Capítulo 5 Foda-se!

Imersa em seus pensamentos, Patricia estava olhando para a piscina quando um menino apareceu de repente, deu um tapinha em seu ombro e olhou para ela. O sol estava brilhando tão forte que seu rosto não era bem distinguível:

"Olá, meu nome é Jack, qual é o seu nome?"

Patricia levantou a cabeça e olhou para ele com os olhos semicerrados, ao perceber seus traços, abriu a boca e disse: "Meu nome é Patricia, você quer ser meu amigo?"

Ela estava muito sozinha, não tinha contato com outros meninos e ninguém se aproximava por vontade própria, Jack White foi o primeiro a fazê-lo.

"Claro que sim! A partir de agora seremos bons amigos", o rapaz apertou a mão da menina e conduziu-a até à piscina, "Que tal nadarmos? Não importa se você não tem maiô, eu também não trouxe!"

Patricia sorriu e exclamou: "Você é muito legal! Como você sabia que não estou brincando na água porque não tenho um maiô?"

Jack retribuiu o gesto e seus lindos olhos negros se arregalaram: "Acabei de adivinhar!"

Os lábios da pequena Patricia se curvaram em um sorriso e ela seguiu Jack sem dizer mais nada.

No entanto, assim que chegaram à beira da piscina, ele a empurrou abruptamente.

A garota caiu e engoliu um pouco de água enquanto tentava desesperadamente chegar à beira. Em apenas alguns minutos, ela começou a se afogar, ela mal conseguia manter os olhos abertos e teve dificuldade em se manter à tona.

Um grupo de crianças se reuniu ao redor dela e riu alto, Jack estava olhando para ela e parecia estar orgulhoso do que tinha feito.

Ela estava prestes a perder o fôlego completamente quando uma criança se aproximou dela com uma boia redonda.

"Espere um pouco mais, fique de boca fechada e não beba água!", o menino tinha uma voz tão dominadora e calma que Patricia obedeceu sem hesitar.

Alguns minutos se passaram quando o menino veio até ela, puxou-a para a superfície da água e rapidamente colocou a bóia em cima dela.

Ela se encostou nele e olhou para ele como se ele fosse seu anjo salvador.

"Como você pôde cair de uma forma tão boba?", perguntou o menino. O rosto do garotinho pingava gotas d'água, enquanto o sorriso em seus lábios o deixava incrivelmente fofo.

Patricia não respondeu à pergunta dele, em vez disso disse: "Qual é o seu nome?" Embora ela estivesse muito fraca, ela ainda queria saber o nome dele.

O garoto a segurou e a carregou até a beira da piscina. Enquanto nadava, deu uma olhada e declarou: "Meu nome é Zac, já que te salvei, prometo cuidar de você, mas você tem que me ouvir no futuro, eu vou te proteger não importa o que aconteça."

"Mas...", Patricia ficou tão atordoada que mal conseguiu responder.

"Você pode ser igual à minha irmãzinha, eu vou cuidar de você enquanto você me ouvir", o menino saiu da piscina e ajudou-a, mas quando Patricia recobrou a consciência, a família do menino foi buscá-lo.

Depois de alguns minutos, a garota recuperou as forças e voltou para casa, pingando da cabeça aos pés. No entanto, ao entrar sentiu um arrepio que lhe gelou a pele.

Eles não deveriam estar comemorando o aniversário de sua irmã Lyndsy? Onde estava todo mundo? Há pouco tempo, a casa estava cheia de gente.

Patricia caminhou pelo corredor em confusão. Quando foi dar uma olhada no quintal, ouviu alguém chorar dentro de casa, então continuou em direção à origem do som e se dirigiu ao quarto que dividia com seu avô.

Para sua surpresa, assim que ela entrou no quarto, alguém a cumprimentou com um tapa.

"Maldita insolente! A única coisa que você sabe fazer é brincar! Por que diabos você esqueceu que deveria estar com seu avô?", Sullivan deu um tapa na filha, seguido de socos e chutes. Dominada pela tristeza, a menina correu para a cama do avô com pressa para pedir ajuda.

No entanto, quando ela deslizou pela multidão, ela o encontrou deitado, sem mover um único músculo.

"Você é imprudente! Por que diabos você foi nadar como se não tivesse responsabilidades? É tudo culpa sua, seu avô está morto! Eu permiti que você ficasse com minha família para que você não tivesse que passar por sofrimentos ao lado de sua mãe, se eu soubesse que você mataria meu pai, eu nunca teria permitido que você estivesse aqui!

Você não podia nem cuidar dele, desejo que você apodreça no inferno!", Sullivan gritou como um louco e não parou de bater nela até que se cansou. Logo, Patricia estava coberta de hematomas e todo seu corpo convulsionou com o choque. Ela não fez nada além de deitar no chão sem tirar os olhos do corpo inerte de seu avô.

Ele realmente faleceu?

Alguns minutos se passaram até que ela pudesse assimilar a morte do velho.

Já estava escuro quando ela recuperou a consciência após a surra. Sua família inteira se foi, deixando-a sozinha, então ela se levantou do chão e correu, sem se importar com a dor em seus membros.

Onde estava Zac? Onde estava aquela criança que disse que a protegeria?

Com apenas seis anos, Patricia saiu procurando freneticamente por ele, mas sem sucesso.

Não foi senão depois de muitos anos que seus colegas lhe disseram que Zac era a ovelha negra de sua família, assim como ela, descobriram que os dois tinham o mesmo destino patético!

"Vovô...", deitada na cama do hospital, Patricia tremia sem parar enquanto murmurava o nome do velho em meio às lágrimas.

"Vovô... Não me abandone...", ela pronunciou em voz baixa.

Zac olhou para ela e franziu a testa, cobriu-a com a colcha mas a jovem não parava de tremer, era como se ela tivesse muito medo de alguma coisa.

O homem não sabia o que fazer, não conseguia acordá-la do pesadelo e não tinha ideia de como perguntar a ela sobre o bebê.

O homem nunca imaginou que ela pudesse estar grávida, mais importante, quem era o pai daquela criança? Durante todos os anos de casamento, Zac nunca fez sexo com Patricia, então era impossível que ele a tivesse engravidado.

Ele estava com tanta raiva que bateu na cerca ao lado da cama, nem havia tocado nela, mas agora descobriu que estava esperando um bebê! Como diabos isso aconteceu? Como ela se atreveu a enganá-lo?

Quanto mais ele pensava nisso, mais furioso ficava, principalmente quando a imagem de Patricia dormindo com outro homem apareceu em sua cabeça... Que atrevida!

Zac caminhou pela sala com o sangue fervendo de raiva e até chutou a lata de lixo.

Sua esposa o estava traindo com outro homem e ele não tinha notado?

Era incrível que ele nunca tivesse tocado nela e ela tivesse a audácia de ser infiel, ela era uma mulher tão má!

Tomado pela raiva, o homem chutou a cama como uma criança dando um chilique, embora nem mesmo entendesse o verdadeiro motivo de sua raiva e também não se lembrasse que os dois já estavam divorciados.

A mulher acordou com o barulho, abriu ligeiramente os olhos e olhou ao redor da sala estranha.

O que ela estava fazendo naquele lugar? O que tinha acontecido? E Zac? Ele não tinha ido à casa do pai para dar suas coisas a ela?

"Você finalmente acordou!", Zac a viu e rapidamente se aproximou dela.

Embora geralmente fosse um homem impassível e inexpressivo, desta vez, ele não conseguiu esconder seu nervosismo.

"Como vai? Se sente melhor?", ele a segurou suavemente e a ajudou a se levantar. Seu comportamento era tão diferente do normal que a mulher ficou pasma.

Ela discretamente olhou para ele, mas ele não percebeu.

"O médico disse que você está um pouco instável e tem hipoglicemia", comentou, porém Patricia não respondeu.

Ele ficou tão aliviado ao vê-la acordar que se esqueceu completamente de sua gravidez.