Henrique - Livro I
img img Henrique - Livro I img Capítulo 9 Dor de Cabeça
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Capítulo 10 Que ela seja Legal img
Capítulo 11 Eduardo img
Capítulo 12 Boletim de Ocorrência img
Capítulo 13 Nova Ameaça img
Capítulo 14 Apresentação img
Capítulo 15 Família Pinheiro img
Capítulo 16 Alunos Bolsistas img
Capítulo 17 Gustavo img
Capítulo 18 Passeio no Parque img
Capítulo 19 Eu aceito img
Capítulo 20 Visita img
Capítulo 21 Final img
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Capítulo 9 Dor de Cabeça

Dor de cabeça. Era tudo o que eu estava sentindo às 06:37 da manhã do domingo, talvez eu tenha exagerado um pouco na bebida, ou talvez seja porque eu passei o restante da madrugada pensando no meu recente término de namoro. Me levantei da cama, ainda com as roupas da noite anterior e no mesmo instante tive que sentar novamente, uma tontura absurda tinha aparecido do nada, respirei fundo e novamente tentei me levantar da cama, e dessa vez com sucesso, minha cabeça ainda girava, mas precisava ir urgentemente ao banheiro.

Depois de muito sacrifício, finalmente consegui urinar, lavei minhas mãos e em seguida o rosto, ao olhar no espelho, percebi o quanto minhas olheiras tinham aumentado, e o quão escuras estavam, nem um pó cobririam. Eu ainda estava com sono, talvez um banho me despertasse e era isso que eu iria fazer já que estava no banheiro e também porque talvez eu e os meus pais iremos sair hoje de manhã.

A chuva havia passado logo quando deu cinco da manhã, eu tinha tomado um belo banho de chuva, e o clima frio de São Paulo iria me ajudar a desenvolver uma bela gripe e uma forte crise asmática, credo Henrique, você parece que não pensa, nem pra voltar para festa e pedir para a mãe do Lucas te trouxesse de volta ou te deixar perto de casa você pensou, na hora só pensei em sair rapidamente daquele lugar e me afastar o mais rápido do Edu, que até me esqueci do Lucas e da Claryssa, que por sinal me deixaram horrores de mensagem, a minha sorte é que eu tinha deixado meu celular em casa se não teria queimado com a chuva.

Eu gostava de pensar sobre as coisas no chuveiro, a água relaxava e me ajudava a não tomar decisões precipitadas, que eu sabia que no futuro iria me prejudicar, a água gelada que caia relaxava meu corpo, fazendo a dor de cabeça e a tontura amenizar, mas de todo jeito tomaria um dipirona, vai que me ajudasse na ressaca.

Coloquei roupas leves e desci para a cozinha, encontrando os meus pais tomando café na sala de jantar.

- Bom dia gente.

- Bom dia. - Responderam sorrindo quando me viram.

Era sempre assim, meus pais era a minha felicidade, e não é um relacionamento que tirará a alegria de mim.

- Como foi a festa ontem, filho? - minha mãe perguntou enquanto colocava uma colher de papa de aveia em sua boca.

- Normal, até o Eduardo estava lá - Respondi sem dar importância.

- Então quer dizer que o rapaz que te trouxe naquela chuva ontem era o Eduardo? - Meu pai perguntou, droga, ele me viu chegar.

- E você viu a hora que ele chegou e nem me disse - Minha mãe respondeu meu pai por mim.

- Não papai, não era, até porque não teria motivos para o Eduardo me trazer em casa.

- Porque tá dizendo isso.. Não me diga que.. - Minha mãe perguntou confusa e rapidamente meu pai entendeu.

- Sim, terminamos na festa, e o rapaz que me trouxe viu tudo e me acompanhou naquela chuva.

- Tudo o que eu pedi para aquele rapaz foi que não te machucasse, espero que ele não apareça nem tão cedo na minha frente. - Meu pai falava de punhos fechados.

- Tá tudo bem, pai. Deixa aquele ser em forma de gente pra lá, tenho um futuro brilhante pela frente. - Eu sorria para acalmar o meu pai, eu nunca gostei de confusão, e agora que cresci mais ainda.

- Você é o meu bebê, não quero que nada te machuque.

- Eu estou bem, papai.

- Você tá bem até demais para quem acabou de terminar um relacionamento. - Minha mãe fez uma careta estranha que me fez rir.

- Uma hora isso ia acontecer, então não adianta ficar chorando pelos cantos.

- É assim que se fala, meu amor, hoje vamos para o shopping, e iremos almoçar lá também. - Minha mãe falou.

- Eu só trabalho a noite, então dá pra vocês aqui e ir trabalhar.

Balancei a cabeça concordando e comecei a comer a papa que minha mãe tinha feito para mim, quando ela queria, nossa alimentação era mais que saudável.

Depois que terminei o meu café da manhã, subi para o meu quarto, para ficar logo pronto e para me desculpar com os meus amigos. No grupo tinha mensagens do tipo.

"Henrique, porque droga você saiu sem avisar a gente" ou "Quando chegar, seja lá com quem, mande uma mensagem" e a última dizia "Estamos preocupados", eu sabia que eles iriam ficar assim, ainda mais quando eu agi por impulso e só pensei em mim, quando ignorei total a existência das únicas pessoas, depois dos meus pais que se importavam comigo.

"Eu estou bem, eu e o Eduardo terminamos na festa e não fiquei com cabeça para continuar lá"

Eu precisava dar uma explicação, talvez eles estivessem ligado para minha mãe ou o meu pai para ter alguma notícia minha, mas não custava nada eu enviar uma mensagem também.

Às 10:00 já estávamos prontos para ir ao shopping, eu observava as ruas no banco traseiro enquanto meus pais conversavam um assunto totalmente aleatório, eles eram tão felizes juntos, e eu esperava encontrar alguém que me ame igual os meus pais se amam.

Depois do almoço, fomos para uma sessão de filme, e por um instante jurei ver o menino da praça, ou parque como eu costumava chamar, na fila comprando o ingresso, seria coincidência encontrar ele aqui também, ou talvez ele estivesse me seguindo.

Depois de já estarmos com os ingressos na mão, ainda faltava 01 hora para o começo do filme, aproveitamos e fomos comprar barras de chocolate e outras besteiras na americanas, e voltamos para a área do cinema, fui em direção ao balcão para pegar com uma moça que estava lá refrigerante, enquanto os meus pais me esperavam na fila, paguei o meu refrigerante e enquanto caminhava para perto dos meus pais novamente, quando tropecei nos meus pés e fui de encontro a uma costa parada bem na minha frente.

Droga, que vergonha, além de derramar todo o meu refrigerante, molhei um completo desconhecido que também estava para ir ao cinema.

- Perdão, por favor me desculpe! - Falei enquanto tentava enxugar a blusa do rapaz com a mão falhando miseravelmente.

- Sabia que era chorão, mas desastrado é novo.

O rapaz que eu havia acabado de derramar o refrigerante se pronunciou enquanto já estava virado para mim, era ele, o menino da praça novamente.

- Estou quase achando que você tá me seguindo. Se eu soubesse que era você nem tinha te ajudado. - Falei vendo minha mãe se aproximar quase que correndo.

- Que mal educado você, você não criou ele assim, criou dona? - O garoto perguntou com um sorriso irônico no rosto.

- Não, não criei, que falta de educação Henrique, molha o rapaz e ainda o trata mal. Me desculpe, eu posso comprar outra camisa para você.

É claro que minha mãe me daria uma bronca, mas esse menino estava me dando nos nervos.

- Não precisa senhora, eu tenho um blusão aqui na minha bolsa, mas de toda forma, obrigado. - Falou saindo, provavelmente ele chegaria no começo do filme.

Ele era educado, eu não podia negar, mas esse garoto já estava dando nos nervos e eu nem sequer sabia o seu nome. Idiota.

- Porque você foi tão ignorante com o garoto? - Minha mãe perguntou enquanto andávamos em direção a sala do cinema e o meu pai apenas escutava.

- Porque parece que ele é meu carma, foi ele que me levou para casa ontem.

- O rapaz te fez um favor e você agradece derramando refrigerante nele e ainda o tratando mal? - Meu pai perguntou balançando a cabeça.

Apenas fiquei calado, não estava bem o suficiente para discutir com os meus pais.

A sala de cinema estava um gelo, ficamos nas cadeiras G1, G2e G3, o filme havia acabado de começar e eu já estava congelando de frio, como se eu não fosse acostumado com a temperatura do estado, mas a realidade é que eu não era, tudo que era frio e úmido eu odiava e evitava. Quando eu menos espero, alguém senta na cadeira G4 derramando basicamente um balde de pipoca em mim, que clichê, eu odiava clichê e mais ainda a pessoa que derrubou.

- Parece que você faz de propósito, garoto! - Gritei ouvindo as pessoas que estavam ao redor pedindo silêncio.

- Lei do carma, tudo o que você faz volta para você gatinho.

''Gatinho'', eu odiava essa palavra agora, porque era assim que ele me chamava.

- Henrique, não comece! - Meu pai repreendeu e eu continuei calado enquanto ouvia o garoto dar risada irônica.

Às vezes eu o olhava de relance, e muitas vezes ele me pegava olhando e dava uns sorrisos de lado, que as covinhas entravam e eu estava achando a coisa mais linda do mundo, mesmo o dono do sorriso sendo um desconhecido.

O restante do filme foi silencioso, sem brigas ou discussões, apenas risadas. Quando o filme terminou, assim que olhei para o lado o garoto já não estava mais lá, parecia assombração, aparecia como sumia do nada.

***

Mais um inicio de semana de aula, antigamente era um prazer, agora eu só queria evitar. A aula já havia começado quando o Eduardo chegou com a Camila quase no fim da primeira aula, seus olhos estavam vermelhos como brasa, era proibido vim para a escola com qualquer tipo de doença e ainda mais no caso dele, conjuntivite.

A falta de consideração da parte dele foi o que mais doeu, nem dois dias faz que terminamos e ele já está chegando de mãos dadas com a garota nova que nem sequer conhece direito. Ou talvez eu não o conhecia direito.

Murmúrios eram ouvidos, algumas pessoas da sala sussurravam umas para as outras perguntando o que aconteceu com o antigo casal, mas é simples, não é? Ele se apaixonou por outra, o que levou o término do antigo relacionamento.

Eu já não aguentava mais os cochichos das pessoas e provavelmente o professor Valmir de geografia também não.

- Eu não sei o que aconteceu para ter tanta gente cochichando na minha aula. Eu peço silêncio, já está no fim e eu preciso separar as duplas para o trabalho.

- Que dupla e que trabalho professor? - Miguel havia perguntado levantando as sobrancelhas em sinal, sem dúvida.

- Duplas para o trabalho que quero para daqui a duas semanas.

- Ah não, professor. Por que não podemos escolher as duplas? - Vitor, um garoto magro, com um cabelinho moicano e sardas espalhadas pelo rosto perguntou descontente.

- Porque eu vou escolher as duplas, criaturinha!

Criaturinha, essa era nova, na semana passada o professor de filosofia chamou a gente de criança, e de certa forma ele tinha razão. Eles eram pessoas vividas e a gente não passava de meros adolescentes.

As duplas foram divididas, não estava ligando muito para o restante das pessoas da sala e suas duplas, até que o meu grupo começou a ser escolhido, Claryssa bufou quando soube que a sua dupla seria Camila, menina insuportável.

Lucas ficou visivelmente desconfortável quando o João deu um sorriso irônico para ele, era provável que as coisas sobrassem tudo para ele, já que todos nós sabíamos que o pai do João comprava a diretora para o filho passar de ano, e eu, bom, eu fiquei com o Eduardo que assim que ouviu o meu nome virou os olhos, é, lá vamos nós.

- Então, quero um pequeno seminário e uma redação sobre as fontes de energia e as principais do Brasil, cada grupo escolhe um tópico e apresenta.

- Falou enquanto colocava os tópicos no quadro branco - A dupla em que um não apresentar, ambos perdem os pontos. - Alertou.

Droga, isso significa que se o Eduardo faltasse, eu perderia os meus pontos.

- E quantos pontos são exatamente? - perguntei querendo saber.

- São cinco pontos, Henrique.

Cinco pontos, eu achava mesmo bom o Eduardo não vacilar mais comigo do que ele já tinha.

Assim que as aulas do primeiro horários acabaram, eu e meus amigos ainda estávamos na sala quando a Camila chegou, essa idiota sabia perfeitamente quem era a sua dupla, mesmo assim veio perguntar quem era.

- Você é Claryssa, garota? - Perguntou um tanto ignorante, mas a minha amiga não deixou barato e respondeu da mesma forma.

- Sou a única aqui não é? - Rebateu me arrancando um sorriso do rosto.

- Qual o motivo da graça? Não entendi viadinho de merda - Instantaneamente a raiva subiu pela minha cabeça.

- A graça é você, sua palhaça. E me respeite, porque aqui você não é melhor do que eu. - Falei sério e permaneci assim, até ela ignorar a minha presença e voltar a sua atenção a Claryssa cheia de raiva.

- Então docinho, o trabalho será na sua casa, não quero gente como você na minha casa.

- O trabalho será aqui na escola, porque eu que digo que quero gente como você longe da minha casa. - Claryssa não deixava as coisas baratas, respondia da mesma forma, seja gentil ou não, mas pelo visto a Camila também não.

- Ops, minha caneta caiu. - Disse se abaixando empinada e encostando a sua bunda na parte do Lucas, que o mesmo saiu de trás apressadamente. - Pelo visto gosta da mesma fruta que você. - Falou com nojo.

- Não, pelo contrário, odeio pessoas desnecessárias como você. - Lucas rebateu vendo Camila sair bufando de raiva.

Claryssa estava com o olhar caído enquanto roía as suas unhas, o Lucas encarava ela sem falar nada, com certeza era por causa do que aconteceu com Camila.

- Sabe que eu sou louco apenas pelo o seu toque, não é? - Lucas falou finalmente quebrando o clima tenso que estava na sala quase vazia, já que só tinha nós três.

Que fofo, eu precisava de um pouco de amor nesses meus dias de tristeza.

- Sei.. - Ela finalmente levantou o olhar e o encarou de volta enquanto ele se aproximava.

- Não fica assim, aquela menina é uma oferecida. - Ele alisava o rosto dela de uma forma extremamente carinhosa, eles realmente ficavam bem juntos e eu apenas observava da minha carteira.

- Sim, eu sei. Que Deus me dê paciência para aguentar fazer o trabalho com aquela garota. - Claryssa ainda estava chateada, mas não era com o Lucas.

- Sei que você terá, mas só quero saber como o Henry vai ter com o Eduardo - falou Lucas olhando diretamente para mim.

- Como foi que vocês terminaram, hein? - Eu não havia dito ainda só tinha deixado uma pequena mensagem sobre o ocorrido, e Claryssa tocou no assunto que eu queria terminar.

- Na festa do primo de Lucas, ele estava lá com a Camila, terminou comigo, voltou para ficar com ela e um desconhecido me trouxe andando para casa numa chuva enorme.

- Se você tivesse falado comigo, eu pedia para minha mãe te levar de volta, né.

- Eu me lembrei disso quando amanheceu, na hora só pensava em sair de lá.

- Desconhecido, hein, Henrique. - Eu sabia o que a Claryssa queria dizer com aquilo, mas no momento eu estava de luto pelo meu término de namoro.

- Sim Claryssa, um desconhecido.

Passamos o intervalo inteiro dentro da sala, que esquecemos de comprar os nossos lanches, a sorte é que eu havia colocado na bolsa dois sanduíches de patê de frango, o que deu pra dividir, só assim não passamos fome.

O restante das aulas se baseou em cochichos, algumas pessoas perguntando desde quando eu e o Eduardo havia terminado, e o porque ele estava indo doente para a escola. Pergunta que eu não sabia da resposta.

Já estava terminando de arrumar os meus materiais, quando uma mão me puxa brutalmente, me causando dor.

- Aí, você me machucou. - Falei enquanto puxava a mão de volta.

- Desculpe, não foi por maldade. - Era o Eduardo que tinha me puxado, e que força.

- Ah, tudo bem.

- Sobre o trabalho, podemos fazer na sua casa?

- Sim, podemos sim.

- Falou então, depois a gente marca pra fazer. - Falou enquanto ia em direção a Camila que estava na porta.

Como uma pessoa só conseguiu fazer um estrago desse em um relacionamento.

***

- Caramba Eduardo, passa o beck pra cá, não fuma sozinho não. - Enquanto Camila baforava lança, João implorava por fumar mais um pouco, esse era nosso rolê pós aula.

- Toma velho, se eu não tivesse te conhecido Camila, ia tá com aquele idiota sem experimentar isso até agora.

- Ainda bem que você me conheceu e sabe que eu sou boa para você, melhor do que ele já foi.

A Camila me dava onda, tinha um papo diferente, não pensava só em estudar, se divertia e tinha vários amigos legais, coisa que o Henrique jamais seria, seus amigos patéticos, só pensava em estudo, até em um sábado a noite ele preferia ficar em casa, não sei que milagre ele saiu neste sábado que passou.

- Que merdas de fotos são essas do Henrique no seu celular, Edu? - Camila estava com o meu celular vendo as fotos da minha galeria, tentei tomar mais foi em vão, que viagem do caramba.

- É umas fotos que esqueci de apagar, falei a verdade. Eu sabia quais eram as fotos, era o Henrique pelado.

- Ainda bem, vou mandar todas elas para mim.

- Quer foder a vida do cara a custo de que Camila? - João ria enquanto perguntava e eu também entrei na onda.

- Na hora certa vocês vão ver. - Falou enviando as fotos para o seu celular.

Eu não a conhecia bem, mas uma coisa que eu sabia perfeitamente era o quanto vingativa ela era, não importava o que a outra pessoa fizesse, só apenas por essa pessoa existir já era um motivo para ela ferrar com a vida.

Depois das 18:00 da noite voltei para casa, eu estava chapado e com uma larica do caramba. Minha avó estava morando conosco desde domingo, era o meu trabalho buscar ela, mas só cheguei no domingo à tarde, o que deixou minha mãe raivosa.

- Boa noite família. - Falei sorrindo indo em direção à cozinha, eu precisava comer urgentemente.

- Que odor de fumaça é esse vindo de você meu filho? - Minha avó perguntou, me deixando irritado.

- Talvez seja das suas axilas vencidas, vó. - Ri da minha própria piada fazendo a velha fechar a cara.

- Respeite sua avó Eduardo, foi apenas uma pergunta que ela fez, preciso ter uma conversa com o seu pai ao seu respeito, é aquele garoto não é?

- Converse a vontade, aquele garoto não existe mais, fica tranquila e desculpa vó. - Falei pegando fruta e um prato de galinha guisada com macarrão e molho de tomate.

Caramba, minha mãe caprichava nas comidas, mas porque merda tinha macarrão com molho a essa hora da noite, vai ver que sobrou do almoço.

Depois que almocei ou jantei, não sabia, subi para o meu quarto e tomei um banho que me relaxou total, e se eu fosse na casa do Henrique agora? Era isso que eu ia fazer.

Fui andando, as ruas pareciam pequenas e jurei ver uns leões pelados, mas que merda é essa que eu estava vendo, um casal transando em plena noite fria em São Paulo, puta merda, eu estava alucinando.

Depois de uma hora de andar, finalmente havia chegado, ele abriu a porta com uma cara de surpresa por me ver.

- Oi Eduardo, tá fazendo o que aqui? - Perguntou confuso.

- Vai nem me chamar pra entrar Henrique?

- Sim, você pode entrar.

Não tinha nenhum vestígio de seus pais, talvez ela estivesse no quarto e ele em plantão, como se eu fosse de casa, assim que ele me deu passagem para entrar na sua casa, subi diretamente para o seu quarto.

- Você tá muito folgado, acha não? - Perguntou de braços cruzados da porta.

- É que temos intimidade, aí pensei que eu podia fazer como fazia antes.

- Mas acontece que você terminou comigo e tá namorando com uma menina.

- Henrique.. - Me levantei da sua cama e fui em sua direção, assim que cheguei na sua frente fechei a porta lentamente e dei um cheiro em seu pescoço, nossa como ele tava cheiroso.

- Eduardo.. Para..

Não ouvi o que ele queria dizer, subi os cheiro de fui em direção a sua boca, um beijo babado se iniciou, ele estava cedendo, quando deitamos em sua cama, as coisas estavam esquentando, mas eu não podia continuar, não podia fazer isso.

- Foi mal Henrique, tenho que ir pra casa. - Falei saindo de cima dele o deixando com uma cara de quem não estava entendendo nada.

- Então porque você veio aqui, Eduardo? Pra me iludir mais? Vai embora por favor.

- Com prazer, Henrique, e o trabalho se vira só e depois me manda o que tenho que falar. - Falei batendo a sua porta e por um minuto jurei o ouvir chorar.

                         

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