A Ninfeta e o Mafioso
img img A Ninfeta e o Mafioso img Capítulo 4 Capitulo 4
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Capítulo 7 Capitulo 7 img
Capítulo 8 Capitulo 8 img
Capítulo 9 Capitulo 9 img
Capítulo 10 Capitulo 10 img
Capítulo 11 Capitulo 11 img
Capítulo 12 Capitulo 12 img
Capítulo 13 Capitulo 13 img
Capítulo 14 Capitulo 14 img
Capítulo 15 Capitulo 15 img
Capítulo 16 Capitulo 16 img
Capítulo 17 Capitulo17 img
Capítulo 18 Capitulo 18 img
Capítulo 19 Capitulo 19 img
Capítulo 20 Capitulo 20 img
Capítulo 21 Capitulo 21 img
Capítulo 22 Capitulo 22 img
Capítulo 23 Capitulo 23 img
Capítulo 24 Capitulo 24 img
Capítulo 25 Capitulo 25 img
Capítulo 26 Capitulo 26 img
Capítulo 27 Capitulo 27 img
Capítulo 28 Capitulo 28 img
Capítulo 29 Capitulo 29 img
Capítulo 30 Capitulo 30 img
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Capítulo 4 Capitulo 4

Mas Nicoletta não merecia se casar por arranjo. Nenhuma mulher merecia ser obrigada a se casar com alguém que não gostava. Isso era muito real para mim. Dom Andreas nunca fez qualquer menção sobre me casar com alguém e eu preferia dar um tiro na minha cabeça do que me submeter a isso. Era tão primitivo quanto o fato de que eu não podia substituir babbo por algumas semanas enquanto ele se restabelecia.

- Parece que sim – ela contou do outro lado. - e ela não tem muita escolha.

Até podia imaginar Mary segurando o celular com uma mão e com a outra enrolando um cacho ruivo de seus cabelos longos. Sempre usando um batom vermelho que ela costumava chamar de atração indecente. Minha amiga era hilária. Liguei o ar condicionado do carro, estava calor e fazia várias coisas ao mesmo tempo: falando ao celular e dirigindo.

- Como sabe? – questionei.

- Ouvi meu pai marcando uma reunião entre eles para amanhã, antes dos exames saírem e seu pai fazer a cirurgia. Parece que o substituto do seu pai já vai ter chegado e...

Não ouvi mais nada, somente senti a pancada. O celular voou para um lado e o airbag do carro abriu de uma vez, quase me sufocando. Céus! O que foi isso?

Capítulo 3

O ar faltou e senti uma dor terrível na coluna.

- Ai! – eu disse me mexendo.

Minha mão tremia e não sabia se era de dor ou se pelo susto por não compreender o que havia acontecido. O airbag me impedia de enxergar qualquer coisa. Respirei fundo, imaginando que foi apenas uma batida simples e ninguém saiu machucado. Jamais sofri um acidente de carro e esperava que não fosse nada. Mas não houve tempo para que eu tomasse qualquer atitude, a porta ao meu lado foi aberta com violência e me deparei com um par de olhos escuros carregados de cólera como jamais tinha visto na vida.

Ele era um selvagem. Mesmo vestido com aquelas roupas sociais, me fez lembrar um homem das cavernas pronto para me puxar pelo cabelo e me arrastar para fora antes de me violentar. Era como uma tempestade chegando, ou um soco no estômago ou até mesmo um tiro certeiro no alvo. Foi assim que eu me senti.

- Sua maluca! O que foi que fez? – ele gritou. - O que estava fazendo? Apostando corrida? Comprou a carteira?

E falou mais meia dúzia de imprecações. Era óbvio que o senhor neandertal estava num dia péssimo e eu, infelizmente, cruzei seu caminho.

- Mulheres não deveriam guiar dessa forma quando estão de TPM!

– ele finalizou ofegante, sua irritação à flor da pele.

TPM?

- Outro machista! – Revirei os olhos empurrando o airbag com raiva. - E muito obrigada por se preocupar comigo, estou ótima, não me machuquei! Ogro!

- Ogro? – ele explodiu e se afastou da porta para apontar o que estava à nossa frente. - Você desceu a rua como se estivesse em uma montanha russa, não parou no PARE e destruiu meu carro alugado! Quem aqui agiu como uma perfeita idiota?

Ele esbravejava tanto que tive vontade de rir. Mas quando o airbag esvaziou e saiu da minha frente, eu notei o estrago. Meu carro pegou em cheio o dele. Era um importado como o meu e estava totalmente destruído.

- Sinto muito – foi tudo o que eu disse.

- Irresponsável! – ele disse entre os dentes.

Gemendo de dor, eu saí do carro sem a ajuda dele. Do lado de fora eu vi que o estrago fora terrível, o motor do meu carro estava destruído, foi inevitável, eu me distraí e passei direto no cruzamento, admitia meu erro, mas apenas para mim. Nunca para aquele homem que falava ao celular. Com certeza chamando a polícia.

Coloquei as mãos na cintura enquanto os carros no trânsito passavam por nós de forma lenta. Nós estávamos bem no meio de um cruzamento e eles tinham que desviar de nós. Ele voltou para perto de mim, como um predador.

- Você vai pagar por isso! – ele quase gritou com o dedo em riste.

Se ele soubesse que já enfrentei homens armados, abaixaria aquele dedo ridículo!

Cruzei os braços e o encarei depois de olhar para a minha unha como se eu fosse a pessoa mais fútil do mundo. Sua aparência bonita era de um

playboy metido e arrogante como tantos que eu conhecia.

- Meu seguro paga tudo, fique tranquilo. – E fui em direção ao

carro.

- O que vai fazer?

- O óbvio – eu disse por cima do ombro -, ligar para a empresa

de seguro.

Eu gemi quando me abaixei e me ergui depressa. A base da minha coluna estava doendo.

- Você se machucou – ele constatou parando ao meu lado. Agora esse maldito estava preocupado? Homem louco!

- Não foi nada. – Peguei minha bolsa no outro banco gemendo de novo e procurei pelo meu celular. Que dor chata e inconveniente!

- Talvez seja melhor chamar a ambulância – ele disse tentando manter o controle da situação.

- Não foi nada! – lembrei que meu celular não estava na bolsa, ele tinha caído no chão, em algum lugar.

Agachei e então senti minha coluna travar.

- Ah, meu Deus! – gemi sentindo falta de ar.

Eu me ergui e a coluna doía tanto que me fez ir às lágrimas.

- Acho que estou travada! – comentei fazendo uma careta de dor.

O estranho segurou meus braços e me ajudou a sentar no banco do

carro.

- É melhor você ficar quieta! – ele mandou e tirou o celular de

novo. - Precisamos de uma ambulância no cruzamento da Bound Street com a Harley!

A dor era intensa, mas meu orgulho ferido era mais.

- Não quero ambulância! – disse por entre os dentes com uma mão nas costas e outra apoiada no console do carro.

- Você não está em posição de decidir nada! – devolveu com desprezo -, causou um acidente, e ainda está machucada!

- Não estou machucada! – eu disse desesperada. - É somente uma dor na coluna!

- A não ser que já tenha algum problema na coluna, acabou de adquirir um – ele falou com o celular no ouvido como se estivesse no meio de outra ligação -, deve servir de lição para dirigir com mais cuidado da próxima vez!

- Cala a boca! – mandei gemendo de dor.

Abaixei a cabeça entre as pernas pensando que aliviaria a dor, mas só piorou e minhas vistas ficaram escuras. Respirei fundo, desmaiar não era uma opção, ainda mais no meio da rua e perto daquele selvagem! Minha pressão deveria estar baixa, eu só precisava de cinco minutinhos. Sabia que ele estava olhando para mim, esperando que eu caísse de joelhos no chão e depois desmaiasse sobre o asfalto. Mas não daria esse gostinho a ele. Podia não ser uma Fellini de sangue, mas era da mesma raça, havia crescido ao lado de Dom Andreas, um homem que não se curvava a nada. E eu não me curvaria.

- Respire fundo, você está pálida! – ele falou colocando o celular no paletó do terno caro.

Somente naquele momento percebi que ele usava um terno Kiton. Como eu sabia? Era uma marca italiana em que Dom Andreas encomendava os dele. Outro metido, arrogante. Por isso era tão grosso. Aliás, eu ainda não

havia conhecido um homem que conseguisse falar comigo sem achar que era mais do que eu.

Ouvi a sirene da polícia e em seguida da ambulância, eles chegaram super rápido. Os paramédicos se aproximaram de mim e perguntaram o que eu estava sentindo. Notei pelo canto do olho que o ogro foi falar com os policiais que sorriram para ele como se fossem velhos amigos.

- Não é nada – eu disse mantendo meu orgulho em evidência.

- Ela está sentindo dor na coluna – o desconhecido respondeu em voz alta.

Ele estava ouvindo a conversa? Intrometido!

- É só uma coisinha aqui. – E mostrei para eles.

- Consegue ficar de pé? – O médico quis saber.

Eu tentei, mas não me mexia sem parecer que havia uma faca nas minhas costas.

- Consigo... – falei firme.

Eles se afastaram e o médico me apoiou no braço e eu levantei de uma vez. A dor foi tanta que minhas pernas ficaram bambas e eles me ampararam. Ouvi alguém praguejar em italiano, mas não conseguia olhar ao redor, o médico estava me carregando para a ambulância. Fui posta sobre a maca e gemi de dor sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos.

- O que o senhor é dela? – o médico perguntou a alguém parado à porta da ambulância.

Não ouvi a resposta e não sabia quem era. A dor pareceu aumentar e eu só queria que ela passasse.

- Dói muito! – reclamei quando a ambulância foi posta em movimento.

- Vamos lhe dar um analgésico... – o médico avisou preparando a seringa.

            
            

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