PROCURA-SE UM AMOR
img img PROCURA-SE UM AMOR img Capítulo 4 4
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Capítulo 4 4

Cassandra aperta meu rosto, me olhando toda.

- Está... me... machucando!

Tento dizer em meio a minha boca espremida entre suas mãos.

- Eu te machucando? Está doendo porque um escroto te machucou antes.

Tiro suas mãos de mim e me afasto.

- Por que você sempre interpreta as coisas na ruindade? Por que alguém precisa ter me batido pra justificar os machucados?

- Vai me dizer que fez essa merda na cara sozinha?

Não fiz sozinha, mas também não fui agredida pelo Gustavo. Foi sem querer e o coitado não merece levar a culpa e a ira da minha irmã.

- Sabe como sou distraída e quando entrei no banheiro do barzinho abrindo portas bang bang, elas voltaram direto pro meu rosto.

Cassandra morde os lábios pra não rir.

- Você achou que empurrando as portas elas ficariam paradas?

- Não é pra rir!

Brigo antes que exploda em sua risada escandalosa.

- Alguém filmou a surra de portas que levou?

- Engraçadinha!

Caminho em direção ao banheiro, ouvindo sua risada atrás de mim, me acompanhando.

- Me diz que o cara pelo menos te ajudou.

- Sim! Cuidou de mim até agora. Me ajudou com gelo e me alimentou.

- Legal! Esse merece pontos comigo. Qual o nome dele?

Tento pensar em algum nome rápido e não lembro nem qual era o do cara que sai hoje.

- Você saiu com o Apolo de novo né?

Entro no banheiro e levo um puta susto ao me ver no espelho.

- Cacetada!

Parece que fiz plástica no nariz. Em volta está ficando roxo de verdade.

- Viu porque fiquei em choque? Isso parece mais uma surra de verdade e não de porta.

- Essa merda vai demorar pra sair. Isso significa que não terei encontros por um longo tempo.

- Se for com o Apolo...

Olho pra Cassandra que me olha de um jeito estranho.

- Você está realmente me fazendo sair com um cara? Estou alucinando com a pancada?

- Não!

Ela revira os olhos e pega uma pomada no lado do armário do banheiro.

- Você saiu pra encontrar um cara e quem cuidou de você e te alimentou quando estava precisando foi o Apolo.

- Não te falei isso, está tirando conclusões.

- Sua falta de resposta a minha pergunta e silêncio posterior já foi o suficiente pra entender sua noite.

- Foi?

- Sim! Teve um encontro bosta e o Apolo te salvou dele. Só não sei ainda se ele te encontrou antes ou depois da sua de porta.

Mal ela sabe que a surra de porta foi o "Apolo" que causou. Gustavo parece ser tão desastrado quanto eu.

- Responde!

- Não!

- Me conta tudo!

- Não!

Pego a pomada de sua mão e passo no rosto. Seus olhos me analisam e tenho certeza que está em sua mente imaginando como tudo aconteceu.

- Ele te encontrou no momento da surra de porta. Foi quem te socorreu e depois de tudo, você percebeu que havia esquecido seu encontro e passado a noite com o Apolo.

Olha só! Minha irmã tem um lado romântico, donzela em apuros e cavalheiro salvador. Seria muita burrice da minha parte acabar com esse conto de fadas na mente dela. Talvez eu possa salvá-la do mundo sombrio, dando-lhe seu conto romântico perfeito.

- Sim! Foi nos braços dele que cai, quando a porta bateu no meu rosto.

- Caramba! Isso parece até filme de comédia romântica.

- Você gosta de assistir esse tipo de filme?

- Não!

Juro que tento segurar o riso, mas é impossível!

- Você me obriga a assistir, esqueceu? Nas nossas noites de cinema sempre coloca essas merdas.

- E você reclama, me forçando a assistir depois os filmes baseados em fatos reais. Que são sempre caos e desastres puro.

- Te dou a realidade depois da coisa ridícula dos romances clichês.

- Sei!

Saio do banheiro e vou para a cozinha. Novamente tenho uma sombra me acompanhando. Pego da minha bolsa o pote de molho que roubei do Gustavo e coloco no balcão.

- O que é isso?

- Um molho que um amigo faz e pediu pra que eu provasse.

- O Apolo?

Ignoro e pego uma colher. Abro o pote e pego uma generosa colherada.

- Prova!

Dou a Cassandra que fica olhando a colher. Ela é apaixonada por lanches. Diria uma viciada, compulsiva e maior consumidora deles. Acho que conhece os sabores de todos os lanches da região que moramos. Minha irmã cheira e depois coloca só a ponta da língua no molho. Voltando pra boca e fazendo um barulho irritante de degustação.

- Prova logo!

Coloca a colher toda na boca e geme tão rápido com o sabor que começo a rir.

- Que molho é esse? É muito bom!

Puxa o pote e assim como eu fiz, come como se fosse brigadeiro de colher.

- O Apolo precisa vender essa receita para uma lanchonete das grandes. Isso aqui precisa ganhar o mundo.

- Muito bom, né!? Falei pra ele!

- Então era mesmo o Apolo!

Fala toda cheia da razão e arranco a colher da sua mão.

- Ele é um amigo!

Pego uma colherada do molho e enfio na boca.

- Você está procurando um cara, ele parece legal.

- Não! Ele é realmente um amigo e não sou o tipo de mulher com quem ele se envolve. O cara é um Deus grego e chove gostosa em torno dele.

- Vai começar com a conversinha de que não é bonita e nem parece modelo? Vou terminar de socar sua cara e preencher com mais roxos.

- Ele me vê como amiga e somos bons assim. Vamos deixar como esta!

Me aproximo da minha irmã e beijo sua cabeça.

- Vou deitar! Ver se a dor passa e se amanhã as coisas melhoram.

- Passa mais pomada!

- Boa noite! Te amo!

- Também te amo! E agora amo também esse molho.

Saio da cozinha e enquanto vou para o quarto, me lembro de como Cassandra parecia uma romântica falando sobre suas teorias. Talvez ela não seja uma comedora de bolas masculinas. Será que algum idiota machucou minha irmã e ela escondeu o coração? Preciso descobrir isso!

***********

DIA SEGUINTE

Olho a frente do bar e acho estranho vê-lo de manhã, com toda a claridade. É ainda mais acabado isso aqui com claridade.

- Catarina!

Me viro e vejo Gustavo atrás de mim.

- Meu Deus! Ficou horrível o seu rosto.

Me assusto quando me abraça e meu rosto fica entre seu peito e sua barriga. Ele abraça realmente só minha cabeça e isso é engraçado.

- Aí!

Sussurro quando aperta meu nariz contra o seu corpo.

- Desculpa! De verdade, me desculpa!

Solta a minha cabeça e se afasta.

- Fiz um estrago no seu rosto.

- Sim! Provavelmente me tirou dos encontros por duas semanas.

- Jura? Mas não da pra se maquiar?

- Você me mandou parar de usar aquilo, pra ser eu mesma.

- Só aquela coisa que cria uma pele nova, o resto você ignora.

- Melhor suspender meus encontros. Vamos focar nisso aqui.

Aponto para o bar com a cabeça.

- Por isso está aqui tão cedo?

- Sim!

Mostro minha mala de trabalho.

- Não vai te atrapalhar com as suas coisas?

- Não! Só tenho cliente de tarde, minha manhã é toda sua.

- Você é demais!

Dá aquele sorriso de galã de novela, que faz todo mundo suspirar.

- Vamos entrar logo!

Digo antes de suspirar igual uma idiota.

**************

Entramos no bar e vejo as cadeiras erguidas.

- O que quer fazer primeiro?

Gustavo arruma uma mesa pra mim.

- Vou fotografar os ambientes! Analisar tudo e depois ver como posso organizar melhor. Verificar onde precisa de reforma e em cima do que tem de dinheiro, ver o que podemos fazer.

- Certo! Vou te deixar fazer isso e vou pra cozinha fazer um café!

Beija minha cabeça e enquanto anda em direção a cozinha, analiso suas costas largas, suas pernas longas e seu cabelo perfeitamente loiro, bagunçado e sexy. Deus! Ele é um puta homem gostoso. Tem homem ali pra fazer feliz umas quatro de mim. Será mesmo que o negocio dele é grande? Deve ser um Catarino de verdade. Balanço minha cabeça pra afastar o pecado e focar no trabalho.

************

Jogo as fotos para o computador e começo a levantar os locais que vamos reformar e as paredes que vamos pintar. Abro o programa pra projetar o ambiente e de forma virtual e ver como vai ficar.

- Fiz um café da manhã pra gente!

Gustavo coloca uma bandeja ao meu lado e vejo dois mistos enormes, café super cheiroso e salada de frutas.

- Uau! Vou vir todo dia de manhã te ver.

Ri e senta do meu lado. Muito do meu lado eu diria.

- Vou te mostrando o que fiz, enquanto comemos.

Me passa o misto em um guardanapo de papel e pega o dele. Mostro a reforma nos banheiros e a cor que pretendo pintar. Mostro o espaço no salão, as mudanças nos ventiladores e a troca de janelas na frente, mudando para algo mais aberto e chamativo. Ele me observa atento e vai comendo.

- O que acha dessa cor para as paredes principais?

- Amei!

- Agora quero que veja como vai ficar o espaço com as mesas e cadeiras que planejo conseguir.

Abro a imagem e seu corpo todo cai sobre o meu, vindo pra mais perto da tela.

- Meu Deus! É assim que vai ficar?

Sua voz é toda emotiva e acho fofo.

- Se tudo der certo, sim!

- Caramba! Uau! Nossa!

Estou rindo e quando sua cabeça se vira pra mim, seus lábios quase tocam os meus e minha risada some. Sua cabeça não se afasta e meus olhos não conseguem desviar de seus lábios. Ele tem uma pintinha fofa no canto da boca. Seria muito errado beija-lo agora?

            
            

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