A Babá Perfeita
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Capítulo 4 Capitulo 4

- Sabe, estou começando a me arrepender por ter te chamado de caipira –Estevan brincou, olhando para mim- Você até que é bem legal.

- Vou considerar isso como um elogio. –Pisquei para ele.

- Sofia, você quer que eu te ensine aqueles passos agora? –Elena me olhou animada e eu não consegui dizer não aos seus lindos olhos verdes.

- Claro, onde?

- Na sala, lá tem muito espaço. –Ela se levantou e eu a segui.

- Esperem por mim, não quero perder isso por nada no mundo! – Estevan veio atrás de nós.

Elena começou me mostrando alguns passos que a princípio pareciam simples, mas que ao decorrer de sua execução, se tornavam impossíveis para mim.

- Não acredito que minha irmã é melhor do que você, Sofia. – Estevan estava sentando no sofá, rindo sem parar.

- Você deveria parar de zombar de mim e me dar apoio emocional.

–Falei e ele riu ainda mais- Pode me ensinar esse passo de novo, Elena? – Pedi a ela, que olhava atentamente para frente- Elena? –Perguntei, preocupada por não saber o que estava acontecendo.

- Papai! –Ela disse, correndo em direção a porta.

Quando me virei para ver o que estava acontecendo, vi Elena abraçada a um homem alto, de pele clara, porém bronzeada. Ele usava um terno cinza e sapatos pretos, em uma das mãos trazia uma maleta e com a outra abraçava a menina:

- Oi querida, tudo bem? –Ele perguntou com um sorriso, olhando para a filha.

- Sim! –Ela parecia tão feliz em ver o pai, que mal conseguia tirar os olhos dele.

Ele fechou a porta atrás de si e olhou para o filho, que ainda estava sentado no sofá:

- Não vai cumprimentar seu pai? –Estevan se levantou e caminhou até o pai, lhe apertando a mão, não houve abraço entre os dois. Só então, ele pareceu notar minha presença.

- E você, quem é? –Ele me encarou. E por um momento, fiquei paralisada com seus olhos de um azul intenso, ao mesmo tempo que me senti ridícula por ter demorado muito para responder, ele deveria estar achando que eu era uma retardada:

- Eu... Eu sou a nova babá... quero dizer, assistente dos seus filhos. –Me aproximei, estendendo minha mão para ele- É um prazer conhecer o senhor. Me chamo Sofia Montenegro.

- É um prazer, Sofia, sou Oliver Beaumont –Ele falou, apertando minha mão rapidamente.

- Senhor Oliver! Que surpresa vê-lo aqui. –Dona Ana apareceu na

sala.

- Desculpe não ter avisado nada, mas consegui resolver o

problema do meu cliente de Porto Alegre mais rápido do que esperava. Resolvi voltar logo para casa para descansar um pouco.

- O senhor já conheceu a Sofia? –Dona Ana apontou para mim, que estava parecendo um toco ali no meio da sala- Eu mesma cuidei para que ela fosse contratada como assistente pessoal das crianças.

- Sim, já a conheci. –Ele me lançou um olhar rápido e eu mais uma vez me senti completamente perdida com a cor dos seus olhos. Acho que havia acabado de descobrir a quem Elena e Estevan haviam puxado.

- Será que a senhora pode levar o jantar para mim no quarto? Me sinto muito indisposto. –Ele pediu, voltando seu olhar para dona Ana.

- Claro senhor Oliver, como quiser. –Ele afagou mais uma vez a cabeça da filha e seguiu pelo corredor.

- Você quer continuar com a dança, Sofia? –Elena puxou a barra da minha blusa, me arrancando do meu transe.

- Será que posso continuar minha aula amanhã? Acho que balé e mais difícil do que imaginei. –Sorri para ela, que retribuiu.

Permaneci com as crianças até as seis horas e depois fui liberada para ir para casa. Me despedi de Estevan e Elena, percebendo que apesar de ser o meu primeiro dia ali, elas ficaram bem tristes por eu ter que ir embora.

Cheguei em minha casa por volta das oito horas e apesar de o dia ter sido bem produtivo, ainda tinha alguns deveres da faculdade para fazer. Trabalhar e estudar não era uma tarefa fácil, mas eu teria que organizar meus horários que quisesse conciliar estas duas coisas.

Até pegar meus livros para estudar, não havia percebido que estava com tanta fome. Havia almoçado com os meninos, mas não havia comido nada durante o resto do dia.

Estava cortando algumas verduras para fazer uma sopa, quando meu celular tocou:

- Oi Vanessa! –Atendi equilibrando o telefone em meu ombro, para poder continuar cortando as verduras.

- Oi Sofi! Já está em casa?

- Já sim, estou preparando meu jantar neste exato momento.

- E aí, como foi seu primeiro dia no emprego novo?

- Foi maravilhoso! Eu e as crianças nos demos super bem! Estevan tem dez anos e apesar de já ser bem crescido, eu tenho que ficar no pé dele para fazer os deveres do colégio e a Elena tem seis anos, é uma criança linda e muito meiga! Não desgrudou de mim o dia todo!

- Hum, mas e o seu patrão, estava em casa? –Eu sabia onde ela queria chegar com tudo aquilo.

- Sim, quer dizer, ele estava em Porto Alegre e chegou de viagem pela tarde.

- Não enrola, Sofi! Você sabe o que eu quero saber! Ele é o tipo grisalho barrigudo ou o tipo gato?

Respirei fundo, relembrando seus olhos azuis em minha mente:

- Ele é o tipo gato, muito gato. –Falei pausadamente, dando ênfase a sua beleza. Vanessa riu do outro lado da linha.

- A mulher deste homem deve ser muito sortuda então!

- Na verdade, ele é divorciado. –A corrigi, colocando as verduras que havia cortado em uma panela com água para cozinharem.

- Amiga, tem certeza que você está gostando desse emprego? Se quiser, posso ficar no seu lugar!

- De maneira alguma, ele já é meu! –Disse.

- O emprego ou o advogado gato? –Ela ria.

CAPÍTULO 5 – SOFIA

Os dias que se seguiram foram de completa adaptação. Pela manhã eu ia para a faculdade, depois das aulas ia para a casa dos Beaumont, almoçava com eles e depois acompanhava as crianças em suas atividades diárias.

Estava me dando muito bem com Estevan e Elena. Eles eram maravilhosos. Pensei que fosse demorar algum tempo para me aproximar de Estevan, já que ele é quase um adolescente e poderia existir uma certa resistência em relação a mim, mas não, estava completamente enganada, foi tão fácil me aproximar dele, quanto de Elena, que já me considerava sua melhor amiga.

Sempre os ajudava com os deveres do colégio por volta das quatro horas da tarde, quando eles chegavam de suas atividades complementares. Percebi que não teria problema em levar meus deveres da faculdade para fazer junto com eles, o que me ajudou a colocar todas as atividades em dia, de forma que nunca havia conseguido fazer antes. Quando nos sentávamos todos na sala de estudos, nos ajudávamos mutualmente.

Quanto ao senhor Beaumont, constatei que ele quase nunca estava em casa. Em uma semana cuidando de seus filhos, eu só o vi umas duas vezes. Ele estava sempre ausente e notei que até mesmo Estevan e Elena

já haviam se acostumado com isso, já que pareciam não se importar com a ausência do pai.

Em uma conversa com Dona Ana, ela acabou mencionando quase sem querer que a esposa de Oliver o havia abandonado de uma hora para a outra, sem nenhum motivo aparente, o que lhe causou muito sofrimento no começo.

Segundo ela, por um bom tempo, ele abandonou o trabalho. Ela havia me contado que ele era advogado e que possuía uma grande agência no Rio e que quando superou toda a situação, passou a dedicar todo o seu tempo livre a sua agência e aos seus clientes.

Lógico, eu não o conhecia e as poucas palavras que havia trocado com ele foram no dia em que comecei a trabalhar em sua casa, mas de alguma forma, tinha pena dele. Oliver Beaumont era um homem jovem e muito, muito atraente. Não conseguia imaginar como alguém como ele conseguia passar o dia inteiro dentro de um escritório, lendo e relendo papéis, ao invés de sair à noite para conhecer novas pessoas ou até mesmo passar o dia em casa, descansando com seus filhos.

- Prometam que não vão contar para a Dona Ana que eu comprei sorvetes para vocês. –Estevan e Elena haviam acabado de encerrar suas atividades diárias e agora voltávamos para casa, no caminho, eles me imploraram para parar na sorveteria, não consegui dizer não, mas se na hora do jantar eles não estivessem com fome, a culpa seria toda minha.

            
            

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