Capítulo 2 1

- Mais forte!! - digo em bom som.

Sinto um calor descer pela espinha, intensificando a dor crescente entre minhas pernas.

Me viro com o coração batendo mais forte por causa do tesão. Lembrando da última vez em que fizemos sexo e os hematomas que decoraram minhas coxas por dias.

Sabia que André não estava bem o suficiente para algo tão intenso, devido a um tiro que havia tomado recentemente, mas isso não diminuiu meu meu desejo de trepar constantemente com ele.

Com ele, o desejo e a adrenalina andavam de mãos dadas.

Quando estou posicionada de forma satisfatória para ele, com a bunda na altura da virilha dele, ele se aproxima e prendeu os dedos na minha calcinha, puxando-a até os joelhos.

Estremeço ao sentir o toque dele e meu sexo se contrai. Ele geme, subindo a mão pela minha

coxa até ficar entre minhas dobras.

- Sua boceta está tão molhada - sussurra ele ao colocar dois dedos grandes dentro de mim - Tão molhada e tão apertada... Você quer isto, não quer,minha putinha? Quer que a possua, que foda você...

Gemo quando ele moveu os dedos, atingindo um ponto que faz com que meu corpo inteiro estremecesse.

- Sim... - Mal conseguia falar quando ondas de calor me invadem, enevoando minha mente. - Sim, por favor...

Ele solta uma risada curta, um som baixo e cheio de prazer sombrio. Tirando os dedos, me deixa vazia e latejando de desejo. Antes que conseguisse protestar, ouvi o barulho de um zíper sendo aberto. Em seguida, senti a cabeça grande e lisa do pênis contra as coxas.

- Ah, eu vou sim - murmura ele, guiando o pênis em direção à minha abertura. - Vou

dar tanto prazer a você - A ponta do pênis me penetrou, fazendo com que eu prendesse a respiração - que irá gritar pra mim. Você vai gritar, não vai?

Sem esperar resposta, ele segurou meu quadril e me penetrou profundamente, fazendo com

que eu soltasse uma exclamação.

Como sempre, a penetração mexeu com meus sentidos, me estendendo quase ao ponto da dor. Se não estivesse tão excitada, ele teria me machucado.

Mas aquilo só adicionou um toque delicioso, intensificando minha excitação e inundando meu

sexo com mais fluido. Com a calcinha presa na altura dos joelhos, não conseguia abrir mais as pernas e ele parecia imenso dentro de mim.

Esperei que ele começasse a se mover em um ritmo brutal, correspondendo à penetração

inicial, mas André se moveu lentamente. Ele se moveu de forma lenta e deliberada, com cada movimento calculado para maximizar meu prazer. Para dentro e para fora, para dentro e para fora... Era como se ele estivesse me acariciando por dentro, provocando cada sensação que meu corpo era capaz de produzir. Para dentro e para fora, para dentro e para fora.

Estava perto do orgasmo, mas não conseguia chegar lá, não com ele se movendo tão devagar. Para dentro e para fora...

- André - Gemo. Ele se moveu ainda mais devagar, fazendo com que eu choramingasse frustrada.

- Me diga o que quer. Vai! - murmura ele, retirando o pênis quase todo. - Me diga exatamente o que quer.

- Trepa comigo - Respondo, agarrando o lençol. - Por favor, só me faça gozar.

Ele ri de novo, mas foi um som tenso, com a respiração pesada e irregular. Senti o pênis

aumentar ainda mais dentro de mim e contraí os músculos em volta dele, tentando fazer com que

se movesse um pouco mais depressa, com que me desse aquele pequeno extra de que precisava.

E finalmente ele fez isso.

Segurando meu quadril, aumentou o ritmo, me penetrou com mais força e mais depressa. As investidas reverberaram em mim, lançando ondas de prazer que irradiavam de minha boceta. Agarrei o lençol e meus gritos ficaram mais altos à medida que a tensão dentro de mim se tornou intolerável... até que eu explodisse em um milhão de pedaços, com o corpo pulsando em volta do pênis enorme.

Ele geme, enterrando os dedos no meu quadril, o sinto pressionar a virilha contra minha bunda e o pênis pulsar ao gozar.

Quando tudo terminou, ele se afastou, dando um passo atrás. Tremendo por causa da intensidade do orgasmo, caio de lado e viro a cabeça para olhar para ele.

André estava de pé, com a calça aberta, e seu peito subia e descia com a respiração pesada. A

expressão dele estava ainda cheia de desejo ao olhar para mim. Seu olhar estava fixo em minhas coxas, onde o esperma escorria lentamente.

Envergonhada, apesar de sempre transar com ele, olho em volta do quarto, procurando algo com que me limpar. Por sorte, havia uma caixa de lenços de papel em uma prateleira perto da cama. A pego, usando um lenço para limpar prova do que acabamos de fazer.

André observou minhas ações em silêncio. Em seguida, recuou e sua expressão se fechou novamente quando enfiou o pênis amolecido dentro da calça e puxou o zíper.

Pegando o cobertor, o puxo para cobrir meu corpo nu. Subitamente, me senti fria e exposta

quando o calor dentro de mim se dissipou.

Normalmente, ele me abraçaria depois do ato

sexual, reforçando nossa proximidade e sendo gentil para compensar a violência que eu gostava.

Naquele dia, no entanto, ele não parecia inclinado a fazer isso. E mesmo não tendo nada sério com ele, me senti incomodada.

Havia conhecido André, da mesma forma que conheci alguns moradores.

Vinham até mim sempre com um propósito: receber ajuda. E a maioria dos problemas girava em torno de dinheiro, algo que já quase não lembrava como havia sido viver sem no passado.

No dia fatídico que o conheci, há mais ou menos três meses, seus olhos vermelhos estavam cheios de lágrimas e a voz apesar de querer mantê-la firme, tremulava.

Por alguma razão, soube que minha decisão, significaria muito.

Assim como os outros naquela fila, queria ajuda, especificamente para sua mãe, dona Laura, que trabalhava como auxiliar de limpeza em um prédio e que por causa de um câncer de mama que se espalhou pelos dois seios, precisou parar de trabalhar.

Na mesma semana do diagnóstico, a moto que André usava para trabalhar, foi apreendida pela polícia por estar irregular, desta forma, tirando o segundo meio de sustento da família.

A primeira quantia que veio em minha mente, disse e vi a surpresa estampada no rosto dele, enquanto com os lábios entre abertos e um sorriso hesitante no rosto , olhava sem acreditar para as pessoas na fila e para mim.

20 mil não me parecia muita coisa atualmente. Sabia que faria muita diferença para a Maria de antes, que saiu do interior do Ceará com uma falsa promessa e quer praticamente aquele valor a salvaria da fome e da miséria.

Dona Laura se curou, graças ao diagnóstico precoce e dois meses depois, já estava novamente trabalhando.

Na manhã do dia seguinte, André estava na frente da minha casa, estava disposto apagar a "dívida" que havia adquirido comigo. E apesar de eu não querer que ele entrasse no tráfico, a todo passo que eu dava, ele me seguia, fazia questão de se mostrar presente e de estar disponível a qualquer hora.

Acabou que quando percebi, André praticamente havia se tornado meu homem de confiança e que por ter frequentado o exército, havia o deixado encarregado exclusivamente do armamento da favela e principalmente em ensinar os novos soldados que chegavam.

E não demorou para que ele estivesse em minha cama.

André era um homem desejável. Alto, bravos musculosos e um sorriso estreito. Dono dos olhos verdes mais hipnotizante que já conheci e de uma pele negra que refletia toda a sua magnitude.

Havia conseguido me surpreender de todas as formas na cama. Era tudo que ainda não tinha conhecido. Sua prioridade, sempre, era me dar prazer primeiro. Era fazer com que me sentisse completamente satisfeita e relaxada quando terminávamos e quando isto acontecia, sempre me abraçava em silêncio, permanecendo desta forma até eu quebrar o contato.

Mas naquela manhã, ele estava estritamente estranho pela primeira vez. Não havia me abraçado e estava quieto, me parecia incomodado com alguma coisa.

- Tá tudo bem? – pergunto finalmente.

- Tá sim – diz me dando uma rápida olhada.

- Algum problema com o armamento? – Ele me olha, franzido levemente o cenho.

- Tá tudo em ordem.

Franzo os lábios, os movendo de um lado para o outro.

- E sua mãe? Está bem?

- Graças a Deus e você, tá sim.

Continuo olhando ele por alguns segundos, sem descobrir necessariamente o quê estava o incomodando.

Mantendo o cobertor ao meu redor, começo a levantar, notando a mão dele estendida na minha direção antes mesmo de levantar.

Usando a mão dele como apoio, levanto, entrando no banheiro, me livrando do cobertor.

Com os olhos fechados, sinto a água quente em minhas costas, enquanto passava as mãos pela minha barriga arredondada que, quase sem notar, não vi crescer.

Se me concentrasse, lembrava com exatidão do primeiro ultrassom, principalmente do choque s que se instalou em mim, quando vi na tela do aparelho duas bolsas gestacionais. No caso, dois bebês.

Se eu já tinha dúvida se iria conseguir cuidar de um bebê, mesmo sabendo como cuidar de um, o quê dirá de dois. Praticamente teria que lidar com as necessidades de dois bebês ao mesmo tempo. Isto me amedrontou e me fez me questionar.

Não havia nada que garantisse que eu veria aquelas crianças crescerem. Não quando estava afundada até o pescoço no crime.

André, como todas as manhãs que me acordava com sexo matinal, me esperava do lado de fora do banheiro com meu roupão, no qual me ajudava a vestir.

Seus olhos vagam pelo meu rosto, quando me viro para ele, enquanto amarrava as pontas do roupão.

Usando as costas da mão, a desliza pelo lado do meu rosto. Um gesto no qual, já estava habituada, mesmo tendo deixado claro que entre nós dois, só haveria trepadas casuais ou pelo menos, até durasse o meu tesão que havia duplicado durante aquela gestação.

Feito isto, ele me deixa sozinha. Me visto, me perdendo na minha lista mental de tudo que tinha que fazer, só naquele dia, ao desembaraçar meu cabelo.

Desço os degraus da escada, sendo guiada pelo cheiro de café até a cozinha.

Sentada na cabeceira oposta da mesa onde eu iria sentar, Lidiane tomava seu café, não dando muita importância para a presença de André que, se movia silenciosamente, colocando tudo que eu gostava de comer ao meu redor.

Meu tesão, só perdia para a fome constante que eu sentia.

- Vai precisar de mim agora de manhã? – Ele pergunta, quando começo a comer.

- Se precisar. Eu ligo.

Ele assenti, saindo das cozinha.

Lidiane suspira, colocando a sua caneca sobre a mesa de vidro.

- Já perdi as contas de quantas vezes vi ele saindo do seu quarto, só essa semana.

Dou de ombros.

- Precisava gozar e ele sempre está disponível. E se fizesse isso, me daria razão e não iria tá com essa cara – Alfineto, esperando uma de suas reações, entretanto, não há. Lidiane mantém os olhos fixos na caneca em sua frente, perdida em pensamentos. Normalmente, aquele não era o jeito dela – Qual é o problema da vez? – pergunto em tom humorado.

- Nós duas sabemos que é questão de tempo até Gael tomar o que é dele de volta.

- Não digo que ele não pode tentar, ele pode. Mas nada garante que ele vá conseguir.

O número de soldados havia aumentado, juntamente com o armamento utilizado. Fiz questão de garantir que o Complexo do Alemão se tornaria um forte bem e que ninguém se aproximaria se não quisesse.

Todas as possíveis entradas estavam sendo vigiadas 24 h por dia e mesmo com as batidas policiais e com as apreensões dos meus soldados, continuava tudo sob meu controle.

- É questão de tempo – Não falávamos muito do Gael. A verdade era que não tinha notícias dele desde que Marco havia sido preso, mesmo ele não dando as caras, ainda era um perigo pra mim, mas não um perigo que exercia de imediato minha atenção.

Um perigo no qual não sabia lidar.

- Ainda tenho uma carta na manga.

- Até quando?

- Até quando eu quiser.

Naquele momento tinha um problema não tão importante como Gael, mas continuava sendo importante.

Quando se tratava de ir fazer as visitas, na Grande maioria das vezes, Lidiane preferia ficar no carro. Desde o dia em que a obrigue fazer uma escolha, ela parecia temer chegar perto dele.

Mas acabou que ela me acompanhou até o barraco, algo que me fez ter a certeza que algo estava acontecendo.

Quando abro a porta de madeira, somos recebidas pelo ar quente do cômodo, que não tinha nenhuma ventilação.

Sentado no meio da cama, com as costas encostadas na parede, Rubinho tinha uma corrente no pé, reduzindo sua movimentação.

Apesar de sua aparência amarela, parecia saudável para mim. O tiro que havia dado em sua perna, já havia cicatrizado e poderia afirmar que estava pronto para outra.

- Com todas essas visitas matinais, vou começar achar que quer foder comigo - Ergo uma sobrancelha, balançando a cabeça devagar de um lado para o outro. Ele aponta para Lidiane – Essa cachorra aí sabe que não brinco em serviço - Lidiane se mantinha na porta, os olhos fixos em Rubinho e o maxilar tencionado. Ele volta a olhar para mim – Mas as duas putas não estão aqui pra chupar meu pau.

- Prefiro ficar banguela – digo com um meio sorriso.

- Pode ter certeza que Gael vai fazer mais do que deixar você banguela.

Respiro fundo, mantendo minha calma.

As pessoas, principalmente Rubinho, tinha que tirar aquela ideia fixa da cabeça que eu tinha medo do Gael.

Ele que tinha que ter medo de mim.

- No momento não é Gael que está me causando problema. Mas sim a polícia – Estavam começando a tirar minha paciência com todas aquelas batidas na favela e com a cogitação de invadir com o exército.

- Devia saber que isto aconteceria se tomasse frente do Morro. Gael sabia lidar muito bem com eles.

Reviro os olhos impaciente.

O fato de ser uma mulher a frente do Complexo do Alemão e por ter assumido após a "fuga" do ex atual dono, complicação a situação para meu lado.

A polícia não era os únicos inimigos que havia adquirido. Havia as facções rivais, que não desistiram em querer minha cabeça em uma bandeja de ouro ( Não gosto de prata) e mesmo eu pedindo "proteção" aos meus possíveis "aliados", não era levado a sério. Mesmo com um faturamento invejável com toda a droga e quase ficando sem nada ao prestar contas.

Gael com certeza não tinha os problemas que eu tinha naquele momento e era respeitado acima de tudo.

- O que faço com eles? – Era a pergunta que vinha me fazendo sempre, desde que começaram a se tornar uma pedra no meu sapato.

- Tem que dar o quê os vermes quer. Algo que eles ache que estão se beneficiando.

- Com as apreensões frequentes, o faturamento caiu. Não tem como eu oferecer propina.

- Tá aí um problema – diz com os olhos fixos no vazio pensativo.

- Preciso de uma solução.

- Não posso fazer muita coisa aqui dentro.

Estreito meus olhos, erguendo um dos cantos da boca num sorriso.

- Você não vai sair daqui.

Ele sorri.

- Não confia em mim? - Olho para as marcas de unha que havia deixado em seu rosto.

- Quer mais marcas dessas?

- Vou devolver. Em dobro. E você também, putinha do caraio – diz fuzilando Lidiane com o olhar - Vai se arrepender de ter me traído.

- Próxima vez que eu vim, vai ser com uma focinheira – Dou as costas para ele, puxando Lidiane para fora do barraco, batendo a porta por último.

Infelizmente, Rubinho ainda mexia com Lidiane. Era algo que dava para perceber quando eu mencionava o nome dele ou quando simplesmente ele ameaçava ela aos gritos, para que o ouvisse do carro.

- Só preciso dele por mais algum tempo. Depois disso, mando terminar o quê começamos- digo trancando novamente o barraco, olhando para Lidiane que olhava para o mato ao redor – Não tá assim por causa dele, não é?

Ela solta o ar dos pulmões.

- Maria.

- Sei que você gosta dele. Mais ele não presta! E tenho certeza que na primeira oportunidade que ele tivesse, mataria nós duas.

- Maria!

- Tá. Pode dizer que estou enganada e que não conheço ele bem o suficiente.

- Marco foi solto.

Tudo ao meu redor parece desacelerar e em minha mente só vem o rosto sorridente de Marco. O sorriso no qual era apaixonada.

Naquele momento meus problemas não parecia mais ter importância e só o que importava, era ele.

            
            

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