Um amor de ceo
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Capítulo 6 Um amor de ceo img
Capítulo 7 Um amor de ceo img
Capítulo 8 Um amor de ceo img
Capítulo 9 Um amor de ceo img
Capítulo 10 Um amor de ceo img
Capítulo 11 Um amor de ceo img
Capítulo 12 Um amor de ceo img
Capítulo 13 Um amor de ceo img
Capítulo 14 Um amor de ceo img
Capítulo 15 Um amor de ceo img
Capítulo 16 Um amor de ceo img
Capítulo 17 Um amor de ceo img
Capítulo 18 Um amor de ceo img
Capítulo 19 Um amor de ceo img
Capítulo 20 Um amor de ceo img
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Capítulo 26 Um amor de ceo img
Capítulo 27 Um amor de ceo img
Capítulo 28 Um amor de ceo img
Capítulo 29 Um amor de ceo img
Capítulo 30 Um amor de ceo img
Capítulo 31 Um amor de ceo img
Capítulo 32 Um amor de ceo img
Capítulo 33 Um amor de ceo img
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Capítulo 4 Um amor de ceo

Isto só pode ser praga da Andreza por tê-la obrigado a voltar o resto do caminho de táxi. Endireito o corpo tentando avaliar a situação. O lugar todo está um caos e coberto pela lama. Um grupo de homens uniformizados está socorrendo alguém. - Parêee, André. Já disse que estou bem! Escuto uma voz feminina irritada, porém doce. Fico curioso, mas não muito. Minha atenção está toda dirigida para a dor infernal em minha virilha. Até agradeço que o foco deles não esteja em mim, tenho certeza que meu rosto expressa a minha agonia. Nem quando quebrei quatro costelas, em um rali, senti dor igual.

Fecho os olhos com o rosto voltado para o céu, uma rajada de vento bate fora de contexto, mas não me acalma. Esbravejo todos os palavrões que conheço e invento alguns outros. - O que foi que eu fiz? Moço, o senhor está bem? Pequenas mãos começam a tatear o meu corpo. A sensação é boa, mas não o suficiente para amenizar minha raiva. Respiro fundo e foco minha atenção para a dona da voz, que agora explora a minha barba. Dois olhos enormes, em um rosto coberto de lama, me olham aflitos... Não aflitos, essa não é a palavra certa, eu diria chocados... Que foi? Sou a merda de um fantasma, agora? Para que tanto espanto? Miro nos olhos expressivos e de um tom azul esverdeado, tentando decifrá-los. Uau! São lindos, olha só o tamanho destes cílios! - Caramba, não acredito! Esse rosto! Macacos me mordam! Que merda! Nãooo! Merda! Droga! Maldição! - a mulher pragueja como se tivesse visto, não um fantasma, mas a própria Besta à sua frente. - André, pelo-amor-de-Deus, alcancê um pano para tentar limpar o moço. Merda! Merda! Merda! Encaro-a na tentativa de entender sua reação desmedida. - Eu sinto muito mesmo, moço. Não tê vi. - afasta as mãos de mim cruzando os braços ao redor do seu corpo. Sotaque engraçado. Sua respiração fica agitada quando começa a me examinar de longe, à procura de não sei o quê. Espero o contato visual, mas este não vem. Parece querer evitar meus olhos a todo custo. Mesmo suja e com os cabelos em uma trança esquisita percebo que é bonita, bem bonita, arriscaria linda. E que olhos! Interesso-me e quero que ela me olhe. Gostei como fica fofa, toda sem jeito... Fofa? De onde tirei isto? Fofa? Lembro que tenho que ficar irritado. - Pode me explicar o que diabos aconteceu aqui? Quem é o responsável ou melhor, o irresponsável? - pergunto apontando em direção ao grupo de operários mais adiante. Ela me encara. Caralho, expressivos e lindos! - A culpa não foi deles. Desculpê, mas quando vi, já tinha perdido o controle. Machucou? Está doendo? Porra, experimenta tomar um chute no saco e um murro no rosto! É claro que está doendo, pra caralho!! Eu me preparo para descer os cachorros nela e olho feio... Droga! Ela parece apavorada. Isso me incomoda. A moça tem um sotaque diferente, o que a faz ficar ainda mais fofa. Parece uma menina da roça nesse macacão largo e com o cabelo trançado. - Estou bem, nada de dor. - rosno. - Ai, que alívio. - suspira de um jeito encantador. - Vou tê contar... Que loucura, né? Aquele troço parecia um tsunami. Viu como explodiu? Aí, foi água e titica para todos os lados! A encaro mais e busco traduzir suas palavras... Meninas da roça, com braços delicados, não deveriam manusear uma mangueira de alta pressão. Pera aí, ela disse titica? máxima. Fico mais agitado e uma pontada na virilha vem com força - Está querendo me dizer que além de quase me capar, você me deu um banho de merda? - Merda, merda, não. Esterco de galinha. - indica um saco logo adiante. - E esterco não é merda, por um acaso? - Mais ou menos, né. Não é bem uma merda clássica. - agita as mãos minúsculas. - As galinhas só comem milho e pedra. Tem até gentê que diz que é um ótimo esfoliantê. - franze a boca tentando não rir e enfia as mãos nos bolsos do macacão. - Veja o lado bom, o importantê é que não se feriu. - Está sentido este cheiro? É impossível que não esteja! - arqueio a sobrancelha ao girar os braços ao redor. - É nojento! -. esbravejo com certa indignação, não tem graça nenhuma estar coberto de merda. Ela limpa a garganta e afasta uma mecha solta de cabelos. Seu pequeno e arrebitado nariz franze, mas parece não se incomodar. - Já senti priores. Qual é, está agindo como um frangotê, olhe o seu tamanho e parê de ser fresco! Foi só um cocozinho! Um ou dois banhos e o cheiro desaparece. Frangote? Como ousa? Um nervoso sobe e sinto meu limite chegar, odeio quando me pedem para eu relaxar se estou nervoso e detestei, muito mesmo, o frangote fresco. Ela pode ser muito fofa e linda, mas é irritante. Se está acostumada a tomar banho de merda, eu não estou! - Olhe o seu tamanho você, sua caipira em miniatura! Quem foi o maluco que te deixou manusear uma coisa que, evidentemente, não tem competência? Já pensou que poderia ser um idoso no meu lugar ou uma criança? Deus, quanto amadorismo... Não deveria estar aqui fazendo isto, é perigoso! Seus olhos verdes azulados ganham um tom mais escuro e posso sentir as faíscas saindo deles. Ela endireita o corpo, abre e fecha a boca... Suas mãos saem dos bolsos e vão parar na cintura. Seu belo e sujo rosto contorce em indignação. Seu nariz arrebitado franze por causa do bico que surge em seus lábios carnudos. Merda, provoquei a caipira com vara curta! - Olha aqui, seu mauricinho cretino de uma figa! Pro seu governo, o seu tamanho é que está fora dos padrões, parece uma até um coqueiro anabolizado. Seu poste de luz mal-educado! E... e... e o incompetente é você... E... e provavelmente analfabeto! Não leu a placa, não? Somente pessoal autorizado e o CUI-DA-DO ! - pontinhos avermelhados brotam em seu pescoço enquanto faz aspas ressaltando o cuidado. Filha da mãe, que bocuda atrevida! - Não preciso de autorização. - retruco. - Ah é? Deus, como é metido. Deixe ver seu crachá. Aposto que não tem, né? - desafia. Gargalho. - Não preciso de um. Entro e saio na hora que eu bem entender! - sei que estou sendo arrogante e provavelmente ridículo, mas esta caipira encrenqueira e bocuda fez meu sangue ferver. - Sabe com que está falando? - Jura? - grita. - Jura mesmo, que vai usar esse golpê velho e patético? - agora quem gargalha é ela e me irrito mais. - Não me interessa quem é você! Se trabalhasse aqui, saberia do memorando avisando que o prédio está fechado para dedetização. E, se trabalhasse mesmo aqui... - arqueia uma sobrancelha - Saberia que só se entra com crachá. O acesso todo é automatizado. Ninguém chega aos elevadores sem um. - faz cara de cheque mate. Ok. A loirinha atrevida fez um belo ponto. Eu não assino memorandos, isto é coisa do RH e confesso que não tenho tido muito interesse ou tempo, para ler os milhares de e-mails que disparam para mim todos os dias. Quanto ao crachá... Foda-se, eu não preciso de um, tenho minha própria entrada com garagem e elevador exclusivos. Nunca usei a porta da frente, apesar de ter sido eu a exigir um acesso seguro e todo automatizado.

            
            

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