A Perfeita Babá Vol. 2
img img A Perfeita Babá Vol. 2 img Capítulo 4 Capitulo 4
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Capítulo 6 Capitulo 6 img
Capítulo 7 Capitulo 7 img
Capítulo 8 Capitulo 8 img
Capítulo 9 Capitulo 9 img
Capítulo 10 Capitulo 10 img
Capítulo 11 Capitulo 11 img
Capítulo 12 Capitulo 12 img
Capítulo 13 Capitulo 13 img
Capítulo 14 Capitulo 14 img
Capítulo 15 Capitulo 15 img
Capítulo 16 Capitulo 16 img
Capítulo 17 Capitulo 17 img
Capítulo 18 Capitulo 18 img
Capítulo 19 Capitulo 19 img
Capítulo 20 Capitulo 20 img
Capítulo 21 Capitulo 21 img
Capítulo 22 Capitulo 22 img
Capítulo 23 Capitulo 23 img
Capítulo 24 Capitulo 24 img
Capítulo 25 Capitulo 25 img
Capítulo 26 Capitulo 26 img
Capítulo 27 Capitulo 27 img
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Capítulo 29 Capitulo 29 img
Capítulo 30 Capitulo 30 img
Capítulo 31 Capitulo 31 img
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Capítulo 4 Capitulo 4

Sorri, e ao mesmo tempo que tive vontade de chorar. Eu estava grávida e sabia que ter um filho era uma dádiva divina, mas eu também estava sozinha, sem emprego e principalmente sem dinheiro.

Por que a Denise teve que aparecer e estragar tudo? Por quê? Oliver e eu estávamos tão bem, nós dois estávamos apaixonados e muito, muito felizes, mas ela estragou tudo isso no instante em que apareceu.

Tive vontade de chorar, mas me segurei, eu precisava ser forte, principalmente agora. Eu queria contar ao Oliver que estava esperando um filho dele. Há pouco mais de um mês atrás sabia que ele ficaria extremamente feliz em receber essa notícia, mas hoje eu não sabia bem como ele iria reagir. Ele poderia achar que eu estivesse mentindo e que aquele bebê fosse de outro homem. Se ele jogasse isso na minha cara, eu juro que não iria aguentar. Ele já havia se mostrado completamente decepcionado comigo uma vez e eu não estava preparada caso ele reagisse daquele jeito de novo.

- Sofia? - Uma voz me arrancou do meu devaneio.

Quando me virei, vi Ryan parado diante de mim. Era a primeira vez que nos encontrávamos depois de tudo que havia acontecido. Ele usava uma camiseta cinza, jeans e tênis, em sua mão trazia uma cesta do supermercado, que continha alguns cereais e carnes.

- Ryan? - eu disse, surpresa.

- Já faz tempo que não nos vemos - ele disse em um tom amigável.

- Não achei que você quisesse me ver de novo, não depois de tudo o que aconteceu - respondi, envergonhada.

Ryan mudou o peso do corpo de uma perna para a outra e depois me

encarou.

- Confesso que fiquei bastante chateado quando você me usou daquele

jeito, mas eu exagerei, não deveria ter te tratado daquele jeito, me desculpe.

sorriso.

- Se tem alguém aqui que precisa pedir desculpas sou eu.

- Bem, acho que nós dois erramos naquele dia. - Ele me lançou um

- É, acho que sim.

Naquele momento, meus olhos avistaram novamente aquela carne

congelada que havia na cesta dele e eu me senti um pouco nauseada.

- Ei, você está bem?

Ele largou a cesta no chão e se aproximou de mim, as mãos em meus ombros. Ryan me encarava atentamente, parecia preocupado.

- Só estou um pouco enjoada - eu disse, sentindo meu estômago

revirar.

- Venha, vamos sentar ali.

Ryan me levou até um espaço do mercado em que havia uma pequena

lanchonete. Ele puxou uma cadeira para mim e depois foi até o balcão. Quando voltou, trazia consigo uma garrafa de água.

- Beba, vai te fazer bem - ele disse, entregando-a a mim.

- Obrigada - agradeci.

Enquanto bebia a água, percebi que ele havia deixado sua cesta de compras no meio do corredor. Fiquei feliz por aquilo, eu não conseguiria olhar por mais meio segundo para aqueles pedaços de carne sem me sentir nauseada.

Ryan puxou uma cadeira e se sentou, me olhando atentamente.

- Você está se alimentando bem? - ele perguntou. Afinal, por que todos me perguntavam sempre a mesma coisa?

- Por quê?

- Não pude deixar de notar que você está mais magra. E agora, esse mal-estar... Só fiquei preocupado com você.

- Eu estou bem - eu disse, ríspida.

- Não parece. - Seus olhos verdes me encararam sérios. - Eu sou policial, se esqueceu? Sei reconhecer uma pessoa quando ela está mentindo e você Sofia, você está mentindo para mim agora.

- Eu tenho que ir. - Levantei-me da mesa com a minha cesta de compras.

- Eu não sei o que está acontecendo, Sofia, mas eu posso te ajudar! - ele gritou, vindo atrás de mim.

- Não, não pode! Ninguém pode!

- Você pode confiar em mim. - Ele atravessou na minha frente, impedindo a minha passagem. - Você parece triste, eu só quero te ajudar. Lembra quando erámos amigos? Quero que voltemos a ser como antes, mas você precisa confiar em mim, eu nunca te faria mal.

Eu sabia que não. Ryan era um bom homem. Na verdade, em muito pouco tempo ele havia se tornado um grande amigo. Baixei a cabeça e depois voltei meu olhar para ele. Seus olhos verdes me encaravam decididos e eu sabia que ele não me deixaria passar enquanto não lhe contasse o que estava acontecendo.

- Eu estou grávida - respondi em um suspiro.

Ryan deu um passo para trás, provavelmente em virtude da surpresa.

- Esse bebê, ele... - ele perguntou, constrangido.

- Sim, é do Oliver.

- Parabéns, não sabia que vocês dois haviam voltado.

- E não voltamos - eu disse, tristonha. - Eu recebi essa notícia ontem e, além de mim e minha amiga, apenas você sabe disso.

- Não vai contar a ele? Afinal, ele é o pai.

- Eu ainda não sei o que vou fazer, mas preciso que você me prometa que vai guardar o meu segredo. Você promete?

- Mas Sofia, você não pode cuidar de um bebê assim, sozinha!

- Eu preciso que me prometa, Ryan! - implorei, já com lágrimas nos

olhos.

Ao ver o meu estado e o quanto estava nervosa, Ryan me abraçou. Eu

me senti protegida quando seus braços fortes me entrelaçarem e naquele momento eu desabei, chorando toda a minha angústia.

- Não precisa chorar, prometo que vou guardar o seu segredo - ele disse, tentando me acalmar.

- Não é por isso que estou chorando - murmurei.

Estou chorando porque tive minha vida destruída por uma ex-mulher interesseira, porque a minha melhor amiga está apaixonada por um cara que a estrangulou, mas principalmente porque, neste exato momento, eu gostaria de estar nos braços do Oliver beijando-o, depois de ter dado a ele a notícia de que estou grávida do nosso primeiro filho, enquanto Estevan e Elena pulam animados ao nosso redor, felizes com a notícia de que terão um irmão.

Quis dizer tudo aquilo a Ryan, mas me contive. Afinal, não mudaria nada. O que estava feito, estava feito.

CAPÍTULO 6 – OLIVER

Acordei com uma dor de cabeça forte. Na noite passada havia ido a uma boate com alguns amigos e havia extrapolado um pouco na bebida. Relutante, saí da cama e caminhei até a cozinha, onde peguei uma Aspirina, um copo de água e a tomei.

ajudar.

- Já de pé senhor, Oliver? - dona Ana surgiu na cozinha.

- Sim, estou com um pouco de dor de cabeça.

- Vou preparar um café bem forte para o senhor, tenho certeza que vai

- E meus filhos?

- Já foram para a escola, senhor.

Quando terminei o café, já passava das sete horas. Coloquei um terno e

depois fui diretamente para a empresa.

Ultimamente, nada conseguia me relaxar. Havia intensificado os meus treinos de esgrima, mas foi em vão, e o trabalho também não vinha me ajudando muito. Agora, com aquela dor de cabeça que não passava, sabia que o álcool

também não era uma boa saída.

Eu me sentia vazio. Sozinho. Era como se eu tivesse voltado para o fundo do poço. As duas mulheres que eu mais havia amado no mundo haviam me trocado por outros homens, e algo me dizia que o culpado por tudo isso não eram elas, mas eu.

Com Denise, confesso que deixei me levar pelo trabalho em algumas fases do nosso casamento que precisavam de um pouco mais de cuidado e atenção, mas com Sofia eu havia feito tudo certo. Com ela eu voltei a ser eu mesmo, voltei a acreditar que o amor realmente poderia existir, mas foi com ela também que eu percebi que tudo isso não passava de uma ilusão.

De certa forma, bem no fundo eu sempre soube que a Denise fosse capaz de me trair um dia. Ela era uma mulher ambiciosa, interesseira... mas a Sofia, não. Saber que ela havia me traído foi um impacto tão grande, que eu ainda não havia conseguido absorver.

Sentado diante da minha mesa, abri uma gaveta e retirei de lá um porta- retratos com uma foto de Sofia. Na foto ela sorria timidamente, enquanto vestia uma camiseta minha e tentava se esconder dentro de seu próprio abraço. Deslizei meu polegar pelo porta-retratos, relembrando aquele momento. Lembro que foi na primeira vez que a Sofia passou a noite comigo na minha casa, depois da festa da Estella. O dia seguinte era domingo e, como nós estávamos sozinhos, passamos o dia todo trocando carícias e nos amando. Quando ela estava distraída, peguei meu celular e tirei uma foto dela, que ficou toda tímida quando percebeu o que eu estava fazendo. Achei aquela foto tão natural, ela retratava tão bem o jeito tímido de Sofia, seu rosto angelical, sua aparência de menina, que eu não pensei duas vezes antes de revelá-la e colocá-la em uma moldura.

Eu havia levado a foto para o meu escritório e, sempre que sentia saudades dela, eu ficava observando-a durante um bom tempo. Mas, depois de tudo que havia acontecido, eu a havia esquecido na gaveta e agora era a primeira vez que eu voltava a olhá-la.

- Senhor Oliver? - Minha secretária, Luíza, entrou no meu escritório,

me arrancando de meus devaneios.

            
            

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