Me deixo levar por mais lembranças do passado, Chelsea e eu
estávamos no jardim da casa dos meus pais, deitados em uma toalha de mesa
que ela havia colocado ali para nosso piquenique.
Na época Chelsea tinha quatorze anos e eu estava para completar
dezesseis anos, namorávamos a um ano, mas já fazia muito tempo que nós
ficávamos juntos sem ninguém saber, nossos pais eram amigos de infância, e
nós crescemos juntos.
Saio das minhas lembranças com meu celular anunciando a chegada de
uma mensagem.
Pego meu celular e ao ver que se trata de um número privado, abro
rapidamente e leio a seguinte mensagem:
"VOCÊ PAGARÁ PELO QUE VOCÊ FEZ!"
- Caralho, mais que poha é essa!
Ligo rapidamente para meu segurança.
- Senhor!
- Kadu acabo de receber uma mensagem de um número privado.
- Senhor, estou agora mesmo trabalhando nisso e até a noite terei as
respostas que o Senhor procura!
- Ótimo, quero descobrir logo quem é o filho da puta, que acha que pode
me ameaçar e ficar impune.
Desligo meu celular, pego minha pasta e vou em direção a sala de
reuniões.
Me despeço do meu último fornecedor atendido no dia de hoje.
Estou exausto, mentalmente e fisicamente.
- Marta, qual o horário da primeira reunião amanhã?
- Será às 10:30 da manhã Senhor !
- Que maravilha, irei chegar às 10 horas e você também pode chegar
nesse horário Marta.
- Sim Senhor, obrigada!
- Bom, estou indo para casa, até amanhã!
- Até amanhã!
Saio em direção ao elevador, e quando ele abre na garagem vejo Kadu
parado esperando.
- Senhor, falei com alguns amigos na polícia, eles rastrearam o aparelho
das ligações e mensagens, mas ele foi achado em uma lata de lixo no centro
de Paris.
- Então provavelmente se trata de um aparelho descartável, a pessoa
deve estar trocando a cada ligação ou mensagem.
- Droga! - Esbravejo.
- E o que devo fazer Kadu, continuar aceitando as poha das ligações e
esperar até que o filho da puta por trás disso apareça?
- Não Senhor! - Irei monitorar as ligações privadas se o Senhor permitir,
e quando entrarem em contato novamente iremos saber de onde estão sendo
as ligações.
- Até lá encontraremos a melhor maneira de descobrir quem está por trás
disso.
- Ok Kadu, faça o que tiver que fazer !
Chego a minha cobertura e me lembro do jantar com Isadora.
Vou em direção a cozinha ver se Linda, minha governanta deixou algo
bom na geladeira, como havia dito a ela que não iria jantar em casa,
provavelmente ela não deixou nada preparado.
Bingo! Linda está comigo desde que me conheço por gente, ela era
governanta na casa dos meus pais, ajudou a me criar, e eu tinha um carinho
muito especial por aquela baixinha.
Ela não teve filhos, perdeu o marido cedo e nunca mais quis casar
novamente, então sempre se dedicou a minha família e nós a trazemos para
fazer parte dela também.
Logo após o acidente, depois que passou alguns meses e anunciei que
me mudaria pra cobertura, ofereci para que ela viesse trabalhar comigo, dei
um apartamento para ela aqui mesmo neste prédio.
Ela cuidou muito de mim nos momentos sombrios e difíceis, e meus pais
sempre a agradeceram e assim ficavam menos preocupados.
Faço um sanduíche e pego um copo de suco de laranja, que ela sempre
deixava pronto na geladeira, antes de ir embora.
Tiro meu blazer, colocando na cadeira ao lado, logo em seguida tirei
minha gravata, desabotoou minha camisa ficando mais à vontade, como meu
sanduíche.
Logo ao terminar coloco o que sujei na lavadora e subo para meu quarto,
me arrumar.
Chego ao hotel de Isadora, e envio uma mensagem avisando que estou à
sua espera, logo ela aparece saindo do hall de entrada, linda em um vestido
vermelho sangue, com seus cabelos loiros na altura de seus ombros.
Vou em direção a ela, que se aproxima beijando minha bochecha.
- Você está linda Isa!
- Você também está perfeito Josh!
Ela sorri da cara que faço por causa do apelido, pois ela sabe que odeio
aquele apelido.
- Vamos?
- Sim, vamos!
Coloco minha mão na altura de suas costas nuas, e a guio até o carro,
abrindo-o logo em seguida para que ela entre.
Dou a volta e me sento em meu lugar, ligando o carro e seguindo até ao
restaurante.
Nunca é desagradável jantar ou almoçar com Isa, ela é engraçada e o fato
de nos conhecermos a muito tempo ajuda, passar a noite em um restaurante
acompanhado, geralmente é meio constrangedor pois as mulheres ou não
sabem ter uma conversa boa ou são apenas sexo então nunca trago em
restaurantes.
Mas Isadora é sempre bom acompanhá-la, percebo que ela está nervosa
como se algo estivesse acontecendo.
Mas deixo pra lá, ou para perguntar depois.
Chegamos ao seu hotel, retiro meu cinto e me viro para olhar pra ela.
- Está tudo bem Isa? - Você me pareceu nervosa durante o nosso jantar!
Ela me olha com um olhar triste e assustado, ela abaixa a cabeça respira
fundo e levantando logo em seguida novamente, diz:
- Engano seu, estou maravilhosamente bem! - Não quer subir, querido?
Dou-lhe um sorriso respondendo sua pergunta, e saímos do carro em
direção ao elevador.
Ela para em minha frente dentro do elevador, pois também dentro da
caixa de metal tem um casal de idosos a nossa frente. Ela me olha com um
olhar safado, e simplesmente passa aquela bunda gostosa em mim, meu pau
logo já acorda pra vida.
Passo minha mão em sua cintura até a barriga lisa e puxo-a de encontro
ao meu corpo.
Ela rebola descaradamente, sentindo minha dureza e sem perceber solto
um gemido.
Quando percebo que saiu mais alto do que imaginei, olho pro casal a
nossa frente que nos olha de cara feia, logo o elevador se abre e eles saem
soltando:
- Desavergonhados!
Isa olha pra mim e caímos na risada.
- Safada! - Você não perde por esperar!
Dou um tapa em sua bunda, que faz com que ela solte um gritinho, logo
seguido de um sorriso.
Meu celular toca logo em seguida, pego o aparelho do bolso, vendo ser
minha mãe, desligo para ligar mais tarde ou quem sabe amanhã, e o coloco
novamente no bolso.
Saímos no andar que Isa está hospedada, ela pega seu cartão de acesso,
abrindo rapidamente sua porta.
A puxo para mim, mas ela se esquiva e vai em direção ao pequeno bar
que tem em seu quarto, me oferecendo um uísque.
- Não sabia que você bebia algo tão forte.
Pego o copo de sua mão olhando-a e bebo o líquido que já estou
acostumado a beber.
Ela se senta em meu colo, circula meu pescoço com seu braço.
Encosto minha boca em sua orelha dando uma mordida de leve, logo
descendo para seu pescoço e a sentindo se arrepiar.
Ela se levanta, tirando o copo da minha mão e o depositando junto ao seu
em uma mesinha ali por perto, se vira para mim e me olha dentro dos olhos.
Novamente vejo um olhar triste e agora me parece ter medo nele.
Fico em alerta pois agora mais que nunca sei que está acontecendo algo e
Isadora não quer me contar.
Ela vira de costas e quando leva a mão no zíper do vestido para descê lo
eu a impeço.
Ela se vira para mim e diz:
- O que houve Josh?
- Isa eu não sei o que está acontecendo, mas eu sei que há alguma coisa!
- Não está acontecendo nada, só estou nervosa.
- Isa, te conheço há muitos anos para saber que isso não é nervosismo
por estar com um homem.
- Eu jamais te tocaria se não fosse o que você quer também.
- Josh não é isso eu... eu... estou passando por algumas coisas e ando
nervosa e estressada ultimamente mas não tem nada haver com a gente.
Olho para ela e vejo seus olhos cheios de lágrimas, chego mais perto
dela e a abraço, logo em seguida ela cai no choro, um choro contido mas
dolorido, fico preocupado pois Isa nunca foi de chorar perto das pessoas.
Então achando que ela poderia ter entendido que eu estava forçando
algo me vejo falando:
- Isa antes de fazermos algo, somos amigos, você sabe que pode confiar
em mim, para...
Meu celular começa a tocar no meu bolso novamente e pegando vejo
que é minha mãe.
Estranho pois ela nunca liga assim se eu não atendo ela geralmente
espera que eu retorne a ligação, ainda mais um horário desse, ela e meu pai
sempre dormem cedo.
E já é 1:30 da madrugada, me viro para Isadora dizendo em seguida:
- Desculpa Isa mas é minha mãe, preciso atender, pode ter acontecido
algo.
Só o pensar já me dá um aperto no peito.
Ela balança a cabeça concordando, atendo rapidamente, quando ouço
minha mãe chorar.
- Filho!
- Mãe, o que houve, porque está chorando?
- Filho seu pai teve um AVC estamos no hospital.
- O quê?
Meu pai, meu herói, não pode ser!
Capítulo 5
Chelsea Coxx
O lho à minha frente vendo um dos laranjas da quadrilha que estou atrás
há dias. Saio da sala de interrogatório, depois de horas interrogando o tal
Hernández.
- Vargas, Herrera, Tomás, Bishop e Castro, venham até aqui.
- Hernandez não é o manda chuva, é apenas um laranja, mas consegui
arrancar algo dele.
- Vargas quero que monte uma equipe e vá até esse endereço.
- Segundo nosso hóspede, sairá uma carga grande de metanfetamina hoje
às 20 horas.
- Certo Chefe!
- Assim que tiver novidades me avise!
- Ok!
- Os outros preciso de vocês aqui, para qualquer novidade ou se até
mesmo precisarmos teremos vocês a postos.
- Certo Chefe hoje nós cinco faremos o turno da noite então, qualquer
novidade estaremos prontos.
Herrera fala e os outros concordam.
- Ótimo! - Vou estar em casa, mas me mantenham informada.
Eles concordam e saem logo em seguida e eu me dirijo a minha sala,
exausta estou sem ir em casa a quarenta e oito horas seguidas, louca para dar
um abraço e muitos beijos no meu pequeno.
Sento em minha cadeira, e ouço meu celular tocando em minha mesa,
atendo logo em seguida.
- Chelsea!
- Oi querida sou eu!
- Olá Megan, como está?
- Bem querida, estou ligando para fazer um convite a você e ao meu
pequeno Ben. Sorrio.
- E qual seria esse convite?
- Chamei seus pais e suas irmãs, para jantarem lá em casa hoje e quero
que vocês também vão.
- Qual horário Megan? - Hoje vou sair um pouco mais tarde da
delegacia.
- 20 hrs!
- Perfeito, nós vamos sim!
- Ok, espero vocês então, estou saindo de casa para encontrar suas
irmãs! - Vamos lá ver o ateliê da Clarinha e ver o que posso fazer lá com
meus brinquedinhos.
- Com toda certeza irá ficar perfeito assim como meu apartamento.
- Aaah você tem razão, sou ótima nisso né?!
Ela sorri e finaliza.
- Então nos vemos mais tarde, beijo menina.
- Até mais tarde Megan.
Desligo meu celular e abro meu e-mail, resolvendo algumas pendências
das últimas horas.
Chego na casa de Celine para buscar meu pequeno porto seguro.
E antes de descer do carro vejo sua porta se abrindo e um serzinho
sapeca vem correndo até mim.
- Mamãe, mamãe!
Saio rapidamente me abaixando e esperando ele se jogar em meus
braços.
- Oi meu amor, sentiu saudades foi?
- Siiim, muita eu até xolei.
- Ooh meu grudinho, você chorou ?
- Sim, eu tava com muita sadade.
O abraço apertado e logo dou uma fungada em seu pescocinho gostoso.
- Aí mamãe tá fazendo cócegas.
- Mocinho esperto, cadê sua tia em, você saiu sem avisar ela?
Minha irmã sai na porta calçando sua chinela e dizendo.
- Não irmã. - Esse mocinho que é muito rápido até parece o Flash.
- Ehhh, ouviu mamãe, eu sou o Flash.
- Aaah, mas eu prefiro o Homem Aranha tia, ele também é rápido.
E lá vamos nós a conversa de super heróis, ele era louco pelo homem
aranha, até me fazia lembrar de alguém do passado.
Um antigo namorado do passado nós sempre discutimos pois seus heróis
favoritos eram da Marvel, ele gostava do homem aranha e defendia os seus
poderes e até ficava bravo comigo por gostar mais da DC.
- Terra chamando Chelsea.
Minha irmã fala rindo.