Capítulo 10 O confronto

"Que bobagem é essa?! Você sabe muito bem que não fui eu que...", Brandon retrucou enfurecido.

"Foi sim! É verdade! Se não acredita em mim, pergunte ao Terence. Ele me ligou mesmo", Paul o interrompeu e se explicou apressadamente.

Pelo jeito, Paul não estava mentindo. Diante daquilo, Brandon ficou naturalmente confuso.

Será que o filho dele realmente fizera aquilo?

"Não acredito! Então quer dizer que o filho do reitor pode dar deméritos a torto e a direito a quem quiser?!", Kasie torceu o nariz com desdém.

Ao ouvirem a conversa entre Paul e Brandon, os estudantes presentes começaram a vaiar.

Alguns deles até pegaram seus telefones para postar sobre isso na internet.

Carlos observou com muito desgosto o que estava se desenrolando defronte a ele.

Brandon olhou para a multidão e ficou mortalmente pálido. Começou a se tremer todo.

'Este problema com Debbie não é grande coisa, mas pode se tornar um escândalo, afinal. Agora que Carlos está a par do que está ocorrendo, ele pode retirar seu investimento se eu não resolver este abacaxi logo!'

Com isso em mente, Brandon virou-se para Paul resolutamente. "Traga Terence aqui agora mesmo!", ele rugiu.

"É para já, senhor!" Paul pegou seu celular, cheio de pressa e todo desajeitado, e ligou para Terence, pedindo-lhe que viesse de pronto.

Quando recebeu o telefonema, Terence estava ocupado com Gail. Nem lhe passou pela cabeça que havia algo de errado ao saber que seu pai queria vê-lo. Como sua mesada já estava quase no fim, então resolveu ir ver o papai, com Gail em seu encalço.

No entanto, ele mal esperava pelo que lhe aguardava. Assim que eles chegaram, Brandon puxou sua orelha e o repreendeu: "Seu pirralho! O que diabos você fez?"

"Ai! Pai, do que você está falando?" Terence gritou de dor. Antes que ele pudesse compreender o que estava se passando, Brandon o arrastou até Debbie.

"Peça desculpas a ela agora mesmo!"

Quando Terence viu Debbie, a ficha caíu. Franzindo a testa com desdém, ele desferiu: "Você me caguetou para o meu pai, é? Sua cadela! Você me paga!"

Debbei desferiu-lhe um sorriso zombeteiro com total indiferença, completamente inabalada.

"Jesus Cristo!"

Brandon ficou tão bravo que deu um tapa na cara do filho. Ele era um baita cara de pau! Quanta ousadia xingá-la assim na frente de todo mundo!

"Pai, o que...? Por que você me bateu?! Foi ela que me seduziu! Ela é uma sem vergonha! Ela até armou um barraco no bar. Uma mulher como ela merece um demérito!" Terence pôs-se a tecer seus contra-argumentos infundados com os braços cruzados sobre o peito.

As narinas de Kasie se dilataram de ira. Com o indicador em riste, ela proferiu: "Debbie é uma garota decente. Ela nunca se engraçaria com um verme como você! Já faz mais de um ano que você está correndo atrás dela, e ela sempre te rejeita. A escola inteira sabe disso. Como você ousa inventar historinhas agora? Você deve estar despirocando! É óbvio que você guarda rancor dela por não ter conseguido conquistar o coração dela!"

"Sua...!" Kasie acertou em cheio em suas declarações. Terence chegou a ficar roxo de raiva.

Gail, que estava ao lado dele, pôs-se imediatamente a defendê-lo. Ela fez um beicinho e fingiu um olhar inocente. "Como é que você pode dizer algo assim? Ele gostava de Debbie antes, é verdade. Mas são águas passadas. Agora ele me ama. Além disso, é verdade que Debbie armou confusão no bar. Se ela não for punida, será um péssimo exemplo para o corpo estudantil."

Gail espremeu uma ou duas lágrimas enquanto discursava.

Embora ela não fosse tão bonita quanto Debbie, ela ainda era uma das garotas mais bonitas da escola. Diante de semblante de vítima dela, alguns dos estudantes acharam que ela estava certa. Os corações deles se amoleceram a seu favor.

"É verdade! Debbie é uma encrenqueira. Lembra do que aconteceu com Harold?"

"Gail tem razão. E se os outros decidirem seguir os passos de Debbie? Manchará a reputação da escola!"

Terence, que antes estava perplexo, retomou sua postura arrogante. "Viu só? Debbie merece um demérito. E é verdade que ela tentou me seduzir."

Debbie revirou os olhos diante da tremenda audácia de Terence. Ela catou o celular do bolso, o desbloqueou e apertou um botão.

Uma voz arrogante e obscena soou nos alto-falantes do telefone.

"E aí, Debbie, queridinha. Qual é a sensação de receber um demérito? Ficou chateadinha, é?

Um suspiro coletivo emergiu do mar de gente.

Era a voz de Terence!

Todos ficaram em silêncio.

Debbie deixou a gravação terminar.

"Você que pediu por isso. Quem mandou incomodar minha namorada? Eu tenho uma proposta. Transe comigo e eu ajudo você a se livrar deste problema."

As palavras "transe comigo" fizeram todos se virarem em fúria para Terence.

"Que diabos? Que atrevido! Mas é um cara de pau, sem vergonha!"

"Porco chauvinista! Só porque ele é o filho do reitor, acha que pode forçar a garota mais gata do campus a ir para a cama com ele!"

"Como se não bastasse, ele disse que fez isso por Gail! Talvez Gail esteja por trás disso também!"

Todos estavam do lado de Debbie agora.

A possibilidade de Debbie ter gravado a conversa nunca passara pela cabeça de Terence. Antes que a gravação terminasse, ele correu para pegar o telefone dela. "Debbie, sua vadia!"

"Desgraçado!"

Brandon estava com tanta raiva que suas mãos tremiam. Ele foi até Terence e o chutou na canela. Terence imediatamente gritou de dor e caiu no chão, implorando por misericórdia.

"Pai, não é verdade. Essa gravação é falsa. Fui eu que fui injustiçado. Gail é testemunha. Foi Debbie que tentou me seduzir!"

Era óbvio que não passava de uma mentira deslavada, de uma tentativa desesperada de livrar sua própria cara.

Desde que não admitisse o erro, seu pai podia ajudá-lo a se safar daquela. Se tivesse sorte, as coisas até podiam voltar ao normal, como se nada daquilo tivesse acontecido.

Gail ficou putaça com aquele flerte descarado, com aquela tentativa de traição. Só que como Terence é que a bancava financeiramente, ela não teve escolha a não ser defendê-lo.

"Senhor Brandon, eu juro que Terence é inocente!", Gail apressou-se em defendê-lo com as mãos juntas diante do peito.

Debbie observava impassível a tentativa inútil dos dois tentaram salvar-se da humilhação.

Ela abriu a boca e estava prestes a dizer algo quando Carlos, que estivera em silêncio o tempo todo, de repente falou.

"Então por que não verificamos o áudio?"