Meredith se aproxima, trazendo a toalha, e acena para que eu saia logo. A olho abatida, enquanto ela me da um sorriso amarelo, sento na banheira retirando o excesso de água dos meus cabelos e saio enquanto ela me embrulha com bastante cuidado.
- Então...como ele é?
- O rei de Dazzo é um homem interessante, Mery. Não parece ser o mesmo dos boatos.
- Não se deixe enganar pela aparência! Até o espelho reflete a imagem que não é dele! _ ela me repreende enquanto sento na cama e ela enxuga meus cabelos.
- Mas o mensageiro dele me parece ser alguém respeitável.
- Um mensageiro é apenas um criado. Um criado não tem poder para ser aquilo que tem vontade de ser!
- Não diga isso, Mery. Eu não trato você como uma criada! Você é como uma mãe para mim...
Meredith para de enxugar minha cabeça e afasta a toalha de meu rosto.
- Eu amo você como se fosse minha filha. Mas eu sou sua criada, e você é minha princesa!
Ela abandona a toalha e trás a camisola, vestindo-me primeiro pela cabeça e depois me ajudando a passar os braços pelas mangas longas.
- Não vai demorar para seu pai casar você... Ja está passando da hora, você ja tem 23 anos. A guerra entre Hartz e Dazzo afetou isso, mas acho que logo ótimos pretendentes virão corteja-la.
- O rei de Dazzo tem uma rainha?
- É melhor você nem mesmo pronunciar sobre ele. Ja viu a fúria de seu pai!
- O que o rei quis dizer em relação a irmã dele? Meu pai fez algo a ela?
Meredith para de ajudar a me vestir e pega meu rosto com firmeza em suas mãos e sacode leve.
- Nunca mais pergunte sobre isso! Nunca mais, Evelyn! Então aí sim, seu pai tera motivos para mandar executa-la!
Mesmo confusa concordo com um aceno firme e Meredith me da um beijo terno na testa e acaricia minha bochecha.
- Boa menina! Boa noite minha princesa!
- Boa noite Mery!
Ela sai do quarto apagando a vela deixando o quarto um tanto escuro. Suspiro pesadamente olhando para os respingos de água no chão do quarto próximo a banheira. Afasto os lençóis da cama e me deito tentando afastar os pensamentos de minha cabeça barulhenta.
Foram oito anos de uma guerra que todo o reino mal sabia sobre os motivos verdadeiros dela.
Rolo abraçando o travesseiro enquanto olho para o livro na cômoda. O que será que aconteceu entre a irmã do rei e meu pai?
***
Ouço barulhos estranhos, aperto as sobrancelhas mesmo ainda de olhos fechados, e o som estridente lá fora, e um grito, me faz abrir subitamente quando a porta de meu quarto abriu, e vejo Rupert segurando uma vela e fechando a porta.
- Alteza, você precisa ir! _ ele sussurra, afastando os lençóis da minha cama e me obrigando a ficar de pé. Me estico para pegar meu roupão de seda, mas ele me puxa com mais força. _ Não há tempo, princesa! Rápido!
- O que está acontecendo?_ pergunto afobada ,olhando por cima do ombro para minha enorme janela, enquanto Rupert me puxa para fora.
- Você precisa fugir! Ele vai matar a todos! Mas a senhorita é boa, não merece isso!
- Do que você está falando?_ agarro seu braço tentando faze-lo me soltar. Minha cabeça está girando enquanto tento entender de onde vem todo esse barulho pelo castelo a essa hora da madrugada.
O mensageiro para, só então vejo que seus olhos são azuis como o céu, e seus cabelos longos na altura no ombro e lisos, castanhos claros quase loiros. Ele segura meus ombros com força.
- Alteza,eu não tenho tempo de explicar, mas se os guardas nos acharem, temo pelo que possa acontecer a senhorita. É uma mulher bonita e...
- Qualquer soldado gostaria de enfiar seu pau em uma mulher de sangue nobre..._ sussurro apavorada balançando a cabeça em negativa enquanto repito as palavras de meu pai. O sangue parece fugir de meu corpo e o mensageiro concorda firme.
- A senhorita precisa fugir agora! Eu iria tira-la daqui durante o jantar, mas não fui capaz. _ ele volta a me puxar, mas dessa vez não ofereço resistência.
Estamos quase correndo pelos corredores escuros e posso ouvir minha própria respiração pesada.
- As catatumbas..._ sussurro e ele me olha rapidamente e o puxo para outro corredor.
Paro ofegante diante de uma prateleira velha e começo a tentar empurrar com as costas. O rapaz um pouco mais velho que eu me ajuda a empurrar, ele não era forte como seu rei, nem tão másculo, mas isso não importava.
Uma brecha aparece e arfo mostrando a ele o esperando ir primeiro. O rapaz pega minhas duas mãos e deixa a vela em minhas mãos.
- Fuja! Fuja para o mais longe de puder! Alteza, saiba que estou fazendo isso porque é a primeira monarca que conheci de bom coração. Você não merece esse destino cruel!
Meus olhos enchem de lágrimas e ele me empurra, me obrigando a passar sozinha pela passagem estreita.
- Não sinta raiva de Archie ... Seu pai fez coisas horríveis com Dandara, a irmã do rei. Ele está apenas buscando vingança a ela. Eu sei que é um pedido idiota, mas não se esqueça disso.
- Não me esquecerei. Obrigada..._ fungo e o vejo começar a fechar a passagem novamente.
Me viro usando a vela para iluminar o corredor estreito, escuros cheio de aranhas. Sinto um calafrio ao ouvir os gritos baixos devido a distância e começo a andar sem saber ao certo para onde ir.
Archie
Olho fixamente para o trono carmesim com adornos dourados em ouro e pedras preciosas. Respiro fundo enquanto mantenho minha postura com as mãos juntas atrás das costas.
- Majestade, ela não estava no quarto..._ um dos meus soldados me avisa em um sussurro baixo.
- Isso é obra de Rupert. Eu lidarei devidamente com ele depois!
- Devo prende-lo se acha-lo?_ Willy, meu guarda real pergunta séria.
- Não! Apenas o leve para o acampamento... Ele tem o coração mole!_ rosno entre os dentes olhando por cima do ombro, encarando o monstro que estrupou minha irmã junto de três soldados da guarda real dele.
- Eu vou matar você, seu desgraçado!
- Não sou eu que estou de joelhos com uma faca na garganta! _ me viro para o soldado ainda esperando minha permissão para sair. _ Verifique as saídas das catatumbas!
- Sim, meu rei!_ ele responde convicto saindo rápido e volto a olhar para o trono a minha frente.
Abro as mãos esticando meus dedos e volto a aperta-los. Quero cortar a garganta desse monstro, mas não agora. Eu sinto muito pela princesa, mas ela será a moeda pela qual o rei Friedrich pagará o preço por seu maior erro!
Ele e todos estes arrogantes de merda! Eu vou esfola-los vivos, vou desmembra-los pedaço por pedaço. Menos a princesa Eve... Serei rápido com ela, para que sofra menos dor física. Não a machucarei cortando sua carne ou a esfolando, ela me odiará, mas a darei um fim rápido e indolor depois de usá-la para minha vingança. Friederich verá com os próprios olhos e se agonizar pela filha.
- Majestade!_ um guarda anuncia e ouço grunhidos femininos.
Me viro de frente para vê-la se debatendo, tentando se soltar. Seus olhos estão áspero e decididos, o que me intriga já que eu esperava pavor nelas. Eles param diante de mim, ela me encara com os olhos se enchendo de lágrimas, seu corpo tremendo tanto que ela mal consegue respirar, quanto mais tenta mais ar parece lhe faltar.
- Eu não preciso de todos... Apenas do rei de merda!_ comento baixo e ela abaixa os olhos e os fecha com força tentando controlar o próprio corpo trêmulo.
Levanto meus olhos para os monarcas atrás de nós. Desvio primeiramente o primeiro príncipe, e um dos guardas o degola com rapidez, deslizando a adaga sobre a pele de seu pescoço enquanto assisto seu sangue jorrar para fora e enquanto ele se debate no chão. Olho para a rainha que recebe o mesmo fim.
Eve convulsiona o corpo, enquanto lágrimas despejam de sua boca e seu choro é apertado em seus dentes cerrados. Ela pode os ouvir engasgar com o próprio sangue, mas não pode vê-los. Cubro seus ouvidos como um ato de compaixão, mesmo que cada um de seus braços estejam sendo segurados por um guarda. Não sei se ela tem algum tipo de afeto por essa família, mas eu não teria se estivesse em seu lugar.
Seu rosto molhado por lágrimas quentes umedece minhas mãos. Enquanto isso assisto o segundo príncipe morrer no chão em seus últimos engasgos.
- SEU DESGRAÇADO! MEUS FILHOS! VOCÊ MATOU OS MEUS FILHOS!
- Eu matei... Mas creio que você não se importará com o que acontecerá com esta aqui, não é mesmo? Você mesmo a trata como um cão sarnento...
- Tire suas mãos nojentas de Evelyn!
- Tirar minhas mãos? Eu colocarei muito mais do que minhas mãos nela! Como você fez com a minha irmã! _ rosno com o maxilar cerrado e me afasto sem pressa. _ Você se lembra ou devo lembrá-lo?
Me sento sobre o trono carmesim, e espalmo minhas mãos sobre o encosto dos braços. Aceno com o queixo e cada um dos guardas agarra uma parte da gola da fina camisola e puxa com força, rasgando o tecido com facilidade. A ouço gritar mesmo que sua voz não tenha saído. Evelyn se debate tentando cobrir seu corpo exposto.
- Se você tocar nela....
Aceno com a mão para traze-la até mim, e vejo que as pernas da princesa estão fracas de mais para andar, então eles a arrastam. Toco a ponta de seu queixo a obrigando a levantar a cabeça e me olhar. Ela o faz tentando respirar enquanto seu corpo sacode em uma nova onda de choro.
- Eu serei rápido com você, porque me mostrou gentileza... Eu não vou machucar você como ele fez com a minha irmã! Não vou Evelyn! Mas terei que fazer isso com você para fazê-lo provar do próprio veneno. Seja forte, eu sei que você é! _ sussurro para que apenas ela me ouça.
A vejo tentar parar, concordando. Sei que é difícil, mas ela está tentando. Ela não tem culpa pelos atos de seu pai monstruoso, mas é minha vingança, minha promessa à minha irmã que não deixaria nem mesmo o pó dos que fizeram isso com ela.
Envolto sua cintura e a coloco sentada em meu colo de costas para mim. Os guardas a soltam e ela agarra sua camisola rasgada enquanto engasgava com o próprio choro tentando controla-lo, enquanto desço os trapos de seus ombros, expondo completamente seu corpo.
Olho fixamente para Friedrich que se debate com seus olhos brilhantes em fúria sobre mim. Minhas mãos alisam a pele macia da garota em meu colo, subindo pela coxa, barriga e apalpou um seio rechonchudo. Evelyn se encolhe contra meu corpo e belisco o bico de seu seio enquanto a ouço controlar sua vontade de gritar.
- Você realmente tem uma bela filha... Uma boa garota, obediente... E corajosa! Olhe para ela como faz de tudo até mesmo aqui para não chorar...
Massageio seu seio com cuidado, não quero machuca-la. E viro meu rosto para olha-la, seus lábios estão tremendo mesmo com os dentes cerrados, seu corpo continua tremendo sobre o meu enquanto seus olhos estão aflitos.
As palavras de Rupert invadem minha mente implorando misericórdia por ela, mas minha promessa a Dandara e a imagem de seu corpo sem vida em meus braços bagunça minhas decisões.
- Eu serei rápido e superficial..._ repito mais uma vez sem mover meus lábios e ela fecha os olhos e concorda mesmo que isso esteja rasgando sua dignidade.
A coloco de pé, mesmo que eu tenha que mate-la assim para que seu corpo não despenque no chão sem forças. Empurro devagar suas costas enquanto minha outra mão passa por baixo de sua barriga a mantendo de pé.
Abro minha calça expondo meu membro que não está muito rijo pela situação. A última coisa que eu queria era estuprar uma garota inocente.
- Você pode gritar agora, princesa..._ comento me enterrando superficial nela, e sinto seu hímem romper sobre meu pau.
Ela grunhiu alto, mas não grita e me sinto péssimo fazendo isso, mas não posso agora.
Friedrich grita alterado ao me ver comendo sua filha diante dele.
- Você acha que acabou? Depois de mim outros viram... Quantos eu quiser que venha!
- Seu...
Aceno forte com a cabeça e o guarda o leva arrastado. Assim que ele retirado do salão, saio de dentro da princesa vendo o sangue escorrer por suas pernas e machado meu membro.
O guardo ainda a mantendo perto de mim, agora completamente de pé, passo a mão receoso no topo de sua cabeça.
- Você foi forte e corajosa..._ Sussurro baixinho abatido me sentindo hediondo.
- Majestade, nós podemos com ela?_ o primeiro guarda se oferece claramente excitado.
- NÃO! Ela é minha posse! E ninguém vai tocar nela! Agora saiam!
Rapidamente eles saem e guio Evelyn para o trono e a coloco sentada. Corto um pedaço de sua camisola rasgada e a limpo com cuidado. Seus olhos estão fixados nos corpos de sua família no chão .
- Não olhe para lá! Olhe para mim Evelyn! _ pego o seu rosto a obrigando a olhar para mim. _ Apenas olhe para mim agora certo? _ sussurro e ela acena fechando os olhos com força. _ Eu vou te dar duas alternativas. A primeira, eu posso dar a você um veneno que vai mata-la em pouco tempo sem dor...
- E a segunda?_ ela pergunta com seu corpo voltando a convulsionar.
- Eu posso levá-la comigo para Dazzo. E eu juro que ninguém, nuca mais, machucaria você! Não vou pedir seu perdão...Eu disse a você que eu era um monstro! E eu fui um monstro com você! Mas a escolha é sua...
- Me dê o veneno! _ ela chora, e afundo seu rosto em meu ombro.
Estou me sentindo péssimo. E não há nada que eu possa fazer para consertar isto.
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Capítulo difícil de escrever e foi exatamente para esse capítulo todos os meus inúmeros avisos. Volto a recordar: contexto histórico, decisões afetadas, respeito.
... Não estou romantizando o que Archie fez! Quero deixar claro que não sou apoiadora de estupros! Isso é abominável! Enfim... Quero que saibam que isso aconteceu com a Evelyn por um motivo importante futuramente... e deixar claro que essa será a única vez. A partir de agora, não tentem olhar com tanto ódio, veja entre as linhas, vá além das simples palavras aqui, busque a razão pela qual elas foram ditas.