A Babá Perfeita
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Capítulo 2 Capitulo 2

Estava completamente empenhada em terminar meu trabalho e ir logo para a cama. Meus olhos mal se mantinham abertos, quando meu celular tocou:

- Alô? -Atendi sem prestar muita atenção no número.

- Boa noite, Sofia Montenegro?

- Sim, sou eu. -Disse colocando o notebook de lado para me concentrar na conversa.

- Aqui é da agência, estou ligando para avisar que conseguimos um emprego para a senhora.

- Que tipo de emprego? -Perguntei animada.

- Uma família está precisando de uma babá, são duas crianças, ligamos para a casa e eles se mostraram bastante interessados no seu perfil. Mas claro, se a senhorita não estiver interessada, podemos continuar procurando algo...

- Não, é claro que estou interessada! Quando começo?

- Amanhã mesmo, vou lhe passar o endereço da casa.

- Está bem, muito obrigada! -Peguei uma folha e anotei atentamente o endereço que ele estava me passando. Aquele emprego seria a minha salvação.

CAPÍTULO 3 – SOFIA

O dia seguinte pareceu ter amanhecido mais radiante do que todos os outros, lógico que tudo não passava de coisa da minha cabeça, a expectativa de que finalmente havia encontrado algo, me fazia acreditar que tudo poderia dar certo naquele dia.

Depois de tomar um café da manhã bem reforçado -Não havia percebido antes, mas nos últimos dias, não vinha me alimentando bem, por conta da correria e do anseio em encontrar outro emprego, mas agora, com esse problema resolvido eu já podia ficar mais tranquila- sai de casa às cinco e meia da manhã e cheguei na faculdade exatamente dez minutos

antes do início da primeira aula. Estava tão animada, era impossível desfazer o sorriso que havia se formado em meu rosto.

- Bom dia, Sofia! –Vanessa falou assim que me aproximei. Minha única reação foi abraçar forte minha amiga- Algum motivo especial para estar me abraçando desse jeito? –Ela questionou curiosa.

- Eu decidi seguir seu conselho, fui a uma agência de empregos e ontem a noite me ligaram, dizendo que haviam encontrado algo para mim!

–Dizia eufórica.

- Isso é maravilhoso, Sofia! –Ela me abraçou forte- Fico feliz em tê- la ajudado de alguma forma. Mas, o que exatamente você vai fazer?

- Ainda não sei muitos detalhes, mas até onde entendi, serei babá dos filhos de um grande advogado aqui do Rio, não quis fazer muitas perguntas, mas acho que são bem ricos.

- São quantas crianças?

- São duas, uma menina e um menino, eles não me informaram a idade, mas deduzi que a menina ainda seja pequena e que talvez o menino tenha uns dez anos.

- Quando você vai começar?

- Hoje mesmo. Assim que sair daqui, irei direto para lá, ainda tenho que conversar com o pai das crianças sobre o fato de eu fazer faculdade pela manhã, talvez isso acabe se tornando um problema.

- Vai dar tudo certo, eu tenho certeza! –Ela se agarrou a mim, enquanto caminhávamos pelo corredor da faculdade– Será que esse seu patrão é gato ou é um daqueles executivos de cabelos grisalhos e barrigudo? –Ela disse depois de um bom tempo em silêncio.

- Por favor né, Vanessa? –A olhei de relance, revirando os olhos.

- Foi só um comentário inocente –Ela parou na minha frente- Mas lá no fundo, admita, você também está curiosa para descobrir! –Ela sorriu sorrateiramente- Toda mulher tem um fetiche por executivos! –Ela piscou, entrando na sala e se sentando em seu lugar, o professor já estava chegando para iniciar a aula.

Durante os primeiros minutos da aula, refleti sobre o que Vanessa havia dito, mas no final, sabia que não importava a aparência do homem, jovem ou velho, ele seria meu patrão, minha obrigação era cuidar dos seus filhos e eu não podia falhar, dependia desse emprego para poder continuar estudando e me mantendo no Rio.

Após as aulas, me despedi de Vanessa e disse que ligaria quando saísse do emprego para lhe contar as novidades. Precisei pegar apenas um ônibus para chegar até lá.

A casa estava localizada em um dos condomínios mais nobres da cidade. Assim que a minha entrada foi liberada, caminhei, conferindo o endereço no papel, não podendo deixar de reparar nas enormes mansões pelas quais passava.

Foi quando encontrei o número 342. A casa era tão grande quanto todas as outras casas vizinhas e a observando da rua, tive a sensação de que era muito maior por dentro.

Mesmo dominada pela ansiedade, atravessei o longo jardim que havia na frente em direção a porta, toquei a campainha e em poucos segundos, uma senhora, vestida em um uniforme preto, com babados brancos apareceu a porta:

- Bom dia, posso ajudá-la? –A senhora falou, ajeitando os óculos para poder me ver melhor.

- Eu fui contratada para ser a nova babá.

- É mesmo, fui avisada de que você viria hoje, por favor, entre –A senhora disse abrindo mais a porta e se afastando para o lado para que eu pudesse entrar.

Eu estava certa. Por dentro a casa parecia ser ainda maior do que por fora. Só a sala, já era maior que minha casa. A mobília parecia ter acabado de chegar da loja e haviam vários quadros espalhados pelas paredes:

- Qual é mesmo o seu nome? –A senhora perguntou, me arrancando de meus devaneios.

aquilo.

- É Sofia. Sofia Montenegro. –Respondi, ainda fascinada com tudo

- Perdão, sou péssima com nomes, mas devo dizer que eu mesma

cuidei para que a senhorita fosse contratada. Sou a governanta da casa.

- A senhora?

- Sim, a antiga babá pediu demissão a algumas semanas e como o senhor Oliver está sempre ocupado com o trabalho, resolvi tomar a iniciativa, não tenho o tempo que as crianças precisam e o perfil que a agência fez de você, me agradou bastante.

- Onde elas estão?

- As crianças? Devem estar chegando do colégio agora.

- Está bem, mas o que exatamente eu tenho que fazer?

- Estevan e Elena fazem muitas atividades extracurriculares. Sua tarefa é organizar o cronograma de atividades, levá-los as aulas e cuidar para que eles façam corretamente as tarefas. Acredito que seria mais adequado dizer que você seria a assistente pessoa das crianças, do que uma babá.

Estevan e Elena. Então era assim que eles se chamavam.

- O pai das crianças não está? Gostaria de acertar os detalhes da contratação com ele.

- Infelizmente tudo o que tiver que resolver, você terá que falar comigo. Oliver é um homem muito ocupado e quase nunca está em casa, mas não se preocupe, eu fico encarregada de cuidar de tudo o que acontece por aqui. Sobre o que você queria falar?

- Bem, eu curso faculdade de Psicologia na PUC pela manhã, talvez o meu horário acabe não dando certo com o das crianças.

- Não se preocupe, elas entram no colégio as sete e meia da manhã e só chegam em casa ao meio dia e meio, eu posso cuidar delas neste período, as atividades que eles fazem só ocorrem no período da tarde, mas acredito que você já estará aqui todos os dias quando elas chegarem.

- Sim, estarei. –Ao fundo, ouvi uma porta de carro sendo fechada.

- Eles chegaram –A senhora disse para mim, se encaminhando até a porta da frente. Quando a abriu, uma menininha de cabelos loiros e cacheados se atirou em seus braços.

- Como foi no colégio hoje, Elena? –A senhora perguntou à garotinha, que pareceu ter me notado parada ali no meio da sala somente naquele instante.

- Foi legal. –Ela respondeu, mas seus olhinhos verdes estavam fixos em mim.

- Oi, tudo bem? –Perguntei a ela, que demonstrando estar um pouco tímida, apenas acenou positivamente com a cabeça para mim.

Logo em seguida, um garoto também passou pela porta. Tinha cabelos e olhos castanhos, usava jeans, tênis e vestia a camiseta do colégio, a mochila escolar estava apoiada em apenas um braço e em sua mão, segurava uma pequena mochilinha cor de rosa, provavelmente da irmã:

- Quem é ela? –Ele encarou a senhora- Não me diga que...

- Eu a contratei para ser a nova assistente de vocês, Estevan. Ela os ajudará com as atividades escolares e extracurriculares.

- Eu tenho dez anos! Não preciso que ninguém cuide de mim! –Ele me encarou da cabeça aos pés e percebi quando seus olhos pararam nas minhas botas de couro marrom- Muito menos uma caipira! –Ele esbravejou saindo da sala.

- Estevan? –Ana o chamou, mas logo ouvimos a porta de um quarto bater. Um pouco sem jeito, dona Ana me encarou- Me desculpe Sofia, Estevan é um bom garoto, você verá, ele só estava um pouco irritado.

- Tudo bem, eu até entendo ele, acho que era do mesmo jeito nessa idade.

- Vou colocar a mesa para o almoço agora, volto em um instante. – Dona Ana falou, se retirando da sala e indo em direção a cozinha. Elena

permaneceu onde estava, me olhando curiosa.

- E então, quantos anos você tem? –Perguntei, se iria trabalhar ali, precisava conhecer melhor as crianças e a melhor forma de lidar com elas.

- Seis. –Ela me encarou- Como você se chama?

            
            

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