A Perfeita Babá Vol. 2
img img A Perfeita Babá Vol. 2 img Capítulo 5 Capitulo 5
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Capítulo 7 Capitulo 7 img
Capítulo 8 Capitulo 8 img
Capítulo 9 Capitulo 9 img
Capítulo 10 Capitulo 10 img
Capítulo 11 Capitulo 11 img
Capítulo 12 Capitulo 12 img
Capítulo 13 Capitulo 13 img
Capítulo 14 Capitulo 14 img
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Capítulo 16 Capitulo 16 img
Capítulo 17 Capitulo 17 img
Capítulo 18 Capitulo 18 img
Capítulo 19 Capitulo 19 img
Capítulo 20 Capitulo 20 img
Capítulo 21 Capitulo 21 img
Capítulo 22 Capitulo 22 img
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Capítulo 5 Capitulo 5

- Sim? - Coloquei o porta-retratos de volta na gaveta.

- Ligaram da escola dos seus filhos, eles disseram que sua ex-mulher apareceu para buscá-los, mas parece que a Elena se recusou a ir e está sozinha lá.

- Não acredito que a Denise fez uma coisa dessas! - esbravejei, dando um soco na mesa. - Ligue de volta para o colégio e diga que estou indo buscar minha filha - eu disse, saindo apressadamente da sala.

- Sim, senhor Oliver.

Enquanto dirigia em direção ao colégio sentia uma raiva crescente dentro de mim. Denise estava testando a minha paciência, porque sabia que eu estava fazendo de tudo para evitar que ela se aproximasse dos nossos filhos, mas, se ela continuasse assim, logo não restaria paciência alguma. Assim que pegasse Elena no colégio, iria atrás de Estevan e o faria voltar para casa comigo.

Estacionei o carro em frente ao colégio e desci apressadamente. O segurança estava no portão e, depois de jogar na cara dele a irresponsabilidade que havia cometido ao deixar que outra pessoa, que se não uma autorizada por mim, levasse o meu filho, ele liberou a minha entrada.

O colégio possuía dois andares e eu fui diretamente à secretaria para saber onde Elena estava:

- Bom-dia, eu estou procurando a minha filha, Elena Beaumont. Vocês me ligaram mais cedo, pedindo para que eu viesse buscá-la.

- Sim, senhor Beaumont, Elena estava bastante nervosa. Então, nós também telefonamos para a babá dela. O senhor as encontrará no parquinho, é só seguir por ali e virar à direita. 1 A mulher mostrou o caminho.

- Obrigado. - Babá?

Com toda a adrenalina e raiva que percorriam o meu corpo, nem tive tempo de processar as palavras da secretária. Foi quando as vi. Elena estava brincando no balanço e ria, enquanto era empurrada por Sofia.

- Mais alto Sofia! - ela gritava.

- Ei, vamos com calma supergirl! - ela respondeu, sorrindo.

Aquele sorriso. Os cabelos castanhos de Sofia estavam soltos, balançando conforme o vento, tornando-a ainda mais bela.

- Papai!

Elena saltou do balanço, correndo na minha direção ao me ver, me abraçando com força. Levantei meu olhar para Sofia e, quando nossos olhares se encontraram, percebi que seus olhos haviam se transformado em um misto de surpresa e nervoso. Não soube bem como interpretar aquilo.

- Querida, será que você pode me esperar na secretaria? Eu tenho que conversar com a Sofia.

- Vocês vão voltar a namorar, papai? - A pergunta de Elena me pegou desprevenido. Encarei-a, sentindo um nó se formar na minha garganta.

- Apenas vá, querida. Depois falamos sobre isso - eu disse, sério.

- Tchau, Sofia! - Ela acenou para Sofia, correndo em direção à secretaria momentos depois.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça e me aproximei de Sofia.

- Oi. - Encarei-a. Nós dois nos olhávamos como se fôssemos apenas dois estranhos.

- Oi, Oliver. - Seus olhos cor de mel me fitaram tristonhos, cansados talvez. Acho que ela havia previsto que aquela conversa seria difícil e muito, muito dolorosa.

CAPÍTULO 7 – SOFIA

Lembro que havia acabado de sair da faculdade e já estava dentro do ônibus, a caminho de casa, quando o meu celular tocou. Eu conhecia o número, era do colégio em que Estevan e Elena estudavam.

- Alô? - atendi.

- Sofia Montenegro? - Uma mulher perguntou do outro lado da

linha.

- Sim, sou eu.

- Desculpe ligar assim, mas, como a senhorita é a babá de Elena Beaumont, achei que deveria saber que ela já foi liberada e está lhe aguardando.

- Espere, deve haver algum engano, eu...

- A senhorita vai demorar muito a chegar? Elena está sozinha e está muito nervosa.

Mesmo que Elena não estivesse mais sob a minha responsabilidade e eu não fosse sua babá, eu a amava e de forma alguma a deixaria sozinha, ainda mais quando ela estava precisando de mim.

- Estarei aí dentro de meia hora - respondi, encerrando a ligação e saindo do meu assento. - Motorista, pare o ônibus, por favor!

O colégio não ficava muito longe de onde eu estava, mas, como não havia nenhum ponto de ônibus por perto, eu teria que ir a pé mesmo. Depois de andar uns sete quarteirões, na verdade estava tão preocupada com Elena, que em muitos trechos eu cheguei a correr, felizmente havia conseguido chegar ao colégio no tempo previsto.

- Oi - disse ofegante, quando cheguei à secretaria do colégio. - Estou aqui para buscar Elena Beaumont.

- Ah, sim, ela está esperando por você no parquinho - a mulher disse, apontando na direção de onde ela estava.

- Obrigada.

Caminhei um pouco, antes de avistar Elena sentada em um balanço sozinha. Ela parecia triste e parecia chorar também.

- Elena? - Chamei-a. Quando ela me viu seus olhinhos se arregalaram e prontamente ela correu na minha direção.

- Sofia! - ela disse em meio a soluços.

- Oi princesa, como você está? - Ajoelhei-me na sua frente para poder vê-la melhor. - Por que está chorando? - perguntei, afastando algumas mechas de cabelo que estavam caídas em seu rosto.

- Porque o Estevan foi embora e me deixou aqui sozinha.

- Como assim, Elena? - Encarei-a, sem entender.

- O Estevan me deixou, assim como você. - Ela chorou e eu a abracei forte junto a mim.

- Eu nunca quis te deixar, Elena - murmurei, de coração partido.

- Então, por que você foi embora? Você não queria mais ser a nossa babá? -Seus olhinhos verdes me encararam e eu senti meu coração apertar em meu peito.

- Não! De onde você tirou isso? Eu amo você e seu irmão.

- Você foi embora porque brigou com o meu papai?

Como eu poderia explicar tudo o que estava acontecendo a uma criança, se nem eu mesma compreendia?

- Isso não vem ao caso, Elena. Agora, me diga: para onde o Estevan foi? -perguntei, cautelosa.

- Ele foi embora com a mamãe.

- Sua mãe esteve aqui? - Fiquei completamente surpresa quando ela confirmou o que havia dito.

- Ela queria que eu fosse com ela, mas eu não fui.

- Por quê?

- Porque eu queria que a minha mãe fosse você, Sofia - Elena respondeu inocente e meus olhos se encheram de lágrimas. Meu único instinto foi abraçá-la forte.

Momentos depois, uma funcionária apareceu para avisar que havia telefonado para Oliver e que ele já estava a caminho para buscar a filha.

Por mais que eu não quisesse me encontrar com Oliver, não poderia deixar Elena ali sozinha. Então, ficamos brincando no balanço, aguardando que ele chegasse.

- Meu pai ficou chato depois que você foi embora - Elena dizia, enquanto eu a empurrava no balanço. - Ele quase não fica mais em casa.

- Não diga isso, Elena. Ele deve estar ocupado com o trabalho, só isso.

- Sofia? - Ela olhou para mim por cima do ombro.

- Sim?

- Você ainda gosta do meu pai?

Elena só tinha seis anos, mas sabia questionar melhor do que qualquer adulto. Mais uma vez eu não soube o que responder. Talvez fosse melhor não dizer nada.

- Quer que eu te empurre mais alto? - perguntei, tentando fazê-la esquecer aquele assunto e dando-lhe mais impulso.

- Mais alto, Sofia! - ela gritou, eufórica. Aparentemente, a pergunta de segundos antes já havia sido esquecida.

- Ei, vamos com calma supergirl! - eu disse, rindo da sua inocência.

- Papai! - Elena gritou, batendo os pezinhos no chão para diminuir a velocidade do balanço, saltando dele logo em seguida.

Ela correu na direção do pai, recebendo-o com um abraço. Quando vi Oliver ali, senti meu coração bater mais rápido, era óbvio que eu estava nervosa. Ele olhou na minha direção, sério, sem esboçar qualquer reação. Juro que naquele momento daria tudo para saber o que se passou na sua cabeça quando me viu.

Oliver cochichou algumas coisas para Elena, que acenou para mim se despedindo, me deixando a sós com seu pai momentos depois.

Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e se aproximou de mim. Ele vestia um terno cinza riscado, seus cabelos estavam perfeitamente arrumados e ele estava tão atraente quanto antes. A essa altura, meu coração parecia que iria saltar do peito.

- Oi - ele disse, me encarando.

- Oi, Oliver. - Tive que me esforçar para olhá-lo nos olhos.

- O que está fazendo aqui? - Ele me encarou, interrogativo.

- Bem, eu estava voltando para casa quando me telefonaram e disseram que a Elena estava sozinha, eles acharam que eu ainda fosse a babá dela.

- Desculpe por isso, eles devem ter esquecido de atualizar a ficha.

- Tudo bem, Oliver, babá ou não, eu nunca a deixaria aqui sozinha.

Ficamos alguns segundos em silêncio. Era incrível como em um mês nós dois havíamos nos tornado completos estranhos.

- Como você está? - Ele me olhava atentamente, enquanto esperava pela minha resposta. Ele realmente parecia preocupado.

- Acho que sou eu que deveria te perguntar isso. Ele baixou o olhar, parecendo refletir sobre aquilo.

- Estou bem, na medida do possível.

Ele me lançou um sorriso fraco e, no mesmo instante, eu soube que ele ainda estava sofrendo muito com o nosso término. Como eu queria contar a ele tudo o que estava acontecendo...

                         

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