Havia pedido o divórcio desde que descobri a sua traição e o Zeca estava se negando a me entregar. Ele não queria sair de casa, mas tínhamos duas filhas e não abriria mão do direito delas. Nossa vida estava um inferno, eu não abaixava mais a cabeça para ele e isso estava deixando-o ainda mais irritado.
- Tá, eu sei que errei, eu admito, sou corajoso para assumir meus erros. - Parou, me olhando com as mãos na cintura. - Nós temos uma família, duas filhas e não pode deixar que um vacilo meu acabe com o nosso casamento.
- O que você quer, uma medalha por assumir que errou? - Também coloquei minhas mãos na cintura. - O nosso casamento acabou há muito tempo, Zeca! A traição foi apenas a pá de cal. Você não me respeita, não me compreende, não me valoriza e por isso tudo, eu não te admiro mais. Acabou!
- Não! Só acaba quando eu disser que acabou! - Ele segurou a cabeça com as duas mãos. - Olha aqui, Ziele, não quis falar alto com você.
Confesso que aquele comportamento já estava me preocupando. Via na TV, lia na internet e conhecia mulheres que sofreram violência doméstica. Todas tiveram um começo parecido com o que eu estava vivendo no momento. Eu não queria ter o mesmo fim que elas.
Virei as costas e dei a discussão por encerrada. No outro dia mesmo, assim que as meninas estivessem na escola, eu procuraria um lugar para ficar. Debaixo do mesmo teto que ele, eu não ficaria mais.
Assim que acordei, dei com o Zeca de malas prontas. Ele estava com cara de choro, mas parecia menos irritado.
- Estou indo para a casa dos meus pais, você tem razão, eu não soube te dar valor. - Parecia realmente sincero. - Vi que me olhou com medo ontem, não sou um monstro e não me tornarei um.
Eu não sabia o que dizer, sentei na cama, puxei os lençóis até o peito e fiquei parada, olhando-o, enquanto minhas lágrimas desciam. Para muitas pessoas, terminar um casamento era a coisa mais fácil, mas na prática não era bem assim. Foram anos de convivência, construímos uma relação e por mais que ele tenha errado, não lhe desejava mal algum.
- Você não é um monstro, ainda bem, porque não hesitaria em te colocar na cadeia, se fosse necessário. - Estava realmente falando a verdade. - Suas filhas te amam e não merecem esse sofrimento. Está fazendo a coisa certa, pelo menos agora. Mande um abraço meu para seus pais.
Ele levantou-se, foi até a porta e voltou até mim, beijando minha testa. Depois partiu, deixando duas cartas sobre a cama, estavam endereçadas às nossas filhas.
Depois de dois meses de separação, eu estava mais feliz, me sentindo "mais eu". Ouvia as músicas que gostava, sabendo que o Zeca não implicaria e, sem querer, ganhei o respeito de minhas filhas. Elas se abriram mais comigo e disseram que não sabiam como eu aguentava aquele tipo de tratamento por parte do pai delas. Minhas filhas me encheram de orgulho com esse pensamento. Ao menos, escolheriam melhor os seus pares amorosos e não aceitariam nenhum tipo de relacionamento abusivo, caso ele se manifestasse em seus parceiros.
Separar-me foi a melhor coisa que fiz, mas confesso que já estava subindo pelas paredes. A minha última transa havia sido com o marido de Darlene e toda vez que me via na cama, só imaginava sendo com ele. Não era uma vadia destruidora de lares, mas não sei se por causa da seca ou a da teoria do chumbo trocado, sentia-me tentada a repetir tudo aquilo. E, o pior, sem culpa alguma.
Estava na porta, varrendo o passeio, quando, aquele que perturba meus sonhos, passou, sorrindo.
- Bom dia, Ziele! Seu marido está?
- Bom dia, Marcos! Meu ex-marido não mora mais aqui. Pode encontrá-lo na casa dos pais dele. - Fazia questão de dizer a todo mundo que eu não era mais casada.
Estava nervosa, suando, torcendo para ele não ter percebido que empreguei um pouco mais de ênfase na fala. Será que reconheceu a minha voz?
- Não sabia que tinham se divorciado, sinto muito por isso.
- Não sinta, estou muito feliz comigo mesma. - E não era nenhuma mentira. - E como está Darlene? - perguntei, só por educação. - Mande lembranças minhas a ela.
- Darlene está bem, foi para o trabalho e só retorna ao anoitecer. - Se afastou logo depois do que disse.
Mal terminei de limpar o passeio e corri para dentro, me jogando debaixo do chuveiro com roupa e tudo. Estava com um calor fora do comum, um mal-estar esquisito, meu coração parecia que ia sair pela boca. Saí do banho mais fresca, porém, continuava angustiada. Minha "gatona" não parava de miar. Precisava apagar aquele fogo e sabia como. Seria a última vez.
Peguei a chave escondida em meu baú de lençóis e segui o caminho da casa de Darlene. Olhei para todos os lados e entrei, assim que percebi o ambiente livre de bisbilhoteiros. Fui direto para o quarto, mexi em sua gaveta mágica e vi que ela havia organizado tudo em sacos individuais. Ela levava o sexo muito a sério.
Peguei o primeiro saco e me deparei com uma fantasia de She-Ra. Vesti às pressas, pois não sabia a hora que ele voltaria. Olhei-me no espelho e não pude deixar de rir, apesar de estar muito gostosa com aquela sainha branca e aquele tomara que caia apertado. Meus seios ficaram muito volumosos e parecia que saltariam pelo bojo. Revirei a gaveta e achei a coroa, a espada e a bota dobrável, tudo dourado.
Acho que juntaria dinheiro e investiria naquilo também. Peguei o seu perfume, era um detalhe crucial, e quando a porta da rua abriu, eu me assustei e o frasco caiu, partindo-se em dois. Esfreguei minhas mãos no líquido que se espalhava pelo chão e passei na nuca e em outras partes importantes. Precisava ter o cheiro dela. Chutei os cacos para debaixo do guarda-roupa, apaguei a luz, fechei as cortinas e me posicionei, segurando o cabo da espada, apoiando sua ponta no chão.
Ele foi direto para o quarto, apesar da escuridão, o seu olhar varreu o meu corpo de cima a baixo.
- Sua cachorra sem vergonha! - falou, enquanto arrancava a própria roupa. - Sabe que assim eu esqueço qualquer coisa, né?
Avançou, tirando a espada de minhas mãos e começou a me beijar. Eu já estava molhada, antes mesmo de ele enfiar a mão por baixo daquele saiote. A minúscula calcinha deu passagem aos seus dedos habilidosos, sem oferecer nenhuma resistência. Enquanto me beijava, me torturava com três dedos bem velozes. Não satisfeito, desceu os lábios até meu busto e rapidamente abaixou o bojo que cobria meus seios, enchendo-os de beijos, lambidas e chupões. Os seus dedos continuavam tão ativos quanto sua boca. Pegou um dos meus mamilos e prendeu-o nos dentes, esticando-o com leveza até começar a ficar dolorido. Fez a mesma coisa com o outro seio. Comecei a gemer ruidosamente e aí ele parou.
- Tá pensando que vai gozar assim, fácil? - Balançou negativamente a cabeça. - Na-na-ni-na-não!
Sentou na borda da cama com as pernas abertas e pediu que o chupasse. Ajoelhei-me e o fiz. Ele pressionou a minha cabeça com uma das mãos e se apoiou na cama com a outra. Me fez enterrar o membro até a garganta.
- Engole minha espada até o cabo, sua She-Ra gulosa!
Ele gemia muito e começou a impulsionar o quadril em direção à minha boca, enquanto fazia o mesmo com minha cabeça em direção à sua pélvis. Ele era muito tarado, mas já estava ficando sufocada quando parou.
- Agora é minha espada que vai entrar em você, mas antes vou dar uma molhadinha nessa xana de Etérea.
Marcos me ajudou a levantar e apoiou um de meus pés na cama, pegou a espada que atirou longe e me deu para que eu me apoiasse nela. Minha vulva ficou exposta naquela posição. Ele então se ajoelhou, arrancou a minha calcinha e começou a me penetrar com a língua, enquanto segurava minha bunda, pressionando-a de encontro a seu rosto. Eu estava no meu limite, ele percebeu e parou.
- Ainda não mandei gozar! Como ousa desobedecer a Hordak?
Como poderia não gozar daquele jeito? Estava louca de tesão e mais encharcada que oásis no deserto. Ele voltou a me chupar, mordiscou o meu clitóris e depois o sugou antes de penetrar sua língua novamente em minhas entranhas. Tremi a ponto de desequilibrar e deixar a espada cair. Ele percebeu que eu não aguentaria mais, sentou-se no chão e puxou-me para cima dele.
Eu me encaixei em seu quadril e ele se alojou dentro de mim. Marcos chupava um dos seios e esticava o outro com as pontas dos dedos. Minhas entranhas começaram a contrair-se e eu tive um orgasmo alucinante. Ele nos levantou e, com as pernas ainda bambas, me empurrou contra a parede e continuou fodendo-me, em pé. Senti que outro gozo se aproximava, minhas pernas não me sustentavam, então ele me ergueu, eu abracei e enlacei o seu quadril. Gozei novamente, enquanto ele me estocava com movimentos rápidos. Assim que terminei, ele me jogou na cama e gozou no chão, urrando feito um animal. Na hora da loucura, esquecemos a camisinha.
Quando ele parou, me olhou gelidamente e falou:
- Não pense que eu esqueci. - Parecia bem zangado. - Agora vamos conversar sobre o seu caso com o Zeca.
O quê? Como assim? Ele sabia do caso da Darlene? Ele foi até o interruptor e acendeu a luz. Eu devo ter desbotado. Não foi assim que imaginei aquela manhã.
- Mas que porra é essa?! - Olhou-me como se encontrasse o próprio Satã em sua cama.