Sua risada me faz revirar os olhos.
- Eu sei! Está tarde e não está na nossa cama comigo, me fodendo de quatro como eu quero.
Paro de andar e repenso a possibilidade de desistir do plano com Melissa e ir pra casa comer minha mulher.
- Estou nua, te esperando!
Sussurra sexy e respiro fundo.
- Onde está?
A porta se abre e Melissa aparece. Usa o vestido que mandei de presente. Está linda!
- Vou jantar com um amigo!
- Jantar essa hora?
- Sim!
Respondo sem conseguir formular uma desculpa descente, já que estou sem palavras com a sedutora Melissa, que me olha de um jeito mandão possessivo, com uma sobrancelha erguida.
- Preciso desligar?
- Vai me trocar por um amigo?
- Sim! Beijos!
Desligo e enfio o celular no bolso.
- Está uma delícia!
- Coisa feia mentir para a esposa. Agora sou um amigo?
Colocas as mãos em sua cintura e tenta não sorrir.
- Achei que me queria como sua falsa amante gostosa e não como amigo.
- Quero como falsa amante.
Me aproximo e puxo seu braço, deslizando minha mão por seu braço, alcançando sua mão. Trago aos meus lábios e beijo um por um de seus dedos.
- Por isso o jantar.
Trago sua mão ao meu braço e quase a arrasto para o meu carro.
- Para conversarmos e eu te convencer a ser minha.
Seu corpo trava e para de me acompanhar.
- Ainda não disse se aceito jantar com você.
- Esta usando o vestido que dei, isso é claramente um sim para mim.
- Não! Estou apenas te mostrando como fiquei linda e você tem bom gosto. Para ver como ficou e só. Agora vou para minha casa, dormir sexy e chique.
Quando se vira para ir embora, rodo-a novamente para mim e seu peito se choca contra o meu. Seus longos cabelos castanhos cobrem seu rosto e vejo apenas um pouco de seus olhos azuis e sua boca carnuda em um batom vermelho, da cor do vestido.
- Não aceito um não. Vai jantar comigo.
- Não!
Responde firme, tirando o cabelo de seu rosto.
- Não perguntei se quer, estou dizendo que vai.
- Não recebo ordens de um homem com síndrome de Deus.
Abro um sorriso enorme, que faz seus olhos se arregalarem.
- O que vai fazer comigo?
- Ser seu Deus!
Me abaixo e agarro sua cintura.
- Não faça isso!
A jogo sobre meu ombro e me ergo de novo, com ela pendurada.
- Me solta seu rico de merda! Quem você pensa que é?
- Deus!
Tenta se jogar para trás e seguro sua bunda. Sinto o quanto ela é redonda, passando a mão nela.
- Você está passando a mão na minha bunda?
- Estou vendo a perfeição que eu criei?
- Idiota!
Levo um tapa na cabeça e o pouco que vejo de seu rosto, está sorrindo.
- Sou Deus e você meu cupido. Vai fazer minha mulher morrer de ciúmes e dar pra mim igual uma vadia surtada.
- Se ela ainda não deu assim pra você, então sinto te informar que o problema está no seu pau divinal.
A coloco no chão, prendendo seu corpo no meu carro.
- Vai por mim, esse pau divinal já fez loucuras com ela.
Abro a porta do carro e encaro seus olhos incrivelmente azuis.
- Agora entra que vamos jantar em um lugar delicioso.
- Não estou com fome.
Cruza os braços e me lança um olhar desafiador, como se eu não fosse enfiá-la no meu carro a força.
- Então vamos beber!
- Não estou com sede.
- Então vamos conversar!
- Não temos nenhum assunto em comum para conversarmos.
- Para de ser insuportável e apenas venha comigo.
- Não está sabendo lidar com alguém que te diz não?
- Muitas pessoas me falam não, você é só mais uma tentando me irritar.
- Eu te irrito?
- Muito!
- Então por que não escolhe outra mulher para te dizer sim senhor?
- Por que não gosto de coisas fáceis.
- Então se eu te disser sim senhor, o tempo todo, vai me deixar em paz?
- Sim!
- Certo! Vamos jantar, senhor!
Entra no carro e puxa o cinto enquanto a encaro, tentando entender essa mulher.
- Vou desistir de ser submissa as suas vontades e sair do carro.
Fecho a porta na cara dela e sigo para o meu lado. Entro e fecho a porta. Enquanto puxo meu cinto, ela mexe no meu rádio.
- Não acha que é muita liberdade mexer no meu rádio?
- Não acha que é muita liberdade passar a mão na minha bunda?
Estamos tentando não rir.
- Vamos logo para a sua tentativa de me convencer a ser sua amante. Quando mais rápido isso acabar, mais rápido volto pra casa, pra minha cama.
- Agora entendo porque é solteira, sendo tão linda assim.
- Me acha bonita?
- Você sabe que é, esta é uma das razões para te escolher.
Dirijo até o restaurante de um amigo. Certeza que se jantar lá com a Melissa, logo Isabel ficará sabendo.
- Por que sou solteira?
- Porque é a versão feminina e de TPM de Deus. Insuportavelmente chata em sua perfeição.
- Então somos Deus, em diferentes gêneros?
- Sim!
Nós dois estamos rindo.
- Não nego que sou chata, principalmente com fome.
- Disse que não estava com fome.
- Menti! Era pra você desistir logo de mim.
- Não sou um homem que desiste, Melissa! Vai ser minha falsa amante querendo ou não.
Paro o carro em frente ao restaurante. Assim que abro a porta para sair, impeço que Jonas abra a da minha acompanhante dessa noite. Dou a volta no carro e abro a porta de Melissa. Estico minha mão e assim que ela coloca a dela sobre a minha, sai de uma forma sensual que faz Jonas abrir a boca. Sua fenda no vestido expõe suas lindas pernas.
- Obrigada!
Sussurra de forma melodiosa, na sedução pura.
- É um prazer!
Devolvo com uma voz firme e minha mão se apóia em sua cintura, puxando-a para mim.
- A chave está no contato.
Digo ao garoto que deve ter uma bela ereção agora.
- Viu por que te quero como minha amante?
- Falsa! Não se esqueça disso.
Entramos no restaurante e de longe vejo o amigo de Isabel, conversando com alguns clientes em uma mesa. Somos conduzidos para uma mesa próxima e nos sentamos. Espero que esse jantar chegue aos ouvidos da minha mulher.
- Já desejam pedir?
Olho para Melissa que parece querer me devorar.
- Pede pra gente!
- Claro!
Peço um vinho e um peixe ao molho de coco.
- Obrigado!
Entrego o menu ao garçom que se retira.
- Vamos negociar!
A bela mulher a minha frente diz, apoiando os braços sobre a mesa. Seu decote se amplia, quase me dando uma visão de seus seios.
- Quanto estaria disposto a me pagar para essa cena toda de ciúmes?
Me curvo, também apoiando os braços sobre a mesa.
- Quanto vale essa cena toda pra você?
- Muito! No fim serei a puta que fode com Daniel Brandão, ganharei uma fama nada saudável pra mim.
- Ninguém vai saber do nosso falso caso.
- Acha mesmo que nunca vão saber? Em qualquer buraco que se enfiar comigo, vai sair na mídia. Amanhã mesmo vão saber desse nosso jantar.
- As pessoas vão saber dos jantares, mas apenas falar sobre isso. Na frente de todos faremos um jogo de sedução, sem qualquer contato. Você será uma amiga.
- Amiga? Isso é tão obvio.
- Essa é a idéia! Isabel ficar com ciúmes do óbvio.
- Pelo que entendi, vocês se excitam fazendo ciúmes. Então esse jogo de amiga não vai fazer ela acreditar. Na hora vai saber que é um joguinho.
- Por isso quero o jogo de sedução.
O garçom chega com o vinho, enche nossas taças e se retira.
- Ela tem que ver mais que um jogo de sedução.
Sussurra antes de beber seu vinho.
- Não vou ter qualquer contato intimo com você.
- Não falei nada sobre isso, na verdade nem aceitei essa merda toda.
- Vai aceitar!
- Você acha mesmo que não saquei seu jogo comigo?
Estreita os olhos para mim.
- Me trazer em um restaurante movimentado e chique, onde provavelmente vem sempre com sua esposa foi muito esperto. Pela forma como olhava aquele homem no fundo do restaurante, deve ser um conhecido que passará tudo a sua mulher. Iniciou todo o seu joguinho, enquanto tenta me convencer a fazer parte dele.
Sinto algo em minha perna.
- Quero um milhão!
Olho para baixo e vejo seu pé em minha coxa.
- O que?
- Um milhão pra ser sua falsa amante.
Seu pé está em minha virilha e olho em volta. Apenas uma pessoa está vendo essa carícia, o amigo da Isabel.
- Aquele homem está me vendo enfiar o pé onde não devia, Daniel Brandão! Agora ele tem certeza que temos algo.
- Você está quase no meu pau.
- Não vou tocá-lo dessa forma, apenas finja que estou nele e se divirta.
Seus dedos brincam em minha coxa.
- É melhor parar!
- Por quê?
Pergunta e lambe os lábios.
- Estou fazendo seu joguinho! Fingindo te seduzir para que todos achem que sou sua amante. É só uma cena!
Abaixo minha mão e seguro seu pé. Minha respiração está acelerada.
- Não posso fingir estar excitado, quando eu realmente estou de pau duro. A sua cena acaba de se tornar verdadeira.
- Está de pau duro com um simples toque na sua virilha? Parece que alguém aqui não é tão foda assim.
Puxa o pé da minha mão.
- Acha que pode se manter firme com esse jogo de sedução? Acho que pode ser um perigo pra você. Pode começar a me desejar mais do que deve.
- Isso não vai acontecer!
- Já está acontecendo.
Levanta e arruma seu vestido.
- Tenha um bom jantar, Sr. Brandão!
- Aonde você vai?
- Aproveitar meu vestido novo em outro lugar bem longe do seu mundo. Encontre outra mulher que não te cause uma ereção com o pé, para brincar de falsa amante.