SUBCHEFE
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Capítulo 2 SUBCHEFE

O som dos meus saltos ecoa no assoalho da velha casa, me fazendo sorrir esperançosa. O dia da minha vingança está prestes a chegar, consigo sentir no ar. - Tem certeza de que ninguém irá encontrá-lo aqui, não é mesmo? - pergunto virando de encontro ao meu amigo. - A princípio não, de acordo com o que Willy falou, este local o clã dificilmente vem. Concordo, observando a poltrona velha no meio da sala e o papel de parede amarelado, onde antes tinham flores. Entro no que parece ser uma cozinha e coço o nariz com o cheiro forte. - Alguém já morou aqui? - pergunto ao Albuim.

- De acordo com o que Mia falou, há alguns anos uma família morou aqui, mas foram mortos por algum bicho local, desde então a casa está vazia. - Perfeito. Passo em frente a uma porta e a abro, imediatamente tampo o nariz, pois o cheiro do banheiro é horrível. Esse lugar está melhor do que o esperado, Heinz Zornickel terá uma morte lenta e torturante, assim como fizeram com meu noivo, Luck Cabot. Até hoje não me perdoo por tê-lo deixado ir sozinho naquela casa. Estávamos planejando uma emboscada para a In Ergänzung, porém Luck sempre querendo tomar a frente de tudo, foi imprudente e foi sozinho tentar matar o Don. Claro que ele foi visto, Heinz nunca está sozinho. Luck queria vingar seu pai e no final acabou no mesmo lugar que ele. - Edvige, tem certeza de que está tudo certo para o sequestro? Olho para meu amigo que está com a expressão de preocupado. - Willy disse que esse momento é o melhor, afinal a idiota da mulher de Heinz voltou, e o clima é de romance. Maldito dia em que deixei Zara Zornickel fugir, deveria tê-la matado assim como o marido dela fez com meu noivo. Willy é nosso informante dentro da In Ergänzung, conseguiu se infiltrar como soldado, já que seu avô serviu o clã, foi fácil entrar despercebido. Depois da morte do Luck a maioria dos nossos integrantes se afastaram, pois viram que o clã não estava de brincadeira. Ninguém nunca tentou contra essa máfia e não sei como funciona o esquema do clã, sei que são vistos quase como deuses no nosso estado, isso inclui a polícia que se faz de cega quando se trata deles. Eles são discretos, não chamam atenção, sempre agindo por debaixo dos panos. Estou há dois anos analisando todos os passos de Heinz Zornickel e confesso que não consegui coletar nada, o que chega a ser frustrante. Na última porta há um cômodo com uma cama quebrada e sem colchão, sem nada que pareça habitável, típicas condições de um animal imundo. - Amanhã vão colocar o plano em prática? - pergunto voltando para a sala. - Willy vai dar o sinal, se não for amanhã vai ser durante essa semana, só peço que se mantenha distante do sequestro. Sabemos o quanto quer isso, por isso é melhor que fique distante para não agir na emoção do momento. Concordo sabendo que ele está com razão. Albuim é meu primo e está comigo desde que meus pais sumiram no mundo, me deixando aos cuidados dos meus avós, que devido a incapacidade deles, acabei passando a maior parte da minha vida na casa dos meus tios. Ele conheceu Mia no nosso confronto rebelde contra a In Ergänzung e recentemente se casaram. Hoje, moramos os três juntos. Os dois em nenhum momento cogitaram deixar de lado a morte de Luck, assim como eu, querem vingar o amigo. Uma coisa é nítida, ninguém da máfia veio atrás de nós, então Luck não deve ter falado nada a nosso respeito. Meu noivo foi fiel a cada um de nós até seu último momento de vida. Não consigo imaginar como ele morreu, não sei qual foi o fim do seu corpo, ele simplesmente evaporou. Saímos da casa e olho a neve que caí suave, em outro momento adoraria tomar um chocolate quente em frente a lareira. A quem eu quero enganar? Não sei o que é isso há muitos anos. Com Luck foi todo o sentimento de amor que tinha dentro de mim. Restou apenas raiva, vingança para destruir o reinado dessa máfia que destrói tudo que passa na frente deles. Passo a mão em meu rosto, tiro o cabelo que incomoda minha vista e olho para a casa que parece abandonada, o lugar perfeito para acabar com Heinz. Finalmente estarei em frente a ele. - Não está com medo, Edvige? - Albuim pergunta com receio em sua voz. - É tudo ou nada. Esse homem já levou minha felicidade, agora vou acabar com a vida dele - concluo decidida. Albuim abre a porta do carro, me sento no banco, tiro as luvas das minhas mãos e estico os dedos, sentindo as pontas frias, mesmo usando luvas, não é o suficiente para este estado gélido. Meu amigo dá a partida no carro, a neve bate suave no retrovisor e o céu está totalmente branco, denunciando uma nevasca a caminho. - Depois que ele estiver na casa, quero que todos vocês sigam suas vidas - digo olhando as árvores tomadas pela neve. - Nem pensar, Edvige, estaremos ao seu lado. - Vocês têm uma vida, ao contrário de mim, não tenho ninguém - digo pensativa. - Sabe que tem a mim e a Mia, nunca te deixaremos sozinha. Respiro fundo, não quero meus amigos envolvidos com essa máfia. E se nosso plano der errado? Colocarei a vida deles em perigo também. - Prefiro colocar somente a minha vida em risco. - Sabe que todos nós estaremos em risco a partir do momento que ajudarmos a sequestrar esse homem. O que Albuim diz é verdade, mas quero ao menos manter Mia e ele longe disso, afinal minha amiga está gravida e não posso colocá-la em perigo. - Tem razão. -Willy vai mandar mensagem quando for a hora certa. Ary e Rex estão preparados para quando chegar o momento de colocar o plano em ação. Os dois vão estar ao seu lado na casa, Edvige, não posso deixá-la sozinha com esse homem, sabemos o quanto ele pode ser perigoso. - Sério, Ary e Rex? - pergunto repuxando meus lábios. - Os dois têm sangue nos olhos, podem ser dois idiotas, mas não tem medo do perigo. Concordo pegando meu celular, vejo que não há nenhuma mensagem importante e volto a guardá-lo no bolso. Esse plano tem que dar certo, está perfeito demais, programamos por dois anos esse sequestro e agora, finalmente, o grande dia vai chegar. Eu preciso ser corajosa e vingar a morte de todos os inocentes que aquele homem matou.

Batuco os dedos impaciente em cima da mesa. - Relaxa, amiga, vai dar tudo certo - Mia diz colocando um copo de água na minha frente. - Já faz mais de duas horas que eles saíram e nenhuma ligação foi dada ainda. - Tomo a água em uma única vez. Levanto da cadeira e o som dos meus saltos ecoa no assoalho de madeira. Paro em frente a janela, o tempo está nublado, ao menos não está nevando. Abro o zíper da minha jaqueta de couro, sentindo um calor se apossar de mim. - Sente-se, Vi. Olho para o lado e vejo minha amiga sentada com a mão na sua barriga. Faço o que ela manda, sento com as mãos entre as pernas e fecho meus olhos, impaciente. - Estou nervosa, ainda não recebi nenhuma ligação do Albuim - Mia diz temerosa. Ergo minha vista, olhando seu semblante preocupado e um frio passa por minha espinha. E se eu coloquei meu primo na linha de perigo? - Albuim é inteligente, se ele visse algum perigo não iria colocar o plano em prática. Queria ter ido junto, mas sei que poderia estragar tudo com meu jeito imprudente. Neste momento, o celular da Mia vibra, pega atendendo imediatamente e pelo sorriso que abre em seus lábios o plano deu certo. - Então? - pergunto assim que ela desliga. - Albuim disse que deu certo, o Don já está na casa. Pediu para você ir, mas tome cuidado. Concordo me levantando com um suspiro longo, finalmente estarei de frente com àquele maldito. Passo a mão na minha nuca, jogo meu cabelo para trás e me despeço de Mia com um beijo no rosto. Não me preocupo em pegar roupas nem um acessório, aquele homem não precisa de nada. Encontro meu carro na calçada, fecho minha jaqueta e tiro a luva do meu bolso, vestindo-a. Chego no automóvel, coloco a chave na porta destravando, sento no banco do motorista, com a chave na ignição dou a partida e acelero o carro. Meu nervosismo é tanto que nem percebo que furo alguns semáforos fechados. Pego uma rua onde poucos carros passam, o final de tarde deixa o lugar um tanto solitário e o vento lá fora denuncia que esta noite teremos neve novamente. Ao longe avisto a casa solitária no meio do nada e dois carros estacionados em frente. Vejo Rex e Ary encostados em seu carro, faço a curva entrando na calçada de terra e paro o carro ao lado deles. Desligo e abro a porta. - E aí, babacas - digo cumprimentando os dois. - Estou pensando em como iremos matá-lo - Ary diz andando atrás de mim. - Me deixem ficar com uma parte? - Rex indaga feito uma criança quando ganha doce. Não dou atenção, empurro a porta e antes de entrar na sala, encontro o olhar interrogativo de Albuim. - Qual é o problema? - pergunto franzindo minha testa. - Não sei. - Olha para dentro da sala. - Nunca vi direito esse Don, mas pelo que me lembro, ele não tem cabelo negro. - Inferno! - digo caminhando a passos duros. Paro estagnada na sala, analiso o homem sentado na cadeira com seus pés amarrados na cadeira e as mãos presas para trás, até que minhas vistas param em seu olhar zombeteiro. Este homem não é Heinz. Heinz tem o olhar frio feito gelo, já este tem o olhar mais suave. - Quem eu devo socar primeiro? - pergunto olhando furiosa para os três. - Quem diabos é este homem? - quase berro com eles. - É ele, Willy deu o sinal, e ele tem a mesma tatuagem no pescoço - Ary diz na defensiva. - Lógico que não é, vocês são idiotas mesmo. Cacete! Todo esse trabalho para trazer este... Este... - Volto a olhar para o estranho. Suas vestimentas são bem aparadas, um terno Armani, o cabelo levemente bagunçado, mas o que mais me chama atenção é a cicatriz em seu rosto, deixando-o com uma aparência um pouco assustadora, embora seja atraente. Caminho até ele, que mesmo estando amarrado tem a ousadia de analisar meu corpo de cima a baixo. Paro em sua frente, abaixo o suficiente para ficar na altura do seu rosto e respiro fundo, sendo invadida por seu cheiro. - Quem é você, afinal? - pergunto inconformada. - Por que eu falaria quem sou? Percebo que seu alemão possui sotaque, como se não fosse natural daqui. - Porque eu posso acabar com a sua vida. - Não tenho medo, ragazza[1]. Ergo​uma​sobrancelha,​diante​da​palavra​em​italiano misturada na frase presumo que ele não é daqui. - É melhor que tenha. - Levanto ficando de costas para ele e olho para os três. - E agora o que faremos? Viro meu rosto, olho sobre meu ombro e vejo o sujeito com os olhos grudados em minha bunda, ele definitivamente não tem medo. - Bem, sempre há uma forma de fazê-lo falar. - Rex tira uma arma da sua cintura. - Bela arma - diz e o tom provocativo ecoa na sala. - Tem alguma ligação com Heinz? - pergunto cruzando meus braços. - Adoro​um​jogo,​podemos​fazer​uma​caça​à​minha identidade? Pego a arma da mão de Rex, engatilhando-a, paro em frente ao estranho e pressiono em sua cabeça. - Vai falar agora? Seus olhos azuis se elevam e suas lindas íris me observam com precisão. - Primeiro me diga seu nome? - pergunta sem medo. - Sou eu que dito as regras, vou contar até três, se não falar eu atiro. Ele nada fala, apenas continua com o mesmo semblante relaxado. - Um... Dois... Ele não demonstra nada. Como alguém pode manter a mesma expressão sabendo que poderá morrer? - Três... - digo o último número e ele não fala nada. Jogo a arma longe, passo a mão na nuca dele e desfiro meu joelho em seu estômago, o que faz com que ele respire com dificuldade. Aproveito e com meu cotovelo bato em seu rosto. - Vai falar agora? - pergunto em uma lufada de adrenalina. - Cacete! - diz atordoado. - Você é mais forte do que imaginei. - Se não falar, vou continuar! - digo sem paciência. - É melhor serem mais espertos ou seu informante é um idiota, meu irmão está bem longe da Suíça. Sou Klaus Zornickel, subchefe da In Ergänzung. Pisco algumas vezes. Merda! Estamos com o irmão, agora sim estamos ferrados. Heinz não vai descansar enquanto não o encontrar.

            
            

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