Capítulo 6 Ela está grávida

Quando ela finalmente foi capaz de voltar a seus sentidos, Patricia inconscientemente colocou a mão em sua barriga.

Zac percebeu isso e seu rosto se contorceu em uma expressão indecifrável. Ele tinha se preocupado muito com ela, mas, ao mesmo tempo, a raiva tomou conta de seu ser.

Patricia não pôde deixar de pensar que sua gentileza era porque ele sabia sobre a existência de seu bebê, mas o que o homem disse em seguida foi um balde de água fria.

"Há quanto tempo você está grávida? Quem é o pai do bebê? Exijo uma resposta!", ele a bombardeou com perguntas, uma após a outra.

"Meu bebê...", Patricia estava atordoada, olhando para ele, confusa.

Como ele ousa fazer essa pergunta a ela? Ele realmente suspeitou que o bebê era de outra pessoa? Por que ele duvidou de sua fidelidade? Como ele pensou que ela havia dormido com outro homem?

Parecia que ela era apenas uma prostituta aos olhos dele.

Mas como a jovem não conseguiu continuar com sua resposta, Zac a olhou com desdém e se afastou: "Acho que fui enganado durante todo esse tempo... Eu te subestimei... Nunca imaginei que você fosse tão atrevida!"

Naquele momento, seu rosto era o reflexo claro de todo o desprezo que havia dentro dele.

Zac estava tão furioso que não achou que houvesse algo errado com suas palavras. Embora a mulher na frente dele tivesse uma aparência angelical, ela teve um caso com outro homem antes de seu divórcio.

Patricia o olhou diretamente nos olhos e respondeu com firmeza: "Não preciso que ninguém me julgue."

A declaração de Zac a machucou tanto que ela se preparou para se defender, afinal o relacionamento deles já havia chegado ao limite e as coisas não poderiam piorar.

"Olhe como você me responde!", ele não esperava que ela tivesse coragem de enfrentá-lo, "Você era casada comigo, mas agora você está esperando o filho de outra pessoa! Como você ousa dizer que ninguém pode julgá-la? Você realmente acha que fazer sexo com dois homens ao mesmo tempo é um ato digno de admiração?"

Parecia que o homem estava tentando humilhá-la de propósito para continuar discutindo, mas para sua surpresa, Patricia permaneceu absolutamente calma:

"Eu não deveria? Você mesmo admitiu que me subestimou e também disse que eu tinha sido mais astuta do que você imaginava."

Zac cerrou os punhos e seu corpo começou a tremer de raiva, a última coisa que lhe passou pela cabeça foi que sua ex-mulher pudesse ter um comportamento tão insolente! No passado, ela não teria ousado levantar a voz na frente dele, mas agora ela parecia uma mulher totalmente diferente.

"Vamos descer!", vendo que suas palavras não tiveram efeito sobre Patricia, Zac tentou arrastá-la para fora da sala, "Você tem que abortar agora!"

Foi então que ele se arrependeu profundamente de não tê-la abortado enquanto ela ainda estava inconsciente. Ele não deveria ter ouvido o conselho do médico para tomar uma decisão depois que ela abrisse os olhos! Maldita seja! Ele gostaria de poder voltar no tempo e acabar com aquela gravidez de uma vez por todas!

"Você está louco! Por que eu deveria ouvir você?", Patricia gritou com raiva enquanto apertava a mão de Zac, "O bebê não é seu, você cuida de seus negócios!"

Com raiva, ela mentiu para ele que o bebê que esperava era de outro homem.

O homem ficou pasmo com a audácia dela e sua raiva imediatamente disparou: "Você engravidou antes do nosso divórcio, a coisa mais sensata que você pode fazer é abortar! Mesmo se fosse meu, eu não teria permitido que ele nascesse! Já estamos divorciados, esse bebê não precisa vir ao mundo!"

O homem parou para bater na parede e continuou: "Eu não quero que as pessoas riam de mim por ser um corno!"

Além da humilhação, Zac estava furioso porque em seus três anos de casamento ele nunca havia tocado em Patricia, mas outro homem tinha surgido do nada e dormido com ela.

Patricia balançou a cabeça e deu uma risada sarcástica: "Eu não esperava que você fosse tão patético, acho que fui cega demais quando decidi me casar com você." Assim que ela terminou essas palavras, ele abriu a boca para responder, mas ela o interrompeu: "Você já disse, você e eu somos divorciados, então o bebê no meu ventre não tem nada a ver com você! Eu decido se o mantenho ou não! Fique fora do que não é da sua conta!"

Sem dar chance ao ex-marido de responder, a mulher se levantou da cama e saiu do quarto, ignorando-o completamente.

Zac a observou se afastar e se virou para jogar o colchão no chão e depois chutar a parede na tentativa de dissipar sua raiva.

As palavras de Patricia, dizendo-lhe que eles já estavam divorciados, ecoavam em seus ouvidos como pontadas.

Só de pensar na separação deles, ele explodiu novamente e ele chutou o armário ao lado dele, depois saiu da sala e fechou a porta.

O homem não entendia por que, desde a noite anterior, ficou tão chateado com a questão do divórcio mesmo que a decisão tivesse sido sua.

Por mais de quinze dias, Zac planejou como dizer a Patricia que queria o casamento deles dissolvido e até pensou em maneiras de se livrar dela se ela insistisse que não queria se separar dele. No entanto, ela aceitou o divórcio imediatamente e saiu sem fazer cena. Desde então, Zac se irritava com facilidade, para piorar a situação, não parava de pensar nela a ponto de achar uma desculpa para ir vê-la em sua casa.

Mas agora que Patricia estava grávida de outro homem, como ele poderia não estar furioso? Talvez tenha sido por isso que ela cedeu tão facilmente à separação.

Ela saiu o hospital e caminhou na rua sem rumo.

Era evidente que ela não poderia voltar para a casa da família Reynolds, mas também não queria ir com seu pai, já que certamente este a questionaria até a exaustão para descobrir o que havia acontecido entre ela e Zac.

Já era meio-dia e o sol brilhava em todo o seu esplendor, então a maioria das pessoas usava roupas mais finas e frescas.

No calor escaldante, Patricia cambaleou até uma esquina onde esperou que o ônibus a levasse para sua empresa.

Apesar do desconforto, ela não teve escolha a não ser ficar lá.

Um Bugatti Veyron preto estava estacionado do outro lado da estrada, não era um carro comum, por isso chamou a atenção de todas as pessoas que passavam, além do fato de o motorista ser de uma beleza deslumbrante.

Com uma pose casual, Zac olhou para Patricia, cujas bochechas pareciam maçãs vermelhas suculentas por causa do calor.

Ele bufou para si mesmo sem tirar os olhos dela.

Aquela mulher era cega? Por que ela nem se virou para vê-lo? Ele e seu carro incrível não eram chamativos o suficiente? Todas as pessoas que passavam estavam atentas aos seus movimentos, o que diabos havia de errado com ela?

Conforme os minutos passavam, Zac ficava cada vez mais irritado e batia no volante desesperadamente, fazendo soar a buzina.

Naturalmente, todos se viraram para vê-lo, exceto Patricia, que continuava olhando para a frente como se seu carro não existisse.

Que raiva!

O que diabos havia de errado com ele? Ele estava esperando por alguém? Zac não conseguia ficar de braços cruzados!

Ele abriu a porta do carro com raiva e caminhou em direção ao ponto de ônibus, ignorando os veículos que vinham pela estrada.