Capítulo 5 Ela não merece visitar um estabelecimento de prestígio como este

Antes que ele pudesse completar com as palavras "senhorita Debbie", Emmett foi interrompido por uma voz bem alta. "Olá! Você por aqui!"

Debbie se aproximou dele e o puxou para o lado antes que ele pudesse reagir.

Ele ficou parado, mirando-a confuso. "Senhorita Debbie, o que foi? Gostaria de apresentá-la ao senhor Carlos, já que é a primeira vez que vocês se encontram."

Debbie queria cair na gargalhada. Ela e Carlos estavam casados há três anos, e ainda assim precisavam de outra pessoa para apresentá-los.

Debbie se inclinou e sussurrou: "Obrigada, Emmett, mas não precisa. Eu já pedi a Philip que lhe entregasse a papelada do divórcio, então vamos dispensar as formalidades."

"Divórcio? Vocês vão se divorciar?" Emmett ficou tão chocado que recuou um passo e a encarou com espanto.

Ela devia estar com algum problema na cabeça. Carlos era podre de rico. E ela era quem tomara a iniciativa de pedir pela separação?

Debbie agarrou a bainha de seu vestido e rebateu com timidez: "Sim. Mas fica só entre nós, tá? Prefiro evitar fofocas descenessárias."

Quando Emmett voltou, Carlos tinha acabado de pagar pelas compras de Olga.

Seus olhos frios pousaram no rosto de Emmett por um momento. Ele fechou a cara quando se recordou do beijo de Debbie na noite anterior. Então, anunciou com indiferença: "Emmett, não estou nem aí qual é a relação de vocês dois. Só exijo que você a expulse imediatamente do Shining International Plaza. Ela não merece visitar um estabelecimento de prestígio como este."

"Mas senhor Carlos...", Emmett timidamente apelou.

"Você por acaso não ouviu a ordem do senhor Carlos, Emmett? Pois vá e obedeça agora mesmo", Olga interveio com arrogância antes que ele pudesse concluir. Ela ficou bem feliz com a ordem de Carlos.

Se Carlos queria enxotar Debbie de lá, só podia ser por causa dela.

"Mas, senhor Carlos, ela é..."

Emmett estava em um dilema. Carlos queria que ele expulsasse a esposa do dono do Shining International Plaza. Como é que ele conseguiria tal façanha? Ele ainda tinha esperança que Carlos mudasse de ideias, portanto resolveu insistir.

Só que quando se deparou com o olhar frio de Carlos, optou por se calar. Ele se virou para os guarda-costas atrás dele e ordenou: "Peçam a eles que façam a gentileza de se remover deste estabelecimento, por favor."

Emmett tentou ser o mais respeitoso possível com Debbie. Que azar o dele de estar no meio de um imbróglio entre seu chefe e sua esposa.

Debbie, que estava bisbilhotando, ouviu a ordem.

"Não precisa pedir, não. Nós nos retiramos por vontade própria." Em seguida, Debbie pegou a sacola de compras da vendedora e saiu da loja.

Uma pontada de perplexidade atravessou os olhos de Carlos enquanto ele observava a silhueta de Debbie partindo ao longe.

Olga olhou para as costas de Debbie e depois ajustou sua expressão. Ela pegou o braço de Carlos e disse baixinho: "Senhor Carlos, estou com fome. Que tal irmos para o quinto andar de Alioth?"

Carlos virou-se para Emmett e demandou: "Você primeiro."

Emmett ignorou todas suas dúvidas e pôs-se a guiá-los.

Enquanto isso, Debbie e seus amigos já estavam na entrada do Shining International Plaza.

De repente, Debbie parou, virou a cabeça e olhou para Jared e Dixon. "Obrigada de coração por carregarem nossas compras, meninos. Que tal irmos ao quinto andar de Alioth para fazermos uma refeição antes de irmos embora? Por minha conta."

Jared ficou pasmo. Ele se jogou teatralmente nos braços de Dixon, que estava atrás dele. "Dixon... Será que ela enlouqueceu?"

Dixon também ficou estupefato. Debbie estava agindo bem estranho naquele dia.

Uma refeição lá custava os olhos da cara. Poucos eram os seres humanos que podiam se dar ao luxo de comer lá.

Kasie calmamente chutou o pé de Jared e proferiu: "O carro de Debbie vale mais de dez milhões de dólares. Ela tem grana mais do que o suficiente para pagar. Você por acaso a está subestimando?"

Jared achou que Kasie tinha razão. Então ele se emprumou e desamassou as roupas. Só que... Mesmo que Debbie pudesse pagar, o difícil seria conseguir uma mesa disponível lá. Era preciso fazer uma reserva com muita antecedência. Então ele argumentou: "Já está na hora do almoço agora, então talvez não haja mesa disponível para nós."

Ele lembrou-se de que sempre que seu pai convidava os mais importantes membros do alto-escalão da sociedade para uma refeição em Alioth, ele tinha que fazer uma reserva com uma semana ou meio mês ou até três meses de antecedência.

Debbie, todavia, não estava dando ouvidos a Jared. Parecia não estar nem aí. Mesmo que seu marido estivesse mimando uma outra piriguete com compras caríssimas. Ao que tudo parecia, cada uma daquelas sacolas nas mãos de Emmett custava ao menos dez mil dólares. Ou talvez até centenas de milhares de dólares.

A mesada de Carlos para Debbie era na verdade uma quantia enorme. Mas ela achava que, sendo apenas uma estudante, não precisava de tanto dinheiro, então ela só pegava uma pequena quantia de cada vez. E pelo jeito, Philip estava guardando o resto para ela. Ela nem perguntava mais a respeito.

Debbie não queria desperdiçar a grana de Carlos, então nunca comprava coisas caras demais. A outra, no entanto, só estalou os dedos e ele pagou por tudo que ela lhe pedira. Debbie é que era a esposa de Carlos, então por que o dinheiro dela tinha que ser todo contadinho? Ela não devia ter que ficar fazendo contas para comprar o que queria. Devia poder ter tudo do bom e do melhor.

Enfim, eles já iam se divorciar de qualquer jeito. Por isso, ela decidiu aproveitar sua vida de ricaça ao máximo agora.

Debbie virou-se para olhar para seus amigos, que ainda estavam discutindo sobre Alioth. Ela achou que valia a pena convidá-los para um banquete.

Então ela pegou o telefone e ligou para Philip.

A ligação durou um minuto. Depois de desligar, ela se virou para eles novamente. Eles a observavam com espanto.

Ela, contudo, calmamente pronunciou: "Vamos, então?"

"Aonde?", Kristina inquriu com cautela.

Debbie sorriu e respondeu: "Ué? Almoçar, claro."

Em seguida, ela pôs-se a guiá-los.

Alguns minutos depois, eles chegaram a Alioth.

Debbie estava esperando que o garçom confirmasse a sala privada reservada em seu nome quando o elevador do quinto andar abriu novamente.

O homem que saiu primeiro exalava uma aura extremamente imponente, impossível de ignorar.

Debbie apertou o peito, estupefata. Antes de pedir o divórcio, falar com Carlos era mais difícil do que ir para o céu. No entanto, desde que formalizara o pedido da separação, já era a terceira vez que o encontrava.

Será que ele não estava deliberadamente aparecendo diante dela de modo a chamar sua atenção e a fazer repensar o pedido de divórcio?

"Já falei para expulsá-la daqui", as cinco palavras despertaram Debbie de seus pensamentos

O gerente enxugou o suor frio da testa e explicou nervosamente: "Senhor Carlos, foi Philip que reservou a mesa para estes convidados."

Carlos olhou para os universitários depois de ouvir o nome de Philip, e apontou para Debbie: "Os outros podem ficar, mas ela tem que ir embora agora, Emmett."

Olga, que ficou o tempo todo em silêncio, quase rachou o bico. Ela ainda achava que Carlos estava fazendo tudo aquilo por causa dela.

Emmett, por outro lado, estava realmente confuso. Carlos mal conhecia Debbie. Então por que continuava a antagonizando? Ao que tudo indicava, ele a odiava do fundo da alma.

Emmett ficou sem reação por meio minuto. Então Carlos perdeu as estribeiras. Ele lançou-lhe um olhar fulminante e inquiriu: "Será que é tão difícil assim para você obedecer a uma ordem tão simples, Emmett?"

Emmett ficou apavorado. Ele retrucou de imediato: "Não, senhor Carlos. Não é isso. É só que ela é... Na verdade, ela é..."