ruim assim.

ㅡ Conheço... Fui com um amigo.

Hyun-Suk me olha por breves segundos, mas desvia o olhar logo em seguida.

ㅡ É um bom restaurante, iremos jantar, tudo bem?

Assinto outra vez, desviando o olhar para a rodovia por onde passamos, e sinto a mão dele me soltar. Antes que eu possa reclamar da falta que aquele toque me faz, sinto-o me tocar novamente, mas entrelaçando nossos dedos.

ㅡ Sente-se à vontade?

ㅡ Ah... um pouco.

ㅡ Tem certeza disto? ㅡ ele me olha de relance, me dando um belo sorriso e logo volta à atenção para frente. ㅡ Não quero que faça algo que não queira, meu anjo. Podemos ir para onde você quiser.

Sorrio pequeno, me encolhendo um pouco pela sensação vergonhosa que tenho ao ouvi-lo me chamar de anjo e suspiro. Pensando sobre o que ele me disse antes, sobre o que gosta, penso no que realmente ele quis dizer. Entretanto, eu não sou bobo, isso claramente vai além do que ele quis dizer com "gosto que me obedeçam". Se fosse somente isso, ele não estaria me levando para jantar, não é?

ㅡ Eu quero ir ao Kim's. ㅡ digo, sorrindo para ele. ㅡ está tudo bem, Park.

Ele libera um riso soprado e baixo, e quando para com o carro no semáforo vermelho, ele finalmente me olha como eu sinto que mereço ser olhado.

ㅡ Me chame apenas de Hyun-Suk, anjo.

ㅡ Tudo bem então, Hyun-Suk. ㅡ sorrio.

Ele sorri novamente, levemente fechando os olhos devido à bochecha e isso o deixa completamente fofo.

Voltando a atenção para o trânsito que volta a se movimentar, ele volta a apertar minha coxa.

ㅡ Jaejun, me conte mais sobre você.

ㅡ O que quer saber exatamente? ㅡ pergunto me inclinando um pouco para o lado, levando ainda mais do meu olhar ao rosto dele.

ㅡ O que gostaria de me contar? ㅡ sorrio para seu modo sério de falar, e percebo-o me olhar de esguelha.

ㅡ Então eu posso te falar o que eu quiser? ㅡ Pergunto. Hyun-Suk assente. ㅡ Não tem muito o que te interesse.

ㅡ Duvido muito. ㅡ fala, num tom divertido.

ㅡ Juro. Minha vida só está começando agora, fazem alguns meses que vim para Seul.

ㅡ E de onde veio?

ㅡ Busan, minha terra natal.

ㅡ Também nasci lá. Veio em busca de trabalho?

ㅡ É... quase isso.

ㅡ Como assim?

ㅡ Não é nada.

Outra vez Hyun-Suk me olha de soslaio.

ㅡ O que aconteceu para você ter vindo para Seul.

ㅡ Hm... é um segredo. ㅡ eu rio, vendo-o negar com um sorriso também. ㅡ é a parte da minha vida que ninguém sabe.

ㅡ Eu compreendi sua ironia. ㅡ me olha breve.

ㅡ Me desculpe. ㅡ nego, mas ainda sorrio. ㅡ Mas não tem mesmo muito o que saber. O básico é: Eu me chamo Jeon Jaejun, tenho dezenove anos, trabalho numa conveniência e só.

ㅡ Hm. ㅡ Park assente, dobrando em uma das ruas. ㅡ Gosta de trabalhar numa conveniência?

ㅡ Sou balconista, não tem muito o que reclamar.

ㅡ Entendi...

Observo o rosto dele e Hyun-Suk já parece sério demais outra vez.

ㅡ E você? ㅡ pergunto.

Park olha novamente de soslaio para mim e sorri. Depois percebo que estaciona o carro em frente ao restaurante sem antes dar tempo de responder minha pergunta.

ㅡ Chegamos, meu bem.

Não é preciso que ele procure uma vaga. Hyun-Suk só parou o carro em frente ao local, e destravou as portas. Desço do carro, vendo-o fazer o mesmo, e logo um manobrista vem ao nosso encontro para buscar a chave do carro.

ㅡ Senhor Park. ㅡ é o que a hostess diz ao cumprimenta-lo.

Hyun-Suk apenas assente para a moça e busca minha cintura para apertá-la contra seu corpo.

A mulher sorrir para mim também, mas minhas bochechas já estão tão vermelhas devido ao ato dele, que apenas aceno com a cabeça.

ㅡ Por favor, me sigam. ㅡ a moça volta a dizer.

Nenhuma palavra precisou ser dita para que ela nos levasse a uma das melhores mesas do restaurante, com privacidade o suficiente e longe de onde há alguns falares não tão baixos.

ㅡ Gostaria da carta de vinhos, senhor? ㅡ ela pergunta logo quando sentamos. Hyun-Suk nega.

ㅡ Me traga o de sempre, por favor.

A moça assente, deixando um sorriso e se despede com educação antes de ir.

ㅡ Vejo que você vem sempre aqui. ㅡ digo. ㅡ tem até um "de sempre" ㅡ rio.

ㅡ Tenho o costume de vir bastante aqui.

ㅡ Sempre acompanhado? ㅡ pergunto, ainda sorrindo, mas mordo o lábio inferior quando ele me olha com seu jeito sério. Mas não demora até que exiba um sorriso.

ㅡ Dentre dias, você é o primeiro. ㅡ diz simples.

Meus olhos se arregalam com sutileza. Isso foi uma resposta positiva para minha pergunta, não foi?

Então ele me trouxe para um restaurante que sempre traz o que quer que seja que acha que eu sou?

Sempre traz outros?

Mas antes que ele continue a falar, um garçom vem até a mesa, e para a minha surpresa ㅡ ou falta de sorte ㅡ, é o mesmo garçom que ouviu a minha conversa vergonhosa com Jackson.

ㅡ Com licença, senhor. ㅡ ele pede, buscando as taças sobre a mesa para enchê-las.

ㅡ Pode deixar a garrafa. ㅡ Hyun-Suk fala, fazendo-o assentir.

ㅡ Desejam fazerem o pedido agora?

ㅡ Nos dê só um minuto, tudo bem?

Com um sorriso simpático, o homem assente e se retira.

ㅡ Você até que é educado. ㅡ falo.

ㅡ Como assim? ㅡ ele pergunta, buscando sua taça com tamanha delicadeza e elegância.

ㅡ Geralmente, não colocando num geral, ricos tendem a ter narizes em pé e se acham melhores que trabalhadores da classe inferior.

ㅡ Ter dinheiro não significa ser melhor, meu anjo. Principalmente com pessoas que eu nem sequer conheço.

ㅡ Porque está me chamando tanto de anjo? ㅡ pergunto baixo, bebendo um pouco do vindo deixado em minha taça.

ㅡ Porque acho que você é um como um. ㅡ diz depositando a taça de volta à mesa.

ㅡ Se é o que acha... ㅡ abaixo meus olhos, não posso me deixar ficar tímido agora. Mas começo a balançar minhas pernas com sutileza, um sinal evidente de meu estado ansioso. Busco a taça outra vez, apenas para bebericar e sentir o gosto forte do vinho que desce como uma faca cortando minha garganta. ㅡ Esse vinho é forte. ㅡ falo voltando a olhá-lo.

ㅡ Me desculpe, eu deveria ter pedido algo mais leve para você, minha flor.

Ou poderia ter me deixado escolher, mas ok, eu não vou falar isso em voz alta.

Mas ele faz como se eu não tivesse uma opinião sobre o que eu mesmo gosto. Apenas chama o garçom outra vez.

ㅡ Por favor, traga uma taça do melhor rosé.

ㅡ Ah, eu acho que quero só um suco de laranja mesmo.

ㅡ Tem certeza? ㅡ Hyun-Suk me olha. ㅡ Assinto.

ㅡ Ok; O suco. E você pode nos trazer o menu, por favor?

ㅡ Tudo bem, com licença. ㅡ o rapaz pede e se vai outra vez.

ㅡ Me desculpe, eu não te perguntei se gostaria de beber vinho.

ㅡ Você não me perguntou nada, na verdade... ㅡ falo baixo.

ㅡ Tem razão. ㅡ Hyun-Suk desliza a mão até tocar a minha sobre a mesa. ㅡ Me perdoe.

ㅡ Tudo bem. ㅡ dou de ombros, dando-lhe um leve sorriso.

ㅡ Mas me diga, Jaejun, você já pensou na minha proposta?

ㅡ Não muito, preciso de um tempo.

ㅡ Tudo bem, tenha o tempo que quiser.

ㅡ Mas você... pode me explicar um pouco melhor?

ㅡ O que quer saber, minha flor? ㅡ ele acaricia minha mão, mas com a outra, busca a taça, bebendo mais do vinho.ㅡ Pergunte o que quiser.

ㅡ Você... Hm, você me pediu para ser seu, mas... qual real sentido?

ㅡ O sentido único. ㅡ ele fala, mas não continua de imediato. O garçom volta à mesa com meu suco, e nos entregar o menu.

Park faz seu próprio pedido com rapidez, ele realmente parece conhecer tudo o que está escrito em idiomas diferentes nesse menu, e para que eu não fique com cara de tacho analisando tudo sem entender o significado de cada palavra estranha que vejo, peço o mesmo que ele.

ㅡ Por favor, seja mais específico. ㅡ peço quando estamos novamente a sós.

Ele me analisa por breves segundos.

ㅡ Eu quero que você seja meu, Jaejun.

ㅡ Como? ㅡ pergunto direto, já um tanto nervoso.

ㅡ Primeiro de tudo, me responda uma coisa, está bem?

Eu assinto, mas me sinto ainda mais ansioso.

ㅡ Você nunca esteve com um homem antes, certo?

ㅡ Você diz... num relacionamento?

ㅡ Em um modo geral para ser mais breve. ㅡ ele volta a repousar sobre a cadeira, tomando mais do próprio vinho. ㅡ Você nunca tocou ou foi tocado por um homem do jeito em como eu fiz com você, estou certo meu anjo?

Quanta confiança ele tem, não é?

Mas não é como se fosse mentira.

ㅡ Eu nunca estive. ㅡ não minto. ㅡ mas, como eu disse que poderíamos tentar... Você pode me ensinar isso... Eu só preciso entender o que você quer de mim.

Entre o tempo de minha fala incerta e do olhar sério e atento dele, um silêncio se intercala após o celular de Hyun-Suk tocar e ele pedir um segundo para atendê-lo, já que diz ser seu secretário ligando.

Eu espero, mas aquilo demora um pouco. Nosso jantar até mesmo é servido enquanto ele gesticula e tem a voz certeira ao dar algumas ordens.

Espero até que ele desligue e se desculpe comigo outra vez. Hyun-Suk busca seus talheres e, enquanto corta alguns vegetais, ele simplesmente fala:

ㅡ Eu quero fazer sexo com você.

Eu agradeço ao universo por ainda não ter colocado o pedaço da carne muito suculenta que estava cortando e ansiando comer, pois, quando escuto aquilo, eu me engasgo com sua sinceridade.

ㅡ Minha nossa. ㅡ olhou-o assustado, bebendo um pouco do meu suco. ㅡ precisa ser tão direto assim?

Ele ri.

ㅡ Você quis saber.

ㅡ É, mas... meu deus...

ㅡ Não é novidade que esse seja o meu desejo, meu bem. Nós nos beijamos e você acabou em cima do meu pau. Você também não quer?

ㅡ Eu... ㅡ MEU DEUS. ㅡ não vou responder isso. ㅡ digo desviando os olhos e bebo mais do suco.

Ouço-o rir outra vez, mas suspiro, comendo finalmente o pedacinho da minha carne e juntando forças para olhá-lo outra vez.

ㅡ Mas o que isso tem a ver com pertencer? Pessoas fazem isso sem pertencerem a outra. Aliás, porque você fala em pertencer? É algum fetiche? Eu não vou pertencer a ninguém não, entendeu?!

ㅡ Não é nesse sentido, meu bem. ㅡ ele ainda ri, mas eu aguardo. ㅡ quando eu digo que quero que me pertença, é num sentido apenas prazeroso, onde eu e você praticaremos algo. Mas você só poderá praticá-lo comigo caso aceite.

ㅡ É algo ilegal? ㅡ sinto um leve medo, mas ele nega.

ㅡ Claro que não, amarílis. Eu jamais te colocaria em perigo.

ㅡ Tudo bem, mas... como que funciona? O que é?

ㅡ Primeiro, eu quero que venha morar comigo.

ㅡ Quê? ㅡ me controlo para que aquela pergunta tão surpresa não saia como um grito. ㅡ Tá louco?!

ㅡ Não, falo sério. Quero que more em um lugar melhor, e quero que seja quando e onde eu quiser. Você pode ter o que quiser também, não te darei um limite. Posso te comprar roupas, pagar viagens, o que quiser. Mas quero que seja meu.

Admito que fiquei quieto, mas apenas esperando a parte em que ele dizia que tudo aquilo era brincadeira.

Mas adivinha? Ele não falou porra nenhuma.

ㅡ Você está mesmo louco. ㅡ deixei a taça sobre a mesa, perplexo. ㅡ você acha que eu tenho cara de prostituto particular?

Percebo-o sorrir fraco, e antes que ele fale mais alguma coisa, decido ir porque tudo o que sinto agora é um constrangimento que pinta toda a minha alma.

Mas ele me segura pelo pulso, me impedindo de realmente ir. Olho-o. Estou com raiva, mas sinto-o me tocar com sua outra mão, deixando a minha entre ambas, antes de suspirar pesadamente.

ㅡ Me desculpe.

ㅡ Você acha que desculpas vão me fazer se sentir menos ofendido? ㅡ pergunto duro. Nesse momento, nem ligo se tem alguém nos olhando. Mas eu realmente só sinto raiva. ㅡ me solte, eu não quero mais ouvir isso.

ㅡ Eu só expressei errado. ㅡ ele fala, e talvez tenha um pouquinho de desespero. ㅡ por favor, sente-se e me ouça.

Meu coração está acelerado, eu odeio ser tão descontrolado quanto ao meu corpo. Mas eu sou educado, e, mesmo que eu tenha vontade até mesmo de dar na cara do Park por ele presumi que eu aceitaria uma coisa assim, eu volto a me sentar, respirando fundo quando passo minhas mãos por meus cabelos vermelhos.

ㅡ Eu realmente me expressei de um modo errôneo, Jaejun.

ㅡ Se você queria me oferecer dinheiro para transar com você, porque não disse isso desde o dia do meu aniversário? Assim teríamos poupado toda essa palhaçada e perda de tempo.

ㅡ Você está muito bravo, eu sei.

ㅡ Ah, com certeza eu estou. ㅡ falei, buscando meu suco para dar um gole longo. ㅡ você conseguiu até mesmo tirar meu apetite.

ㅡ Quer pedir outra coisa? Uma sobremesa?

ㅡ Só fale logo, Hyun-Suk.

Vejo-o suspirar outra vez, e desviando os olhos para meu prato, decido buscar meus talheres ao lado, cortando a carne.

ㅡ Vai comer?

ㅡ É errado desperdiçar algo tão bom.

Ele ri, mas eu continuo sério.

ㅡ Tudo bem. Eu disse que quero fazer sexo com você, e isso não é mentira, mas é se você quiser. E eu presumi que você também estivesse a fim disso.

ㅡ Ah é, e porque? Você por acaso se acha muito irresistível.

ㅡ Claro que não, mas eu julguei que estávamos tendo algo.

ㅡ Tendo algo quando você diz que não quer um relacionamento e me oferece seu dinheiro?

ㅡ Anjo... você sentou no meu pau.

ㅡ Isso é só um detalhe. Não quer dizer nada. Muito menos que eu iria aceitar esse seu... dinheiro.

ㅡ Eu não quis te ofender. Juro que não. Eu não te vejo como um prostituto, mas como alguém que merece mais do que tem hoje. Eu me encantei por você, meu anjo. Nunca vi uma beleza como a sua, e seria um prazer te ter ao meu lado sempre.

ㅡ Você é confuso sabia?

ㅡ Eu sei que sou, me desculpe.

ㅡ Não. Não desculpo. Ter uma pessoa ao lado, significa ter um relacionamento. Você fala de um jeito tão bonito de mim, parece que está apaixonado. Mas é tudo um truque.

Abaixo meus olhos, chateado porque ele parece ter os olhos tristes, e eu não quero que minha raiva consigo diminua porque eu sou muito mole. Preciso manter-me firme.

ㅡ Eu não posso ter um relacionamento agora, Jaejun.

ㅡ Porque não? Por acaso você já é comprometido? É casado?

ㅡ Não. Eu só... não posso.

ㅡ Não acredito que me meti nessa confusão. ㅡ digo baixo, para mim mesmo. ㅡ Não consigo te entender, Park, mas eu não quero isso. Me parece ter algo errado.

ㅡ Você acha que é errado querer alguém? Como você disse, eu posso te ensinar ou te mostrar um pouco do que é ser meu, e então, você decide se aceita, ou não. Se fica com o que eu quero te dar ou não. Não é uma troca de qualquer forma.

ㅡ Não? ㅡ volto a lhe olhar.

ㅡ Não. É só algo que eu quero que seja seu. Mas não porque eu quero que seja meu, compreende. Você poderia me dizer não agora. Aliás, acho que já me falou. Mas pode ficar com tudo o que eu já separei para você, não me importo.

ㅡ Então... eu não preciso fazer...

ㅡ Não, claro que não. ㅡ ele sorri. ㅡ você faz se você quiser. Eu apenas vou te ensinar o que eu gosto.

ㅡ Mas não tem a ver com sexo?

ㅡ Nem sempre. ㅡ ele dá de ombros, busca a garrafa de vinho e deixar cair um pouco do líquido sobre a sua taça. Eu bebo meu suco, porque sua oferta é confusa, mas me deixa curioso. ㅡ O que me diz? Me deixe ao menos te mostrar sobre o que é.

ㅡ Tudo bem... ㅡ digo comendo mais um pedaço da carne macia. ㅡ pode me mostrar e se eu quiser, pode me ensinar. Mas será apenas uma vez... Se eu gostar, a gente... ver melhor como será.

Ele não respondeu, mas me deu um sorriso que pareceu muito verdadeiro e espontâneo. Girando o pouco vinho que há em sua taça, ele passa a língua sobre o lábio inferior e bebe o líquido em seguida.

Às vezes eu me odeio, porque isso me deixa quente.

E EU ESTAVA COM RAIVA A MEIO SEGUNDO ATRÁS!

Mas como reagir quando a porra do homem é lindo como ele? Não dá!

Jantamos apenas trocando olhares em meio ao silêncio que estranhamente não era tão ruim. No fim, Hyun-Suk chamou novamente o garçom, pedindo pela conta, e junto a isso, fez seu pedido especial.

ㅡ Por favor, você pode nos chamar o chef Kim?

Seu pedido é acatado, e não demora muito para o tal chefe vir. É um homem alto, bastante bonito e sorridente.

ㅡ Quanto tempo! ㅡ ele diz ao se aproximar de Hyun-Suk. ㅡ Quando me falaram na cozinha que o senhor Park estava me chamando, já pensei que viria bronca sua.

Hyun-Suk sorri e se ergue para cumprimentá-lo com um abraço.

Eu fico no impasse. Devo levantar também?

ㅡ Não seja bobo, o que teria de ruim na sua comida? Ela é excelente, sabe disso. ㅡ Park diz, mas ele me olha e, antes que possa me apresentar enquanto ainda estou sentado, fico de pé e sorrio para o chef também. ㅡ Yujin, este é Jaejun. ㅡ diz parando ao meu lado e enlaçando novamente minha cintura com sua mão. Sorrio para o rapaz, mesmo que eu ainda não tenha feito as pazes com Hyun-Suk ao ponto de aceitá-lo me abraçando assim, mas ergo minha mão ao chef, cumprimentando-o e sendo bem recebido.

ㅡ É um prazer te conhecer, Jaejun. Espero que a comida esteja ao seu gosto.

ㅡ Estava ótima, senhor. ㅡ falo.

ㅡ Oh, não, não, sem senhor. Pode me chamar apenas de Yujin como todos. Mas fico feliz que minha culinária tenha te agradado.

Eu sorrio ainda mais para ele, me sentindo um pouco deslocado, mas logo vejo-o olhar além, sorrindo mais também.

ㅡ Se continuar olhando assim, irá babar, sabe disso, certo? ㅡ Hyun-Suk diz num tom baixo.

ㅡ Não enche! ㅡ o chefe diz, sorrindo ao voltar a olhar para nós. ㅡ Me desculpe os modos, Jaejun.

ㅡ Está tudo bem. ㅡ falo, porque o que é um "não enche?" Eu teria mandado ele ir à merda. Mas ok.

ㅡ É que Hyun-Suk e eu somos amigos há algum tempo. Às vezes me esqueço que somos públicos.

ㅡ Está tudo bem mesmo, não me importo.

Minha curiosidade é um tanto grande, e não consigo me segurar muito para ver o porquê do sorriso do chef aumentar quando olha adiante outra vez. Então, quando Hyun-Suk e Yujin engajam uma conversa baixa já sentados de volta à mesa, eu olho rápido e disfarçadamente para trás, vendo apenas um casal e um pequeno garoto parado próximo ao balcão, enquanto conversam com a hostess.

ㅡ Lembre-se que é daqui a alguns dias. Te quero lá. ㅡ volto minha atenção para ambos quando ouço o dito de Hyun-Suk. Yujin apenas assente. ㅡ Bom, está tarde, precisamos ir agora. Tome cuidado quando retornar também, entendeu?

ㅡ Tudo bem. Foi muito bom te ver, e adorei te conhecer, Jaejun. Espero que possamos nos ver mais, e que você possa comer mais de minha comida também. Adoro quando a elogiam.

Eu sorri, assentindo.

ㅡ Não tenha dúvidas que ele ainda irá apreciar muito a sua culinária, apareça para jantar na minha casa qualquer dia. ㅡ Hyun-Suk diz sorrindo.

ㅡ Claro.

ㅡ Foi um prazer te conhecer também. ㅡ digo por fim, vendo-o se erguer.

ㅡ Até mais.

O chef se afasta de nós, se despedindo, e logo Hyun-Suk pagar a conta com seu cartão escuro. Quando o faz, finalmente se põe de pé outra vez e me guia em sua frente, tocando suavemente sobre minha lombar, indo para fora do estabelecimento.

ㅡ Você gostou do jantar? ㅡ ouço-o perguntar a mim quando enfim busca a chave do carro com o manobrista e abre a porta do carro para que eu entre. Observo-o sem entender a pergunta quando dá a volta e adentra o carro também. ㅡ Yujin é muito legal, cozinha com excelência.

ㅡ Foi realmente bom. Obrigado pelo jantar.

ㅡ Não agradeça. ㅡ ele sorri colocando o cinto de segurança. ㅡ você gostou dele?

ㅡ Do chef? Sim, ele parece ser uma pessoa legal. ㅡ falo pondo o cinto também, sentindo Park arrancar com o carro logo em seguida, deixando aquele som estrondoso do motor para trás.

ㅡ Gostou dele de modo geral? ㅡ ele me olha de soslaio, sorrindo. ㅡ Achou Yujin bonito?

ㅡ Que tipo de pergunta é essa? ㅡ sorrio me ajeitando melhor no banco. ㅡ é claro que ele é bonito, qualquer um vê.

ㅡ Hm. ㅡ Os lábios dele demonstram um sorriso, e a língua sorrateiramente passeia pelo inferior.

ㅡ Você é ciumento? ㅡ pergunto, negando enquanto vejo-o revirar os olhos. ㅡ Não seja, já que não somos namorados.

Hyun-Suk me olha outra vez, passando a língua agora pela bochecha.

ㅡ Quer ir para a sua casa ou quer ir para minha?

ㅡ Já passa das onze e eu trabalho amanhã às dez, então...

ㅡ Você não precisa mais trabalhar. ㅡ ele fala com uma simplicidade que assusta. ㅡ irei pedir para limparem o apartamento que eu te falei e te entrego a chave. Não se preocupe com nada mais, tudo bem?

ㅡ Não é assim, Hyun-Suk. Eu te falei, não sou como você pensa.

ㅡ Eu não penso nada. Mas eu te disse, te darei tudo e eu já separei esse presente para você, você aceita se quiser.

ㅡ Você é muito louco. ㅡ falei, mas ele só riu.

ㅡ Eu só quero que esteja confortável, e também quero que tenha o melhor. Posso pedir para que meu secretário te ajude com o que precisar.

ㅡ Não! Eu posso, no máximo, ir olhar. Mas eu não te dei uma resposta ainda, então nada de ajuda de secretário, ou seja lá quem for, entendeu?

Percebo quando uma das mãos dele larga o volante e vai direto a minha coxa outra vez. Lá, ele deixa um carinho, mas eu o impeço, retirando sua mão dali para segurar junto a minha.

ㅡ Não estou tentando te comprar ou algo assim. Apenas gosto de você. Você recebeu meu único cartão, o que significa que eu também me importo. Então se eu gosto, eu cuido.

Hyun-Suk retira sua mão da minha, e toca meu rosto. Sua mão macia é leve naquele momento, o que me deixa ㅡ por breves segundos ㅡ entregue a si.

Mas eu a seguro outra vez, abaixando-a e descansando sobre minha coxa.

O caminho até minha casa é breve, logo estamos estacionados à frente. O carro do Park é escuro, assim como os vidros, então o pensamento se devo ou não beijá-lo antes de sair me vem à mente.

ㅡ Você está chateado comigo? ㅡ é o que ele pergunta.

ㅡ Um pouco. ㅡ sou verdadeiro.

ㅡ Não fique, não fiz por mal.

ㅡ Mas me ofendeu. ㅡ o olho. ㅡ e de um jeito que eu já estava com medo de ofender. Não é fácil acreditar que um homem de classe diferente quer algo comigo somente porque ele gosta de mim. Você falou como se eu fosse um brinquedo, que você olhou na vitrine daquela boate e escolheu a dedo.

ㅡ Eu realmente te escolhi, mas não para ser meu brinquedo.

ㅡ Mas também não disse até agora para quê realmente me escolheu.

Vejo Park solta seu próprio cinto e virar minimamente para mim. Solto o cinto também, e faço o mesmo movimento que ele, apenas porque espero que ele fale o que tanto parece esconder.

ㅡ Aceite o apartamento, por favor. ㅡ ele diz. ㅡ Eu quero que tenha o melhor.

Encaro-o sem saber o que devo falar, ele foge do assunto que ele mesmo criou como se fugisse da cruz.

ㅡ Eu mal o conheço. ㅡ sussurro. ㅡ eu não sei o que você realmente quer fazer comigo e isso está me deixando louco.

ㅡ Eu prometo que vou te explicar melhor quando você puder ver. Se eu tentar explicar agora, com você chateado, não vai ser bom.

ㅡ Mas você me fez uma proposta, como quer que eu pense sem que me explique?

ㅡ Eu prometo que irei te explicar.

ㅡ E se eu não quiser aceitar? Irá respeitar minha decisão?

ㅡ Irei. ㅡ com seu rotineiro tom calmo, diz. ㅡ e não pense que se aceitar o apartamento, você estará aceitando a fazer sexo ou qualquer outra coisa comigo. É apenas um apartamento. Eu tenho vários, sou herdeiro de uma construtora.

Minha perna volta a balançar, porque ele parece falar a verdade, mas devido ao seu deslize de mais cedo, é difícil de acreditar realmente.

Mas eu sou curioso, não posso dizer não sem realmente entender o que ele quer receber e dar.

ㅡ Você pode me mostrar ele, mas sem intenção nenhuma a mais.

Talvez ele possa me achar um tremendo de um cu doce, mas eu não ligo para isso agora.

Sei que estou correto na minha decisão. Preciso ter certeza de tudo antes porque vai que eu faço merda? É algo natural que eu sei fazer com a minha vida.

Isso pode ser só mais uma.

ㅡ Então façamos assim. ㅡ ele fala. ㅡ Eu te busco amanhã depois do seu horário de trabalho e te levo lá, tudo bem?

ㅡ Tudo bem.

ㅡ Que horas você sai do trabalho?

ㅡ Largo às oito.

ㅡ Então oito e meia estarei aqui. ㅡ diz sorrindo, e se aproxima devagar. ㅡ agora eu posso te dar um beijo antes que se vá?

ㅡ Eu não sei se pode.

ㅡ Por favor.

ㅡ Estou bravo ainda. ㅡ faço bico, cruzando os braços.

Hyun-Suk ri e se aproxima vagarosamente. Eu não nego que quero beijá-lo agora, mesmo após querer bater no rostinho bonito que ele tem.

E tendo-o agora pertinho do meu rosto, eu apenas sorrio quando ele sela meus lábios, sussurrando o quanto eu sou lindo, fazendo os sons de estalinhos ecoar.

Mas há uma coisa que não gosto agora. E é o modo em como meu corpo é rendido ao seu beijo quando ele intensifica o toque.

Como de praxe, sua mão torna a ser forte, então sem esforços, enquanto me beija, ele infiltra os dedos em meus fios cor de fogo e puxa sutilmente, me fazendo suspirar em sua boca, e, sem controle, erguer sutilmente o corpo quando ele segura minha cintura com sua outra mão.

Ele sorri ainda sem quebrar o ósculo, e como se me dominasse, me puxa apenas com uma mão e me faz se erguer por completo sem pensar, me fazendo se atrapalhando todo com o volante quando me sento sobre seu colo.

Mas tenho um segredo para contar: Eu nunca pensei que iria gostar tanto de sentar no colo de outro homem como sento no dele.

É gostoso demais.

Park me segura firme agora com suas duas mãos enquanto eu apenas levo as minhas para sua nuca e adentro em seus fios loiros e curtos. Me sinto levemente aquecido quando ele geme baixo ao ser apertado por minha bunda, então eu puxo seus cabelos com certa força, mordendo meu lábio, enquanto me arrasto propositalmente em seu pau.

Se ele é um filho da puta gostoso, eu também terei que ser.

Ouço mais um suspiro dele e aquilo me atiça de forma significativa.

O beijo é quebrado pela falta de ar e logo percebo os vidros ficarem um pouco embaçados. Ele ainda tem a boca sobre a minha e mordisca devagar ali, antes de descê-la e mordiscar meu queixo e parte de meu pescoço, fazendo-me suspirar ainda mais e engolir em seco com a vontade de continuar com aquilo.

ㅡ Preciso ir. ㅡ sou forte o suficiente para falar aquilo. Mas é difícil quando ainda o sinto tocar minha cintura com força e gana, adentrando os dedos até mesmo por debaixo do tecido da blusa que eu uso.

Sua mão está fria e o choque em minha pele faz com que erga minimamente meu corpo e logo caia sobre seu colo mais uma vez. Hyun-Suk geme baixo, e me aperta mais.

O som faz com que eu me arrepie por completo, e sem pensar, volto a beijar sua boca, sentindo-o ainda me tocar por debaixo do tecido, dedilhando parte de minhas costas, enquanto mentalizo que preciso ir mais uma vez.

Entretanto, pela segunda vez na noite, sinto-o duro bem abaixo de mim e como se fosse normal ㅡ ou prazeroso ㅡ eu continuo sobre seu colo, incapaz de deixar de querer senti-lo mais e mais daquele jeito em mim, apenas o sentindo de todas as formas que me convém, até que o ar falte novamente, e nos obrigue a quebrar o beijo mais uma vez.

Minha respiração está entrecortada, mas a dele está ainda pior.

Não me assusta ver o estado de como ele está agora, parece embevecido com meu rosto e meus detalhes que ele dita serem tão bons para si, mas me assusta um pouco a forma boa e forte em como ele desce as mãos sorrateiras por minhas costas e apertar minha bunda com força, gemendo baixo comigo.

ㅡ Puta merda... ㅡ ele diz, voltando a beijar meu pescoço.

ㅡ Eu odeio o que você faz comigo. ㅡ resmungo, entredentes, sentindo-o me morder com leveza.

ㅡ Eu adoro como você me deixa louco. ㅡ e ele sussurra de volta.

Céus, eu preciso sair de cima dele ou não sei o que é capaz de acontecer a seguir.

ㅡ Preciso ir agora, Hyun-Suk. ㅡ digo num fio de voz. A temperatura dentro do carro está mais elevada do que eu poderia imaginar ser possível acontecer, e isso pode nos levar a um pico de loucura que queiramos tirar nossas roupas.

Não que isso seja ruim.

Ele me beija mais uma vez, mas sem a nossa selvageria de antes.

É um beijo calmo. Sinto cada detalhe do seu lábio farto passeando sobre o meu. Sua língua quente procura pela minha e a chupa quando encontra. Desta vez eu apenas suspiro, mas é quando sinto o toque dele em meus fios com leveza, que me derreto por completo nas sensações.

Eu preciso ir, mas eu não quero.

Chupando meu lábio inferior, ele se afasta sorrindo. Sinto-me embriagado com tudo o que rolou, e sem que a vergonha me tome, me inclino para beijá-lo novamente.

Ele retribui, entrelaçando os dedos aos meus cabelos, mas logo solta-os para descer por meu ombro, passando a lateral de meu corpo, e parando novamente a cintura.

ㅡ Boa noite, minha flor. ㅡ sussurra.

Ainda em seu colo, observo-o com um pouco do seu cabelo bagunçado e sorrio de volta. Inclino-me apenas para selar uma última vez nossos lábios, e como se fosse uma necessidade, ele me beija novamente.

Rindo, ele ainda segura meu rosto com ambas as mãos quando finalmente ㅡ e agora definitivamente ㅡ, damos nosso último selar.

Saio devagar de seu colo e sento-me ao lado.

Hyun-Suk ofega, e enquanto penteia seus cabelos com os dedos, observo a grande elevação que tem entre as suas pernas.

E estranhamente, sinto minha boca salivar.

ㅡ Até amanhã. ㅡ falo quando ele termina de organizar meus cabelos.

ㅡ Até amanhã, meu anjo.

Assinto destravando o carro e abrindo a porta, antes de sair, sorrio uma última vez e controlo a vontade que me vem como aqueles demoninhos de filme que se penduram em nossos ombros e pedem para fazer o mal, me dando a vontade de beijá-lo de novo.

Ainda tentando desviar meus olhos do volume grande, volto a olhá-lo apenas para me despedir de uma só vez.

É estranho me sentir atraído por um pau, mas é um pau grande e parece ser bem gostoso, então talvez esteja tudo bem.

Mas, desviando meus pensamentos nada corretos, ergo-me e assim que fecho a porta, vejo a janela abaixar.

ㅡ Amanhã às oito e meia, ok? ㅡ ele diz, rindo.

Nego, novamente deixando um riso escapar.

ㅡ Ok. Boa noite, Park.

            
            

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