O desejo da porta ao lado
img img O desejo da porta ao lado img Capítulo 4 Capitulo 4 - Raio de Sol
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Capítulo 6 Capitulo 6 - Roupa de pirata img
Capítulo 7 Capitulo 7 - Meu Namorado img
Capítulo 8 Capitulo 8 -Minha felicidade img
Capítulo 9 Capitulo 9 - Notícias img
Capítulo 10 Capitulo 10 - De Mentirinha img
Capítulo 11 Capitulo 11 - Beijo img
Capítulo 12 Capitulo 12 - A visita img
Capítulo 13 Humilhação img
Capítulo 14 Família img
Capítulo 15 Porta do Paraiso img
Capítulo 16 Banheiro img
Capítulo 17 Elevador img
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Capítulo 4 Capitulo 4 - Raio de Sol

Elias

O mundo é pequeno pra caralho.

O fim da noite foi uma loucura completa, isso é o que eu tinha por querer fugir da monotonia. Não dormir muito e fiquei vendo séries, parte de mim ficou preocupado com aquela mulher, não percebi quando dormir mas acordei com o sol ja presente e as patinhas de Fran correndo pelo apartamento. Com um suspiro me levantei, será que a minha vizinha ja tinha ido embora? Só esperava que outro surto como aquele não acontecesse.

Adimitindo so pra mim, talvez eu tenha ficado com certo ciúmes do Fran, aquele cachorrinho safado tinha me trocado no primeiro rabo de saia que vou, não era para os cachorros serem fiéis e os melhores amigos do homem? Que vergonha Fran.

Abrir a porta do quarto e quando entrei na sala não a vi, ela estava ao lado daquele escultura de madeira que meu pai havia me dado, olhando um retrato meu e da minha família, honestamente aquela foto era péssima, pelo menos pra mim, mas minha mãe amava então eu não podia so jogar fora.

Ela estava de costas, com cabelos castanhos e cacheados soltos indo até a cintura, um vestido floral que ficou muito bonito no seu corpo, quando ela disse que era gostosa não mentiu nem um pouco. Eu me supreendi parando no meio do caminho, não me entendendo errado mas ontem a noite eu não tinha reparado seu corpo devido às roupas.

Meus olhos estavam um presos na sua bunda, e ela virou para mim com um sorriso muito bonito no rosto, ela pareceu familiar, eu ja tinha dormido com ela? Aquela bunda...

- Elias ? Elias óculos fundo de garrafa? É você mesmo? - não acreditei que aquele apelido da infância e adolescência tinha voltando a tona, mas seu modo, o sorriso, a voz, lentamente a imagem de uma linda morena e olhos claros foi se moldando a minha mente, como velhas engrenagens minha mente ia funcionando.

- Nem fudendo - foi tudo o que eu conseguir falar.

É claro! Como eu não percebi antes? Aquele sorriso meigo que eu não conseguia tirar da mente, a voz suave e gostosa que eu adorava ficar ouvindo e mais importante aquela bunda que eu tanto me mastubei pensando por tantas noites, na minha frente pela coincidência do destino estava Carla Rodrigues, minha amiga na infância.

E a primeira e única mulher que eu desejei na minha vida inteira.

Eu me sentir balançando com aquele sorriso, não vou negar, mas eu ja não era mais aquele menino de 15 anos tímido e apaixonado, eu havia crescido, tinha 28 anos e já era um homem feito e decidido e mais importante, não nutria nenhum sentimento romântico por Carla Rodrigues.

Eu ainda estava impactado pela supresa, ela quem se aproximou e me abraçou, passando os braços pelo meu pescoço e me puxando para baixo e respirando fundo. Outra coisa que havia mudado, eu tinha crescido, ela não, continuava baixinha, mas porra, eu achei que o auge da Carla seria na adolescência mas não, ela só melhorou com o tempo como um fudido vinho. Ela agora tinha traços mais adultos porém com a mesma jovialidade de uma garota animada.

Mas digo e repito, não estou mais apaixonado por Carla Rodrigues.

- Meu Deus você tá incrível! - sentir o seu corpo no meu foi como colocar o pau na tomada, pura eletricidade. Mas ela logo se afastou pondo uma das mãos em meu rosto, eu estava com falta de ar, mas ainda sentia o quanto ela estava cheirosa, ela sempre teve um cheiro que ficava na minha cabeça.

Só pra confirmar a todos no universo, eu não tenho qualquer sentimento por Carla Rodrigues, isso tudo ficou no passado.

Estávamos na cozinha tomando café e pondo a conversa em dia, eu ja havia recuperado do choque inicial e agora podia respirar e conversar, como uma pessoa normal.

- Eu não posso acreditar, nem em um milhão de anos iria te reconhecer, quer dizer você nunca foi feio mas era tão tímido que nem dava para te ver embaixo daquela franja e óculos, o que aconteceu com você e qual o segredo pra ter ficado tão gostoso? - Aquela era velha Carla que eu conhecia, falante, falante demais.

- eu envelheci e lidei com a minha timidez, não dava para enfrentar o mundo daquela forma, e o resto é só...coisa que eu sempre quis fazer e nunca pude por..., bom você sabe- não queria entrar no assunto da minha família, pelo menos não agora - E você também tá mais...-

- Mais? - Ela perguntou me instigando.

Mas eu não tinha uma resposta, mais o que? Eu achava Carla bonita, antigamente ela mantinha os cabelos curtos, sempre presos ou com tiaras porque tinha muita preguiça de cuidar deles, não usava nada de maquiagem e mal fazia a sobrancelha, usava aparelho e adorava roupas largas por não se sentir confortável com seu corpo. A Carla de hoje na minha frente com toda certeza era mais, parecia mais vontade consigo mesma, usava aquele decote que puta que pariu, era uma distração gigante, os cabelos soltos e molhados, o sorriso maravilhoso. Carla estava mais gostosa, mais bonita, ela já era antes mas com certeza estava bem mais.

Eu não tinha uma resposta decente para dar, tomei um pouco do meu café e mudei o assunto.

- Eu não te reconheci ja fazem dez anos e também você parecia...-

- Acabada? No chão? Ultrapassando o fundo do poço?- Ela completa parecendo envergonhada.

- isso é pouco, horrível, ridícula, horrenda, de dar dó -parei quando vi seu bico, ainda era bom provocar ela, só ri mais quando a morena ameaçou jogar a xicara que estava bebendo em mim.

Uma sensação boa se espalhou pelo o meu peito, nostalgia com felicidade eu acho, era como antigamente quando eu tomava café na sua casa.

- palhaço, só não é o melhor momento da minha vida, mas acordei hoje de manhã tentando só... seguir em frente, não parar de ser...eu mesma eu acho. bom, um passo de cada vez, comecei tomando um bom banho. -

- E fazendo as sobrancelhas - quase levo uma xícara no meio da cara de certeza, mas levanto os braços pedindo paz. - Calma calma, você sempre foi linda Car, fico feliz que esteja dando os primeiros passos para se reerguer depois seja la o que foi que você passou. -

- obrigada Eli, mas você realmente não usa a Internet ne? - ouvir meu apelido de infância da sua boca foi um baque forte, ainda bem que estava apoiando na bancada se não cairia. Como era gostoso a ouvir dizer meu nome.

- Se você esta falando de redes sociais então não, só quando o necessário, por que? -

- Então você não viu como eu descobrir meu chifre ao vivo ou de todo o resto. - Ela soltou uma risada mas sem graça, olhando para os proprios dedos, tinha um sorriso triste nos seus lábios.

Claro que mesmo depois de anos ela ainda fazia escolhas ruins e depois se machucava por causa dos canalhas, por que eu ainda me impressionava. Do nada o café pareceu mais amargo que o normal.

- Mas sabe, se não tivesse acontecido eu não tinha vindo para esse condomínio e não teria te reencontrado, isso ter acontecido deve ser sinal que as coisas boas devem voltar a minha vida - Ela sorriu com a cabeça um pouco de lado, agora seu rosto e olhos não estava mais inchados, o seu nariz não estava tão vermelho, sua aparência não era mais de uma mulher em desespero.

Os olhos de gato reapareceram, as bochechas coradas, o nariz de boneca, os lábios grossos e sensuais. Mas não so isso, a graciosidade que ela carregava, eu podia jurar que enquanto ela sorria para mim, um raio de sol a banhou, me fazendo ganhar a mais das gloriosas imagens que eu tive o prazer de conseguir ver com meus olhos, levando aquele momento para toda a minha vida.

Fiquei sem fôlego, sentindo algo estranho e quente dentro do peito.

Eu não amava mais Clara Rodrigues, tenho certeza disso.

            
            

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