Um olhar de amor
img img Um olhar de amor img Capítulo 4 Um olhar de amor
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Capítulo 6 Um olhar de amor img
Capítulo 7 Um olhar de amor img
Capítulo 8 Um olhar de amor img
Capítulo 9 Um olhar de amor img
Capítulo 10 Um olhar de amor img
Capítulo 11 Um olhar de amor img
Capítulo 12 Um olhar de amor img
Capítulo 13 Um olhar de amor img
Capítulo 14 Um olhar de amor img
Capítulo 15 Um olhar de amor img
Capítulo 16 Um olhar de amor img
Capítulo 17 Um olhar de amor img
Capítulo 18 Um olhar de amor img
Capítulo 19 Um olhar de amor img
Capítulo 20 Um olhar de amor img
Capítulo 21 Um olhar de amor img
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Capítulo 4 Um olhar de amor

- Por causa dela.

Por sorte, embora Ellen parecesse decepcionada, apenas en-

colheu os ombros, em vez de dar um escândalo.

- Ela é mesmo muito bonita. - Ellen sorriu para ele, esper-

ançosa. - Falei sério sobre o ménage, se você quiser tentar

convencê-la.

- Não.

Ele não queria ser um canalha, mas também não queria dar

esperanças a Ellen.

- Acho que isso não vai acontecer.

- Talvez outro dia - ela disse ao atravessar o quarto nua e

pegar suas roupas, que ele então viu estarem sobre uma pol-

trona no canto.

Sem chance. Ele nunca, nunca dividiria Chloe com ninguém.

Nenhuma mulher e, com certeza, nenhum homem.

Depois que a convencesse a lhe dar uma chance, é claro.

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O problema, ele pensou ao virar-se de costas para Ellen colo-

car a roupa, era que sentia que convencer Chloe a confiar nele o

suficiente para lhe dar uma chance não seria uma tarefa nem

um pouco fácil.

CAPÍTULO TRÊS

Chloe não queria nada além de jogar a mochila no chão do

quarto, atirar-se na cama e enrolar-se em si mesma. Porém, o

piso de madeira parecia muito caro e ela já havia pingado o su-

ficiente nele.

No banheiro, colocou a mochila no chão de azulejos e, de-

pois, tirou as roupas molhadas e sujas e colocou-as na pia.

Adoraria jogá-las fora, mas não tinha muitas coisas consigo e

sabia que precisaria delas de novo em um futuro próximo. O

melhor que podia fazer no momento era lavá-las e pendurá-las

para secar. É claro que a casa devia ter uma lavadora e uma

secadora, mas passar a noite na casa de estranhos - nem ao

menos do estranho que a levara para lá, mas de um irmão que

ela nunca vira - já era uma caridade bem grande.

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Quando estava por fim nua, foi para o chuveiro e estava

prestes a abrir a água quando reparou na enorme banheira de

hidromassagem. Quase gemeu alto com a ideia de deitar na

água quente com jatos massageando suas pernas, sua coluna e

seus pés.

Chloe olhou quase com culpa para a porta do banheiro antes

de perceber que estava sendo boba. Estava trancada e ela estava

finalmente sozinha. Já que Chase insistia que ela passasse a

noite ali, que mal havia em aproveitar as comodidades? Pelo

menos aquelas ligadas ao quarto?

Ela não entrava em uma banheira como aquela desde que

deixara...

Não. Não se permitiria pensar naquela noite. Sabia que não

tinha o luxo de fingir que tudo estava bem... Nem de longe...

Mas, no fundo do coração, sentia-se segura. Por uma noite,

naquela bela casa, cercada por videiras.

Supôs, alguns segundos mais tarde, que fora exatamente

aquela gloriosa sensação de segurança - e a lembrança de

como fora bom sentir-se tão aquecida e segura nos braços de

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Chase - que tinha feito seu corpo reagir de maneira tão es-

tranha ao entrar na água quente.

A pele dela parecia extrassensível conforme ela submergia

devagar o quadril, as pernas e as costas na grande banheira.

Com um suspiro de prazer, encostou a cabeça na borda curva

da banheira e olhou para cima através de uma claraboia que es-

tava respingando com a chuva. Uma pulsação forte e quente

percorreu a ponta dos seus seios, que pareciam ainda mais

volumosos do que o normal. E, entre as coxas... ela estava quei-

mando lá embaixo. Bem, na verdade estava pegando fogo desde

o momento em que Chase segurara a sacola com gelo no rosto

dela, na cozinha do irmão.

Parecia que ela e a garota na cama dele tinham o mesmo

gosto.

Pensar na moça nua (ela dissera que seu nome era Ellen) e

em sua louca oferta de um ménage fez Chloe rir inesperada-

mente enquanto escorregava na banheira e jogava a cabeça

para trás, para molhar o cabelo com a água quente.

Hummm, que gostoso. Pegou o chique frasco de xampu e

começou a massagear o líquido cheiroso nos cabelos.

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Chase ficou surpreso de verdade com a mulher nua... e com

o fato de que ela não ficara nem um pouco desconcertada com a

ideia de mais de uma pessoa em sua cama.

O sorriso de Chloe transformou-se em um leve franzir de so-

brancelhas. Não por achar que as pessoas não faziam aquilo de

verdade, mas porque não conseguia entender a linha de

pensamento de Ellen.

Se Chase fosse dela, não o dividiria com ninguém.

O chocante percurso dos pensamentos fez Chloe congelar. O

xampu pingou nos seus cílios e ela afundou na água, esperando

eliminar também os pensamentos indesejáveis.

O que havia de errado com ela? Era tão idiota assim? Tão

cheia de fantasias e sonhos estúpidos?

A única pessoa em quem devia confiar, havia muito tempo,

era ela mesma.

E, ainda assim, não entrara em uma discussão com Chase na

sala de estar e na cozinha? Quase um flerte, quando deveria ser

cuidadosa. E, depois, quando encontraram a mulher nua esper-

ando por ele na cama, não conseguira segurar a risada. Rir de

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novo tinha sido muito bom. Fora incontrolável. O mais incrível

foi que, por alguns instantes, quase se sentira a garota que cos-

tumava ser.

Havia algum tempo, Chloe fora uma mulher sensual. Não

era uma dessas garotas que têm medo do próprio corpo.

Adorava ser beijada. Acariciada. Adorava outras coisas tam-

bém. Coisas que seu ex-marido dissera serem ruins. Sujas. Das

quais ela devia se envergonhar. O simples fato de ter escolhido

muito mal o marido não significava que aqueles anseios,

aqueles desejos, tinham desaparecido.

Estavam apenas escondidos.

E Chase era, obviamente (e infelizmente) um mestre do

esconde-esconde.

Chloe não acreditava que seu corpo tinha decidido acordar

para a vida agora. Naquela noite, acima de qualquer outra, ela

devia se concentrar em dormir, conseguir comida e decidir o

que fazer depois.

Em vez disso, estava deitada na banheira pensando no Sr.

Sexy com seus olhos verdes e sorriso malicioso. Sem falar

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naquele corpo ridiculamente perfeito - alto, musculoso, com

ombros largos - de onde vinham os olhos e o sorriso.

A frustração tomou conta dela. Tinha o mau pressentimento

de que, se saísse daquela maravilhosa banheira, em vez de

afundar na cama com certeza luxuosa do quarto, ficaria se re-

virando no colchão com o desejo não saciado a noite toda.

Não, que droga. Quando ela deixara o ex-marido, jurara to-

mar conta de si mesma. Na época, tinha pensado que isso signi-

ficava apenas dinheiro, emprego e moradia. Estava claro, ela

pensou, balançando a cabeça cheia de culpa, que também signi-

ficava que, se estava sentindo um desejo sem controle, teria que

cuidar daquilo também.

Ela se remexeu na banheira com aquele pensamento meio

chocante e, enquanto a água quente flutuava sobre suas curvas,

tentou calcular há quanto tempo não se divertia com sexo. Há

quanto tempo não podia explorar seu corpo e ceder às suas ne-

cessidades naturais. Há quanto tempo tinha vergonha do seu

apetite sexual?

Que bom seria se as respostas não fossem tão dolorosas.

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Não. Ela não faria isso naquela noite. Não depois do que já

passara.

O amanhã logo chegaria. Mas, aquela noite... Bem, talvez

aquela noite fosse sua chance de começar a dar os passos muito

necessários para reivindicar uma parte de si mesma, que ela

fora forçada a negar por muito tempo.

Ao fechar os olhos, forçando-se a relaxar mais na banheira

quente, Chloe colocou as mãos logo acima dos seios e sentiu o

bater acelerado do coração. Devagar, desceu-as pelo peito,

sobre os seios, e prendeu um suspiro ao notar as sensações de

prazer surpreendentes que a percorreram.

Costumava adorar que brincassem com seus seios, sentir

uma língua lavá-los, os lábios de um homem sugá-los e

saboreá-los. Quando era mais nova, quase conseguia chegar ao

clímax só de brincar com seus seios enquanto imaginava um

homem fantástico fazendo amor com ela.

Chloe não recuperava essas fantasias havia muito tempo,

mas, naquela noite, estavam apenas ela e suas mãos e uma ban-

heira cheia de água quente. Não havia ninguém lá para lhe

dizer que ela era uma vadia por gostar do que gostava.

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Afogada nas lembranças sensuais havia muito enterradas,

deixou seus pensamentos voarem para uma cena em que estava

nos braços de um homem e a cabeça dele estava abaixada sobre

seus seios. Depois, ele ergueu a cabeça e ela engasgou quando

uma corrente de excitação a atingiu entre as coxas.

Porque o homem era igual a Chase.

Chloe devia ter parado de se tocar naquele instante. Sabia

que devia ter tido o autocontrole para sair da banheira e ter a

noite de sono de que precisava com tanto desespero. Mas tinha

passado tanto tempo sem aquilo. Tempo demais. Estava com

30 anos e a caminho de seu apogeu sexual, certo? Era mais um

motivo para ficar brava.

Era mais uma parte da sua vida a reivindicar.

Estava segura ali. Naquela noite, tinha a chance de se sentir

normal de novo. E ia aproveitar.

Mesmo que o lindo rosto de um homem que ela acabara de

conhecer - e por quem estava impossivelmente atraída, em-

bora todas as células de seu cérebro soubessem que era errado

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- fosse o homem que estava prestes a fazê-la gritar de êxtase

em alguns minutos.

Com uma das mãos ainda nos seios, ela deixou a outra escor-

regar pelo estômago, depois a barriga, até chegar ao emaran-

hado de cachos macios entre as coxas. O instinto a fez abrir as

pernas sob a água e sondar a massa pulsante de nervos entre as

pernas com as pontas dos dedos.

A respiração acelerou quando ela escorregou os dedos mais

para baixo. Mesmo sob a água, podia sentir o quanto estava

molhada, o quanto estava pronta praticamente desde o

primeiro momento em que Chase a tocara.

Não fazia ideia de como podia ter reagido daquela maneira a

um completo estranho. Com o que acabara de lhe acontecer, o

ferimento ainda pulsando em seu rosto, ela não devia retrair-se

e detestar o toque das mãos dele? No entanto, não chegara nem

perto de odiar o toque de Chase. Longe disso, considerando que

estivera bem mais tentada a esfregar-se nele do que a afastá-lo.

Conforme seus dedos rodeavam o ponto rijo, os pensamen-

tos dela viajaram para o momento em que olhara para o grande

volume nas calças dele. O sexo já fora bom havia um tempo,

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bom o suficiente para ela ainda poder imaginar o tipo de prazer

que um homem como Chase podia dar a uma mulher.

Ela afundou tanto na água que o nariz, a boca e os olhos mal

ficavam acima da superfície. Os pés escorregaram mais e

chutaram, por acidente, alguma coisa na banheira e os jatos

jorraram com mais força.

Chloe abriu os olhos de repente quando os jatos borbul-

hantes atacaram sua pele sensível. No início, era demais para

aguentar, sensações demais chegando a ela ao mesmo tempo,

mas, depois, à medida que ficou mais acostumada à água

passeando por seus músculos doloridos, viu-se cada vez mais

relaxada.

Rapidamente, percebeu que, se levantasse as pernas para

dobrar os joelhos e se os pés ficassem apoiados no fundo da

banheira, dois dos jatos de cada lado iriam direto para a região

entre suas pernas.

Erguer o quadril na direção dos jatos parecia decadente.

Pecaminoso.

E simplesmente bom.

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Ela levou as mãos de volta para os seios, segurando cada um

com uma delas enquanto a água trabalhava no meio de suas

pernas do melhor jeito possível.

Ela balançava o quadril para cima e para baixo conforme se

aproximava mais e mais do orgasmo mais doce que tinha havia

muito, muito tempo. O rosto de Chase apareceu de novo e ela

nem se importou em evitar fantasiar o beijo dele, aquelas

grandes mãos em seu corpo em vez das suas próprias.

Um som estranho tentou invadir seu subconsciente, mas ela

já estava longe demais para prestar atenção. E o nome de Chase

saiu de seus lábios quando seu corpo inteiro retesou e, depois,

explodiu em mil pedaços deliciosos, os quadris aproximando-se

mais dos maravilhosos jatos fortes, os dedos apertando os

seios. Meu Deus, adorava aquela sensação e, de repente, não

imaginava como tinha passado tanto tempo sem ela.

Estava prestes a relaxar mais na banheira quando seu

cérebro voltou para o momento em que estivera perto do

clímax. Para o som que ouvira, mas ignorara enquanto seu

corpo ultrapassava os limites.

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Quando abriu os olhos, ainda ficou tão desorientada por

causa do orgasmo durante alguns segundos que teve certeza de

que não poderia estar vendo o que via: Chase, na porta do ban-

heiro com a mão na maçaneta.

A surpresa - e a luxúria perigosamente forte - estavam es-

tampadas no rosto dele.

CAPÍTULO QUATRO

Chloe fechou os olhos de novo, prendeu a respiração e mergul-

hou por inteiro na banheira enquanto os jatos desligavam-se

sozinhos. Ficou sem respirar pelo máximo de tempo possível e,

enquanto isso, rezou para, quando voltasse à superfície, a porta

ainda estar fechada e trancada... e o fato de Chase tê-la visto

não apenas nua, mas masturbando-se na banheira do irmão

dele, não passar de um pesadelo.

Infelizmente, quando subiu para respirar e abriu os olhos, lá

estava ele, no mesmo lugar onde estivera um minuto antes.

Apesar de já estar na água quente, ela pôde sentir um calor

de mortificação cobrir com velocidade sua pele, dos pés à

cabeça.

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Pelo menos, foi isso que disse a si mesma que o calor

significava.

Com um barulho de água e pele, ela juntou as pernas e er-

gueu os joelhos para tentar esconder a parte inferior do corpo e,

ao mesmo tempo, cruzou os braços no peito para cobrir os

seios.

Chloe obrigou-se a olhar Chase nos olhos... Os olhos verdes

que brilhavam com calor suficiente para ativar o detector de in-

cêndios...

E disse:

- A porta estava trancada!

Ainda bem que já sabia que não devia esperar um pedido de

desculpa, pois Chase não parecia nem um pouco arrependido.

- Você não deve ter trancado direito.

Os lábios dela não deviam estar prestes a se curvarem em

um sorriso. Nada daquilo era engraçado. Aliás, seria engraçado

se estivesse acontecendo a outra pessoa, como, digamos, em

um filme a que ela assistisse.

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Mas aquilo não era uma comédia romântica.

Era a vida destruída dela.

- Você sempre invade o banheiro quando tem visitas?

Até que enfim ele parecia um pouquinho aflito.

- Não vi suas coisas no quarto. Pensei que pudesse ter de-

cidido ir embora de novo. - Ele fez uma pausa e seu olhar

suavizou-se por trás do desejo que ainda irradiava dele. -

Estava preocupado com você.

A doçura daquela última frase acertou-a com força no peito,

bem onde ela ainda tinha aquela vulnerabilidade idiota, e a fez

fechar os olhos por causa do golpe.

Ela sabia que devia manter os olhos fechados, porque,

quando cometeu o erro de abri-los de novo para ser corajosa e

olhar Chase nos olhos, o que viu no rosto dele impediu-a de

descobrir a diferença entre o desejo e a doçura dele.

Como poderia, se os dois estavam embrulhados em um pa-

cote belo demais?

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Ela havia ficado tão atordoada ao vê-lo parado na porta que

esquecera completamente o nome que saíra de seus lábios ao

chegar ao clímax.

Ela engoliu em seco. Com força.

Como sabia que havia apenas uma maneira de lidar com a

situação, ela disse, em um tom muito mais desafiador do que

realmente possuía:

- Eu conheço vários Chases, a propósito.

Ele ergueu uma sobrancelha e o canto da sua boca tremeu

com uma óbvia vontade de sorrir.

- É mesmo?

Ele a prendeu naquele meio sorriso por mais tempo do que

seria justo. Principalmente porque os dois sabiam que era

provável que ela nunca tivesse conhecido um Chase antes.

- As pessoas costumam dizer que é um nome bastante

incomum.

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Bem, o que ela poderia responder a isso? Porém, já que o

choque de mortificação e surpresa inicial tinha passado, Chloe

percebeu melhor a posição em que estava.

O que quer que a mãe de Chase tivesse lhe ensinado, ela com

certeza esquecera a lição de deixar uma garota nua sozinha

para recuperar a compostura, pois, em vez de deixá-la sair da

banheira e vestir-se em paz, ele passeava um olhar de apre-

ciação para cima e para baixo da pele nua dela.

As mãos dela coçavam para tentar cobrir mais partes do

corpo. Mas de repente outro pensamento a assaltou. A garota

nua na cama de Chase não demonstrara vergonha nenhuma...

Por que ela, Chloe, tinha de ter vergonha de suas curvas? Além

disso, ouvira muitas vezes, de certa pessoa, que precisava per-

der peso. Pois nunca mais faria regime. Por ninguém. Ia manter

os músculos e as curvas, muito obrigada.

            
            

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