- Tio... Fica comigo, por favor! – Peço e a última coisa que vejo é ele se deitar ao meu lado na cama.
Demorei mais que o normal para levantar, pois não queria enfrentar a realidade que me espera do lado de fora do meu quarto. Não quero ver meu tio com outra mulher!
Olho para o criado mudo ao lado da cama e vejo que já é uma da tarde! Fecho os olhos quando a porta do meu quarto se abre. Escuto ele me chamar, mas me recuso a abrir os olhos.
- Isabela levanta que quero te apresentar uma pessoa e já está muito tarde mocinha. – Escuto ele falar.
- Tio... me deixa dormir – Resmungo, mas mesmo assim ele puxa meu lençol.
- Nem um minuto a mais! – Fala e puxa minhas pernas. Grito, pois fui pega de surpresa. Eu o agarro pelo pescoço e fico muito próxima do seu rosto. O bebo com os olhos. A porta se abre revelando uma mulher muito bem vestida.
- Interrompo? – A mesma fala e me sento na cama.
- Deixe de besteira Pamela, e venha aqui para te apresentar a minha sobrinha - Ele fala, mas me levanto e me afasto dizendo que vou tomar banho e encontro com eles na sala.
Resolvo que vou agir com maturidade!
Após tomar banho e colocar uma roupa confortável vou encontrar o casalzinho na sala.
- Guilherme ela é uma mulher e não uma criança, vocês a mimam e a tratam como se tivesse dez anos de idade. – Ouço Pamela falar.
- Por qual motivo você está implicando tanto com Isabela sem a conhecer? – Meu tio fala.
- Pronto, Pamela, agora estou adequada para te conhecer, querida! – falo e me aproximo beijando a mesma no rosto.
- Você está tão tensa, o que houve? – Pergunto e olho para meu tio.
- É cansaço da viagem, querida! – Ela responde e a falsidade está exposta na sua voz.
Sentamos na sala e sondo para saber quanto tempo irá durar sua estadia, porém para minha frustração a mesma vai ficar por pelo menos dez dias. Fico pensativa sobre o que vou fazer neste período que a mesma vai ficar aqui em casa, e ao invés de ir para casa de alguma amiga, ou algo do tipo, resolvo que vou ficar em casa e infernizar a vida dessa mulher. Ela vai desejar ir embora o quanto antes.
- Tio pensei que você ia me encontrar na boate ontem - Falo e sondo a reação de Pamela.
- Acabei encontrando motivos para ficar em casa. – Ele fala e a beija na minha frente. Ouço meu coração se partindo.
Decido que vou para casa de Sandra, pois preciso pensar no que posso fazer para separá-los, e ficar aqui me fazendo de forte está me matando.
Ao chegar na casa de Sandra quem abre a porta é Pedro. Vejo que ele parece surpreso ao me ver.
- Oi – Falo e fico sem graça com o jeito que ele me olha.
- Quero falar com Sandra. – Falo.
- Ela está tomando banho. Você quer beber algo? – Fala solicito.
- Não, obrigada. – Falo e pego meu celular.
- Quem é Guilherme? – Pedro pergunta de repente.
- Meu tio – Falo no automático e não percebo que ele está perguntando isso por causa da noite passada.
- Você não se lembra de nada da noite passada? – Pergunta.
- Pedro eu lembro que a gente deu alguns beijos na boate, foi bom, mas foi só isso! – Murmuro.
- Você me beijou e chamou por seu tio, Isabela. Você estava comigo mais estava pensado em outro e o que é pior, no seu tio. – Pedro fala e vejo que está irritado. O tom de discriminação que sinto na sua voz quase me desestabiliza.
- Claro que não! Não existe apenas o meu tio com esse nome. Você é um idiota. – Falo e decido esperar por Sandra no quarto dela. Quando entro no mesmo não consigo segurar as lágrimas e quando Sandra entra no quarto eu decido não esconder mais, pois sinto que esse sentimento vai me sufocar.
Desabafo com Sandra como nunca desabafei com ninguém...
Guilherme Casagrande
Recebi uma mensagem de Isabela dizendo que dormiria na casa de Sandra. Eu queria que ela passasse mais tempo com Pamela e que as duas se dessem bem, mas Pamela não estava disposta a isso. Ela implicou com Isabela e a todo momento diz que ela é uma mulher e isso faz com que me lembre de Isabela se tocando... Algo que quero esquecer.
Fomos jantar fora e aproveitamos a noite do Rio de Janeiro juntos...
No dia seguinte levei Pamela a praia de Copacabana, ao cristo e ao pão de açúcar. No final da tarde antes de voltarmos para o apartamento, Pamela perguntou como ficaria nossa relação já que estou no Brasil.
- Nada precisa mudar. – Falo e a beijo, mas se você não quiser mais continuar vou te entender.
- Não quero que nada mude, mas a sua sobrinha... - Ela ia começar a falar de Bela, mas eu a beijei e mudei de assunto.
Quando chego ao apartamento o mesmo está silencioso e escuro.
- Pensei que Isabela já teria chegado – Falo e ascendo a luz.
- Mas que merda é essa – Falo ao me assustar com a cena que encontro no sofá da sala. Vejo um homem deitado de cueca no sofá e Isabela vestida com uma lingerie. Meus olhos percorrem seu corpo e engulo seco!
Porra!!!