A delegada e o ceo
img img A delegada e o ceo img Capítulo 2 A delegada e o ceo
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Capítulo 6 A delegada e o ceo img
Capítulo 7 A delegada e o ceo img
Capítulo 8 A delegada e o ceo img
Capítulo 9 A delegada e o ceo img
Capítulo 10 A delegada e o ceo img
Capítulo 11 A delegada e o ceo img
Capítulo 12 A delegada e o ceo img
Capítulo 13 A delegada e o ceo img
Capítulo 14 A delegada e o ceo img
Capítulo 15 A delegada e o ceo img
Capítulo 16 A delegada e o ceo img
Capítulo 17 A delegada e o ceo img
Capítulo 18 A delegada e o ceo img
Capítulo 19 A delegada e o ceo img
Capítulo 20 A delegada e o ceo img
Capítulo 21 A delegada e o ceo img
Capítulo 22 A delegada e o ceo img
Capítulo 23 A delegada e o ceo img
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Capítulo 2 A delegada e o ceo

Capítulo 2

Joseph Foster

O lho no relógio na mesa de cabeceira, para ver quantas horas já são,

e ainda são quatro horas da manhã, acordei assustado novamente com o

mesmo pesadelo que me persegue a cinco longos anos.

Nunca vou me perdoar por tudo que aconteceu, mesmo minha família

e amigos falando que não foi minha culpa, como não foi minha culpa se eu

que estava à frente da direção.

Balanço minha cabeça de um lado para o outro, para dissipar essas

lembranças da minha mente, então decido caminhar.

Levanto e vou até meu closet, coloco uma bermuda de treino, um

tênis confortável e uma regata pois as noites nessa época do ano, em Nova

York estão calorosas.

Desço as escadas e vou em direção ao elevador, moro em uma das

coberturas de um dos vários edifícios da minha família, somos donos de uma

das maiores redes de hotéis, pousadas e resorts da América do Norte.

Saio do hall de entrada e uma brisa fresca invade meus sentidos e

começo minha corrida, é sempre assim quando tenho pesadelos que no caso

são mais como lembranças, já que realmente aconteceu.

Conheci Alícia na faculdade, eu tinha 22 anos e estava no meu

terceiro ano cursando administração e hotelaria até que ela chegou, ela era

apenas dois anos mais nova que eu, e frequentamos os mesmos lugares e

tínhamos o mesmo grupo de amigos, ela cursava moda e estava no seu

primeiro ano, até que aconteceu o primeiro beijo, ela era doce e carinhosa, até

então estávamos focados nos estudos, mas sempre ficávamos juntos, no ano

seguinte eu finalizei minha faculdade e começamos o namoro pra valer, dois

anos depois Alícia foi morar comigo, em um apartamento que eu tinha perto

da faculdade, eu mal ia para Seattle visitar meus pais, eles que sempre

vinham, sentia muita saudade de casa e dos meus amigos que tinha lá,

perdemos totalmente o contato, depois de tudo que aconteceu, eu nunca mais

voltei em Seattle, achei melhor seguir minha vida, assim como soube por

minha mãe que ela também estava seguindo a dela, o único com quem ainda

mantinha algum contato era David meu amigo de infância, David cursou

Administração, que assim como eu ficarei na presidência no lugar de meu

pai, ele ficará na vice presidência no lugar de seu pai na nossa empresa em

Seattle.

Uma hora e meia depois chego novamente em meu prédio e adentro

no elevador que me levará direto para minha cobertura, digito o código que

somente eu possuo.

Mudei para essa cobertura dois meses após o acidente, já não

aguentava mais olhar para todos os lados do apartamento que dívida com

Alícia e ver ela em todos os cantos e ver suas coisas, roupas, acessórios, seus

livros e objetos de trabalho, então assim que decidi me mudar, entrei em

contato com seus pais e perguntei se eu poderia doar, mas eles foram claros

em mais uma vez me acusar de ser o assassino de sua filha e que eu não tinha

o direito de dar nada que era da filha deles.

Então arrumei tudo que tinha e mandei meu segurança entregar no endereço

deles.

Logo as portas do elevador se abrem na minha sala.

Toda decorada por minha queridíssima mãe, uma arquiteta sensacional, que

hoje atua mais em nossas redes de hotéis ou pousadas em Seattle, mesmo não

querendo se estender muito, para não ter que fazer viagens cansativas e sem

meu pai.

É lindo e raro hoje em dia ver o amor que eles ainda transmitem um para o

outro a força, garra e cumplicidade que ambos sempre tiveram um com o

outro.

Mesmo que eu e Alícia, estivéssemos brigando muito, eu estava no

início da minha recém chegada a presidência do grupo Belleville Resorts &

Hotéis, precisava mostrar ao meu pai que eu era capaz de dirigir nossa

empresa, já fazia algum tempo que tanto eu quanto ela, estávamos bem

distantes um do outro e isso estava me deixando louco, porque eu gostava

dela.

Nunca fomos de fazer planos para o futuro, mas já estávamos juntos há

oito anos.

Eu estava viajando muito, pois estávamos com planos para expandir

os Resorts & Hotéis para a Europa, e ela nunca me acompanhava, dizia ser

chato e entediante todos almoços e jantares de negócios, sempre aceitei pois

jamais a obrigaria a fazer algo que não queria. Mas já fazia algum tempo que

eu percebia sua recusa com tudo que eu estava conquistando e aquilo me

deixava mal, pois sempre deixei claro meus objetivos e sonhos para com a

empresa da minha família, só queria que ela estivesse ao meu lado.

Mas então dois anos depois o acidente aconteceu e...

Não, definitivamente Não! - Eu só posso estar ficando maluco,

preciso de uma foda, pra aliviar tanto estresse e parar de pensar na pohaaa do

acidente, por que se não estou, com toda certeza irei ficar se continuar

pensando em tudo que aconteceu e tudo que perdi.

Olho pra bancada na cozinha e meu celular toca sem parar, ao olhar

quem é, atendendo rapidamente.

- Oi, Isadora! - Quanto tempo!

- Oi Joseph, como vai?

- Bem, Isadora, porque me ligou?

- Saudades querido, porque não nos vemos hoje? - Estarei na cidade

por dois dias antes de voltar a Seattle. - E já faz um tempo que não nos

vemos!

- Ok Isa, você está no hotel de sempre?

- Sim querido.

- Passo pra te pegar as 20 hrs, até mais tarde!

- Até Josh.

Odeio esse apelido que aquele idiota do David inventou quando

ainda éramos crianças e levou pra vida.

Isadora é uma amiga nossa da época da escola, que sempre que está

em NY saímos para jantar, ela assim como eu e David, também é, e ainda

reside em Seattle, de uma família rica, e conhecidos de meus pais, mas não

tão próximos a ponto de serem amigos, os pais dela sempre foram soberbos

como se tivessem o rei na barriga, mas Isa sempre foi diferente deles então

acabamos sempre andando com a mesma turma, ela sempre deu a entender

que gostava de um dos nossos amigos na época da faculdade João Pedro, mas

de uns anos pra cá eles não se falam mais e JP tem pavor do nome Isadora.

Fica todo nervosinho quando tocamos no nome dela.

Eu e David conhecemos JP logo no nosso primeiro ano de faculdade

e a amizade foi instantânea, hoje os dois são meus dois melhores amigos, na

época João Pedro, cursava medicina e hoje é um grande e respeitado

Cirurgião Pediátrico.

Já Isa ela nunca foi de ficar atrás de nós ou de qualquer outro

homem, sempre que vinha a NY saímos pra jantar ou almoçar, mas sempre

como amigos, mas de um tempo pra cá ela anda me ligando mais do que

deveria, insistindo pra sairmos ou se insinuando para termos algo, nunca

havia tido nada com ela até agora, pois jamais colocaria minha amizade com

JP em risco, mas atualmente ele está namorando uma garota, que cada dia

fica ainda mais sério, e não suporta ouvir o nome de Isadora, então hoje é um

caso isolado e não quer dizer que irá se repetir.

Afinal preciso de uma distração e Isadora até que é bonita do tipo

gostosa.

Uma foda apenas, ando sedentário para sair a caça como diz Jimmy

irmão mais novo de David e nosso mascote, já que ele é o mais novo da

turma e além de advogado da empresa, está cada dia mais perto, caso precise

assumir ao meu lado e de David.

Subo para meu quarto, indo direto para meu banheiro, preciso de um

banho, tiro minha bermuda de treino e entro no box, deixando a água morna

cair sobre minhas costas e relaxando meus músculos.

Saio e vou direto ao closet me trocar pois tenho uma reunião com um de

nossos fornecedores logo no primeiro horário.

Coloco meu terno feito por uma grife italiana chamada Zegna, meus sapatos

italianos.

- Quem olha assim acha que sou um italiano nato, com tantas marcas

italianas em mim. Mas não, apenas sou um apreciador do trabalho deles.

Pego meu relógio preferido um Rolex, que foi dado ao meu pai,

quando ele conquistou seu primeiro negócio a anos atrás, e passado para

mim, quando acabei minha faculdade e assumi seu posto na presidência dos

Resort & Cia, aqui em Nova York a sete anos atrás.

Por dois anos fui o assistente pessoal do Sr. Novack já que ele era o

presidente na época quando me formei.

Aos 26 anos me tornei Assistente Administrativo e Executivo

Sênior. Mas aos meus 30 anos o Sr. Novack teve um infarto e infelizmente

faleceu, sou muito grato a ele pois tudo que aprendi devo a ele, que sempre

me ensinou junto ao meu pai que mesmo longe sempre me incentivou, meu

pai assumiu a presidência também aqui da Belleville Resorts & Hotéis em

NY por um ano, mas estava sendo muito corrido para ele já que ele também

era presidente da sede que fica em Seattle, ele até tentou me convencer a

voltar, mas eu não estava preparado então aos meus 31 anos me tornei o CEO

da Belleville Resorts & Hotéis de Nova York.

Olhando em meu relógio e relembrando dos momentos, vejo que já

estou em cima da hora então me apresso.

Passo meu perfume, passo as mãos em meus cabelos e estou pronto para mais

um dia de trabalho.

Pego minha pasta e saindo da cobertura indo para a garagem, avisto

um de meus carros e logo estou entrando em meu Maserati Ghibli.

Olho pelo retrovisor e vejo Kadu meu segurança, que está comigo

há 7 anos, e até que somos amigos, pois ele já me tirou de muita merda feita

por mim, depois do acidente.

Tive uma fase ruim, primeiro veio a negação, depois o luto, foram

dias difíceis, a fase da bebedeira onde eu bebia vinte horas por dia e dormia

as quatro restantes, várias vezes Kadu precisou me tirar dos bares ou até de

brigas que eu me metia, já não estava mais ligando pra empresa, mal

comparecia às reuniões, foi uma fase péssima, até que eu bati em um cara em

um bar que estava e saiu uma nota no jornal:

-" Herdeiro da família Foster, se mete em briga em bar movimentado de

Nova York".

No outro dia meu pai bateu em minha porta, sentou comigo como se

eu fosse uma criança birrenta, nunca senti tanta vergonha de mim mesmo por

fazer meu pai sair de Seattle e vir me dar uma bronca, um marmanjo de 33

anos.

Naquele dia prometi a mim mesmo e ao meu pai que eu iria mudar ou pelo

menos tentar, eu tinha que fazer isso por eles, por meus pais, sou filho único

e o que seria deles se eu continuasse na vida que estava levando.

E eu mudei, não foi fácil, Kadu pegou muito no meu pé, me deu

conselhos por ser mais velho que eu cinco anos e ter servido ao exército e ter

bem mais experiência na vida do que eu, ele me ajudou muito.

Apesar de ainda estar passando pela fase da culpa, apesar de já ter

sido bem pior do que hoje em dia, os pais de Alícia nunca me perdoaram,

pelas perdas, e eu também não.

Ao chegar à garagem da sede da Belleville Resorts & Hotéis, vejo

que passei o caminho pensando na minha vida, acho que preciso de um agito

nessa monotonia que se encontra, quem sabe essa noite.

Saio do meu carro, comprimento Kadu e peço para que me

acompanhe até a minha sala pois tenho algumas coisas a pedir pra ele.

Pronto para finalmente começar o meu trabalho nessa manhã sigo

em direção ao elevador.

            
            

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