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O dia passa rápido, fico ajeitando erros cometidos por outro funcionário, o anterior a mim, acabo almoçando na minha sala e jantando também. Levo o dia todo programando e corrigindo erros. Não me importo mas me espanto pelos erros grandes cometidos anteriormente. Vivian bate na porta e entra na sala para avisar que o Sr Colen estava a minha espera em sua sala. Me lembro que ele havia pedido para que eu o encontrasse no almoço, porém com tantos erros eu precisava corrigir e acertar tudo. Terminei e me retiro da sala e vou até a sala dele.
Bato na porta e entro, ele estava de frente a janela enorme de sua sala, com um copo em sua mão direita, ele estava sem o paletó, apenas com sua blusa de botão. Ele se vira para mim, fecho a porta atrás de mim e o encaro.
- Sr Colen peço desculpas por não vir, tinha muitas coisas para resolver..
- Não venha com desculpas para mim Anne. Você deveria ter vindo. - resmunga e caminha até a minha direção.
- Não é desculpas, estava corrigindo erros que haviam. O outro funcionário deixou diversos buracos que poderiam vir a dar problemas no futuro. - respondo ríspida.
- Srta Anne quando eu ordenar algo, quero que seja feito. Ordenei sua presença em minha sala e você não veio. - coloca sua mão na porta me prendendo.
- Sr Colen, novamente peço desculpas novamente. Não foi minha intenção desobedecer. Apenas fiquei ocupada o dia todo, nem da sala sai. - respiro fundo.
- chega dessa formalidade, nós temos intimidade o suficiente para você me chamar pelo nome.
- Sr não sei que intimidade que temos.
Ele se aproxima do meu ouvido e susurra.- Não sabe? Quando eu estava dentro de você, não era intimidade?
O empurro. - Sr por favor, podemos deixar o passado onde está! Hoje o senhor é meu chefe. Se não tem mais nenhum assunto para tratar comigo, peço por favor que me deixe ir.
Ele se afastou de mim, reuni minhas forças e sai de sua sala. Peguei o elevador rapidamente e parei na garagem, caminhei em direção ao meu carro e observei todos os carros esportivos novos, pretos, vermelhos, brancos e eu com meu Fusca azul, pude rir disso. Entrei no carro e tentei ligar o carro, uma, duas, três vezes, mas sem sucesso. Frederik bate no vidro e eu saio do carro.
- Vem, eu levo você. - diz num tom suave.
- Não precisa, vou de táxi. - caminho em direção ao elevador.
- Larga de ser teimosa, uma hora dessa um táxi vai demorar para chegar aqui. Estou de carro, vamos! - ordenou.
- Não preci.. - fui interrompida com ele puxando meu braço.
Não ia ceder mas era real que um táxi aquela hora demoraria horrores. Entrei no carro dele e ele logo em seguida, a viagem foi em silêncio, eu olhando para fora do carro e ele para frente ao volante. Alguns minutos depois ele para em frente a minha casa.
-Obrigada. - agradeço e coloco a mão para abrir o carro, mas ele não destrava.
-Por que está me tratando com indiferença? - me olha fixamente.
-Sr Colen, está tarde e eu gostaria de dormir. Boa noite.
-Anne! Responda! - diz em tom de autoridade.
-Sr Colen eu prefiro que nossos assuntos sejam apenas referente ao trabalho. Se o senhor não tem mais nada que possa ser referente ao trabalho prefiro entrar para a minha casa. - ele destrava a porta.
Abro e saio, ele arranca com o carro logo em seguida, entro em casa e encontro minha vó no sofá a minha espera. Sento ao seu lado e abraço, fazendo com que ela largue seu livro em cima da mesa de centro.
-O que houve querida? - pergunta enquanto passa a mão em meu cabelo.
- Era ele vovó. - respondo quase chorando.
-Quem querida? - ela agarra meu rosto.
-Fred.
Conversamos alguns minutos, ela me fez em chá de camomila e me levou pro quarto, abriu a água da banheira, jogou sal de banho, trouxe meu pijama e o depositou em cima da pia, me ajudou a tomar um banho quente e demorado e ficou ali por muito tempo.
Meus pais faleceram em um acidente de carro a 10 anos atrás, e logo eu e ela ficamos mais unidas e ligadas como nunca. Após a morte dos meus pais eu tive que fazer um procedimento que ela estava lá comigo em todo momento. Desde então eu conto tudo a ela, ela é meu porto seguro, minha base.
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Pego meu celular e resolvo mandar uma mensagem, estava tarde, escuro e o tempo nublado, a chuva ameaçava cair a qualquer momento, meu coração disparava, minha garganta estava seca. Eu não sabia o que fazer, está a ali parada em frente ao hospital, com um exame nas mãos e o celular, apenas pensei em mandar uma mensagem.
Anne: baby onde está?
Passaram-se longos 25 minutos sem resposta, então meu celular acende.
Fred:Onde está?
Anne: em frente ao hospital.
Fred: pq?
Anne: estou grávida
Fred: impossível
Anne: não é
Fred: não é meu
Anne: sim é sim
Fred: Anne, se livre disso!!!
Anne: isso é o seu bebê
Fred: livre-se disso!!!
Depois de ler palavras tão frias eu liguei para um táxi, após um tempo cheguei em casa, minha avó estava andando de um lado para o outro.
-Ate que enfim querida. -Me abraçou.
-O que houve vovó?
Ela se afasta. - Meu coração de mãe não se engana, sua mãe e seu pai ainda não retornaram.
-Calma vovó, eles podem ter pego um trânsito.
-Da última vez que fiquei assim sua mãe entrou em trabalho de parto e quase perdi as duas.
Sentei com ela no sofá e ficamos ali em silêncio durante longos minutos, até que o telefone toca e ela se levanta correndo para atender, após uns segundos ela deixa o telefone cair e se joga ao chão.. Sim era um policial dizendo que meus pais sofreram um acidente de carro e vieram a falecer...
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O dia na empresa passou voando, havia terminado muitas coisas pendentes e começado coisas novas. Participei de duas reuniões exaustantes, Frederik não parava de me olhar, os outros homens me lançavam olhares também alguns de desejo outros achando que eu não deveria ocupar o cargo de chefe de TI simplesmente por ser mulher.
Enfim o fim do dia havia chego, Lívia e Mile me chamaram para ir ao bar Muller, um dos nossos bares favoritos e Meg abadalados. Lívia havia se casado com um grande CEO de Seatle entao ela estava rica e entediada e propôs nossa saída. Não as via a algum tempo.
Cheguei ao bar e ambas sentadas na nossa mesa favorita, onde podíamos ter acesso fácil ao bar e a pista de dança. Bebemos, rimos, brincamos e falamos uma da vida da outra.
- Estou incrédula que você trabalha com ele numa naturalidade sensacional. - debocha Mile.
- Querida M nossa pequena mascote desabrochou, não está mais aceitando qualquer coisa de qualquer um. - retruca Lívia.
- Eu o trato como meu chefe, nada mais que isso! - finalizo.
Nós três encerramos o assunto e caminhamos para a pista de dança, eu havia colocado um vestido preto de manga longa justo ao corpo, tinha feito um coque alto, apenas retirei meu blazer branco para dançar. Dancei como se não houvesse amanha. Um homem loiro se aproxima de mim, ele era alto e atraente, mas não me lembrava da onde aquele rosto era familiar. Ao se aproximar eu me recordo. Era o homem que eu conheci no primeiro dia de trabalho na empresa ao lado de Frederik.
Passamos a noite a conversar, seu nome era Clark, ele era lindo, alto, seu sorriso travesso me deixava sem graça. Por fim eu percebi que estava ficando alegre demais e ele se ofereceu para me levar embora, Mile e Lívia ficaram rindo e disseram que iam com o motorista de Lívia. Nos despedimos la fora e elas se foram na frente. Eu e Clark ficamos esperando o manobrista trazer o carro. Eu já embriagada, quase caí se não fosse ele me segurando.
-Calma mocinha, o carro já vem. - diz ele rindo.
-Sim Sr! - bato continência.
-Não estamos no quartel. - rimos.
No nosso ar de brincadeira sinto um calafrio e então Frederik se põe ao nosso lado.
-Anne você não está bem, irei levar você para casa.
-Não! - respondo fria.
-Clark deixe comigo. - ele tenta me puxar em vão, Clark me puxa mais forte.
-Com todo respeito Fred, ela vai comigo!
Dou uma risadinha. - Do que você está rindo? - ele pergunta furioso.
- Sua loira de farmácia o aguarda na entrada. Xô xô! - faço gesto com a mão para ele se retirar.
-Anne! - me repreende.
-Sr Colen? - digo devagar.
-Sr Morden seu carro o espera. - diz o manobrista com a chave da Mercedes de Clark.
-Obrigado. - diz Clark ignorando a existência de Fred e seguindo comigo nos braços.
Entro no carro e dou lingua pro Frederik, logo em seguida Clark entra. Frederik sai andando em passos longos e entra em seu carro que está logo atrás.
- Acho que ele tá achando que vou fazer algo com você. - diz Clark calmo e sereno enquanto dirige.
-Deixe esse homem para la.
- Acho que ele esta nos seguindo. - ele mexe no retrovisor.
- Vamos para sua casa. - afirmo.
-Mas eu ia deixar você em sua casa.
-Vamos para a sua.
Clark muda a direção, e acelera, pude ver que Frederik realmente nos segue e dou risada da situação. Algum tempo depois chegamos a um edifício enorme, eu reconhecia, era um dos prédios de gente rica, onde é um apartamento por andar, e quando vc pega o elevador, você precisa digitar a senha do andar. Frederik para um pouco atrás da gente enquanto Clark entra calmamente na garagem.
Chegando na cobertura, o que não era de se espantar, o apartamento era luxuoso, cores neutras e claras, sua sala tinha um sofá enorme em L, uma TV gigantesca e as paredes que da visão de Seatle eram de vidro, uma visão absurda de linda. Clark entra para o quartos e eu me deito no sofá, que por sinal era mais fofo que a minha cama, sendo assim caio num sono profundo.