A Babá Perfeita
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Capítulo 5 Capitulo 5

- Relaxa Sofia, não diremos nada! –Estevan piscou para mim- Não é mesmo Elena? –Ele questionou a irmã, que estava ocupada demais com seu sorvete de casquinha.

Momentos depois, quando chegamos, me certifiquei de que todos estavam limpos e limpei o rosto de Elena com um lenço umedecido, eliminando qualquer vestígio de chocolate que tivesse passado por ali:

- Meu pai já deve ter chegado do trabalho. –Estevan observou, apontando para a BMW preta estacionada na garagem. Por algum motivo, ele me pareceu mais ansioso que o normal.

- O que foi, está tudo bem? –Perguntei, tocando seu ombro.

- É que em dois dias, eu vou participar de um campeonato importante, contra um time de São Paulo e eu pensei que só dessa vez... – Ele baixou a cabeça, como se fosse impossível o que desejava, acontecer.

- Você queria que seu pai estivesse lá, certo? Ele olhou para mim.

- Na verdade, isso nem é tão importante assim...

- É importante para você! Além disso, o jogo vai ocorrer em um Domingo, talvez o seu pai não tenha nenhum compromisso e possa ir te ver.

alma.

- Você acha? –A possibilidade do pai ir vê-lo parecia renovar sua

- Por que não pergunta a ele? Só assim vai saber.

- Você está certa. –Ele me olhou agradecido.

Entramos juntos em casa e exceto por Dona Ana que tirava o pó da

estante na sala, não parecia haver mais ninguém na casa:

- Dona Ana, o meu pai está em casa? –Estevan perguntou a ela.

- Sim, ele está no escritório dele.

Estevan me olhou impaciente, por incrível que pareça, fazer um convite daquele ao pai, parecia ser a coisa mais difícil que ele teria que fazer na vida:

- Vai lá. –Sussurrei o encorajando.

Fiquei observando quando ele caminhou até o fim do corredor e bateu na porta do escritório, a abrindo logo em seguida. De longe, pude ver Oliver sentado a sua mesa, teclando em seu computador, segundos depois, a porta se fechou e demorou um momento até que Estevan retornasse à sala:

- E então? –Perguntei curiosa.

- Ele disse que vai. Ele vai me ver jogar Sofia! –Ele parecia estar tão feliz que minha única reação foi abraçá-lo.

CAPÍTULO 6 – SOFIA

- Não me diga que você prefere ir assistir a uma partida de futebol, do que passar o dia na praia com sua amiga! Hoje é seu dia de folga, Sofia!

–Vanessa dizia indignada do outro lado da linha- Você deveria processar esse seu patrão!

- Por favor Vanessa, não exagere, não tem nada a ver com o meu patrão, estou fazendo isso pelo filho dele. Você não faz ideia do quanto é importante para o Estevan que eu esteja lá.

- Você que sabe, mas quero que esteja ciente que você não ficará com um bronzeado incrível como o meu.

- Estarei. –Revirei os olhos, as vezes Vanessa era muito convencida.

- Tudo bem, te ligo depois. Bom jogo! –Ela disse, desligando.

A cidade maravilhosa estava mais quente do que o normal naquele dia. Certamente a praia estaria cheia de pessoas querendo se refrescar ou até mesmo pegar o bronzeado perfeito e por mais que quisesse estar lá, estava feliz por poder estar presente em um momento tão importante para Estevan.

Como o calor estava de matar, amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo e vesti uma regata branca e um short jeans, não abrindo mão das minhas queridas botinhas de couro marrom. Estevan havia me telefonado mais cedo, avisando que viria com o motorista e a irmã me buscar:

- Oi! –Disse os cumprimentando com um abraço, quando entrei dentro do carro- Preparado para o grande dia? –O cutuquei. Ele já estava vestindo seu uniforme.

- Acho que estou. –Ele sorriu- Quer dizer, tenho me preparado muito para isso.

- Meu irmão é o melhor! –Elena disse confiante. Ela usava uma camiseta idêntica a do irmão.

- Sim, ele é! –Pisquei para ela- E seu pai?

- Ele teve um imprevisto com o trabalho, mas prometeu que chegaria a tempo de ver a partida começar.

Não disse mais nada, lá no fundo, acho que ele já sabia o que aquilo queria dizer.

Em poucos minutos chegamos ao clube que Estevan treinava. Descemos do carro e enquanto ele ia para o vestiário com seus colegas, Elena e eu seguimos para as arquibancadas, que já estavam lotadas.

Enquanto esperávamos o início do jogo, líderes de torcida animavam o público com suas acrobacias incríveis. Um homem passou vendendo algodão doce e eu comprei um para a Elena, que já estava um pouco impaciente.

Felizmente, logo a partida começou, e não era difícil perceber como Estevan se destacava facilmente no meio dos outros jogadores. Ele era incrível! Arriscaria dizer que com mais treino e dedicação, no futuro ele poderia ser até melhor que o Neymar.

Com meia hora de jogo, ele marcou um gol, levando a torcida ao delírio. No segundo tempo, o time adversário também conseguiu marcar, mas com um passe muito bem feito para um de seus colegas, o time de Estevan conseguiu marcar mais um gol.

No final, o time de Estevan conseguiu vencer o time visitante por 2X 1. O que era um bom resultado, levando em conta a dificuldade do jogo.

Enquanto seu time comemorava a vitória, percebi que Estevan olhava para as arquibancadas procurando pelo pai, que claro, não havia aparecido ali.

Todos os pais dos outros garotos desceram para o campo para abraçar seus filhos e para acompanhar a entrega das medalhas, enquanto Estevan apenas os observava:

- Vamos até lá parabenizar seu irmão? –Chamei Elena, que concordou prontamente com a minha ideia. Descemos da arquibancada em direção ao campo e ela saiu em disparada em direção ao irmão.

- Parabéns, Estevan! –Ela o abraçou forte.

- Obrigado pequena! –Ele acariciou os cabelos da irmã.

- Parabéns, você foi incrível! –O abracei logo em seguida.

- Obrigado, Sofia. Sério, estou super feliz por você e minha irmã terem me visto hoje, mas quem eu realmente queria que estivesse aqui, não veio. Como eu fui bobo em pensar que ele iria aparecer. –Ele me lançou um sorriso fraco.

- Ei, não diga isso, sei que deve ter acontecido algo muito importante para o seu pai não aparecer.

- Claro, para ele o trabalho vem sempre em primeiro lugar. –Era nítido o quanto ele estava decepcionado.

- Estevan... –Tentei encontrar alguma palavra que o consolasse, mas ele me interrompeu.

- Está tudo bem Sofia, não sei porque dessa vez eu pensei que pudesse ser diferente. Só vou passar no vestiário e poderemos ir para casa. –Ele disse se afastando.

No caminho de volta para casa, Estevan não disse nenhuma palavra. Era aparente o quanto ele estava chateado pelo pai não ter aparecido e a medalha que trazia nas mãos, parecia não ter nenhum significado.

Elena por outro lado estava exausta, depois que entramos no carro ela se encostou em mim e acabou pegando no sono.

Quando chegamos, a balancei cuidadosamente para que ela acordasse e a peguei no colo, para entrarmos em casa:

- Já chegaram? Como foi o jogo? –Dona Ana veio nos receber.

- Eu ganhei. –Estevan respondeu rapidamente, sem atribuir muita importância aquilo- Dona Ana, a senhora pode guardar o meu almoço? Não estou com fome agora.

- Tudo bem, mas... –Sem prestar atenção ao que ela iria dizer, ele foi diretamente para o quarto- O que aconteceu com ele? –Ela me encarou sem entender.

- Acho que ele só está cansado, como essa pequena aqui. – Respondi, olhando para Elena, que estava sonolenta em meus braços.

- O que acha de tomar um banho antes do almoço, Elena? Tenho certeza que vai se sentir bem melhor. –Dona Ana disse a ela, que concordou indo para os seus braços.

- A senhora não quer ajuda? –Perguntei.

- Hoje é o seu dia de folga, se esqueceu Sofia? –Ela sorriu para mim- Não se preocupe, consigo cuidar de tudo por aqui, além disso, ainda está cedo e tenho certeza que você deve estar louca para se encontrar com os seus amigos ou ir para algum lugar.

- Obrigada, Dona Ana, acho que eu já vou indo então.

- Está bem –Ela disse seguindo pelo corredor em direção ao quarto de Elena, com ela em seus braços- Nos vemos amanhã. –Quando ela finalmente desapareceu dentro do quarto, dei um passo para ir embora, mas por algum motivo, uma força maior me pedia para ficar e resolver assuntos pendentes.

Comecei a caminhar pelo corredor e devido ao silêncio, consegui escutar a voz de Oliver Beaumont vindo de seu escritório. Não pensei duas vezes e bati na porta, se tivesse parado e pensando, provavelmente não teria feito tanta besteira.

Sem ter obtido nenhuma resposta, girei a maçaneta lentamente. Oliver estava conversando ao telefone, enquanto digitava alguma coisa em seu laptop. Ao me ver entrar, ele me lançou um olhar frio e com uma das mãos, acenou para que eu me sentasse na poltrona de couro marrom que ficava em frente a sua mesa.

                         

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