Capítulo 4 Algo que jamais vou esquecer

Assim que o desafiei me arrependi, pois percebi como ele me olhou sem entender o motivo das minhas palavras e sem entender o meu comportamento atrevido.

- Você está certo. Vou agora mesmo colocar uma roupa mais confortável. - Falo e me afasto antes que ele diga algo. Entro no quarto e suspiro. Merda!

Não posso estragar tudo agindo de forma imatura, pois é claro que ele me vê como mulher, mas não como uma mulher que pode ser sua.

Coloco uma calça folgada por cima do pijama e retorno para cozinha.

- Acho que assim está melhor! - Falo sorrindo pra quebrar qualquer clima tenso.

- Muito melhor. Desculpe se fui grosso com você. Claro que você pode usar suas roupas normalmente, só tenha cuidado com as roupas de dormir e roupas íntimas, pois não é legal. - Falou encarando meus olhos.

Senhor que vontade de beijar este homem!

- Ok, tio! Vamos comer a pizza antes que fique fria.

Comemos juntos e conversamos besteiras e o ocorrido ficou no passado como tem que ser!

Eu o amo tanto que não quero decepcioná-lo. Quero que ele desenvolva uma paixão por mim, e que me deseje assim como eu o desejo.

No dia seguinte, acordo cedo e preparo nosso café da manhã. Faço um suco de cenoura para ajudar no bronze e quando estou terminando de comer, meu tio aparece para tomar café.

- Bom dia! - Diz e beija minha testa.

- Bom dia, Tio. Tem certeza que não quer ir à praia comigo? Pergunto, pois ele disse que vai à noite pra boate, mas que não quer ir à praia.

- Não, pode ir aproveitar com sua amiga. - Fala.

Decido não insistir e vou me arrumar. Quando Sandra chega a minha casa, eu já estou pronta.

- Isabela do céu! Eu quero uma lasquinha do seu tio. Que homem é aquele. - Diz.

- Deixe de besteira que ele é comprometido. - Comigo quis acrescentar.

- Eu não sou ciumenta. - Fala dando risada.

- Sandra quero que tire uma foto minha aqui na varanda. – Falo mudando de assunto. Decidir tirar uma foto de biquíni e colocar no meu Instagram para movimentar a rede social, mesmo sem ter ninguém que me interesse, pois quem eu quero não me quer! Sofrência de Marília Mendonça!

Chegamos à praia com nossas cadeiras e não demoramos a nos esticar para tomar sol. Eu amo a marca do biquíni em meu corpo.

- Eu até chamei o Pedro para vir e ele me disse que se desse daria um pulo aqui. Você sabe que ele tem uma queda por você desde o ensino médio. - Sandra fala do seu irmão e me lembro dele vagamente.

- Eu não tenho interesse de me envolver com ninguém, Sandra. - Falo firme, pois não quero mais ninguém, apenas ele.

- Bela você nunca se envolveu com alguém esse tempo inteiro que esteve fora do Brasil, você nunca fica com ninguém e nunca falou de nenhum homem. Você sabe que é raro uma mulher na sua idade ainda ser virgem. - Sandra fala.

- Eu sei, mas a verdade é que o homem que eu amo nunca poderá ser meu. - Falo e tento mudar de assunto.

- Como assim Isabela? Você não pode falar algo assim e mudar de assunto.

- Um dia quando superar esse sentimento te conto, mas por favor, não quero falar disso agora. - Falo e ela percebe que esse assunto me deixa triste.

Mudamos de assunto e algumas horas depois Sandra murmura.

- Bela, aquele ali correndo na praia não é seu tio? - Eu o vejo passar correndo com uma sunga branca. Sunga branca é covardia demais!

O meu corpo fica ainda mais quente!

Ele não está me vendo, então aproveito para secá-lo completamente com os olhos. Vejo quando ele entra no mar e decido entrar também, porém ele não me viu e por estar distraída não vi uma onda enorme que me atingiu!

Tentei respirar, mas não conseguia... Escuridão!

Guilherme Casagrande

Assustei-me quando ouvi Sandra gritar o nome de Isabela. Algumas pessoas olhavam para o mar, porém não estava vendo onde ela estava. Nadei e procurei pela minha sobrinha que parecia estar se afogando.

Meu coração batia desesperado contra o peito, pois tem pouco mais de 24 horas que o pai dela foi embora e acontecer uma merda assim é foda. Encontrei seu corpo desacordado no mar e comecei a fazer reanimação e respiração boca a boca.

- Reage Isabela... Pedi e ao fazer a respiração e reanimação novamente ela reagiu e começou a tossir e expelir água. Passei a mão pelo cabelo me sentindo completamente aliviado.

- Você me deu um susto enorme - Falo e a abraço. Ela se afasta um pouco e passa a mão pelo meu rosto de forma carinhosa.

- Você me salvou – Sussurra com um pouco de dificuldade e vejo algumas lágrimas descerem pelo seu rosto.

- Sempre estarei aqui por você. – Falo, limpo seu rosto e a abraço novamente. Aos poucos o ritmo do meu coração volta ao normal, pois se acontecesse algo com ela não me perdoaria. As pessoas que estavam ao nosso redor batem palmas e depois se afastam aos poucos.

- Bela você é doida. Não podia se jogar assim no mar. - Sandra fala se aproximando.

- Vamos para casa. - Falo e ajudo as meninas a pegarem as coisas. Vamos caminhando até o carro e pergunto a Isabela se ela está bem.

- Sim, estou bem! Apenas fiquei um pouco assustada. Foi apavorante Tio - Ela diz.

- Não entendo o que aconteceu, você sabe nadar. Fez natação quando estava na escola. - Falo e olho para ela que se senta no banco do passageiro.

- Na verdade eu me distrair. - Digo um pouco sem graça.

- Isabela você não vai acreditar. - Sandra diz e me entrega o celular dela.

Alguém filmou o que tinha acontecido na praia e o vídeo já circula pelas redes sociais.

- Ah, que merda! Vou ligar para seu pai antes que ele saiba pela internet.

- Oi, Guilherme! - Meu irmão fala animado e Isabela também fala com ele pelo Bluetooth do carro.

- Deixa eu te falar antes que você saiba pela internet. A Isabela se afogou no mar, mas como você já ouviu, ela está bem. - Falo e aguardo ele falar algo.

- Isabela, apenas um dia longe e você se mete em confusão. Você está bem? - Meu irmão perguntou preocupado.

- Sim, papai! Eu estava com Sandra e quando fui nadar uma onda me atingiu, mas meu tio me salvou, então está tudo bem. Não se preocupe. - Minha sobrinha fala e manda um beijo para o pai e desce do carro com sua amiga.

- Eu tinha ido correr na praia e estava próximo quando ela se afogou. Ela está bem! - Falo com Bernardo.

- Guilherme se você precisar de ajuda ou algo do tipo pode falar. Estou me sentindo um pouco mal por deixar essa responsabilidade com você. Querendo ou não a minha filha é jovem e pode acabar te dando dor de cabeça - Ele começa a falar e sei que iria sugerir para nossos pais virem para cá, mas não precisa.

- Bernardo eu posso cuidar dela, não se preocupe, e o que aconteceu poderia ter acontecido com você aqui, ou com nossos pais, mas não se preocupe. - Falo com firmeza e ele fica mais tranquilo.

Entro no apartamento e vou até o quarto de Isabela para ver se ela está bem, mas nada me preparou para a cena que vejo! Fico estático olhando o desenrolar a minha frente...